O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A Meta e o Método (pesquisando a pesquisa)










Rodolfo Pamplona Filho


Eu parto da premissa
que tenho pré-concepções.
Conheço o paradigma
e faço desconstruções.

Ídolos e Tradição
Ordem e Anarquia
Eidética redução
na Fenomenologia

Vi o ser-com do MitSein:
descobri a ciência normal,
o ser-aí do DaSein
e a metodologia plural.

Entendi a nadificação,
a angústia e o cuidado...
Achei tese de compilação
no objeto pesquisado

Conclui o processo impoluto
de não existir única verdade,
pois não existe absoluto
na pós-modernidade.

Salvador, 06 de junho de 2010


Adendo de
Charles Silva Barbosa

Como o absoluto é inexistente
é preciso mover-se adiante.
Refletir sobre a gente,
ultrapassar o paradigma dominante.

Compreender o mundo e suas valsas
vencer a instrumental racionalidade.
Se as promessas eram falsas,
é de se romper com a modernidade.

O Lebenswelt resgatado.
Habermas faz Husserl renovar.
Se o mundo da vida é tema,
a filosofia há que se criticar.

Sem a fenomenológica percepção
a pesquisa vai desmoronar.
Estar-se-á na contramão
e método algum irá salvar.

Só nos resta ir contra o método,
para o método encontrar.
E entender que não há método,
onde o eidos não está.


domingo, 28 de fevereiro de 2016

O que posso te oferecer...


Rodolfo Pamplona Filho




Eu não posso te oferecer nada...

Eu não posso te oferecer
a tranqüilidade de uma relação
sem sobressaltos e sustos
ou sem um pouco de tensão...

Eu não posso te oferecer
um encontro diário e demorado,
com a construção de uma rotina
e de um canto sossegado

Eu não posso te oferecer
um casamento estável
com cara de bom-dia
e de um cumprimento amável

Eu não posso te oferecer
sequer a minha física presença,
pois o risco do contato
recomenda a minha ausência

O que posso te oferecer?

O que posso te oferecer...
é a certeza de um amor
maduro como poucos
e forte como meu calor

O que posso te oferecer...
é a adrenalina da tensão
de buscar o mais breve contato
explodindo de tesão

O que posso te oferecer...
é uma vida independente
de qualquer rótulo ou marca
que queiram colocar na gente

O que posso te oferecer...

O que posso te oferecer...
é a segurança de um abraço...
é a gostosura de um amasso...
é tê-la sempre em meus braços...

O que posso te oferecer...
é a risada da travessura
é a palavra amiga na angústia
é a cumplicidade na loucura

O que posso te oferecer...
é minha presença espiritual:
não tirarei você da minha vida,
nunca mais me sentirei mal...

O que posso te oferecer...
é suprir toda carência
é conhecer além da casca
é tudo que sou na essência.

Salvador, madrugada de 03 de outubro de 2010.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Quando a paixão vira respeito


Rodolfo Pamplona Filho




Eu sei que você não sente
tanta falta de sexo quanto eu...
Eu sei que você não exige
tanta atenção quanto eu...
Eu sei que você não precisa de
tanto cuidado quanto eu...

Mas a situação está difícil...

Fico grato pelo seu esforço
em tentar me agradar,
fazendo coisas que
poderiam te violentar,
mas que, por amor (ou carinho...),
você se submete sem reclamar...

Mas a situação está incontrolável...

Uma história comum
garante o respeito
e a admiração,
mas, se mantém o amor,
pode sufocar a paixão,
pela falta de perspectiva
de descobrir nova sensação...

Mas a situação tornou-se irreversível...

Eu continuo te amando
e, para sempre, te amarei,
mas a paixão virou respeito
e isto não me faz bem,
porque sinto falta do tesão,
da aventura, do frio na barriga,
da saudade irrefreável, da emoção
de reconciliar após uma briga,
de ser mais do que pai de família...

E a situação tornou-se insuportável...

Somente nos resta
chorar à vontade e clamar
A Deus...
Somente nos resta
criar coragem para falar
Adeus...

