O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sexta-feira, 31 de março de 2017

O Ocaso


Rodolfo Pamplona Filho
Dos dias
Do calor
Das vidas
Do amor
De nada
De tudo
Do nada
Do mundo


Bogotá, 05 de outubro de 2013, em conexão para o Brasil, olhando o entardecer...

quinta-feira, 30 de março de 2017

Quando a paixão acabar



Rodolfo Pamplona Filho
Quando a paixão esfriar
e só o amor ficar,
duas vezes vou pensar
antes de me revoltar
com a comodidade
que vem com a idade
ou com a rotina
de usar a mesma cortina
ou do uso crítico da ironia
para combater a monotonia.

Quando a paixão parar
e só o amor ficar,
despertarei a madrugada,
ainda que para fazer nada,
mas só pelo imenso prazer
de um novo dia conhecer,
mesmo reconhecendo-se sem rumo,
pela falta de aprumo,
com a falsa sensação de liberdade
de uma marionete de verdade.

Quando a paixão terminar
e só o amor ficar,
saberei que o fogo do sexo
não é essencial, nem complexo,
e terei plena certeza
de que a vida vai além da mesa
e que há gozo na obediência,
desprezando a displicência,
cansando da loucura
de procurar sempre uma aventura.

E pensar que...
E sonhar que...
E permitir que...
E decidir que...
E reconhecer que...
E, finalmente, saber que...
que, sim, a desejada paixão
vai me deixar, um dia, na mão...
quando a paixão acabar,
só o amor vai me salvar...

Salvador, 05 de dezembro de 2010.



quarta-feira, 29 de março de 2017

Musicando a Tristeza


Musicando a Tristeza

Rodolfo Pamplona Filho
Musiquemos a sensação...
A tristeza é inspiração...
O que machuca também ensina
e o sofrimento não precisa
ser uma eterna sina...
Somos movidos  a amor
e - porque não dizer? - a dor...
Somos o Som e a Dor...

Brasília, 14 de março de 2013

terça-feira, 28 de março de 2017

O Som e a Dor (O Poema)


O Som e a Dor (O Poema)

Rodolfo Pamplona Filho
Ouço o mar...
E a melodia das ondas
quebrando na praia
renovam uma sensação...
... um sentimento...
de uma ferida que se fechou,
mas que a cicatriz
não se apaga...

Uma dor...
Uma dor de perda...
da mulher que espera
o marido ou o pescador
voltar do trabalho ou do mar,
mas ele não retorna...
do filho que anseia
pelo encontro do pai
que nunca conheceu
e que não o beijará...
da mãe que não dorme
na expectativa da chegada
do rebento que se foi
e que jamais voltará...

Ouço o mar...
E o ritmo do choque
das águas com as pedras
agita o meu coração...
... como um lamento...
de um choro que se calou,
mas cujo som
é impossível esquecer...

Uma dor...
Uma nota quase inaudível
e somente perceptível
pelo ouvido absoluto
de quem já sofreu
e nunca...
nunca deixará de recordar...
O Som
O Mar
A  Dor
O Tom
O Sonhador
O Som e a Dor

O Som e a Dor
descansam
no oceano...

O Som e a Dor...

Aeroporto de Brasília, 10 de março de 2013.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Débito Conjugal


Rodolfo Pamplona Filho

Cansei de pedir
e você não me dar...
Não consigo mais
me humilhar e mendigar
por algo que também
deveria nos trazer prazer,
mas que soa como
um favor feito por você!

Isto não é um capricho
ou mera concupiscência:
é necessidade física como
comer, beber e dormir,
mas há uma diferença abissal
entre vinho e camarão
e refrigerante e feijão...

Sexo não é solução de problemas,
nem paliativo para superar discussões;
não é instrumento para chantagem,
nem mero extravasar de emoções...
É conseqüência natural
de uma relação bem ajustada,
em que proporcionar satisfação
flui livre e da forma desejada.

Você sabe o que quero...
Você sabe o que quero fazer...
Você sabe o que quero para fazer...
E tudo apenas para ser feliz...
Então, por que insiste nesta postura,
que não mais funciona nesta altura
e abre ferida que não cura,
marcando-me com uma cicatriz...

