O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Adaptação

 



Rodolfo Pamplona Filho


Reformar o lustre

para caber na sala

Aceitar que promessas

não passem de palavras...

Fazer amor sem som ou ardor

para não acordar as crianças

Não clamar por calor

para não criar expectativa

Anestesiar a sede de vida

para evitar a despedida

Levar o dia-a-dia sem vibração

só para não se sentir frustração...


Salvador, 31 de julho de 2012.


quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Liberdade

 



Rodolfo Pamplona Filho


Liberdade é

uma palavra

para dizer

que não há mais nada

a perder...


Salvador, 11 de agosto de 2012.


terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Flores






Rodolfo Pamplona Filho


Flores de plástico

são muito práticas

para ser amorosas...

Flores de verdade

são muito perenes

para ser perpetuadas...

Flores são como amores:

etéreos e eternos,

materiais e espirituais,

que dizem muito de quem dá,

mas também de quem recebe...

As flores são tudo e são nada

para quem as sente,

no toque, no perfume,

e no contemplar

a beleza que se esvai

ou se dilui com o tempo,

mas cujo significado

jamais passará...


Salvador, 18 de agosto de 2012.



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Dura Realidade




Rodolfo Pamplona Filho


A vida é um conjunto

de ocorrências aleatórias,

desprovidas de significado

ou qualquer substância.

Nascemos sem qualquer culpa

ou a menor responsabilidade,

sendo expostos, sem misericórdia,

a uma série infinita de humilhações,

projetadas para reforçar

nossa absoluta impotência

diante de um universo

que nunca nos quis...

Mas, ainda assim, resistimos...


Salvador, 12 de agosto de 2012.


domingo, 27 de dezembro de 2020

Soneto das Promessas Vãs

 




Rodolfo Pamplona Filho


Promessa celebrada

com evidente fervor,

mas que vale nada

sem qualquer pudor...


Juramentos lançados

com animus de acontecer,

mas totalmente quebrados

sem sequer perceber...


Não saber o que lhe tira o gás:

a tristeza da monotonia

ou a expectativa vazia,


pois o problema não é o que se faz,

mas o que se deixa de fazer:

palavras dadas para não valer...


Salvador, 12 de agosto de 2012.


sábado, 26 de dezembro de 2020

Deserto

 




Rodolfo Pamplona Filho


Minha vida se torna um deserto,

se não consigo estar com você...

Por dentro, impera o tédio

e eu sofro por não poder...

... te amar

... te abraçar

... te lançar contra a parede

... e até chamar para brigar...


Agora, eu me valeria de tudo, amado,

para poder estar em seus braços,

sentir todo seu cuidado

e me deleitar nos seu afagos...

E a febre, com certeza, subiria,

mas, não, pela doença instalada,

e, sim, pelo ardor que se cultiva

dessas nossas vidas separadas....


Salvador, 25 de outubro de 2010.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Não te prometo nada





Rodolfo Pamplona Filho


Não te prometo onde morar...

nem tão pouco como não surtar

quando a vontade de estar junto

fortemente apertar...


Não te prometo como agir...

nem tão pouco como não sorrir

quando a vida nos cruzar

e nossos olhos entrelaçar


Não te prometo vida confortável

nem tão pouco rotina estável

quando os sonhos insistirem em minar

toda forma padrão de amar


Não te prometo um anel de brilhantes

nem tão pouco que não aja com rompantes

quando quiser materializar

o que este sentimento tem a falar


E, sabe por que eu não te prometo nada?

porque você sempre me deu

a certeza de todo seu amor

também....


Salvador, 25 de outubro de 2010.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A Fé que vai nos sustentar





Rodolfo Pamplona Filho



História não é destino:

 O que, algum dia, eu fui 

 não pode me condicionar 

 ao que quero ser 

 e nem deve me privilegiar!

 Não sou obrigado a repetir erros 

 ou manter os meus acertos!


Saber o que se crê:

 É preciso saber o conteúdo 

 e o objeto da sua confiança !

 Fundamentar em evento específico

 Certificando a sua convicção

 por algo pelo qual vale a pena viver e morrer...

 (Se Jesus não ressuscitou, é vã a sua fé...)


A fé que vai mudar 

 sem impor a mudança:

 Não se pode ter vergonha

 quando se percebe que está no erro!

 Impor sua verdade (a quem quer que seja)

 somente desvaloriza a sua própria crença!

 Crer deve ser um convite à aceitação!


A fé que aprende a descansar 

 na certeza do cuidado divino,

 a despeito de tudo que sinto!

 Por mais que sofra,

- e não se nega o sofrimento -

têm-se sempre a certeza 

 de que Deus cuida de mim...


A fé que sabe que a familiaridade 

 com a indefectível verdade

 não gera salvação!

 Não basta conhecer a liturgia,

 mas, sim, ser transformado!

 O que liberta é a prática e o testemunho 

 de que não somente se sabe, mas se vive...


Salvador, 23 de agosto de 2015, domingo...




quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Vinte Anos

 





Rodolfo Pamplona Filho


Você esperaria vinte anos por mim?

