O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ritmos do Amor


Ritmos do Amor

Rodolfo Pamplona Filho

Um coração elegante e maduro
parece chorar em silêncio...
como um violino antigo e duro
que se calou em um momento tenso,

mas também pode ser latino,
doendo ruidoso, aos gritos,
ao som de um bolero argentino
ou de um tango de gardel, infinito...

a tristeza pode vir mansinha,
meio bossa nova ou rock and roll...
pode nem saber onde estou

mas vai procurar sua casinha,
batucando para superar toda dor
nos múltiplos ritmos do amor...

Congonhas, na conexão de Cuiabá para Salvador, 30 de outubro de 2011.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Soneto da Falta de Inspiração


Soneto da Falta de Inspiração

Rodolfo Pamplona Filho

Algumas vezes, tenho vontade,
quase uma visceral necessidade
de colocar no papel ou no teclado
idéias que pululam em meu telhado,

mas, por alguma  inexplicável,
fico completamente instável
e não consigo realmente traduzir
em palavras o que quero exprimir...

talvez seja uma crise temporária
ou mesmo o inicio da decadência,
mas o certo é que toda essência,

independentemente da faixa etária,
precisa exercitar firme a razão
para superar a falta de Inspiração.

Congonhas, na conexão de Cuiabá para Salvador, 30 de outubro de 2011.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sede de Saber


Sede de Saber

Rodolfo Pamplona Filho

Quanto mais se sabe,
mais se quer saber...
Quanto mais se viver,
mais se quer viver

Aprender é sede macia
que nunca sacia:
fome que não se mata,
fogo que não se apaga.

No dia que você disser, tonto,
que está finalmente pronto
para mais nada aprender,

pode cessar todo desejo
e esquecer o gosto de um beijo,
pois não há mais porque viver.

Congonhas, na conexão de Cuiabá para Salvador, 30 de outubro de 2011.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Soneto da Fé na Humanidade


Soneto da Fé na Humanidade

Rodolfo Pamplona Filho

Não perca a capacidade
de ser decepcionado,
achando que a humanidade
somente fará tudo errado.

Descubra que é possível, sim,
surgir algo completamente puro
de onde não se esperava, assim,
nada mais do que um coração duro.

Saber as causas ajuda muito
a dimensionar as consequências
e saber quais são as suas crenças,

pois blasfemar contra tudo é
aceitar sua arrogância como doença
ou confessar sua própria falência.

Congonhas, na conexão de Cuiabá para Salvador, 30 de outubro de 2011.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Soneto da Mudança


Soneto da Mudança

Rodolfo Pamplona Filho

O que se compreendia de um jeito
pode ser entendido de outro...
O que parecia um defeito
hoje pode valer ouro.

Não ache que nada muda
pois pode ser tarde mais
quando a onda lenta e surda
trouxer a tona o que estava por trás

A ilusão da estabilidade
é mais uma desculpa
para não assumir a culpa

de não perceber a verdade
de que a única constante devida
é a mudança constante na vida.

Congonhas, na conexão de Salvador para Cuiabá, 28 de outubro de 2011.

domingo, 26 de maio de 2013

Reforma Agrária do Coração


Reforma Agrária do Coração

Rodolfo Pamplona Filho

Quando o amor é um latifúndio,
a melhor proposta ao mundo
é conhecer toda sua área
para fazer uma reforma agraria.

Com os alqueires de seu coração,
partilhar cada mínimo espaço,
retirando quem vivia em solidão
pela falta de um simples abraço.

E a vantagem desta redistribuição
é que não há limites efetivos
para realizar estes objetivos...

já que, em matéria de emoção,
menos que tudo não é aceitável,
pois a fonte é sempre inesgotável.

Congonhas, na conexão de Salvador para Cuiabá, 28 de outubro de 2011.

sábado, 25 de maio de 2013

Testando Deus


Testando Deus

Rodolfo Pamplona Filho

Há gente que quer Deus provar,
não somente para experimentar,
mas também como um teste
de quem não tem ciência
de que há algo que rege
a sua vida e existência,
em uma espiritual convicção,
que não aceita demonstração,
por não haver jurisdição
que possa propor uma solução.

Se alguém precisa de prova
para ter plena certeza
do que se renova
e não está à mesa,
vai quebrar a cara,
desprazendo a jóia rara
de simplesmente acreditar
que existe força a controlar
o universo e o presente,
independente do que sente.