Débito conjugal
Dever especial
Greve sexual
Conflito sem final

Salvador, 22 de agosto de 2010

domingo, 26 de março de 2017

Prece de um Coração Solitário





                                                                                                                   Rodolfo Pamplona Filho

Oh, Deus, Destinatário
do meu louvor,
guarda o meu amor,
que está longe do meu olhar,
mas dentro do meu coração.

Oh, Deus, Senhor
de todo sentimento,
faça que, neste momento,
de saudade infinita,
eu sinta a sua presença
acalentando esta ausência
que gera tanta angústia...

Oh, Deus, Soberano
de toda a vida,
protege o meu amado
por onde quer que esteja
e traga-o de volta em dois passos
para descansar em meu colo
e se entregar aos meus braços.

Amém!

San Francisco, 30 de setembro de 2010.


sábado, 25 de março de 2017

Rima Rica

Rima Rica
Rodolfo Pamplona Filho

Nada é tão belo que se retrate
melhor do que a tessitura de seus seios:
maciez e firmeza de alto quilate,
poucos sabem seus segredos mas... eu sei-os!

O fogo do desejo nasceu ao vê-la,
brilhando como tocha a iluminar o caminho
de quem procura o norte em uma estrela
na esperança imortal de não permanecer sozinho.

Quem se encantou com seus cabelos disserta
sobre a sensação de ir ao céu em um instante;
quem já chorou por você diz: certa
mulher nasceu para viver distante...

Dos seus lábios, quero, ao menos, um selo
que, na falta de mais, já me aquece...
Olhar para seu corpo e não tê-lo
é decretar o fim da nossa espécie.

Somente aquele que, no paraíso, habita
pode compreender o que se passa aqui:
a concupiscência quase infinita
pela oportunidade de você me ouvir...

Vestirei a minha roupa de gala,
se isso puder deixá-la feliz.
Meu nirvana é abraçá-la
E retirar finalmente esta cicatriz

de uma saudade que me martiriza
como um cigarro que me mata enquanto trago...
como um exército que invade a divisa...
como quem percebe o tamanho do estrago...

Chega uma hora em que se quer vergonha na cara
para ter coragem de ter a cabeça ereta
e saber que todo grito, um dia, cala
e todo alvo, algum momento, alguém acerta!

De quem eu seria, se seu não fosse?
A quem dedicaria este sangue espesso
que flui intenso, vermelho e doce
da ferida aberta que agradeço?

Toda tristeza, a vitória espalma
e da lamentação, eu mesmo declino,
ao conseguir preencher a minha alma
com seu amor, que é o mesmo destino.

No vôo para João Pessoa/PB, 18 de julho de 2010.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Saudade

Rodolfo Pamplona Filho


A cada minuto que passa,
convenço-me ainda mais
de que a vida é esparsa
e que esse amor não é fugaz

O convívio a que estamos acostumados
tem se modificado naturalmente:
os abraços não são os mesmos
nem os beijos, naturalmente

As horas penam em passar...
quem teve essa maldita idéia
de o tempo contar?
Com certeza não padeceu de amar.

Definitivamente,
minha vida não é mais normal
desde que você, em minha mente,
surgiu como alguém especial.

Não consigo sequer imaginar
como seria viver sem você...
não posso sequer cogitar
a possibilidade de perder...

Como eu gostaria de ter tido você
antes de tanta coisa acontecer...
Talvez eu fosse alguém diferente
e teria vivido mais contente (e caliente...)

pois você trouxe significado
ao que era apenas rotina...
Como é bom estar apaixonado
por alguém que ninguém imagina

por ser tão diversa de mim
para quem só vê casca e nuvem,
mas que, no íntimo, não há fim
para as semelhanças que nos unem.

Hoje, eu quero me sentir rejeitado...
não quero ser tocado ou beijado...
quero apenas um copo de vinho
que me faça esquecer o passado...

Por que?
porque, me sentir bem hoje, ninguém mais faria...
...só a saudade me mataria...
...só seu abraço me curaria...