São Paulo, 06 de novembro de 2010.




sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Descobrindo Juntos a Paixão


Rodolfo Pamplona Filho




Posso confessar algo?
Estou apaixonada!
Não enxergo nada...
além de teus olhos...
Não vejo nada...
além de teus lábios...
Não sinto meu corpo...
sem tua presença...
Somente sinto minha pele...
esperando teu carinho...
Isso me faz viver...
Tu me fazes viver...

Posso confessar algo?
Estou apaixonado!
Não enxergo nada...
além de tua face...
Não vejo nada...
além de teus cabelos...
Não sinto meus braços...
enquanto não te abraço...
Somente sei que respiro...
quando sinto teu cheiro...
Isso me faz viver...
Tu me fazes viver...

E eu quero teu rosto
junto ao meu coração
e tua alma livre
na minha emoção...
Serás minha companhia,
na tristeza e na alegria,
construindo minha harmonia
e o prazer da sintonia.

Volte e pense em mim...
Estou ouvindo nossa canção...
Nosso amor não terá fim...
Não cessará nossa paixão...
pois eu te sinto no meu colo...
e eu me quero no teu peito...
Eu quero tua boca...
E eu quero o teu beijo...

Eu te quero...
E eu também...
Eu sou tua...
E eu sou teu...
Também...

Salvador, 06 de outubro de 2010.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Impotência


Rodolfo Pamplona Filho



Sofro
a frustração
de não realizar o que quero fazer.
Sinto
a sensação
de incompletude permanente do ser.
Choro
pela emoção
de não saber mais o que dizer.
Morro
pela razão
de não ter o que lutar para viver.

São Paulo, 06 de novembro de 2010.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Encontro ao Acaso


Rodolfo Pamplona Filho



O contato segue escasso
meu amor segue ao passo
de um encontro ao acaso
ou um possível abraço

Eu te esperarei sempre
de dia, de noite, como outrora
pois sei que, de repente,
a vida pode sorrir a qualquer hora

E tudo em mim se tornará vida,
quando meu desejo encontrar a saída,
desejarei estar finalmente acolhida,
amada, segura e compreendida.

Salvador, 04 de novembro de 2010.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Não entregarei os pontos...



Rodolfo Pamplona Filho

Não adianta tentar lutar
contra algo já resolvido,
pois nossas vidas vão continuar
com os arranjos escolhidos...

É inútil tentar entender
o que o coração suplica,
pois ele irá padecer
nesta noite mal dormida

em que o pedido de socorro
permanecerá durante a noite
e o toque se tornará um estorvo
a evitar com açoite

Sinto depressão e dor de cabeça,
mas preciso te alertar
que, mesmo que eu adoeça,
é com você que quero estar...

Algum dia, espero ter coragem
e, a você, me declarar
com todo meu corpo e mente
e, finalmente, me entregar.

O homem maduro e seguro
à mulher delicada e sensível:
completude total em amor puro,
entre um olhar distraído e impossível.

Nem sei se vivo tristonho
ou se a vida nos permitirá,
mas preciso desse sonho
para continuar meu caminhar...

Não entregarei os pontos...

Salvador, 04 de novembro de 2010.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O que quero da vida


Rodolfo Pamplona Filho


Eu quero uma vida tranqüila
com cheiro de jasmim
com gosto de alecriim
e tendo você perto de mim

Eu quero muito mais que um desejo
eu quero um amor puro
um beijo maduro
um abraço seguro

Eu quero me jogar no mar
sem medo de me afogar
e nadar até cansar
para meu corpo pedir seu ninar

Eu quero a paz de uma cama
onde possa me deitar sem drama
e permanecer por dias
fitando este olhar que me encanta

Salvador, 01 de novembro de 2010.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Imagine a cena...


Rodolfo Pamplona Filho


Imagine a cena...
Eu, sozinha,
banho tomado,
camisola de seda
e uma taça de vinho...

Estou feliz por estar só
pois, neste momento,
poderei dormir tranqüila,
imaginando você ao meu lado
e me fazendo acreditar
que o que sinto
é o amor mais puro
e perfeito que já tive...

