terça-feira, 10 de junho de 2025

Duplo Soneto Ao Melhor Amigo



 


Perdoe-me se eu nunca disse antes,

mas eu te amo muito, meu amigo:

nada na minha vida é relevante,

se eu não puder contar contigo.


Acordei assustado de madrugada,

pois sonhei que tinhas ido embora,

Por isso, corri para, em palavras,

registrar o que senti agora:


se, por acaso, eu me for

antes da tua partida,

guardas bem esta despedida


pois significa o fim do torpor,

que aprisionava meu sentimento

para fazer este testamento:


na vida, fui, de tudo, um pouco:

sucesso e fracasso, médico e louco,

gozo e cansaço, perda e laço,

lágrima e amasso, soco e abraço.


Mas nada valeu mais a pena

do que descobrir a pequena

jóia que dois homens de verdade

podem fazer para a eternidade


saber que não importa a distância,

nem o choro incontido de criança,

ou o inevitável decurso do tempo,


O mundo jamais verá algo mais puro

do que a amizade que rompe muros

e dura mais do que o sopro do vento.




Buenos Aires, 21 de junho de 2011, 4:30 am.

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