O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sábado, 31 de agosto de 2013

O Amor que renova a Vida


O Amor que renova a Vida

Rodolfo Pamplona Filho
Coisa linda
da minha lida,
desejar-te desde sempre,
ter-te agora e eternamente,
é uma alegria,
que refaz o dia!
Amar-te é uma arte,
que o destino trouxe-me a sorte
de tua vida fazer parte,
até que nos separe a morte...
Tu és a minha única musa,
que dá sentido a uma alma confusa...
Tu és a minha moça,
que renova a força
de olhar para o horizonte,
de não temer o que está defronte,
seja escrever um livro
ou saber que ainda estou vivo...

Salvador, 07 de março de 2012.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Soneto do Soneto


Soneto do Soneto

Rodolfo Pamplona Filho
Qual será o real segredo
de se fazer um bom soneto?
Trabalhar dois quartetos
e juntar com dois tercetos?

A fórmula parece rasa,
em que a palavra apenas casa
com outra na mesma rima,
marcando a métrica como sina.

O desafio é muito maior,
pois não é falar de cor
uma seqüência pronta, para valer,

mas é exercitar, da síntese, o poder
de dizer tudo em quatorze linhas,
sem se perder nas entrelinhas...

Salvador, 20 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mimetismo de Amor


Mimetismo de Amor

Rodolfo Pamplona Filho
É normal
diria mais: habitual
que a convivência
gere a consequência
da identificação
virar unificação
e que casais,
que se amam demais,
passem a se vestir
e a sorrir
da mesma forma
na mesma norma...
É o mimetismo do amor,
em que o calor
é compartilhado,
como um efeito dobrado,
de quem se quer ao lado...

Salvador, 26 de fevereiro de 2012.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Desejos Reais


Desejos Reais

Rodolfo Pamplona Filho
Nao podemos ser
tudo o que quisermos!
Podemos aspirar a tudo,
mas nao conseguimos
só porque queremos.
Há quem prefira ficar
perto de pássaros
do que apenas sonhar
em ter asas e nunca voar...
Preferir passar a vida,
conhecendo o possível,
em vez de desperdiçá-la,
cogitando o inviável...
Mas quem garante
que o tido como palpável
é a única possibilidade
de algo realizável?

Salvador, 04 de março de 2012.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Soneto do Depois


Soneto do Depois

Rodolfo Pamplona Filho

Depois de tudo, só resta poesia,
pois o que era temeroso
transformou-se em harmonia;
somente algo poderoso

faz o medo virar segurança,
a tristeza mudar para esperança,
a timidez converter-se em ousadia
e a ansiedade em euforia...

O receio se dissipou,
o universo conspirou
e o desejo se consumou.

Dois corpos se tornaram um
e o universo o lugar comum,
quando só restou o amor...

Salvador, 27 de agosto de 2011.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Do Poeta à Musa


Do Poeta à Musa

Rodolfo Pamplona Filho

Quando a musa encanta, a poesia se expande...
Quando a musa fascina, o poeta se inspira...
Quando a musa é amada, o trovador se entrega...
Quando a musa é tudo, nada mais importa...

Promete que nunca vai deixar de me inspirar?
Promete que nunca vai deixar de me amar?
Promete que nunca vai deixar de me excitar?
Promete que nunca vai deixar de me estimular a pensar?
Promete que nunca vai deixar de gostar do meu poetizar ?
Promete que nunca vai deixar de à vida buscar?
Promete que nunca vai deixar de ser minha amiga, amante e parceira?
Promete que nunca vai deixar de ser minha confidente e companheira?

então, eu também prometo...

Prometo nunca deixar de ser eu mesmo...
Prometo nunca parar de arder de desejo...
Prometo tatuar meu amor com ferro e fogo
Prometo uma vida de pleno gozo...
Prometo que todo encontro será de palavra e calor
Prometo que tudo que farei será por amor...

Salvador, 21 de agosto de 2011.

domingo, 25 de agosto de 2013

Sentir-se Usada (soneto)


Sentir-se Usada (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Eu não quero a sensação
de ser um pano de chão:
descartada, depois de usada,
como se minha alma fosse nada.

Eu não quero ser um corpo
abandonado e tido como morto,
reduzido à condição de bicho
ou desprezado como lixo

Eu quero ser mais para você:
uma fonte, sim, do verdadeiro prazer,
que vai além do que um contato sexual,

pois é a mais perfeita comunhão
entre mente, alma e coração,
superando o bem e o mal.

