O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Enantiodromia

Rodolfo Pamplona Filho





Admitir a atração
pelo outro lado
de si mesmo.
Conseguir a Integração
dos seus próprios polos.
Conhecer-se inteiramente
é um desafio
que poucos enfrentam...
É a busca do que
não se viveu
para completar
o que se é...

Capetown, 11 de setembro de 2015.

domingo, 30 de agosto de 2015

Experimentar Coisas Novas

Rodolfo Pamplona Filho



Provar é arriscar o nojo
de ter pimenta demais,
para descobrir um novo
e maravilhoso sabor de sais
Experimentar é se jogar
sem ter ideia do que encontrar,
mas na certeza de que vale a pena
não viver com a alma pequena.
Assim, mergulho com tubarões
pode até mesmo se converter em
observação e alimentação de gaivotas
e tudo estará bem, vivendo emoções,
pois, mesmo com enjoo de viagem,
tentou-se e não se arrepende na volta.


Gansbaai, 14 de setembro de 2015

sábado, 29 de agosto de 2015

A Agonia da Incerteza

Rodolfo Pamplona Filho




Tranquilidade tem
quem não pensa
e se contenta
em viver o "aqui e agora",
como se o mundo não se importasse
com cada passo,
com cada rumo
ou cada decisão a tomar...
E se importa?
Calma tem
quem não reflete
e se promete
fazer apenas o que for possível,
como se as oportunidades se renovassem
a cada decisão,
a cada nova ação
ou a cada retrocesso...
E não se renovam?
Paz tem
quem não se agonia
com a incerteza fria
de que não se pode controlar o futuro,
como se lutar diferença não fizesse
a cada opressão,
a cada maldade
ou a cada injustiça...
E faz?



Capetown, 11 de setembro de 2015.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dependência Tecnológica

Rodolfo Pamplona Filho




Não saber o que fazer

quando a conexão cai...

Ter momentos de prazer

com a senha do Wi-Fi

Dividir as pessoas entre quem usa

e quem não acessa certo app...

Eleger como Mestre ou Musa

quem tudo explica step by step...

Sentir-se completamente isolado

se não tiver um celular ao lado,

como se o mundo fosse malquisto.

Usar o WhatsApp compulsivamente

e perder-se em sua própria mente

como se a vida dependesse disto.



No avião Salvador-Recife, 09 de agosto de 2015.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A Angústia como Companheira

Rodolfo Pamplona Filho



Ter a angústia como companheira 
 é viver mais das faltas 
 do que das presenças 

Ter a angústia como companheira 
 é acreditar mais na previsão do tempo
 do que no céu lá fora

Ter a angústia como companheira 
 é perder a alegria e a vibração, 
 por causa do que não pode ser mudado 

Ter a angústia como companheira 
 é não experimentar por medo
 do que pode sentir...

Ter a angústia como companheira 
 é querer viver em outro mundo
 em vez de reconstruí-lo pouco a pouco.

Ter a angústia como companheira 
 é não aproveitar o tempo que resta 
 enquanto se espera pelo inevitável fim.

No avião para Brasília, em conexão para Vitória, 21 de agosto de 2015




quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Ficar na Mão

Rodolfo Pamplona Filho





Esperar intensamente 
 o que não se realiza
 Desejar imensamente 
 o que não se concretiza

Frustrar a expectativa 
 de quem se entrega
 Recusar a tentativa  
 a quem não se nega

Não aproveitar a oportunidade
 surgida repentinamente 
 de quem realmente sente

o clímax da saudade,
 mas que só terá a decepção 
 de ficar abandonado só na mão.

Brasília, aguardando conexão para Vitória, 21 de agosto de 2015.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Fé que vai nos sustentar

Rodolfo Pamplona Filho


História não é destino:
 O que, algum dia, eu fui 
 não pode me condicionar 
 ao que quero ser 
 e nem deve me privilegiar!
 Não sou obrigado a repetir erros 
 ou manter os meus acertos!

Saber o que se crê:
 É preciso saber o conteúdo 
 e o objeto da sua confiança !
 Fundamentar em evento específico
 Certificando a sua convicção
 por algo pelo qual vale a pena viver e morrer...
 (Se Jesus não ressuscitou, é vã a sua fé...)