Sinto sua falta
e queria muito mesmo
estar aí com você....
Na verdade,
essa vontade
nunca vai passar
pois descobri em você
minha extensão...
minha essência
e meu maior prazer..

Pensa em mim, amor!
Eu, de minha parte,
não tiro você da cabeça,
nem do coração...

Salvador, 30 de outubro de 2010.



sábado, 20 de fevereiro de 2016

Green Eyes


Rodolfo Pamplona Filho


Once upon a time,
a man was looking for peace,
but all he found was darkness,
until he knows a special face:
Green Eyes...

Once in a life,
everyone has a chance
to learn the meaning
of beauty in the space:
Green Eyes...

Once, twice or a lot of times,
everybody has to live
with the hope of, finally,
be forever happy and young at heart;
Green Eyes...

There's no more seek
for a place to rest
There's no more need
to be always the best
All you really want to be with
It's... Green Eyes

Salvador, 19 de janeiro de 2011.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A Mais Linda Noite de Amor


Rodolfo Pamplona Filho



Quero passar a noite com você,
sentindo o gosto bom de sua boca,
respirando o perfume do seu corpo
e acariciando o seu rosto...

Quero segurar firme seus cabelos,
olhando direto em seus olhos,
passando a língua em sua pele
e abraçando forte o seu tronco...

Quero beijar cada parte do seu ser,
até ficar completamente sem ar
de tanto amor, de tanto amar...

E quero terminar esta noite casta
sem me entregar ao desejo carnal,
dormindo em seu seio um sono angelical.

Aracaju, 08 de outubro de 2010.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Voando pela primeira vez...


Rodolfo Pamplona Filho

As mãos gelam
As pernas pesam
Sinto um frio na barriga
que nunca senti antes

Embarque encerrado
A porta foi lacrada
Uma voz informa instruções...
...de emergência?

Quero uma mão para apertar,
um ombro para chorar,
um ouvido para gritar
tudo que tenho a relatar...

O motor é ligado...
Vejo a terra tremer...
Tudo começa a se deslocar
Meu Deus, onde fui parar?

Sinto que estamos subindo
Engulo em seco e abro os olhos
Respiro fundo e tomo coragem
de, finalmente, olhar a janela...

E tudo se acalma
com a beleza do mundo diminuindo,
com a certeza de que não estou caindo
com as nuvens do tapete de algodão
com um novo olhar longe do chão

E tudo se acalma
com um horizonte que é uma pintura
com a bonança depois da loucura
com a paz que se tem na altura
com um medo que fácil se cura

Voando pela primeira vez...

Para a menina que sentou ao meu lado, em pleno vôo da Azul, 26/10/2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Masturbação Intelectual


Rodolfo Pamplona Filho


É fácil impressionar os incautos
com linguagem gongórica nos autos,
repleta de neologismos
e recheada de estrangeirismos...

Arrotar uma cultura
que, definitivamente, não é pura
e que é impossível conquistar
em apenas uma vida a estudar...

Palestrar como se estivesse em ação
verdadeiramente em masturbação,
em busca solitária de prazer fútil
sem criar algo concreto ou útil...

Falar autores que ninguém ouviu falar
e escrever textos que ninguém lerá...
ou, se lerem, não entenderão,
já que não foram feitos
para ser compreendidos pela razão...

Manifestar seu pensamento
como se fosse o ressoar lento
da palavra sagrada de um Deus
tão arrogante que precisa dos seus
servos para bajulação no universo
e vitimas para seu sadismo perverso...

Tudo isso se vê e se sente
em muitos e diversos ambientes,
mas é quase onipresente
em todo ser vivente,
que, por estar há muito ausente,
esqueceu o que é ser inteligente.
Salvador, 10 de dezembro de 2010.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Marcando um encontro...



Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Alexandre Machado

Este poema resume todo meu sonhar
e significa tudo que acredito..
se, no texto, nada preciso completar,
na proposta, meu desejo é infinito

Se o poema é perfeito por tudo dizer,
apenas não há o que acrescentar,
mas, no reencontro, há muito a fazer,
pois há muito, sim, a acertar...