Salvador, 07 de fevereiro de 2012.

sábado, 24 de agosto de 2013

Frustração (soneto de pé torto)


Frustração (soneto de pé torto)

Rodolfo Pamplona Filho
Quando se quer muito algo
e isto não se realiza;
Quando se espera um evento
e ele não se confirma;

Quando é enorme a expectativa
e maior ainda a decepção;
Quando não existem palavras
para amenizar a frustração...

Talvez o melhor seja
deixar o destino
nas mãos de uma fada

e nunca aguardar nada,
ouvindo apenas o sino
de uma vontade benfazeja...

Salvador, 03 de março de 2012.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Oroboro


Oroboro

Rodolfo Pamplona Filho
Oroboro
A cobra comendo
o próprio rabo
Oroboro
Casa D'Oro
A armadilha auto-imposta
Oroboro
Quero sentir
o que é Duende...
A ardente ânsia de viver
que toma todo o meu ser
e que sentimos e expressamos,
quando finalmente percebemos
que a morte está próxima...
Oroboro
Três assassinos cegos
Três crianças órfãs
Oroboro
Oro é ouro
B é bet, é casa
Casa de Ouro
Oroboro...

Salvador, 03 de março de 2012.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Agonia (Soneto pelo avesso)


Agonia (Soneto pelo avesso)

Rodolfo Pamplona Filho
Agonia
Angústia
Tensão

Stress
Impotência
Confusão

Vontade de sumir
e nunca mais aparecer...
Desejo sincero
de nunca mais acontecer...

Pensar se há alternativa
para o que não se soluciona
com toda a fé na medicina
em questão que não se equaciona

Salvador, 26 de fevereiro de 2012.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Soneto da Agonia


Soneto da Agonia

Rodolfo Pamplona Filho
Vontade de sumir
e nunca mais aparecer...
Desejo sincero
de nunca mais acontecer...

Pensar se há alternativa
para o que não se soluciona
com toda a fé na medicina
em questão que não se equaciona

Agonia imensa
Angústia intensa
Pura Tensão

Stress e carência
Sensação de Impotência
Confusão e depressão 

Salvador, 26 de fevereiro de 2012.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Treino de Boxe


Treino de Boxe

Rodolfo Pamplona Filho

Hoje é dia de treino de boxe!
Você não tem idéia do prazer,
que ê colocar para fora
tudo que teve de conter,
socando a não mais poder
para descobrir seu verdadeiro ser!

Colocar roupa de treino,
bandagens e luvas...
Talvez uma bandana, lenço
ou elástico para quem
tem cabelo grande...
Sapatilhas e meiões...

Aquecimento
Alongamento
Esticar músculos
para não lesionar
Pular corda
Socar saco de areia,
torre de combate
ou o velho Bob...

Jab, direto,
Cruzado, direto,
Gancho, gancho,
Cruzado, upper
Esquiva lateral
ou o que mais puder no final.

Armas de marca
ou feitas no Taboão:
o que importa, de fato,
é sentir a emoção...
O que é luta vira diversão!
O que é condicionamento físico
transforma-se em higiene mental!

Combinação de golpes
na Escolinha ou sombra solta
ou se entregar totalmente
no Circuito, verdadeiro rally!
Esporte nobre
Combate limpo
Regras claras
Respeito na cara.

Pura catarse! Necessidade!
Treinar em sombra ou combate...
Encontrar colegas
que se convertem em amigos
e amigos que viraram família
"só tem energia
quem gasta energia"
é a senha para viver melhor a vida...

Salvador, 27 de setembro de 2011.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Musa Longínqua


Musa Longínqua

Rodolfo Pamplona Filho
Longe dos olhos
e perto do coração:
este é o resumo
da sensação,
que se tem
por alguém
que não está ao alcance
das mãos e do beijo,
mas que habita o seu desejo
como se fosse de mais ninguém...
Musa longínqua
do contato pessoal,
do toque da língua,
mas que é o ideal
de consumo e de descanso,
para quem só quer o remanso
de um amor tranquilo,
mesmo quando não físico...
E, se e quando der,
para ficar homem e mulher,
não restará pedra sobre pedra
da vontade que se realiza
e nunca mais fica incompleta
na relação que se eterniza...

Salvador, 26 de fevereiro de 2012.

domingo, 18 de agosto de 2013

Crise de Abstinência


Crise de Abstinência

Rodolfo Pamplona Filho

Há quanto tempo?
Como não sentir falta?
O que era constante
virou raro, episódico,
praticamente inexistente...