Falta sincera receptividade
e acolhimento de verdade,
fazendo juízo temerário
de quem se esconde no armário,
pois, consigo, condescendente
mas cruel com qualquer outra gente.
Só crê quem se submete
Só ama quem é pecador
Só sofre quem se mede
Só chora quem sabe o que é dor

Por isso, não ache que pode
explicar racionalmente
a um mundo que explode,
sem saber o que está em sua mente,
o que significa, enfim,
cultuar quem não tem fim,
pelo menos para aqueles
que se encontraram como seres,
decidindo louvar o invisível,
o que, para outros, é impossível.

Na síntese apertada
desta lição meio apressada,
a conclusão a se tomar
é simples como respirar:
viva tranquilamente sua fé e paixão,
sem se preocupar com a razão;
ou recuse, respeitosamente,
aquilo que levam à sua lente...
Aceite os dogmas seus,
mas não queira testar Deus!

Salvador, 24 de outubro de 2011.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Podar ou Lapidar


Podar ou Lapidar

Rodolfo Pamplona Filho

Podar é direcionar,
cerceando galhos
que não interessam.
Lapidar é desnudar,
descobrindo a essência
que explica a existência.

Podar é amestrar,
incutindo valores
que se toma como essenciais.
Lapidar é educar verdadeiramente,
mostrando as consequências
possíveis de cada opção.

Podar faz a planta
virar obra de arte
do paisagismo de sua estética.
Lapidar transforma
a pepita em diamante,
revelando o que já existia.

Tanto podar, quanto lapidar
mostram o enorme potencial
do objeto que se aperfeiçoa.
Isto, por si só,
não é algo digno de dó,
mas, sim, de louvor...

Mas há uma diferença fundamental
que afeta o resultado final:
Se podar é cultivar
a beleza que se quer,
lapidar é cuidar
do conteúdo que se é.

Salvador, 23 de outubro de 2011.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Soneto do Instinto de Caçador


Soneto do Instinto de Caçador

Rodolfo Pamplona Filho

Olhos de Tigre, presa localizada.
Desejo de Leão, cheiro de morte.
Respiração Controlada
como a preparar um bote

Entender como necessidade,
o que pode ser pura vontade...
Loucura e/ou sede quente
na manifestação de sua mente

Fazer do seu próprio ambiente
seu locus de caça consciente
como um terreno a demarcar

Instinto de caçador que não cessa
é essa sua sina e promessa
que vem te mover ou assustar.
Brasília, 15 de outubro de 2011.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A mentira e a fantasia


A mentira e a fantasia

Rodolfo Pamplona Filho

É preciso diferenciar
A mentira e a fantasia.
Enquanto a primeira
é pura destruição,
a segunda ajuda
no processo de construção.

Na mentira, há intenção
de iludir com uma enganação,
em que não há possibilidade
de dizer ser outra visão da verdade,
já na fantasia, o que há
é uma nova forma de encarar
a nua, crua e dura realidade
com uma pitada de criatividade.

Seja Papai Noel
ou a inocente cegonha,
não há porque ter vergonha
do que um dia se creu,
pois mesmo um Deus
já foi desacreditado,
por quem está do seu lado
e nada aconteceu...

Brasília, 15 de outubro de 2011.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Sensação de Anonimato


Sensação de Anonimato

Rodolfo Pamplona Filho

Ficar sozinho na multidão,
sem ser reconhecido,
como apenas mais um peão
no tabuleiro vivido,
apenas observando
o que se passa na confusão,
em silêncio,
arrebatado pela admiração,
como se as palavras
fossem completamente inúteis
para transmitir
o estranho sentimento
de total isolamento,
em que viver o momento
é mero passatempo,
ansiando por um contato
que possa gerar, de fato,
alguma forma de conforto
em um espirito já morno,
cujo único retrato
é a sensação de anonimato.

Salvador, 11 de outubro de 2011.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Resiliência


Resiliência

Rodolfo Pamplona Filho

É preciso
Gentileza
Nobreza
Compreensão
Atenção

É preciso
Amor incomensurável
Carinho inesgotável
Gratidão inestimável
Dedicação interminável

É preciso
Receber o porvir
Resistir
Reagir
Reconstruir

É preciso
Decência
Obediência
Paciência
Insistência

É preciso
Resiliência

Salvador, 11 de outubro de 2011.

domingo, 19 de maio de 2013

Soneto da Compreensão


Soneto da Compreensão

Rodolfo Pamplona Filho

O que custa, sinceramente,
olhar com os olhos dos outros,
sentir a apreensão alheia
e dividir as dores vividas?