Se nossa comunhão é emocional,
amiga, nostálgica ou de fé,
carnal, carinhosa ou intelectual,
decidiremos segunda no café...

REFRÃO
Vamos ver o que vai dar
no caminho que surgir para andar...
o tempo dirá o que será
que a vida vai nos reservar...

Segunda, não sei se vai dar,
pois há muito tempo até lá
e como a estrada não pode parar,
meu caminho continuo a trilhar...

O poema não resume apenas meu sonhar:
ele é mais amplo do que você há de pensar
e o emocional está sim comprometido
de alguma forma que não sei explicar...

Só sei que não há como expressar
tantos suspiros em meu olhar
e não pretendo rotular
com qualquer sentimento que o mundo há de falar

Não há como definir:
apenas sentir
e assim viver
para ver no que vai dar...

REFRÃO
Vamos ver o que vai dar
no caminho que surgir para andar...
o tempo dirá o que será
que a vida vai nos reservar...

Não pretendo deixar
que a vida novamente
perca o nosso caminhar
pois sei o quanto foi importante
neste momento do meu trilhar

ter (re)encontrado você
e descobrir, no dia a dia,
a importância de acordar
e ter realmente com quem falar.

REFRÃO
Vamos ver o que vai dar
no caminho que surgir para andar...
o tempo dirá o que será
que a vida vai nos reservar...

Salvador, 10 de setembro de 2010.



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Soneto para a Mulher Campo-Grandense


Rodolfo Pamplona Filho


Descobri um lugar sensacional:
na Terra, verdadeiro paraíso!
Um povo bonito, perto do pantanal,
que me fez assumir um compromisso

de, um dia, aqui retornar
para poder conhecer ainda mais
de uma paisagem que há muito a admirar
por ser linda até demais

como toda mulher sul mato-grossense:
anjos com formas encantadoras,
belas morenas, castanhas ou louras...

Oh, Deus, por que não nasci campo-grandense
para superar facilmente os meus frágeis medos
e conhecer finalmente todos seus segredos...

Campo Grande, madrugada de 26 de outubro de 2010.


domingo, 14 de fevereiro de 2016

Orfandade de um Ideal


Rodolfo Pamplona Filho


Sonhava com o dia
em que finalmente encontraria
a realizada utopia
de um paraíso comunista

Um local onde não imperaria o capital
onde não haveria direito de passar mal
em que toda necessidade básica era satisfeita
com um teto acima e o pão à mesa

A idéia de um lugar assim
Impulsionou sua vida de militante
Em que nunca teve medo de acreditar
Que poderia haver um lugar melhor por que lutar

Por este ideal, lutou e matou
Trocou de nome, amigos perdeu
Mas tudo valia a pena! – sempre pensava -
Quando se busca o melhor para todos

Qual não foi a sua decepção ao constatar
Que o paraíso na terra, como em qualquer outro lugar,
Era privilégio de uma casta, que se apropriou
Do que outrora era o deleite da elite que combatia

Tudo que é sólido desmancha no ar
Inclusive aquilo que um dia se projetou,
Abrindo mão de acreditar que o bem sempre vence o mal
Sentindo-se, verdadeiramente, órfão de um ideal...

Madrid, 12 de outubro de 2009

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Para um amor secreto


Rodolfo Pamplona Filho



Querido
Você nem imagina como estou ligada em você...
Você nem imagina como estou ligada a você
Eu me emociono só de pensar
em como seria maravilhoso
ouvir nossas musicas com você...

Descobrir sua essência, além da casca,
fez despertar o amor e a ansiedade de estar perto.
Quero ficar com você em meu colo, vendo o por do sol até a lua iluminar sua face...
Quero fazer um cafuné, deslizando minha mão sobre seus cabelos, ate sentir sua pele...
Quero beijar seu rosto delicadamente, ate fazer você acreditar que não está sonhando...
Quero até mesmo brigar com você, só para ter o prazer da reconciliação...