O corpo exige...
A cabeça clama...
mas a razão manda
e poda e castra
e reprime e oprime...

Estar viciado
em algo, em um hábito
ou em alguém
é um mal, como qualquer vicio,
ainda que desperte
momentâneo prazer,
fruto da reação química,
da lembrança despertada
ou do sonho já vivido...

E o que fazer
quando o desejo
sobrepuja a consciência?
Entregar-se,
ainda que para, depois, lamentar?
Fugir,
para não se arrepender?
Enfrentar e resistir,
para nunca mais, do mesmo, sofrer?

Nenhuma resposta é exata.
Nenhuma receita é perfeita.
Somente quem sofre
sabe a dor que é viver
e reviver sua própria história.  


Salvador, 06 de abril de 2011.

sábado, 17 de agosto de 2013

Trabalho Mal Feito


Trabalho Mal Feito

Rodolfo Pamplona Filho
Por que perder tempo
com um trabalho mal feito,
repleto de pequenos golpes,
construído a galopes,
para tentar convencer
a si mesmo e a quem aparecer,
de que tenha algum valor,
quando está um horror,
e, na realidade,
soa como uma imoralidade
de uma coletânea de chavões,
recheada de bordões,
verdadeiro balaio de gatos,
repleto de atos falhos,
sem cuidados de revisão
ou mesmo de digitação,
como a apostar
que o avaliador nem o lerá
e simplesmente passará
a mão por sua cabeça má...

Salvador, 24 de fevereiro de 2012.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Além do Bem e do Mal (Soneto)


Além do Bem e do Mal (Soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
O sol que ilumina
é o mesmo que incomoda...
A chuva que refresca
é a mesma que inunda...

Não adianta por a culpa
na água ou no calor
ou tentar dar a desculpa,
de que é falta ou excesso de amor,

pois todo aquele que faz o bem,
em si, carrega também
todo o enorme potencial

de destruir qualquer sonho,
ser o pesadelo mais medonho
e infligir, a qualquer um, o mal.

Praia do Forte, 20 de fevereiro de 2012.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Uma derradeira lição de amor


Uma derradeira lição de amor

Rodolfo Pamplona Filho

Para efetivamente saber
se realmente você
soube transmitir
tudo que o amor pode permitir,
pense se, ao partir,
você pode ter a convicção
de que, ao menos para uma mulher nesse mundo,
ensinou a mais bonita e importante lição
sobre o que é o amor verdadeiro...

Pois, se há muito a ensinar,
talvez uma única afirmação
seja suficiente para mostrar
qual é o sentido e a razão
de sinceramente acreditar
na força que vem do coração.

O amor que é plenitude,
porque é a total aceitação.
O amor que existe pelo que se é,
e não pelo que se idealiza
ou se deseja que fosse.
O amor que,
mesmo aparentemente
sem futuro ou esperança,
é a própria encarnação
de um sorriso de criança,
porque é, a um só tempo,
sossego, delírio e salvação.

O amor que se aprende sem doer
e que se ensina sem doutrinar
é o que permite salvar
alguém de ser apenas si própria
e da possibilidade de um dia ser só.
É o amor que lança e transforma,
sem receio de se perder,
mas sempre com a certeza
de nunca mais solidão ser.

Salvador, 23 de outubro de 2011.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mensagem para meu Desejo


Mensagem para meu Desejo

Rodolfo Pamplona Filho
Mando uma mensagem
para quem não posso ver por inteiro..
Corra, corra mesmo, sem parar,
até chegar dentro do banheiro...
Veja a imagem
que está no teu espelho...
Encontre nessa viagem
todo o meu desejo...
Ame, por mim,
cada mecha de cabelo,
passe os teus dedos
em cada fio em desalinho
sinta o teu perfume,
beba o teu vinho,
beije o teu reflexo
e sinta o meu amplexo,
já que não posso te ter...
até que eu possa te ter...

Praia do Forte, 20 de fevereiro de 2012.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Poema para o Deus TV


Poema para o Deus TV

Rodolfo Pamplona Filho
Ó, Grande Oráculo do Momento,
obrigado por ressaltar a emoção,
reduzir o pensamento
e suprimir a imaginação...

Sou grato pela artificialidade
das soluções rápidas de amargar
e por me dar a incapacidade
de me indignar...