Esperaria mesmo sem certeza do fim?


Esperaria ainda que sem perspectiva?

Esperaria sem ver sinais de vida?


Esperaria nossos pais falecerem?

Esperaria nossos filhos crescerem?


Esperaria nossa aposentadoria?

Esperaria renovar a luz do dia?


Esperaria diminuir o fogo sexual?

Esperaria esfriar o espirito de Natal?


Esperaria conseguir relaxar?

Esperaria reaprender a brincar?


Esperaria zerar meu trabalho?

Esperaria organizar meu horário?


Esperaria esquecer meu passado?

Esperaria encontrar novo significado?


Esperaria?

Esperaria?


Se você está disposta a enfrentar

tantos sacrifícios, sem demora,

eu não tenho que hesitar:

eu quero você aqui e agora!


Salvador, 13 de dezembro de 2010.


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Pelos Filhos





Rodolfo Pamplona Filho


Pelos filhos, fazem-se loucuras,

mata-se ou morre-se, passa-se fome,

sucumbe-se a travessuras,

muda-se até de nome...


Pelo amor aos filhos,

troca-se a aventura pela segurança,

a liberdade pelos trilhos,

a programação pela esperança...


Para ver os filhos crescerem,

renuncia-se a um grande amor,

chora-se até as lágrimas se perderem,

entrega-se aos leões sem medo da dor...


Pela felicidade dos filhos,

abdica-se da individualidade,

esquece-se a própria mortalidade,

vive-se como se não mudasse de idade.


Vivendo para os filhos eternamente,

corre-se o risco de se anular,

de desaprender a ser gente,

de nunca mais voltar a sonhar...


Mas, mesmo assim,

é uma opção consciente em cena...

um investimento sem retorno ou fim...

um sacrifício que vale a pena...


Praia do Forte, 26 de dezembro de 2010.




segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Tensão Sexual

 





Rodolfo Pamplona Filho


Há uma estranha tensão

entre dois corpos em atração,

despertada, em um pulsar,

por um perfume, um olhar,

uma palavra proferida, solta no ar

ou, de pele ou cabelo, um leve roçar.


Não se trata de amor,

mas, sim, incontrolável calor,

como a bússola busca o norte,

como um imã atrai o ferro,

como o destino busca a sorte...

Assim é como eu te quero!


De 4 a 6 cordas, pode dar certo

ou pode explodir, longe ou perto,

pois quando o que se vê em hordas

funde-se, misturando tudo,

pode surgir um baixo de cinco cordas

ou uma guitarra sem o mi agudo...


Sei que, como um canalha, serei visto,

mas não quero ser canalha contigo...

Sei que confundem amor com sexo,

mas isto é por demais complexo

quando se deseja mutuamente viver

a realização plena do próprio ser!


Salvador, 13 de dezembro de 2010.


domingo, 20 de dezembro de 2020

As Lindas Rugas do Amor

 





Rodolfo Pamplona Filho


A clareza de nosso amor

já desponta sem pudor...

não se pode mais esconder

e nem vinte anos irão esmorecer


...o desejo da sua companhia...

...as doces palavras do nosso dia-a-dia...

...a relação de cumplicidade...

...essa relação de muitas verdades...


O tempo já não existe

e não adianta mais certos fetiches

pois nosso poema é eterno...

...e meu coração está completo.


E se tiver que esperar um tempo,

seja ele qual for,

garanto que, ainda assim,

vou te amar com o mesmo ardor,


pois, mesmo na espera,

dividiremos nossa vida

e cada ruga que desperta

será sempre mais linda.


Salvador, 14 de dezembro de 2010.


sábado, 19 de dezembro de 2020

O viço






Rodolfo Pamplona Filho


E se, de repente,

eu te dissesse que não queria mais

viver no mesmo teto, na mesma cama

e que tudo que planejamos

não era mais essencial pra minha chama


E se, de repente

eu te dissesse que meu coração foi tomado

por uma vontade imensa de viver

que não engloba a rotina

que você tem a me oferecer


E se, de repente,

a pergunta que aparecesse

fosse: "Você não me ama mais?”

ou “Você arranjou outra?"

Seria o comum a se falar

pois rupturas ensejam esse pensar


E se, de repente,

tudo que era sólido

se desfizesse no ar

como grãos de areia nas mãos de uma criança,

caindo incessamente na ampulheta da vida.


Isso tudo nada teria a ver com amor,

pois eu continuarei te amando

da mesma forma pura e feliz...

Isso tudo nada teria a ver com amor,

mas com o viço que eu sempre quis...


Será que este viço se perderá?

Se este viço, sem querer, se perder

não será por outro alguém,

mas pelo próprio destino maduro

de uma essência que quer mais do que se tem.


Salvador, 28 de outubro de 2010.




sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Vivendo Antônimos

 






Rodolfo Pamplona Filho


Realmente, o que aconteceu

parece um sonho (ou um pesadelo?)

Um sonho que jamais imaginaríamos

realizado em tão pouco tempo...