Custa o inestimável preço
da coragem de sair do casulo,
descobrir um novo mundo,
saber existir algo oculto.

Eu quero beleza do riso inesperado,
da lágrima e choro compartilhado,
da solidariedade sem explicação.

Viver de verdade é não ser algoz:
nada é de pedra entre nós,
salvo a indestrutível compreensão.

Salvador, 11 de outubro de 2011.

sábado, 18 de maio de 2013

Sobre o Ato de Cultuar


Sobre o Ato de Cultuar

Rodolfo Pamplona Filho

Será que há uma mínima pista
do mistério que envolve os seus
seguidores fiéis de um artista,
de um político ou um Deus?

A idolatria ou fascinação
é de tamanha proporção
que não faz diferença
qual é o motivo da crença:

o encantamento estético,
um projeto técnico ou ético
ou a esperança da salvação,
na busca visceral por redenção.

Embora em qualquer lugar
se possa exercitar o louvar,
há sempre um lugar para tal ato,
seja um templo, palácio ou teatro.

Somente as suas canções
merecem ser entoadas,
como se outras versões
devessem ser rejeitadas...

E suas palavras impõem respeito,
proporcionando ordens ou prazer,
seja "Aleluia", "Eu Prometo",
"Toca Raul" ou "Bota pra fuder"...

Mas, ao contrário do que se pensa,
cultuar não é um problema,
desde que se saiba o que se avença,
para não cair em um velho esquema

de ser mera bucha de canhão,
vitima inocente de manipulação,
por quem quer apenas dominar
o que você tem a lhe dar:

sua vida, sua alma ou seu dinheiro,
doando-se por inteiro,
não, infelizmente, para seu bem,
mas para o deleite de alguém

que nem acredita no que você crê,
mas faz questão de parecer
que está além do que se vê,
sonhando pelo que ainda há de ser...

Por isso, pratique o seu culto,
da forma que lhe soar normal,
não cedendo ao interesse oculto
de pouco valer seu gosto pessoal...

... e seja feliz...

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2011.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sobre um aprazível por do sol


Sobre um aprazível por do sol

Rodolfo Pamplona Filho

Qual é o sentido de parar
para simplesmente admirar
o instante perfeito do por do sol?
Ver o que todos vêm e não percebem
Guardar o que nem todos captam
Entender o que ninguém apreende

O por do sol
é mais do que
um horário de crepúsculo:
é a intensidade de um momento,
é o cessar de todo lamento,
é a força de um movimento..

Há muitas formas
e diversos ângulos
de se ver um por do sol:
tentando descrever o indizível,
testemunhando o incrível,
descobrindo o aprazível...

É preciso sentir a luz,
compreender o que seduz
e descobrir o que induz
a treinar um novo olhar,
acelerar o raciocinar
e viver para fotografar...

Rio de Janeiro, no Restaurante “Aprazível”, 09 de outubro de 2011.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Proposta de Amor Eterno


Proposta de Amor Eterno

Rodolfo Pamplona Filho

Quero fazer uma promessa
de encontrar a felicidade,
registrando-a na pele
como uma linda tatuagem,
marcada a ferro e fogo,
em carne viva e pulsante,
como nunca feito antes.

É a proposta definitiva
de um amor fortíssimo,
eterno e entregue,
que não vai deixar você
nunca mais se sentir
sem o arrebatamento
que faz a vida valer a pena.

Desejo poder levar você
aonde ninguém mais levou...
Quero ensinar o poder
do mais puro e sincero amor...
Você vai aprender a ser amado
com uma força tão intensa,
como ninguém amou até então!

Preciso fazer você entender
o quanto é lindo, fisicamente
(porque a beleza da sua alma,
você já conhece definitivamente).
Quero ser a amiga, a companheira,
a amante gostosa, fogosa parceira,
doida de tesão por seu cheiro...

Serei a mulher, a aluna, a inspiração que só dá amor, prazer, emoção.
Eu quero ser a cura efetiva
para os males do seu coração,
o aconchego da sua atávica solidão, seu divertimento, sua leveza,
sua sina, sua única certeza.

Porque é isso que você merece ter...
E é o que eu tenho para dar...
Esta é uma proposta para valer,
sem prazo para expirar...
Por isso, depois de tudo discorrer,
somente me cabe perguntar:
você me aceita assim?