Agradeço, ó Deus Soberano,
pelas manipulações mentais
do desejo humano
para fins comerciais

Ilumina-nos com vossa luz piscante,
desligando, em um rompante,
meus transmissores neurais
e qualquer chance de algo mais.

Regala-me com minha
absoluta falta de reação,
enquanto minha mente definha,
pela ausência de reflexão,

pois minha segurança emocional
depende de satisfazer
uma necessidade banal
que não havia até você me dizer...

Praia do Forte, 19 de fevereiro de 2012.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Diagnóstico


Diagnóstico

Rodolfo Pamplona Filho
É fácil falar
quando já se sabe a resposta.
É tranquilo opinar
quando não se tem uma aposta.
O desafio é descobrir
com os mesmos dados a surgir
e que todos têm,
qual é o sentido e razão
para aquilo que ninguém
conseguiu visualizar
ou ter a compreensão
em sua inteireza
por completa estranheza.
Daí, há de se valorizar,
quem tal qual
um Dr. House ou um Sherlock,
consegue superar o mal
da ignorância ou do choque
de não conseguir explicar
a causa da dor a se passar...
Por isso, nunca é pouco valorizar,
seja deísta ou agnóstico,
a delicada ciência de alcançar
a obra de arte do diagnostico.

Praia do Forte, 18 de fevereiro de 2012.

domingo, 11 de agosto de 2013

Apoio


Apoio

Rodolfo Pamplona Filho
Eu fico feliz
quando sinto que
você está aqui
e quando ouço que
você só quer o meu bem!

Eu quero o seu também
e sempre vou estar presente,
apoiando e estimulando,
consolando nos erros e derrotas,
comemorando os acertos e vitorias.

Apoiar é estar ao lado,
mesmo quando não é possível,
pois nada está fechado
e a força do pensamento
supera qualquer advento...

Salvador, 04 de fevereiro de 2012.

sábado, 10 de agosto de 2013

Soneto da Auto-Alienação


Soneto da Auto-Alienação

Rodolfo Pamplona Filho
Eu não quero ler jornal,
nem me sentir mal
com problemas do mundo
ou de pensamento profundo.

Eu nem quero mais votar,
para , depois, poder alegar
a ilegitimidade de quem governar
supostamente para me representar.

Quando tudo ruir de demência,
colocarei a culpa no sistema,
justificando minha ausência,

pois é muito mais divertido
colocar a culpa no problema,
em vez de tê-lo resolvido.

Praia do Forte, 18 de fevereiro de 2012.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

GILDETE


GILDETE

Rodolfo Pamplona Filho
Gente muito boa e competente
Inteligente e diligente
Ligeira, tenaz e cuidadosa
Deus mandou para nos abençoar
Ela é absolutamente DEZ
Topa tudo todo tempo toda vez
Ela é Gildete, nosso anjo particular.

Praia do Forte, 20 de fevereiro de 2012.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Divagando Devagar


Divagando Devagar

Rodolfo Pamplona Filho
Deixei minha mente divagar
e, devagar,
ela não voltou mais...
Deve ser por isso
que eu nunca encontrei
as minhas próprias rédeas...

Praia do Forte, 18 de fevereiro de 2012.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Carpe Diem


Carpe Diem

Rodolfo Pamplona Filho
Morrer é facil
Viver é o desafio
A vida é uma montanha russa,
em que gargalhamos em um dia,
sem saber que alguma lágrima
nos espera na manhã seguinte...
Por isso, é preciso aproveitar
cada raio de luz caloroso
ou cada sombra refrescante,
pois nada disso se repetirá,
mas, sim, se surgir,
será uma nova chance de sorrir,
absolutamente independente,
do que se faz ou fez
no passado ou no presente...

Salvador, 14 de fevereiro de 2012.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Abrangente Compreensão


Abrangente Compreensão

Rodolfo Pamplona Filho
É como um oceano...
Não é possível contê-lo...
Ele contém você...
É como estar de pé,
no meio do mar...
Cercado em todas as direções,
com as ondas quebrando
à sua volta
e ameaçando puxar
seu corpo para o fundo...
É como sentir
cada grão de sal
em um mar infinito...
É como conhecer
cada migalha de vida,
das cristas espumantes
às regiões turvas e abissais...
É como ser tocado
por tudo isso...
Essa é a sensação
de entrega total,
de conhecimento final,
do macro dimensionamento
de sentir-se talvez
como um Deus...
Em que pouca importa
o brilho ou a mediocridade,
pois transcender a humanidade
é superar a noção
do nós e eles
ou do certo e errado,
aprendendo a ser
seu próprio barema,
não sendo mais um problema,
entender sua própria realidade...
Apreender profundamente
é ter a perfeita dimensão
do que é e do que não é,
aprendendo a tolerar
a ignorância individual ou coletiva,
socializando a tolerância
e aceitando a imperfeição
na mais abrangente compreensão.