Talvez por isso,

esteja sendo,

ao mesmo tempo,

tão maravilhoso e angustiante.


Sinto que encontrei uma musa

que me deixa à vontade

para fazer tudo que quero,

o que, definitivamente, é algo raro...


Perto de você, sinto-me, simultaneamente,

mais homem e mais mulher,

o que, em si, já é uma contradição,

mas que você entende perfeitamente...


Estar com você me faz bem.

Na verdade,

estar com você

é viver antônimos...


Quero viver

da forma que der...

da forma que for...

pois é isso que sinto quando perto de você...


Anseio por oportunidades assim,

mas, ao mesmo tempo,

quero me doutrinar e disciplinar

para não ficar tão dependente...


Se fosse somente carnal,

seria muito fácil de controlar...

Mas quero me convencer

que posso controlar isso também...


Se é difícil ficarmos juntos o resto da vida?

De forma alguma!

É a coisa mais fácil do mundo,

só não sei como...


É uma sensação

que beira à estranheza,

pois ficamos anos sem nos conhecer

e nunca sentimos falta verdadeiramente disso!


De repente, porém, parece que

o ar falta se não tiver um contato...

Nunca senti tanta ansiedade

Nunca senti tanta necessidade


na espera de um OK,

de uma resposta,

de uma mensagem,

de um abraço...


Você é meu macho e minha fêmea,

minha razão e minha loucura,

meu amor angelical

e meu tesão próximo do incontrolável...


Perto de você, sou forte e frágil,

sou lento e ágil,

proteção e dependência,

saciedade ou carência...


Vejo-me vivendo com você

(da forma que for),

brigando, sentindo sua falta,

amando, falando, chorando...


tudo com você é bom e bem..

é perfeito pra mim, paixão,

e, por isso, também

não pretendo abrir mão.


Sinto, hoje, que sempre quis

alguém forte e sensível;

que me deixasse acolhida e segura

(essa é a palavra que mais define você pra mim);


que quisesse dormir comigo

sem ter que pensar sempre em sexo;

que, mesmo não sendo,

ficasse frágil e dependente dele.


Sinto que você, no fundo,

queria uma mulher ao lado

que inspirasse a viver,

a escrever e a rir à toa...


sem métodos ou rotinas...

uma mulher que, ao mesmo tempo,

fosse forte e se tornasse frágil

com um abraço seu;


uma mulher que instigasse

suas fantasias mais abstratas,

suas vontades mais loucas

e não te julgasse pelos seus desejos;


O que é isso?

Sei que é amor...

Sei que é atração...

Sei que é paixão...


Mas é também algo

diferente de tudo que já senti...

Precisamos trabalhar isso...

Até para poder sobreviver a isso...


E manter este amor

pelo resto de nossas vidas,

sem machucar ninguém...

Vivamos. Também...

Salvador, 14 de outubro de 2010.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Xenofobia

 




Rodolfo Pamplona Filho


A raiz da xenofobia

é o medo de se perder

no tipo de amor e simpatia

que o mundo não quer ver.

É um clichê através dos anos,

desde o inicio dos tempos:

que, quanto mais seres encontramos,

mais nos isolemos...


A história não se cansa

de ver o ódio aberto

a quem se arrisca na dança

de um papel outrora incerto.

O universo está repleto

de histórias de amantes

que não ficam por completo,

só por ser de lugares distantes...


Romeu e Julieta, como exemplo,

é a pior história do universo do homem,

pois, em vez de celebrar um tempo

de amor entre desiguais no nome,

consagra a sua derrota

como se fosse a forma de paz

para a única resposta

da busca por algo a mais...


Por que ter medo de olhar para o lado?

Por que ter ódio do diferente?

Somente pelo temor escancarado,

virtual ou evidente,

de ser "contaminado"

por uma forma influente

de pensar, de crer,

de amar ou de ser...


A melhor forma de combater

o preconceito a outra crença

é se misturar, a não poder,

até não perceber a diferença...

O meio perfeito de terminar,

por completo, a discriminação

é não ter medo de buscar

a pura e simples miscigenação.


Praia do Forte, 30 de dezembro de 2010.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Soneto da Despedida do Apaixonado

 




Rodolfo Pamplona Filho


Toques delicados e sorrisos leves,

sob a brisa do mar, ao anoitecer,

e os lábios sabem exatamente o que querem

quando o adeus tem que ocorrer


Preste atenção nos meus olhos:

eles brilham feito ouro

pois desejam, como poucos,

o teu amor sem decoro.


É difícil esquecer teu gosto

e ter que aceitar novos beijos

para manter nossos postos....


Meu coração está no abismo

e anuncia, a cada esquina, sem cinismo,

que a direção pode mudar..

Salvador, 29 de outubro de 2010.



terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Apego

 





Rodolfo Pamplona Filho


Apego é sofrimento

Possuir vira tormento

Debater-se para manter

o que possui (ou pensa deter).