New York, 15 de setembro de 2011.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Soneto do Sono


Soneto do Sono

Rodolfo Pamplona Filho
Há dias em que o olho pesa,
o cansaço se manifesta,
a boca insiste no bocejo
e todo o meu sincero desejo

é que o mundo pare totalmente
para que descansem corpo e mente,
renovando o ânimo e a vontade
de viver tudo de verdade...

Pois, de fato, persiste
e da forma mais triste
um único e doloroso sentir,

consistente no lamento,
resumido em um só pensamento:
"por favor, me deixem dormir!"

Salvador, 19 de dezembro de 2011.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Convicção da Condição de Cativo


Convicção da Condição de Cativo

Rodolfo Pamplona Filho


O que fazer quando
não se tem mais jeito?
Resignar-se
e aceitar a impossibilidade
ou tentar se rebelar
na luta por um espaço ao sol?

A resposta parece óbvia,
pois a visão média
do homem normal
é de que ninguém deve se conformar
em passar mal
como se não fosse possível
construir um outro final!

Todavia, isso não é pacífico,
pois não existe padrão
para o que carrega na mente
ou no coração...

Sabe o tipo de gente
que não muda
e não tenta mudar nada?
Pessoas, para quem
as coisas são
por que sempre foram feitas assim
e que esta é
a única forma de fazer?

É a postura
de que nada mais tem jeito,
de que a tristeza é a amiga do peito,
de que o mundo é eterna prisão,
de que há problemas sem solução...

Para eles, eu digo:
a vida pode ser melhor, meu amigo!
Para toda tempestade, há abrigo...
Livre-se, finalmente, da CCC:
Convicção da Condição de Cativo!


Salvador, 26 de maio de 2011.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Soneto para Seus Cabelos


Soneto para Seus Cabelos

Rodolfo Pamplona Filho

Sinto um maravilhoso perfume
que me encanta e inebria,
trazendo, de repente, a lume
a minha louca fantasia

de ver seus cabelos correrem
como um rio negro caudaloso,
que faz meus nervos tremerem
em seu ritmo gostoso e impetuoso,

que desce as corredeiras
de suas costas altaneiras
e vem tranquilo repousar

em pontas tentadoras,
fascinantes e voadoras,
onde quero descansar...

Salvador, 05 de outubro de 2011.

domingo, 12 de maio de 2013

O Ornitorrinco e o Pensamento Científico


O Ornitorrinco e o Pensamento Científico

Rodolfo Pamplona Filho

O verificacionista
acha que é possível
atingir a verdade.
O cético acha, na vista,
não ser possível,
logo não há verdade
(ou nada há a alcançar...)
É preciso ser falsificacionista,
para aprender com o errar...

A falseabilidade é a base
para se aproximar da verdade.
Por isso, são pilares:
a prática da testabilidade,
o substrato da corroboração
(o desenvolvimento como tradição)
e a força da verossimilhança
como lógica provável que alcança
a proximidade da realidade.

Se não fizer isso,
confunde-se fé com ciência...
Se não fizer isso,
perde-se a esperança na crença...
Se não fizer isso,
despreza-se a consciência...
Se fizer isso,
pode-se a mente abrir...
Graças a isso,
o ornitorrinco pode existir...

Salvador, 04 de outubro de 2011.

sábado, 11 de maio de 2013

O Lado Bom das Coisas


O Lado Bom das Coisas

Rodolfo Pamplona Filho

Na vida, tudo tem
seu lado bom e seu lado mal
e o mais importante, afinal,
é saber com que olhar
se vai tudo enfrentar.

Eu não vou lamentar
se não nos deixam ver
o segundo tempo do jogo:
eu agradeço por ter
visto o primeiro com você...

Também não choro
por termos perdido o vôo
e chegado atrasado no show,
mas, sim, fico feliz por ter ido
e visto seu esforço incontido...

Eu não reclamo, nem no íntimo,
por você não agüentar meu ritmo,
mas, sim, acho sensacional
a sua vontade descomunal
de tentar me acompanhar...

Não se trata de acomodação,
nem de vil subserviência,
mas, na verdade, é dar razão
à mais clara consciência
de que a paz é a melhor solução.

Eu não tenho tudo
que realmente gostaria
e, nem de longe,
o que eu poderia,
mas encontro felicidade

em compartilhar, de verdade,
uma relação de parceria,
que, longe de ser fria,
é um porto tranqüilo e seguro,
onde encontro um amor puro,

pois o lado bom das coisas
é não ter qualquer medo
de, sem perder o próprio zelo,
entregar-se totalmente,
vivendo apenas o presente.

