O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Metodologia de Resolução de Casos (Poema em versos livres)

 



 

No tablado do saber, ergue-se o dilema,
um caso, um enigma, uma cena concreta.
Ali repousa a dúvida em sua plena
forma de vida: real, imperfeita, inquieta.

 

Surge então a mente investigadora,
que não julga — antes, pergunta.
Lê o contexto, vê a hora,
busca o fato, nunca a ponta.

 

Identifica os atores, suas dores,
os conflitos velados no fundo.
O problema desponta entre valores,
navega entre regras deste mundo.

 

Hipóteses brotam em terreno fértil,
como sementes lançadas no ar.
Análises críticas, métodos ágeis,
testam caminhos a iluminar.

 

Discute-se, debate-se, ergue-se a ponte
entre teoria e ação concreta.
A lógica conduz como horizonte,
mas é a ética que nos alerta.

 

Propostas nascem — não por magia,
mas por rigor e reflexão.
Cada escolha carrega a poesia
da razão em comunhão.

 

E ao fim, a decisão é madura,
fruto da escuta e da construção.
A metodologia é moldura
da justiça em gestação.

 

Assim se resolve um caso

— não por acaso.
Mas com método,

Com alma, com paixão.

 

Fortaleza, 24 de maio de 2025.

 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Filosofia e Provas no Processo Penal

 



 

No tribunal da razão, ergue-se o verbo, Com toga de dúvidas, silêncio acerbo. Ali onde a prova caminha no fio, Surge a Filosofia com seu desafio.

 

Quem pode dizer o que é verdadeiro, Quando a verdade se esconde, por inteiro? Eis o dilema que o Direito enfrenta, Na balança da lei que nunca é isenta.

 

A prova, rainha do processo, é chama, Mas arde em incerteza, jamais se inflama Sem que a razão lhe sirva de guia, Entre a dúvida e a fé, nasce a filosofia.

 

O ônus, pesado, recai sobre quem alega, Mas que prova é justa? Que prova se entrega Ao crivo do tempo, da lógica pura, Ou se dobra ao poder, à estrutura?

 

É Platão quem sussurra nos corredores, Sobre sombras, verdades e seus atores. E Kant nos adverte, com precisão: A justiça não vive sem razão.

 

No processo penal, a vida se decide, E a Filosofia, em silêncio, divide. A espada e a balança – com ponderação,

Para que a prova não seja ilusão.

 

Fortaleza, 24 de maio de 2025.

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

O Caminho para Ser Feliz



 

Para ser feliz e se reconhecer

Quem realmente se é,

Muito não é preciso:

Basta ir além do juízo,

Dar asas à imaginação,

Revelar o que estava escondido

E abrir o seu coração.

 

Viva o amor, a música e a poesia,

A Santa Ceia do dia-a-dia,

A cultura nerd e o Direito!

Cachorros e Heróis, do seu jeito,

Pratos, azulejos, mosaicos em poema,

Action figures, almofadas no cinema,

Dinossauros e outros bichos,

Passagens secretas e livros

Saraus, botecos e vinhos

BatPole, Batcaverna, Palco

Gibiteca, estúdio, adornos no alto,

Uma garagem colorida, Kombi plotada,

Uma casa para amigos e a filharada.

 

Salvador, 19 de abril de 2025.

  

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Acomodação e Incomodação?

 



 

Acomodando a incomodação

Incomodando a acomodação

 

Não para deixar de ser,

Pois, se mudar, vai adoecer

 

Trazer uma responsabilidade

Para si que não lhe cabe

 

Não ter culpa

Por ser quem se é

 

Não se imputar

Como uma draga

O que não lhe pertence

 

Não se importar

Com uma falha

Que beira o non sense

 

Não se deixar afetar

Manter o tom

Conter-se e respirar

E seguir adiante

 

Ser Acomodado

É nunca mais querer

Ser Incomodado

 

Brasília, 26 de setembro de 2025, conversando com Amauri Munguba.