Praia do Forte, 17 de outubro de 2010.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Despedida




Na vida, há algumas poucas certezas
e uma delas, sem dúvida,
é o fato da despedida,
em que ou simplesmente partiremos
ou apenas nos despediremos...

E o que dizer neste momento,
em que toda palavra soa insuficiente,
todo consolo é impotente
e toda tentativa de discurso
é menos importante que
o conforto de um abraço?

Não há sensação melhor
na hora da tristeza
do que a segurança da amizade,
o beijo de quem se ama
e o carinho da solidariedade,

pois quem parte não sente...
ou sente menos do que quem fica...
Dor mesmo só cicatriza
com o bálsamo do tempo
no correr da vida...

Salvador, 26 de março de 2011.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Dessintonias


Rodolfo Pamplona Filho 

Dessincronização

Desequilíbrio
Desimpedido
De
Desamor:
Desespero
Desanimador
Diante
Do
Demônio
Devastador
Da
Desesperança
Destruidora
De
Destinos
Desarmados
De
Desarmonia

Praia do Forte, 28 de fevereiro de 2017  

terça-feira, 21 de março de 2017

Ilhas Subterrâneas



Rodolfo Pamplona Filho 

O mundo tem muito mais
do que alcança sua visão.
O oculto guarda surpresas
além da imaginação.
Um navio pode submergir
pelo choque com o invisível,
mas que sempre esteve lá,
à espera do "impossível",
como mais uma opção
para quem não teme o desconhecido.

Orlando, 27 de janeiro de 2017

segunda-feira, 20 de março de 2017

Foco, Consolo e Esperança


Rodolfo Pamplona Filho 

Direcionar esforços
para realizar
o que não se tem
e que outros acreditam
que não se terá.
Esse é o Foco

Saber que o pior arrependimento
é de quem nem tenta
e que conhecimento,
adquirido com esforço,
nunca se perde.
Esse é o Consolo.

Ter a consciência de que nada muda,
se permanecer a letargia,
e que toda estrada é construída
com cada passo que se dá,
ainda que na direção do desconhecido.
Essa é a Esperança!

Essa é a tríade
que renova a sede de viver,
o gozo de cada novo dia,
o gosto de continuar respirando:
esse é o foco, o consolo e a esperança!

Salvador, 14 de fevereiro de 2017.

domingo, 19 de março de 2017

Estatura de Ministro


Rodolfo Pamplona Filho 

O que é preciso
para ter estatura de ministro?
Seria uma carreira respeitada,
uma cabeça privilegiada,
uma ideologia reforçada
ou uma reputação ilibada?

A resposta, ao que consta,
não é uma mente de responsa,
nem uma aceitação popular,
mas, sim, apenas o exaltar
de uma boa canetada
com um "Q. I." e mais nada.

Salvador, 11 de fevereiro de 2017, tomando café no Museu Rodin.  
   



sábado, 18 de março de 2017

Serviço Mal Feito



Rodolfo Pamplona Filho

Cabo desencaixado
Trabalho sujo
Peças faltando
Garantias vazias
Parafusos soltos
Pregos frouxos
Informação incompleta
Serviço Mal Feito

Orlando, 27 de janeiro de 2017  

sexta-feira, 17 de março de 2017

Discurso de Posse como Presidente da Academia de Letras Jurídicas da Bahia Gestão 2017-2018



Excelentíssimo Senhor Acadêmico Professor Dr. César Faria Júnior, a quem eu tenho a honra de suceder na Presidência da Academia de Letras Jurídicas da Bahia, em nome de quem saúdo todos os demais membros da mesa diretora desta sessão;
Senhores confrades, acadêmicos, magistrados, procuradores, advogados, professores, servidores, estudantes, meus parentes e amigos;