Salvador, 30 de setembro de 2011.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Dezoito anos


Dezoito anos
Rodolfo Pamplona Filho

Dezoito anos não são dezoito dias,
muito menos dezoito meses...
Não há espaço para conversas vazias,
Nem para tentar mais outras vezes.

É o tempo de toda uma vida,
que passa em um segundo,
como o piscar de olhos de um suicida,
que, em um breve momento, vê todo o mundo...

Em dezoito anos, não há mais canto do corpo a descobrir,
nem desculpa barata a se inventar,
nem máscara alguma que se possa vestir
ou caminho novo a se trilhar...

Amigos vêm e vão...
Repensa-se o Bem e o Mal...
A morte não é mais uma idéia,
mas, sim, uma visita habitual...

Neste intervalo, muita coisa vai acontecer:
o peso mudar, o cabelo embraquecer,
só não muda a sorte de escolher
alguém para junto envelhecer...

Onde você espera estar daqui a dezoito anos?
Eu não sei quais serão meus passos...
Talvez seja muito tempo para fazer planos,
só sei que quero estar em seus braços...

Salvador, 10 de maio de 2010 (aniversário de 18 anos de namoro)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Soneto da Paixão pelo Boxe


Soneto da Paixão pelo Boxe

Rodolfo Pamplona Filho

Há dias em que
tudo que se quer
é o indisfarçável prazer
de socar o que puder...

Completamente viciado
na descoberta da serotonina,
evidentemente despertado
por injeção de adrenalina...

Não há stress que sobreviva
ou tensão que persista
a alguns minutos de manopla...

Se, no passado, eu fui frágil
ou não sabia ser ágil,
no boxe, encontrei minha rota.

Salvador, 27 de setembro de 2011.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Retomando o Foco e o Fogo


Retomando o Foco e o Fogo

Rodolfo Pamplona Filho

Há momentos em que
o Norte desaparece
e todo o que se quer fazer
simplesmente esvaece...

Não mais que, de repente,
some-se a perspectiva,
como se, no presente,
não valesse viver a vida!

É preciso dar um NÃO
e tomar a decisão
de reencontrar a empolgação,
que proporciona toda emoção!

É fácil seguir o mapa:
basta dar a cara ao tapa
e ter coragem de enfrentar
todas as etapas do caminhar!

Quando não vem a inspiração,
investe-se na transpiração!
É preciso o desafio encarar,
com vontade de acertar!

Nunca diga que é impossível,
nem que não conseguirá,
pois todo obstáculo é transponível
quando você se dedicar!

E tudo dará certo no final,
para usar o velho chavão,
pois é você que constrói, afinal,
o texto, o amor ou a canção.

Então, pare de se lamentar
e ponha mãos à obra,
pois teremos muito a comemorar,
quando chegar a nossa hora!

No final mesmo das contas,
é apenas buscar, em si, novo fôlego
e conseguir ter as tarefas prontas,
retomando o foco e o fogo.

Salvador, 29 de setembro de 2011.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Filosofando em Alemão


Filosofando em Alemão

Rodolfo Pamplona Filho

Nós somente podemos filosofar em alemão.
Quem disse que "sol" é masculino?
Quem disse que "lua" é feminino?
Por que nós identificamos a natureza?
Por que nós damos à natureza um determinado gênero?
O Sol, El Sol, Le Soleil, Il Sole ...
A Lua, La Luna, La Lune, La Luna ...
Se for para atribuir gênero, quem dá vida é sol e a lua é o guardião ...

Salvador, 09 de setembro de 2011.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

AUF DEUTSCH PHILOSOPHIEREN


AUF DEUTSCH PHILOSOPHIEREN

Rodolfo Pamplona Filho

Wir philosophieren gerade auf Deutsch.
Wer Behauptet Dass “Sonne” Männlich ist?
Wer Behauptet Dass “Mond” Weiblich ist?
Warum identifizieren Wir die Natur mit?
Warun geben Wir der Natur einen Bestimmten Genus?\
O Sol, El Sol, Le Soleil, Il Sole...
A Lua, La Luna, La Lune, La Luna...
Wenn es um Gender-zuweisen ist, ist Leben spendende Sonne den Mond ist die Hüterin ...

Salvador, Freitag, Der Neunter September Zweitausendelf (09.September.2011).

domingo, 5 de maio de 2013

Problemas de Formatação


Problemas de Formatação

Rodolfo Pamplona Filho

Algumas vezes, não consigo
expressar o que eu sinto ou sigo,
não por dificuldade de expressão,
mas por uma falha de comunicação,
em que não posso colocar para fora
tudo que faz parte da minha história.