Arrasar-se por não querer

passar sem algo específico ter

Por isso, para ser feliz,

aprenda a dizer não,

das coisas, abrir mão...

e pare de se debater...

descobrindo o prazer

de finalmente

e simplesmente

viver...


Santiago/Chile, 27 de junho de 2012.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Certezas da Vida





Rodolfo Pamplona Filho

Na vida, há mais dúvidas

do que certezas...

Não se sabe quanto tempo se vive,

nem o que se terá às mesas...

Uma convicção, porém,

que todos certamente têm

é que impostos pagarão

e, um dia, morrerão...

Eu, porém, tenho a sorte

de mais uma certeza ter:

que nem terminará a morte

o meu amor por você...


Santiago/Chile, 27 de junho de 2012.


domingo, 13 de dezembro de 2020

Cachorro Vira-Lata




Rodolfo Pamplona Filho



Sou um cachorro vira-lata,

solto nas ruas,

em busca de comida

e de carinho...

Procurando um refúgio,

onde possa ser amado

e não ter mais subterfúgio

para me sentir abandonado...


Puerto Varas-Chile, 02 de julho de 2012.


sábado, 12 de dezembro de 2020

Soneto do Último Romance...





Rodolfo Pamplona Filho



Voce é meu último romance...

Você é, na realidade,

o meu primeiro e único lance,

a quem me entrego de verdade...


Quero amar como se não houvesse

qualquer impedimento ou estrutura,

pois minha alma envelhece,

se não me entrego à doce loucura


de apenas em você pensar...

de nunca me arrepender de tentar

aproveitar cada sensação vivida,


após alguém finalmente encontrar

com quem possa compartilhar

a cama, a palavra e a vida.


Salvador, 09 de junho de 2012.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

O Tempo é o Senhor da Razão







Rodolfo Pamplona Filho


Quantas vezes eu gostaria

de alterar a ordem do dia

e poder fazer de forma diferente

o que encontro no tempo presente.


Vejo como eu poderia encontrar alegria

onde, hoje, só vejo melancolia

e descobrir uma felicidade

que perdi pouco a pouco com a idade...


Será que é possível mudar

opções que fiz no caminhar

por não saber o que me esperava

ou o que na minha vida faltava...


Como eu poderia saber ou prever

que o destino reservaria novo prazer,

encontrando novo sentido no viver

e uma forma alternativa de ser...


Ainda terei coragem para novo desafio?

Ainda enfrentarei tudo com brio?

Conseguirei ser outro alguém?

Encontrarei um mundo além?


Dúvidas são uma constante

em uma mudança tão fulminante

e o receio não é uma temeridade

no encontro da essência de verdade!


Conheço o que já tenho e não é perfeito!

Sei o que quero e o que não mais aceito!

A esperança é o gás da Transformação

e o Tempo é o Senhor da Razão...


São Paulo, 20 de novembro de 2010.


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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

É Preciso Viver Mais Leve






Rodolfo Pamplona Filho



Todo mundo não quer enganar, sim,

Nem todo táxi cobrará mais caro!

Há comidas que não têm gosto ruim

E, na verdade, é a maioria do prato.


E as crianças não ficarão doentes,

pelo menos não necessariamente,

se não comerem toda a comida,

ainda que não imediatamente!


Um sorriso não é uma coisa bem

tão difícil assim de esboçar,

mesmo quando não se tem

tanta prática assim a contar...


Caminhar não é idéia a desprezar,

ainda mais se desperta o apetite,

O planeta é imperfeito para morar,

mas não é assim tão triste...


Sei que parece impossível tentar,

mas consiga um dia sem reclamar

do tempo, da vida, das dores,

que só se sente porque há amores...


Pense que para não enjoar,

basta, por exemplo, variar,

pois não fazer o mesmo sempre

é o inicio de um caminho diferente.


Sei que não é assim para você...

são os outros que vêem equivocado,

mas faça um esforço para perceber

não é lógico todos estarem errados


quando simplesmente têm esperança

que você ache o prazer na dança

de curtir o prazer desta vida breve

pois é preciso viver mais leve...



Buenos Aires, 21 de junho de 2011


quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Poema Maior







 Rodolfo Pamplona Filho


Onde encontrarei

o nosso Poema Maior?

Nosso Poema Maior reside no coração:

parceria, intimidade e cumplicidade!

Nosso Poema Maior

não precisa ser escrito para existir...

Ele não precisa de tinta e papel...

Nossas mãos tocam mais do que papel:

tocam corações, mentes e almas...

e esse desejo de estar junto

está fadado ao universo,

que conspira e inspira

toda nossa capacidade

de se entregar...

Nosso poema toca esperanças;

toca sonhos; toca lábios;

trocam-se sensações

que nunca antes foram sentidas...


Separados pela vida

e reunidos pelo destino,

seremos um casal

casado em espírito,

mesmo que em casas separadas...

casados no coração,

ainda que dormindo com outros amores...

casados no amor real e puro,

no qual jamais haverá divórcio...


Nunca me entreguei a alguém

como me entrego a você:

meu macho alfa, meu oásis no deserto,

minha enzima, minha fonte de vida,

o alface da minha salada...