Toda cerimônia de posse de uma nova Diretoria de um sodalício tem um ritual.
E, tradicionalmente, o ritual se encerra com um pronunciamento do porta-voz do novo colegiado que a dirigirá.
Assim é e será a presente solenidade.
Todavia, a maior parte dos senhores conhece suficientemente este interlocutor a ponto de saber (ou esperar) que algo de diferente seja feito...
Se há uma característica da minha personalidade que tem sido reconhecida com frequência – além da loucura ou ousadia, que, em verdade, é uma “persona” para respeitar a minha essência... – é a pluralidade.
Não sou afeto a guetos, grupos ou panelas.
Gosto de conviver com iguais e com diferentes.
Gosto de circular entre juristas e músicos, jovens e idosos, doutos e incultos, cys e trans, crentes e ateus, árabes e judeus...
Gosto das interfaces do Direito e da Arte.
Gosto de fazer diversas atividades simultaneamente, estando em mais de um lugar ao mesmo tempo, exercitando uma ubiquidade que me permite, estranhamente, me sentir mais humano...
E, por isso, esse discurso também não se limitará aos tradicionais chavões que costumeiramente são vislumbrados...
É claro que a gratidão deve ser sempre verbalizada.
Ninguém chega em lugar algum absolutamente sozinho.
E é por isso que, normalmente, toda manifestação traz sempre alguns registros que, se forem aqui omitidos, seriam interpretados como uma gafe ou coisa pior.
O que é subversivo, de minha parte, é que os agradecimentos e dedicatórias normalmente são no final...
Mas eu quero começar com eles, pois o registro público é a prova inequívoca de um coração grato e coerente.
Meu irmão e confrade Pablo Stolze Gagliano, que nos prestigia imensamente com sua presença nesse evento, me passou um “trote” hoje de manhã, dizendo que estava impossibilitado de comparecer... Depois disse que era brincadeira... Mas, com ele, tenho sempre o lembrete constante de que toda obra e toda atividade devem ser dedicadas a Deus, independentemente de qual seja o credo de cada um, nas múltiplas possibilidades da crença no espiritual, que inclui até a total ausência de crença...
Também não se pode deixar de registrar o agradecimento à minha família, que convive diuturnamente com (e tenta compreender) alguém que não consegue ficar parado... A Emilia, misto de esposa e mãe; Marina, dublê de filha e “parceira de aventuras”, e Rodolfinho, filho que carrega meu nome e que é meu padawan do treinamento Jedi de como controlar a “Força”, ofertarei sempre meu sincero amor paternal. Eu sou o “catador de bolas” de vocês...
Claro que, comumente, invoca-se também a memória daqueles que já se foram... E, por todos eles, devo lembrar de meus pais, Rodolfo, que nunca escondia o orgulho de me ter como seu “projeto de filho perfeito”, e de Maria de Lourdes, que nos deixou recentemente, depois de enfrentar quatro anos de um martírio, no qual estive, durante todo o tempo, ao seu lado, jamais desamparando-a.
E, naturalmente, preciso agradecer a cada um dos confrades, que sufragaram maciçamente nossos nomes para compor a nova Diretoria, dando-nos a legitimidade para atuar para o bem dos propósitos que acreditamos. É um “bordão” dizer, em qualquer ato público de posse, que “quiseram os amigos que eu estivesse aqui...”. Bem, no caso concreto, tenho a convicção de que muitos dos senhores deixaram, há muito, de ser apenas colegas e confrades, tornando-se destinatários do meu mais sincero afeto, do amor que se devota a amigos que se tornam família.
Se é certo que o meu reconhecimento será eterno, mais certo ainda é que é necessário passar para outra parte do discurso...
Hoje, 15 de março de 2017, assumo, com muita honra, a Presidência da Academia de Letras Jurídicas da Bahia.
A data deste evento foi escolhida momentos após a apuração dos votos da nova Diretoria, a pedido do agora empossado Vice-Presidente Fredie Didier Jr., de forma que pudesse conciliar com sua agenda e viabilizar o seu comparecimento.
Todavia, quis o destino, esta inexplicável e incontrolável entidade que nos apronta surpresas a cada passo ou encruzilhada, que algumas coincidências saltassem aos olhos.
No dia de ontem, comemorou-se o aniversário de 170 anos de nascimento de um dos mais fascinantes poetas brasileiros, o baiano Antônio Frederico de Castro Alves, que viveu apenas 24 anos (nascido em 14 de março de 1847 e falecido em 06 de julho de 1871), mas que deixou versos e ideias que continuam sendo reproduzidos por gerações de cultores das letras, das palavras e da poesia.
No dia de hoje, boa parte da população decide ir às ruas para protestar contra propostas de modificação da disciplina jurídica de seu presente e de seu futuro...
E não é que Castro Alves, um jovem poeta, com formação jurídica (ainda que incompleta), já recitava há mais de cem anos:
“A praça, a praça é do Povo!
Como o céu é do Condor!
É antro onde a liberdade
Cria a águia ao seu calor!”