Tenho de ter cuidado com o texto,
pois qualquer visão fora do contexto
vira um irrecusável pretexto
para jogar bola ao cesto
com cada um dos meus planos
ou com os frutos dos meus anos.

Nestas horas, preciso disfarçar
ou aprender a improvisar
para conseguir transmitir
tudo que vivo a sentir
verdadeiramente no coração,
apesar de problemas de formatação

Salvador, 28 de agosto de 2011.

sábado, 4 de maio de 2013

Soneto da Inversão Aritmética


Soneto da Inversão Aritmética

Rodolfo Pamplona Filho

Dividir minha vida com você
é multiplicar indefinidamente o prazer,
potencializar a nossa essência
e elevar o afeto à decima potência.

Como toda simples equação,
os dois lados são igual quinhão,
pois não há matemática expressão
que explique o valor da paixão

que se tornou o maior numerador,
dividido por um duplo denominador,
que é o resultado de nossa fração.

A fórmula algébrica só é metódica,
se o sentido de toda lógica
é descobrir em você o X da questão!

Salvador, 05 de setembro de 2011.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Eternidade e Um Dia!


A Eternidade e Um Dia!

Rodolfo Pamplona Filho

Por quanto tempo
durará o nosso amor?
A Eternidade e Um Dia!

Por quanto tempo
você poderá contar comigo?
A Eternidade e Um Dia!

Não faria sentido viver
sem ter a certeza até quando
estaria ao seu lado andando...

Por isso, faço solene promessa
de que não terei pressa
desta vida me despedir...

Vou viver uma eternidade em paz,
desde que você viva um dia a mais,
para eu nunca viver sem você...

Praia do Forte, 07 de setembro de 2011.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sobre a Morte de Osama


Sobre a Morte de Osama

Rodolfo Pamplona Filho


Que mundo é esse
que saúda um bárbaro ato
como uma vitória
de um campeonato?
Que povo é esse
que comemora uma morte
como uma mudança
dos ventos da sorte?
Que tempo é esse
que clama pela paz,
mas não hesita em matar
ou a guerra declarar?
Que Cristo é esse,
que inspira tanto amor,
mas é usado, sem temor,
para justificar o horror?

Nada do que for feito
compensará quem sofreu
a dor de um sonho desfeito
pelo fanatismo crente ou ateu!
O maior desafio não é a vingança,
mas, sim, tolerar a diversidade,
aprendendo a ser agente de mudança
e construção de nova realidade.


Salvador, 09 de maio de 2011.




quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desestruturação Produtiva


Desestruturação Produtiva
Rodolfo Pamplona Filho

Eu não sei mais quem é meu chefe
Eu não sei mais quem é meu patrão
Recebo ordens de todos os lados
Mas não sei quem me dá o pão...

Já fui parte da organização:
o orgulho da minha seção,
mas a tal reengenharia
alterou a filosofia...

Falam de flexibilização
Em um mundo globalizado
Só que deixaram todos na mão
sem olhar para o lado...

Realmente tudo na China
é produzido mais barato.
Vendem aqui mesmo na esquina
Sem se ater a um simples fato

Que o que nos leva a ser feliz
é ter uma vida normal
e não ser aprendiz
de um dumping social

Todo o sistema mudou...
Não faz sentido falar em nação...
Graças a isso, virei consumidor
não sou mais povo, nem cidadão

A mídia nos transformou em público,
que pagou e quer o serviço
não se fala mais em direito,
nem se pensa em compromisso...

A era do emprego já passou...
O que se quer é flexsegurança
Em que consumido eu é que sou
E o Estado cuide dos que não têm esperança...

Por que subordinação, e não dependência?
Quem disse que necessidade é indecência?
Por que cada um cuidar do seu e nada mais?
E, depois, o Estado é que exclui os marginais...

O espelho precisa realmente se quebrar
e se converter em um multifacetado cristal
para olhar o outro sem repúdio ou pesar
e recuperar aqueles que sofrem o mal

Já mudei de nome várias vezes,
como mudo de empresa em poucos meses
Fui temporário, estagiário,
Cooperado, terceirizado

Já fui PJ, já fui parceiro
Fui colaborador, já fui meeiro
Fui precário, em experiência
Fui autônomo ou outra crença

Fui mobília da casa, tombado,
Membro da família, agregado
Dependente ou parassubordinado,
só não deixei de ser explorado...

Ciudad Real, 16 de setembro de 2008