Você tem um efeito perturbador em mim...
É um sentimento forte, que toma todo meu pensamento...
que me anestesia em alguns momentos
quando imagino nossas vontades reunidas...
E a única coisa que me faz melhorar é chorar...
mas é um choro de alívio e de esperança
de que, algum dia, poderemos
rir juntos e felizes...
...apenas por estar pertos um do outro.
...e você tentar me calar...
...e eu continuar falando que nem uma matraca...
...e você rir porque se diverte comigo...
...e porque não consigo disfarçar
meu nervosismo
de ter transformado
essa fantasia em realidade...

Você é parte de mim,
não como um agente externo,
mas como um complemento de mim mesmo.
Nosso amor não tem amarras, nem barreiras...
e é como um primeiro namoro...
no qual ficamos ávidos por um contato...
na palavra e no carinho...
Não consigo mais pensar na minha vida sem ter você.

Você está fora de todo tipo de definição.
Não posso dizer que é meu amigo,
nem amante, nem ficante,
nem pretendente, nem confidente...
não há rótulos....
Não somos nada disso e, dificilmente, alguém compreenderia esta relação.
Ela está fadada a permanecer apenas na publicidade de nossas almas e corações.

É como se você fosse eu...
como se meu pensamento estivesse em você.....
Por isso que me completa....
e ninguém me entende...
então ninguém entenderia você, dessa forma, na minha vida...

San Francisco, 25 de setembro de 2010.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O Melhor Ainda Está Por Vir


Rodolfo Pamplona Filho


Tempo...
É preciso tempo...
Para conseguir de volta seu amor
e eu estarei lá!!!

O amor,
apenas o amor,
pode trazer de volta
o seu amor
algum dia
E eu estarei lá!!!

Lutar, meu bem, eu lutarei
para reconquistar seu amor
E eu estarei lá!!!

Se nós percorrermos novamente
todo o caminho, desde o início,
eu poderia tentar mudar
o que impediu nosso amor...

Segure minha mão, pois
o melhor ainda está por vir...
E eu estarei lá!!!

São Paulo, 20 de setembro de 2010, com Scorpions na cabeça e no coração...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O poema que se perdeu


Rodolfo Pamplona Filho


Ontem, perdi um poema.
Apaguei-o, sem querer,
na multidão de meus textos
e não terei como recuperá-lo,
pois o sentimento de outrora
não pode mais ser vivido,
já que, se pudesse viver de novo,
nova vida eu teria
e não o mesmo caminho
que não necessariamente seguiria...

Racionalmente, quero reproduzir
a idéia que insiste em se repetir
pelo brilho do momento da criação
ou do sentimento traduzido à perfeição.
Quero me apaixonar de novo
pela surpresa da palavra lida,
pelo gosto do abraço imaginado
e pelo arrepio na pele provocado.

Resgatar o que não se aproveitou
de um passado que não volta atrás
é uma metáfora da própria vida
em que se quer, hoje,
viver o que se perdeu
e amar o que já não existe mais...

San Francisco, 29 de setembro de 2010.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Nem tudo pode ser para agora


Rodolfo Pamplona Filho


Eu tenho de aprender que
nem tudo pode ser para agora...
uma vida não se constrói
na virada de uma noite...
um exemplo não se toma
com uma única atitude...
uma família não se forma
com uma única paixão.

Eu tenho de aprender que
nem tudo pode ser para agora...
Roma não foi edificada
em um único dia...
uma carreira não se consolida
com uma única obra...
uma poesia não se faz
com um único verso...

Eu tenho de aprender que
nem tudo pode ser para agora...
um abraço caloroso
não significa algo mais...
um olhar encantador
não significa mais que um olhar...
falar “eu te amo”
não significa se entregar...

Eu tenho de aprender que
nem tudo pode ser para agora?
Por que não tentar?
Por que não agora?
Por que não?

Salvador, 19 de setembro de 2010, aprendendo a viver novamente...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Over


Rodolfo Pamplona Filho


Sou dramático
como uma opera italiana,
uma peça de Shakespeare
ou um filme de Almodovar.