Salvador, 13 de fevereiro de 2012.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Soneto para uma Flor


Soneto para uma Flor

Rodolfo Pamplona Filho
Quero tocar teu gineceu
com um doce beijo meu
e ver como o gosto de minha boca
te deixaria toda louca...

Deslizar em tuas folhas,
como quem acaricia os cabelos,
sem ter medo que te encolhas
com a força de meus dedos

No jardim, com teu lume,
apreciar o teu perfume,
sem nunca despetalar,

na certeza de que teu pulso
cede a cada meu impulso
para sempre me desejar.

Salvador, 12 de fevereiro de 2012.

domingo, 4 de agosto de 2013

Sentimento de Gratidão


Sentimento de Gratidão

Rodolfo Pamplona Filho
Há dias em que
a muralha desmorona
e toda a imagem de força
se dissolve, a olho nu,
na fragilidade da desolação...
É a hora em que
se percebe que não dá
para sozinho encarar
o desafio a desbravar...
E o normal, neste momento,
é simplesmente desabar...
e, no fundo do poço, acabar,
acreditando que, nunca mais,
vai novamente se levantar...
E, nesta sensação de depressão,
é maravilhoso sentir a mão
que apóia e resgata
de onde não se tinha mais visão.
O que conforta
e sinceramente consola
não vem com vãs ilusões
ou inebriantes promessas
do impossível ou inexplicável,
mas, sim, com o respeito,
a verdade e o encorajamento
para enfrentar a realidade.
Por isso, maior que o resultado,
que não depende da vontade
ou da efetiva necessidade,
é o refrigério de saber
que tudo que era possível
foi realmente feito,
e a quem nos apóia
só se reserva a única resposta
que a coerência de caráter impõe,
que é a mais gratificante sensação:
o sentimento de gratidão.

Salvador, 11 de fevereiro de 2012.

sábado, 3 de agosto de 2013

Filho pelo Coração (soneto)

Filho pelo Coração (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Nem sempre a paternidade
decorre da própria natalidade.
Nem sempre o amor farto
é fruto da dor do parto

Por vezes, o afeto nasce
de um sentimento de classe
ou do simples convívio
com quem nos traz alivio

de saber que há quem deseje
conhecer sua vida e seu saber,
sorvendo tudo com enorme sede

de aprender tudo à disposição,
assumindo, para quem quiser ver,
que se é um filho pelo coração.

No vôo para São Paulo,
em 07 de junho de 2013,

para Lucas.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dever Cumprido


Dever Cumprido

Rodolfo Pamplona Filho
Como é boa
a sensação de alívio,
que vem naturalmente
quando a tarefa é cumprida,
o dever é entregue
ou o trabalho é terminado!

Ver-se devedor
de obrigações pendentes
incomoda mais do que
uma goteira na cabeça,
uma ferida que não fecha
ou uma pressão que não cessa.

Enfrentar o desafio
é encontrar coragem
em si mesmo, como a buscar
um tesouro escondido,
uma luz a ser acesa
ou um foco a ser direcionado.

Para alcançar o resultado,
não se deve depender da inspiração,
mas, sim, só da transpiração,
como o peixe vive na água,
o ser vivo precisa de ar
e o mundo carece de amar.

Salvador, 29 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Fazendo Amor no Mar


Fazendo Amor no Mar

Rodolfo Pamplona Filho
Eu quero fazer amor com você...
Fazer amor como uma onda do mar...
Cobrir o seu corpo inteiramente,
como uma onda caudalosa, soberana,
que envolve os amantes
até, no climax, quebrar na areira,
numa celebração insaciável
de espuma branca e salgada,
explodindo de e em gozo!
Eu quero fazer amor com você
como o mar cobre o corpo com uma onda...
Eu quero fazer amor com você dentro do mar...
Eu quero fazer amor com você dentro e fora do mar...
Eu quero fazer amor com você deixando o mar nos penetrar...
Eu quero fazer amor com você
e preencher cada espaço do seu corpo,
com a água do mar e com meu gozo...

Salvador, 29 de janeiro de 2012.