A quem mais eu poderia

chamar assim

com tamanho amor?


Nunca fui amada

como sou com você...

e repito mil vezes:

eu te amo como

ninguém jamais te amou,

em todos e vários sentidos,

em todos os versos,

em todas as metáforas

de nosso Poema Maior.


São Paulo, 07 de outubro de 2010.


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Ausência

 




Rodolfo Pamplona Filho


Saudade é o meu sangue,

meu ar, meu nome do meio.


Saudade é o som da música,

meu tempo livre, meu espelho.


Saudade é o chão que piso,

a água que bebo,

a cama que deito...


Saudade é o horizonte,

a memória perdida,

a esperança de vida...


Saudade é tudo aquilo

com que simplesmente convivo

e, no dia que deixar de sentir,

é porque não estarei mais vivo...



Abrantes, 25 de março de 2016.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Para um amor secreto








Rodolfo Pamplona Filho


Querido

Você nem imagina como estou ligada em você...

Você nem imagina como estou ligada a você

Eu me emociono só de pensar

em como seria maravilhoso

ouvir nossas musicas com você...


Descobrir sua essência, além da casca,

fez despertar o amor e a ansiedade de estar perto.

Quero ficar com você em meu colo, vendo o por do sol até a lua iluminar sua face...

Quero fazer um cafuné, deslizando minha mão sobre seus cabelos, ate sentir sua pele...

Quero beijar seu rosto delicadamente, ate fazer você acreditar que não está sonhando...

Quero até mesmo brigar com você, só para ter o prazer da reconciliação...


Você tem um efeito perturbador em mim...

É um sentimento forte, que toma todo meu pensamento...

que me anestesia em alguns momentos

quando imagino nossas vontades reunidas...

E a única coisa que me faz melhorar é chorar...

mas é um choro de alívio e de esperança

de que, algum dia, poderemos

rir juntos e felizes...

...apenas por estar pertos um do outro.

...e você tentar me calar...

...e eu continuar falando que nem uma matraca...

...e você rir porque se diverte comigo...

...e porque não consigo disfarçar

meu nervosismo

de ter transformado

essa fantasia em realidade...


Você é parte de mim,

não como um agente externo,

mas como um complemento de mim mesmo.

Nosso amor não tem amarras, nem barreiras...

e é como um primeiro namoro...

no qual ficamos ávidos por um contato...

na palavra e no carinho...

Não consigo mais pensar na minha vida sem ter você.


Você está fora de todo tipo de definição.

Não posso dizer que é meu amigo,

nem amante, nem ficante,

nem pretendente, nem confidente...

não há rótulos....

Não somos nada disso e, dificilmente, alguém compreenderia esta relação.

Ela está fadada a permanecer apenas na publicidade de nossas almas e corações.


É como se você fosse eu...

como se meu pensamento estivesse em você.....

Por isso que me completa....

e ninguém me entende...

então ninguém entenderia você, dessa forma, na minha vida...


San Francisco, 25 de setembro de 2010.


domingo, 6 de dezembro de 2020

Gratidão





Rodolfo Pamplona Filho


Gratidão não se exige,

não se pede, nem se espera...

É presente de um coração puro,

que não vê outra forma de agir,

na memória da marca do passado

e do alívio do auxílio no desespero...


Por isso, a ingratidão machuca

como punhaladas nas costas,

como um tapa no rosto,

como uma dor fatal no peito...


O ingrato merece mais do que repúdio:

é pena de morte no coração,

que se fecha em uma ferida purulenta,

cujos bálsamos somente são

o ostracismo ou a ressurreição do perdão...


Reconhecer-se grato é o exercício da verdadeira humildade,

que é saber que, sozinho, não se consegue nada,

pois conquistas isoladas são vitórias de Pirro,

em que obter o resultado não significa necessariamente desfrutá-lo...


Gratidão é a resposta sincera

que o afeto exige por coerência!

É a marca que renova a esperança,

que não é a última que morre, posto imortal,

mas, sim, a certeza de que

ainda se pode ter fé na humanidade


Maceió, 03 de setembro de 2010


sábado, 5 de dezembro de 2020

Muzuá, Puçá e Caçuá






Rodolfo Pamplona Filho


Muzuá é a armadilha,

que espera sua vítima 

ou decora uma casa;

Puçá é a rede 

que impede o siri 

de se desvencilhar;

Caçuá é o cesto

que transporta a cangalha 

no lombo de um jegue:

Muzuá, Puçá e Caçuá,

três formas de entrelaçar 

o que o destino proporcionar.


Salvador, 02  de novembro de 2020

[19:52, 16/11/2020] Rodolfo Pamplona: Cansaço 


O cansaço é um passaporte 

O cansaço é um desinvestimento 

O cansaço é a saída 

de quem já passou do limite 

O cansaço anestesia 

qualquer reação possível 

de quem se esgotou...


