quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Violência Doméstica

 



 

Na penumbra da casa, a dor se esconde,No sussurro cortado, um grito responde.Olhos roxos, marcas na pele,Histórias de medo que ninguém revele.

 

O amor travestido em punho cerrado,Promessas vazias de um passado quebrado."Eu mudo, eu juro", ele diz com fervor,Mas o ciclo se fecha em pancada e pavor.

 

Copo no chão, espelho estilhaçado,A alma se perde num corpo calado.Ela finge sorrir, disfarça a ferida,Mas no fundo implora por uma saída.

 

A vizinha escuta e baixa a cabeça,O silêncio é o preço que a culpa arremessa.E as horas se arrastam no peso do açoite,Cada dia é um fim que se veste de noite.

 

Quem há de ouvir o que não é dito?Quem vai enxergar além do grito?Há vozes presas no medo escuro,Esperando a chance de um amanhã seguro.

 

Pois violência não é destino selado,Nem lágrima eterna ou caminho traçado.Haverá justiça, haverá redenção,E do pó do abuso renascerá o coração.

 

Aracaju, 18 de outubro de 2024.

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