A fé que vai mudar 
 sem impor a mudança:
 Não se pode ter vergonha
 quando se percebe que está no erro!
 Impor sua verdade (a quem quer que seja)
 somente desvaloriza a sua própria crença!
 Crer deve ser um convite à aceitação!

A fé que aprende a descansar 
 na certeza do cuidado divino,
 a despeito de tudo que sinto!
 Por mais que sofra,
- e não se nega o sofrimento -
têm-se sempre a certeza 
 de que Deus cuida de mim...

A fé que sabe que a familiaridade 
 com a indefectível verdade
 não gera salvação!
 Não basta conhecer a liturgia,
 mas, sim, ser transformado!
 O que liberta é a prática e o testemunho 
 de que não somente se sabe, mas se vive...

Salvador, 23 de agosto de 2015, domingo...




segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A Fé que Falha

Rodolfo Pamplona Filho



Há Fé que Falha...
Há Fé que costuma falhar...
É a Fé que se apega 
à sua História pessoal,
como se o que se foi 
condicionasse o que quero ser...

Há Fé que Falha...
Há Fé que costuma falhar...
É a Fé no que não se fundamenta,
nem pretende sequer saber,
em vez de ser algo 
pelo qual vale viver e morrer...



Há Fé que Falha...
Há Fé que costuma falhar...
É a Fé que impõe sua verdade 
a quem quer que seja,
ao preço de sua desvalorização,
em vez de ser convite à aceitação.

Há Fé que Falha...
Há Fé que costuma falhar...
É a Fé que se contenta
com a liturgia e a doutrina,
não cuidando da prática e do testemunho
de quem não somente sabe, mas vive...

Salvador, 23 de agosto de 2015

domingo, 23 de agosto de 2015

Cabo da Roca

Rodolfo Pamplona Filho



E, para despedir de Portugal,
Nada melhor do que sair da toca,
Conhecendo da Europa, o final,
Na ponta ocidental do Cabo da Roca.

2 de julho de 2015

sábado, 22 de agosto de 2015

Sintra

Rodolfo Pamplona Filho




Nas ladeiras de Sintra, me encantei...
Buscando a beleza imemorial da Penha...
Travesseiros e Periquitas degustei...
Na certeza de que, para o prazer, não há senha...

Junho de 2015

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Gedächtnis Kirche

Rodolfo Pamplona Filho


A beleza de outrora,

destruída pela violência,

nunca se recuperará...

Mas, dos destroços,

surgem estilhaços...



E nova beleza

nasce das ruínas,

para nunca esquecer

a estupidez da guerra...

Ela nunca é igual

àquela que desapareceu,

mas é tão bela quanto

a que, para sempre, se perdeu,

pois sempre será...

(...) Beleza...



Berlin, 07 de julho de 2015

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Destinatário do meu Afeto

Rodolfo Pamplona Filho


Eu não faço questão
de possuir um luxuoso teto...
Não me importa, então,
se há um único caminho certo!

Quero sempre muito mais
do que ser mero objeto!
Sempre há alguém que faz
diferença em meu universo...






Pretendo correr atrás
de quem eu me conecto
Não me interessa a paz
de um sentimento abjeto

Tudo que quero, decerto,
nesta minha curta caminhada,
onde pouco fiz de concreto,
é poder terminar minha jornada

e finalmente dizer
que realmente tenho perto
alguém que possa ser
destinatário do meu afeto...

Pensando em um papo do dia 01 de fevereiro de 2014.


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A sabedoria na azeitona

Rodolfo Pamplona Filho





Toda experiência

faz parte

de algum aprendizado...

Experimentar

o fruto da oliveira

no seu amadurecer

ensina a valorizar

a transformação

proporcionada pela conserva...

O tempo para o desfrute

não coincide com o desgaste,

mas, sim, com o desvelo

para revelar

o melhor momento

para degustar...



No Trem para Sevilla, 23 de junho de 2015, 12:30 (7:30
 no Brasil...)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Quando o Brado é ouvido!

Rodolfo Pamplona Filho


Não é fácil lutar...
contra as trombetas
daqueles que torcem contra!

Não é fácil lutar...
com o adversário,
o estádio e até o árbitro!