Salvador, 04  de novembro de 2020

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O Ocaso






Rodolfo Pamplona Filho

Dos dias

Do calor

Das vidas

Do amor

De nada

De tudo

Do nada

Do mundo



Bogotá, 05 de outubro de 2013, em conexão para o Brasil, olhando o entardecer...


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Má Vontade




Rodolfo Pamplona Filho


Má vontade é tudo de ruim!

É muito difícil lidar 

com quem se acha com razão 

e não dá espaço 

para fazer outra programação


Má vontade é uma droga!

Não há como conversar 

com quem não admite repensar 

a atitude tempestuosa

que somente tem o dom de perturbar 


Má vontade é uma praga!

Só dá mesmo para lamentar 

a empáfia de quem tem certeza 

de que todo erro é alheio

e todo mau resultado não é sua culpa.


Má vontade é uma merda, viu? 


Salvador, 05  de novembro de 2020 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Momentos Felizes






Rodolfo Pamplona Filho


Quando estamos tristes,

lembranças felizes 

nos fazem seguir,

mesmo que não saibamos

para onde vamos.


Quando estamos para baixo,

memórias felizes

nos fazem sorrir,

mesmo sem muito tempo

para respirar 


Quando estamos depressivos,

momentos felizes 

despertam a sensação 

de que, em algum lugar do passado,

já houve esperança de um futuro melhor.


Terça-feira, 10 de novembro de 2020

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Musicando a Tristeza

 




Rodolfo Pamplona Filho



Musiquemos a sensação...

A tristeza é inspiração...

O que machuca também ensina

e o sofrimento não precisa

ser uma eterna sina...

Somos movidos  a amor

e - porque não dizer? - a dor...

Somos o Som e a Dor...


Brasília, 14 de março de 2013.

domingo, 29 de novembro de 2020

Ansiedade


 



Rodolfo Pamplona Filho


Ansiedade causa desconforto 

Insegurança 

Nervosismo


Ansiedade causa revolta

Instabilidade 

Histerismo


Ansiedade causa dor

Transtorno 

Depressão 


Ansiedade causa marcas

que abalam

o coração 


Mas pare para pensar

ansiedade por outro olhar:

ansiedade é também 

porque não controlamos o tempo

para fazer andar mais rápido

e chegar no momento 

pelo qual ansiamos 


Ansiedade é apenas a prova

de que queremos muito 

o que está por porvir 

é que tem tudo 

para ser inesquecível...


Controlemos a ansiedade

e aguardemos o porvir!


Salvador, 16 de novembro de 2020.

sábado, 28 de novembro de 2020

Hipocrisia Útil







Rodolfo Pamplona Filho


Na porta do elevador,

ela me diz: - Bom dia!

Eu abaixo os olhos

e digo: - Bom dia!

E a vida continua...


Subimos silenciosos,

cada um para seu andar,

como se momentos embaraçosos

não interferissem no andar

E a vida continua...


E a vida continua...

E a vida...

E...

?


Salvador, 08 de março de 2013.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Minha Justificativa




Rodolfo Pamplona Filho


Álibi 

Disfarce 

Desculpa

Enganação 

Tudo armado 

só para dizer não!

O que se inventa

para não assumir

o que realmente 

faz ou fez,

dos ovos, o frigir

para todos, fingir

para o mundo, fugir

na vida, não se permitir.


Salvador, 15  de novembro de 2020.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Oportunidades

 





Rodolfo Pamplona Filho 


Oportunidades surgem

e despreza-las

é sintoma de empáfia


Oportunidades passam

e não aproveitá-las

é o início da depressão


Oportunidades vão embora

e perdê-las

é arrepender-se pelo resto da vida.


São Paulo, 20 de novembro de 2016.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A Maior Tentação da Vida

 



Rodolfo Pamplona Filho


Diaba

Demônia 

Seu olhar paralisa 

qualquer reação 


Anjo caído 

Satanás 

Sua beleza ilumina 

qualquer ambiente 


Como o mundo é diferente 

quando a gente se apaixona

por alguém tão exigente,

uma verdadeira amazona,


que cavalga minha mente

e faz vir à tona,

assim tão de repente,

o que a vida proporciona:


um amor tão envolvente,

que acende minha testosterona,

para que um dia, a gente 

possa fazer uma maratona 


de amor sem fim,

de carinhos, enfim,

pois tudo que eu quero

é ter você para mim.


Salvador, 15 de novembro de 2020.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

A gente era feliz e não sabia





Rodolfo Pamplona Filho


quando o máximo da produção 

era uma novela de época;

quando demorava no trânsito 

há mais de uma década;

quando reclamava do calor

antes do aquecimento global;

quando sonhar com um amor 

era o caminho natural;

quando fazia refeição 

em viagem de avião;

quando era a inflação 

nossa maior preocupação;

quando tínhamos de decorar 

toda a taboada;

quando o carburador 

era a peça mais complicada;

quando tínhamos de nos preparar 

para uma sabatina;

quando podíamos caminhar

da casa até a esquina;

quando éramos inocentes 

do que está ao nosso redor;

quando éramos só sementes

e não estávamos sós...