Sou fatalista
como uma profecia apocalíptica,
um apóstolo comunista
ou uma propaganda política.

Sou exagerado
como Cazuza jogado ao seu pé,
completamente derramado,
para beijá-lo com fé...

Sou extremo
como quem vive ou morre por alguém,
como quem leva tudo na ponta da faca
ou se atira aos leões na praça.

Sou over...
overpower...
overdose...
overman....
Over...

Praia do Forte, 17 de outubro de 2010.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Saudade


Rodolfo Pamplona Filho


A cada minuto que passa,
convenço-me ainda mais
de que a vida é esparsa
e que esse amor não é fugaz

O convívio a que estamos acostumados
tem se modificado naturalmente:
os abraços não são os mesmos
nem os beijos, naturalmente

As horas penam em passar...
quem teve essa maldita idéia
de o tempo contar?
Com certeza não padeceu de amar.

Definitivamente,
minha vida não é mais normal
desde que você, em minha mente,
surgiu como alguém especial.

Não consigo sequer imaginar
como seria viver sem você...
não posso sequer cogitar
a possibilidade de perder...

Como eu gostaria de ter tido você
antes de tanta coisa acontecer...
Talvez eu fosse alguém diferente
e teria vivido mais contente (e caliente...)

pois você trouxe significado
ao que era apenas rotina...
Como é bom estar apaixonado
por alguém que ninguém imagina

por ser tão diversa de mim
para quem só vê casca e nuvem,
mas que, no íntimo, não há fim
para as semelhanças que nos unem.

Hoje, eu quero me sentir rejeitado...
não quero ser tocado ou beijado...
quero apenas um copo de vinho
que me faça esquecer o passado...

Por que?
porque, me sentir bem hoje, ninguém mais faria...
...só a saudade me mataria...
...só seu abraço me curaria...
Praia do Forte, 17 de outubro de 2010.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Voando pelo Mundo


Rodolfo Pamplona Filho

Voe
Voe sempre
Mas volte!
Conheça
Conheça todos os lugares do mundo
Mas volte!
Aprenda
Aprenda tudo que se pode ensinar
Mas volte!
Divirta-se!
Divirta-se de todas as formas possíveis!
Mas volte!

Mas volte para casa!
Sua casa é o mundo
Sua casa é o meu coração
Eu sei...

“If you love somebody, set them free...”
“Voe por todo mar e volte aqui por meu peito”...

São Paulo, 08 de outubro de 2010.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Como não se apaixonar?



Rodolfo Pamplona Filho


Normalmente, o que escrevo
ninguém entende ou presta atenção:
você lê, interage e complementa.

Normalmente, o que faço
é considerado como uma loucura:
você gosta e incentiva.

Normalmente, o que poetizo
é visto como um arroubo ou piada:
você diz que eu sou a própria poesia.

Normalmente, o que sinto
é tido como insegurança ou carência:
você acha que sou forte e acolhedor.

Normalmente, o que protejo
é entendido como excesso de zelo:
você se sente calma e segura.

Normalmente, o que choro
é interpretado como frescura:
você adora minha sensibilidade.

Normalmente, o que desejo
é reprimido como concupiscência:
você goza e considera natural.

Normalmente, o que respeito
é afirmado como uma fraqueza masculina:
você vê como o cumprimento de uma promessa.

Normalmente, o que admiro
é rejeitado como um sonho pueril:
você toma como um projeto de vida.

Normalmente, o que amo
não é aceito pelo meio que vivo:
você é tudo que sempre quis...

Praia do Forte, 12 de outubro de 2010.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Saudade Persistente


Rodolfo Pamplona Filho



Hoje, meu dia amanheceu nublado
sem longos abraços,
sem afagos demorados
ou beijos apaixonados...