É com Direito e Poesia que pretendo conduzir a Academia.
Acredito realmente que a Arte é um dos caminhos para a elevação da alma e um dos consolos para o renovar da esperança...
Costumo dizer publicamente que “o único Direito verdadeiramente inalienável é o Direito de ter esperança...”
Com o aniversariante Castro Alves:
“Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança”

E uma das formas que acredito de transformar a esperança, de ideia para ação, é através do trabalho.
Se sou conhecido como um homem de palavras, também o sou como um homem de ações.
Não esperem os senhores que venha eu para a Presidência simplesmente para cumprir uma etapa de uma carreira, naquela sensação de que, agora, chegou a minha vez de dar a minha contribuição...
Se os senhores me convocaram para essa tarefa, têm consciência de que um dos lemas que mais uso não é tirado de qualquer livro de Direito, mas, sim, do filme “Tropa de Elite”: “missão dada é missão cumprida”!
A ideia é dar continuidade, sim, a todos grandes projetos encampados pelas diretorias anteriores, notadamente aquela cujo mandato se encerrou e que eu tive a honra de participar da diretoria, exercendo o cargo de secretário geral, atribuição essa que cumpri, aliás, durante três gestões, sendo uma do Presidente César Faria Jr. e dois mandatos da nossa maravilhosa musa Alice Gonzalez Borges. Isso sem contar minha colaboração espontânea em reuniões de diretorias anteriores em que, mesmo sem fazer parte formalmente da direção, participei ativamente de diversos projetos, prática essa que gostaria de estimular em todos os confrades.
Tudo isto continuará a ser feito, para o que conto, inclusive, com o apoio de todos os ex-presidentes, de todos os confrades e de todos aqueles que se propõem a apoiar a cultura jurídica na Bahia.
Esta nova diretoria tem, porém, um desafio hercúleo: buscar ombrear-se ao trabalho fantástico de todas as Presidências anteriores.
A proposta é simples: continuar dando vida à Academia, ampliando o reconhecimento de que é ela o espaço democrático e o locus privilegiado da cultura jurídica da Bahia.
Pretendemos manter o projeto das Quintas Culturais, a Revista da Academia e a sua participação na Federação das Academias de Letras Jurídicas do Brasil.
Otimizaremos as formas de comunicação no âmbito acadêmico, seja revitalizando e otimizando seu Boletim, seja ampliando a visibilidade da Academia nas redes sociais.
Continuaremos com a Revista da Academia (finalmente com ISSN!!!), buscando aperfeiçoar seus mecanismos de publicação e qualificação.
Organizaremos o 2º Congresso da Academia de Letras Jurídicas da Bahia, convocando, desde já, cada um dos acadêmicos para comparecer, assistindo, presidindo ou palestrando.
Planejamos estabelecer convênio com o Instituto Baiano de Direito do Trabalho, recentemente revitalizado, para que possamos realizar sessões específicas nesse maravilhoso espaço que é o salão principal da Academia. A proposta é que essa mesma diretriz seja feita com todo e qualquer curso de Direito ou instituição jurídica que pretenda fomentar debates e estudos, finalidade primordial de uma Academia de Letras.
Há muito mais projetos a elaborar e a executar.
Esse é o desafio da nova Diretoria.
Uma Diretoria que, se examinada com cuidado, tem uma característica peculiar.
Pela primeira vez na história da nossa Academia, a direção será conduzida por uma maioria nascida a partir dos anos 70.
Se a diversidade e o respeito mútuo impõem sempre a troca de experiências entre gerações, o fato é que assumimos em um mundo completamente diferente daquele no qual a Academia foi concebida.
E precisamos sempre nos adaptar a este mundo, pois a Academia deve ser sempre um local de renovação do amor ao Direito e às Letras.
“Amemos, porque o amor é um santo escudo”, diria o aqui multicitado Castro Alves.