No voo para Brasilia, na madrugada de 29 de novembro de 2016.


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Rede de Tapasteiro




Rodolfo Pamplona Filho


A vida é um ciclo pesqueiro,

como uma rede de tapasteiro:

o que parece um refúgio corriqueiro 

também pode ser um puçá traiçoeiro...


Em vez de nadar à vontade 

na espera do sorriso ou da nuance,

quer-se a pura comodidade 

do conforto ao seu alcance 


sem perceber que o leito

pode ser armadilha fatal,

cujo único certeiro efeito 


e ser a cilada mortal 

que mostra haver dia de pescador

e dia de morrer de pavor...


Salinas de Margarida, 02 de novembro de 2020.

domingo, 22 de novembro de 2020

O Lado Bom das Coisas



Rodolfo Pamplona Filho


Na vida, tudo tem

seu lado bom e seu lado mal

e o mais importante, afinal,

é saber com que olhar

se vai tudo enfrentar.


Eu não vou lamentar

se não nos deixam ver

o segundo tempo do jogo:

eu agradeço por ter

visto o primeiro com você...


Também não choro

por termos perdido o vôo

e chegado atrasado no show,

mas, sim, fico feliz por ter ido

e visto seu esforço incontido...


Eu não reclamo, nem no íntimo,

por você não agüentar meu ritmo,

mas, sim, acho sensacional

a sua vontade descomunal

de tentar me acompanhar...


Não se trata de acomodação,

nem de vil subserviência,

mas, na verdade, é dar razão

à mais clara consciência

de que a paz é a melhor solução.


Eu não tenho tudo

que realmente gostaria

e, nem de longe,

o que eu poderia,

mas encontro felicidade


em compartilhar, de verdade,

uma relação de parceria,

que, longe de ser fria,

é um porto tranqüilo e seguro,

onde encontro um amor puro,


pois o lado bom das coisas

é não ter qualquer medo

de, sem perder o próprio zelo,

entregar-se totalmente,

vivendo apenas o presente.


Salvador, 30 de setembro de 2011.

sábado, 21 de novembro de 2020

O Ornitorrinco e o Pensamento Científico





Rodolfo Pamplona Filho


O verificacionista

acha que é possível

atingir a verdade.

O cético acha, na vista,

não ser possível,

logo não há verdade

(ou nada há a alcançar...)

É preciso ser falsificacionista,

para aprender com o errar...


A falseabilidade é a base

para se aproximar da verdade.

Por isso, são pilares:

a prática da testabilidade,

o substrato da corroboração

(o desenvolvimento como tradição)

e a força da verossimilhança

como lógica provável que alcança

a proximidade da realidade.


Se não fizer isso,

confunde-se fé com ciência...

Se não fizer isso,

perde-se a esperança na crença...

Se não fizer isso,

despreza-se a consciência...

Se fizer isso,

pode-se a mente abrir...

Graças a isso,

o ornitorrinco pode existir...


Salvador, 04 de outubro de 2011.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Soneto para Seus Cabelos




Rodolfo Pamplona Filho


Sinto um maravilhoso perfume

que me encanta e inebria,

trazendo, de repente, a lume

a minha louca fantasia


de ver seus cabelos correrem

como um rio negro caudaloso,

que faz meus nervos tremerem

em seu ritmo gostoso e impetuoso,


que desce as corredeiras

de suas costas altaneiras

e vem tranquilo repousar


em pontas tentadoras,

fascinantes e voadoras,

onde quero descansar...


Salvador, 05 de outubro de 2011.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Convicção da Condição de Cativo

 





Rodolfo Pamplona Filho



O que fazer quando

não se tem mais jeito?

Resignar-se

e aceitar a impossibilidade

ou tentar se rebelar

na luta por um espaço ao sol?


A resposta parece óbvia,

pois a visão média

do homem normal

é de que ninguém deve se conformar

em passar mal

como se não fosse possível

construir um outro final!


Todavia, isso não é pacífico,

pois não existe padrão

para o que carrega na mente

ou no coração...


Sabe o tipo de gente

que não muda

e não tenta mudar nada?

Pessoas, para quem

as coisas são

por que sempre foram feitas assim

e que esta é

a única forma de fazer?


É a postura

de que nada mais tem jeito,

de que a tristeza é a amiga do peito,

de que o mundo é eterna prisão,

de que há problemas sem solução...


Para eles, eu digo:

a vida pode ser melhor, meu amigo!

Para toda tempestade, há abrigo...

Livre-se, finalmente, da CCC:

Convicção da Condição de Cativo!



Salvador, 26 de maio de 2011.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Soneto do Sono

 




Rodolfo Pamplona Filho

Há dias em que o olho pesa,

o cansaço se manifesta,

a boca insiste no bocejo

e todo o meu sincero desejo


é que o mundo pare totalmente

para que descansem corpo e mente,

renovando o ânimo e a vontade

de viver tudo de verdade...


Pois, de fato, persiste

e da forma mais triste

um único e doloroso sentir,


consistente no lamento,

resumido em um só pensamento:

"por favor, me deixem dormir!"