A reflexão tomou conta de mim
e o SE tornou-se algo tão presente
durante um dia que parece sem fim,
que, a todos, me fiz ausente...

não ouço me chamarem
não sinto me tocarem
pois meu pensamento está no ar
em algum lugar perto do mar

Tranco-me no banheiro
e, ao me olhar no espelho,
enxergo que a imagem refletida
não condiz com minha essência de vida

Tento, por essas oportunidades raras,
imaginar o soltar das amarras
e permitir que o sorriso
tome conta do meu viço

mas uma batidinha na porta,
pequenina e acelerada,
me traz de volta
à realidade planejada

É a saudade persistente,
- diria mais! -: viciante,
que me faz sobrevivente
por amá-lo a cada instante.

Salvador, 12 de outubro de 2010.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A Perda da Inocência 3




Rodolfo Pamplona Filho

Procuro pelos heróis
que povoaram minha infância 
e que velavam por nós
nas nossas lembranças...
Mas como considerar relevante 
alguém com roupa colante,
quando se tem de passar 
por um detector de metais,
para ir à escola, viajar 
ou apenas se sentir em paz?
Como encontrar inspiração 
quando os visionários reais
tiveram como retribuição 
balas, um enterro e nada mais?
Será que tenho abrir mão 
dos sonhos da imaginação,
pagando o alto preço 
de ter de usar o pretexto
de que buscar a segurança 
é perder a esperança 
de que um Deus irá me proteger
para simplesmente compreender
que não há mais nada a fazer,
senão cada dia viver,
cuidando apenas de mim,
até o inevitável fim...

Campinas, 15 de novembro de 2015, no voo de volta a Salvador, meio desiludido com o mundo e a vida...



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Travesseiro


Rodolfo Pamplona Filho


Deitada, de fato, estou
nua, no quarto, onde fizemos amor,
abraçada com o travesseiro
que guarda o seu cheiro...

Eu queria que você
fosse este travesseiro...
mas o cheiro
do travesseiro
passará com o tempo...
O seu cheiro será sempre meu
O meu cheiro será sempre seu

Como é ruim
ficar na nossa cama
sem a pessoa que se ama...
Como é ruim
ficar na nossa cama
sem você...

Meu consolo é o travesseiro...

Salvador, 08 de outubro de 2010.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Despedida


Rodolfo Pamplona Filho



Na vida, há algumas poucas certezas
e uma delas, sem dúvida,
é o fato da despedida,
em que ou simplesmente partiremos
ou apenas nos despediremos...

E o que dizer neste momento,
em que toda palavra soa insuficiente,
todo consolo é impotente
e toda tentativa de discurso
é menos importante que
o conforto de um abraço?

Não há sensação melhor
na hora da tristeza
do que a segurança da amizade,
o beijo de quem se ama
e o carinho da solidariedade,

pois quem parte não sente...
ou sente menos do que quem fica...
Dor mesmo só cicatriza
com o bálsamo do tempo
no correr da vida...

Salvador, 26 de março de 2011.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Poema Maior


Rodolfo Pamplona Filho



Onde encontrarei
o nosso Poema Maior?
Nosso Poema Maior reside no coração:
parceria, intimidade e cumplicidade!
Nosso Poema Maior
não precisa ser escrito para existir...
Ele não precisa de tinta e papel...
Nossas mãos tocam mais do que papel:
tocam corações, mentes e almas...
e esse desejo de estar junto
está fadado ao universo,
que conspira e inspira
toda nossa capacidade
de se entregar...
Nosso poema toca esperanças;
toca sonhos; toca lábios;
trocam-se sensações
que nunca antes foram sentidas...

Separados pela vida
e reunidos pelo destino,
seremos um casal
casado em espírito,
mesmo que em casas separadas...
casados no coração,
ainda que dormindo com outros amores...
casados no amor real e puro,
no qual jamais haverá divórcio...

Nunca me entreguei a alguém
como me entrego a você:
meu macho alfa, meu oásis no deserto,
minha enzima, minha fonte de vida,
o alface da minha salada...
A quem mais eu poderia
chamar assim
com tamanho amor?

Nunca fui amada
como sou com você...
e repito mil vezes:
eu te amo como
ninguém jamais te amou,
em todos e vários sentidos,
em todos os versos,
em todas as metáforas
de nosso Poema Maior.

São Paulo, 07 de outubro de 2010.