Amemos realmente.
Amemos o Direito.
Amemos o magistério.
Amemos as letras jurídicas.
Amemos os livros que foram escritos antes de nós e os que ainda estão por ser produzidos.
Amemos aqueles que semeiam o saber...

“Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”

Renovemos a alma e façamos juntos a construção de novos mares...


Muito obrigado!

quinta-feira, 16 de março de 2017

Reclamação de torcedor



Rodolfo Pamplona Filho  

Ir ao estádio
é simplesmente
ver quem
não tem condições
de correr atrás
de uma bola
chamar profissionais
do esporte
de lesmas
e vendidos,
de ladrões
e tartarugas,
de palavrões
impublicáveis
e achar tudo normal...

Orlando, 27 de janeiro de 2017.                

quarta-feira, 15 de março de 2017

Confissões



Rodolfo Pamplona Filho 

Eu não quero
te perder
Eu vejo teu rosto
em todos os lugares
Eu não consigo
esquecer o teu sorriso...
tua boca... teu olhar...
teu corpo mexendo
com a música no ar...
Eu não quero viver
longe do teu abraço.
Chego a achar
que estou enlouquecendo...
e talvez esteja mesmo,
mas de amor...

Salvador, 30 de janeiro de 2017.

terça-feira, 14 de março de 2017

Poético e Brasileiro


Rodolfo Pamplona Filho  

Poético e Brasileiro
é sonoro.
Poético e Brasileiro
é visceral.
Poético e Brasileiro
é o objetivo.
Poético e Brasileiro
é essencial.
Poético e Brasileiro
é chiquérrimo.
Poético e Brasileiro
é sensacional.
Poético e Brasileiro
é a alma.
Poético e Brasileiro
é fundamental.

Praia do Forte, 26 de fevereiro de 2017.  

segunda-feira, 13 de março de 2017

A vida ensina


Rodolfo Pamplona Filho 

A vida ensina
A idade pesa
O peso aumenta
O cabelo cai

A vida ensina
A idade pesa
O mundo gira
e não volta atrás

A vida ensina
A idade pesa
Pena que, para alguns,
essa hora demora a chegar...

Salvador, 14 de fevereiro de 2017  

sábado, 11 de março de 2017

Selfie



Rodolfo Pamplona Filho

Passou tanto tempo
tirando fotos
que perdeu a vista
do que estava ao seu lado...

Orlando, 27 de janeiro de 2017.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Crepúsculo


Rodolfo Pamplona Filho

Nunca esqueci:
o sol se pondo aqui
e meu coração
sentindo frio
só porque não vê...
Mas tudo tem resposta,
pois, de repente, volta
o meu corpo a aquecer:
basta pensar em você.

Praia do Forte, 24 de fevereiro de 2017.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Quero Dormir




Rodolfo Pamplona Filho 

Quero Dormir
Ainda que isso signifique
a perda de uma chance
ou de uma noite.

Quero Dormir
Mesmo que isso importe
no fim de um momento
ou de um relacionamento.

Quero Dormir
Pois meu sono é mais importante
do que a sede de viver
ou chance de amar.

Quero Dormir
Nada mais me importa
senão o prazer indizível
de estar só em meu colchão.

Praia do Forte, 28 de fevereiro de 2017  

quarta-feira, 8 de março de 2017

Minha Homenagem às Mulheres


Rodolfo Pamplona Filho


Se existe algo mais perfeito
do que a beleza da mulher
ganhará não só o meu respeito,
mas também minha adoração e fé,

pois somente uma obra divina,
que deve ser reverenciada,
pode ter mais perfeita sina
do que o encanto da mulher amada.