Salvador, 19 de dezembro de 2011.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Proposta de Amor Eterno

 




Rodolfo Pamplona Filho


Quero fazer uma promessa

de encontrar a felicidade,

registrando-a na pele

como uma linda tatuagem,

marcada a ferro e fogo,

em carne viva e pulsante,

como nunca feito antes.


É a proposta definitiva

de um amor fortíssimo,

eterno e entregue,

que não vai deixar você

nunca mais se sentir

sem o arrebatamento

que faz a vida valer a pena.


Desejo poder levar você

aonde ninguém mais levou...

Quero ensinar o poder

do mais puro e sincero amor...

Você vai aprender a ser amado

com uma força tão intensa,

como ninguém amou até então!


Preciso fazer você entender

o quanto é lindo, fisicamente

(porque a beleza da sua alma,

você já conhece definitivamente).

Quero ser a amiga, a companheira,

a amante gostosa, fogosa parceira,

doida de tesão por seu cheiro...


Serei a mulher, a aluna, a inspiração que só dá amor, prazer, emoção.

Eu quero ser a cura efetiva

para os males do seu coração,

o aconchego da sua atávica solidão, seu divertimento, sua leveza,

sua sina, sua única certeza.


Porque é isso que você merece ter...

E é o que eu tenho para dar...

Esta é uma proposta para valer,

sem prazo para expirar...

Por isso, depois de tudo discorrer,

somente me cabe perguntar:

você me aceita assim?


New York, 15 de setembro de 2011

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Sobre um aprazível por do sol

 




Rodolfo Pamplona Filho


Qual é o sentido de parar

para simplesmente admirar

o instante perfeito do por do sol?

Ver o que todos vêm e não percebem

Guardar o que nem todos captam

Entender o que ninguém apreende


O por do sol

é mais do que

um horário de crepúsculo:

é a intensidade de um momento,

é o cessar de todo lamento,

é a força de um movimento..


Há muitas formas

e diversos ângulos

de se ver um por do sol:

tentando descrever o indizível,

testemunhando o incrível,

descobrindo o aprazível...


É preciso sentir a luz,

compreender o que seduz

e descobrir o que induz

a treinar um novo olhar,

acelerar o raciocinar

e viver para fotografar...


Rio de Janeiro, no Restaurante “Aprazível”, 09 de outubro de 2011.

domingo, 15 de novembro de 2020

Sobre o Ato de Cultuar



Rodolfo Pamplona Filho


Será que há uma mínima pista

do mistério que envolve os seus

seguidores fiéis de um artista,

de um político ou um Deus?


A idolatria ou fascinação

é de tamanha proporção

que não faz diferença

qual é o motivo da crença:


o encantamento estético,

um projeto técnico ou ético

ou a esperança da salvação,

na busca visceral por redenção.


Embora em qualquer lugar

se possa exercitar o louvar,

há sempre um lugar para tal ato,

seja um templo, palácio ou teatro.


Somente as suas canções

merecem ser entoadas,

como se outras versões

devessem ser rejeitadas...


E suas palavras impõem respeito,

proporcionando ordens ou prazer,

seja "Aleluia", "Eu Prometo",

"Toca Raul" ou "Bota pra fuder"...


Mas, ao contrário do que se pensa,

cultuar não é um problema,

desde que se saiba o que se avença,

para não cair em um velho esquema


de ser mera bucha de canhão,

vitima inocente de manipulação,

por quem quer apenas dominar

o que você tem a lhe dar:


sua vida, sua alma ou seu dinheiro,

doando-se por inteiro,

não, infelizmente, para seu bem,

mas para o deleite de alguém


que nem acredita no que você crê,

mas faz questão de parecer

que está além do que se vê,

sonhando pelo que ainda há de ser...


Por isso, pratique o seu culto,

da forma que lhe soar normal,

não cedendo ao interesse oculto

de pouco valer seu gosto pessoal...


... e seja feliz...


Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2011.

sábado, 14 de novembro de 2020

Soneto da Compreensão

 





Rodolfo Pamplona Filho


O que custa, sinceramente,

olhar com os olhos dos outros,

sentir a apreensão alheia

e dividir as dores vividas?


Custa o inestimável preço

da coragem de sair do casulo,

descobrir um novo mundo,

saber existir algo oculto.


Eu quero beleza do riso inesperado,

da lágrima e choro compartilhado,

da solidariedade sem explicação.


Viver de verdade é não ser algoz:

nada é de pedra entre nós,

salvo a indestrutível compreensão.


Salvador, 11 de outubro de 2011.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Resiliência

 




Rodolfo Pamplona Filho


É preciso

Gentileza

Nobreza

Compreensão

Atenção


É preciso

Amor incomensurável

Carinho inesgotável

Gratidão inestimável

Dedicação interminável


É preciso

Receber o porvir

Resistir

Reagir

Reconstruir


É preciso

Decência

Obediência

Paciência

Insistência


É preciso

Resiliência


Salvador, 11 de outubro de 2011.