O fascínio feminino importa
muito mais que um físico atrativo:
é o conjunto completo de uma obra,
que deixa qualquer um cativo!

A inteligência, a perspicácia,
a sutileza, o instinto,
a elegância, a espontaneidade,
o sorriso, o carinho.

Todas as mulheres são lindas!
Embora algumas não expressem
toda a delicadeza
de sua infinita grandeza.

Todas as mulheres são lindas!
Falta a muitos homens
a efetiva sensibilidade
para perceber sua complexidade.

Dizem que, atrás de um grande homem,
há sempre uma grande mulher...
Isto é um engano monumental,
pois ela nunca estará no final,

mas, sim, o caminho inspirando
ou espiritualmente comandando
o passo a ser dado ou verbo a ser dito,
a ação cantada ou verso a ser escrito...

pois nada do que o homem tentar
será feito para seu próprio prazer:
haverá sempre uma musa a encantar
as etapas de seu íntimo querer.

terça-feira, 7 de março de 2017

Pleno



Rodolfo Pamplona Filho 

Em um quarto
de um hotel barato,
perto da estação
aonde cheguei,
encontrei a felicidade
e a certeza do que quero
pelo resto da vida.

Em um momento
longe da casa que
outrora chamei de lar,
consegui encontrar
o sentido da existência
e o sentimento verdadeiro
que rege meu coração.

Em um olhar
adornado pelo sorriso
mais encantador
de todo universo,
descobri que ainda existe
muito mais que esperança
de ser verdadeiramente pleno.

Praia do Forte, 27 de fevereiro de 2017.

segunda-feira, 6 de março de 2017

O Presente que se Dissolve




Rodolfo Pamplona Filho

Guardar algo
para uma ocasião especial
é apostar uma corrida
contra o tempo,
que tudo corrói.
Não usar algo agora,
pensando em fazer no futuro
é acreditar que existirão
melhores dias
do que o hoje.
Esperar o momento ideal
para viver uma emoção
é crer na ilusão
de que a razão
pode controlar o coração.
Salvador, 11 de fevereiro de 2017.

domingo, 5 de março de 2017

Nada por Tudo






Rodolfo Pamplona Filho 

Penso em Tudo
Afirmo que nada
vai me afastar de você

Enfrento tudo
Desafio que nada
vai me afastar de você

Desisto de tudo
Sei que nada
vai me afastar de você

Nada é para sempre?
Nada vai me afastar de você
Tudo é para sempre?
Tudo será superado

Nada me vencerá
Tudo é a esperança
que levo para minha vida:
Nada vai me afastar de você

Praia do Forte, 25 de fevereiro de 2017.

sábado, 4 de março de 2017

Melancolia e Poesia


Rodolfo Pamplona Filho

Eu não preciso 
da melancolia, 
mas ela me persegue 
em plena luz do dia, 
tomando, de impulso, 
minha mente vazia, 
tentando converter 
a tristeza em poesia 

Praia do Forte, 28 de fevereiro de 2017.   

sexta-feira, 3 de março de 2017

A melhor noite


Rodolfo Pamplona Filho

Está escrito
em nossos rostos
que somos apaixonados
um pelo outro...
Está evidente
em nossa cara
a força surpreendente
da sintonia rara
marcada na sensação
de dormir agarradinho,
aquecendo o corpo
como se fosse um ninho.

A melhor noite
de toda uma vida
em todos os sentidos
em todos os sentimentos
é sonhar com o outro
e acordar o vendo:
encostar a cabeça no seu peito
e simplesmente adormecer...
Nunca mais cogitar
morrer de saudades...
só para não desaparecer
e ficar longe outra vez...

Vou somente abraçar
e depois agradecer a Deus
por amar alguém, ser amado
e passar uma noite ao seu lado...
Amei me vestir para você
Amei tirar a roupa para você
Tenho de confessar algo...
Espero que não me entenda mal...
Meu único desejo, na realidade,
é que me ame de verdade
porque eu nunca amei alguém
como descobri amar você...

Salvador, 20 de fevereiro de 2017.