Não é fácil lutar...
com pênalti mal marcado
e gol legal anulado!

Mas a luta não é opção!
É determinação do coração,
que enseja a reação!

Mas a gana não é virtude!
É premissa de quem honra
o manto sagrado que ostenta!

Então, aprendam os detratores,
que, até soar o apito final,
o combate ainda é frontal,

o intento se persegue,
o objetivo não se esquece,
a esperança prevalece:

Aprendam que não se canta vitória
antes da derradeira hora,
como ensina a nossa história!

E, por isso tudo...

Sim, é fácil...
cantar até perder a voz
Brilhar com a força de mil sóis!

Sim, é fácil...
sorrir por, da degola, escapar
chorar para nunca mais voltar

Sim, é fácil...
emocionar com o triunfo de garra
aplaudir quem vence na marra!

Só uma coisa
realmente não é fácil...
é deixar de acreditar...
é deixar de vibrar...
é deixar de te amar...
pois isso nunca acontecerá...

Dublin, madrugada de 18 de setembro de 2014, ao saber do triunfo do Baêa,
dedicado a todos para quem lutam até o final, em especial Máxi e
Branquinho...

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Destino do Sobreiro

Rodolfo Pamplona Filho




A consciência da finitude

permite a tranquilidade

de investir em um futuro

que certamente não se verá...

Afinal, a cortiça é recolhida

por quem não cultivou,

o fruto é desfrutado

por quem não o plantou

e ninguém limita

o alcance do amor...



A caminho de Évora, 01  de julho de 2015...

domingo, 16 de agosto de 2015

Ninguém tem culpa...

Rodolfo Pamplona Filho

Como fruto natural

da herança católica ibérica,

teme-se aceitar que o mal

existe também na América,

fugindo-se da conseqüência

de qualquer conduta humana,

negando toda negligência

ou mesmo prática insana...

Assim, tudo é desculpável



e a tolerância encontra apogeu...

Ninguém se vê responsável

pelos atos que cometeu...

É-se vítima do sistema,

do capitalismo, da maldição...

É-se vítima do governo,

da pobreza, da educação...

Desta forma, pedir desculpas

não merece louvação,

pois será apenas assumir a culpa,

como em uma espontânea confissão

mas que, ao contrário do pecado,

não merece qualquer perdão,

e, sim, somente o escárnio

ou uma mais alta indenização...



Wittenberg, 06 de julho de 2015


sábado, 15 de agosto de 2015

Yggdrasil

Rodolfo Pamplona Filho




 
Árvore da Vida
Árvore do Mundo
que liga os nove Reinos:
Asgard, lar daqueles
que consideram deuses,
onde Odin cavalga Sleipnir,
seu garanhão de oito patas,
e tudo vê e tudo comanda...
Vanaheim
Alfheim
e, ligada ao céu
pela Bifrost,
ponte do arco-íris,
está
Midgard, nossa terra,
logo acima de
Jötunheim, terra do gelo
e de seus gigantes...

 

Descendo para as raízes,
onde nunca descansa
o dragão Nidhogg,
encontraremos
o mundo subterrâneo
e os reinos de
Muspelheim,
Nidavellir,
Svartalfheim, terra dos elfos negros,
e, por fim,
Niffleheim,
terra de Hvergelmir
e de Hel,
cujos portões são guardados
por Garm,
que não tem três cabeças,
pois uma já é o bastante...

Salvador, 05 de março de 2014, lendo Thor...

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Loki

Rodolfo Pamplona Filho






Há quem veja
só desdém
quando se
oferece bondade...
Por que a tocha
detesta o sol,
se não apenas
por brilhar mais?
O trapaceiro
O de muitas formas
O destruidor
Quem é este
que é todos
e é único
simultaneamente?
Aquele que provocará
o Ragnarok
e o cavalgar
das Valquirias,
com seus garanhões de nuvens,
a conduzir Deuses mortos
para Valhalla...

Salvador, 05 de março de 2014, lendo sobre mitologia nórdica

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Soneto da Convivência (ou sobrevivência) com o Despeito

Rodolfo Pamplona Filho





Quem não merece seu respeito
não é digno de seu apreço!
Conviver com o despeito
é ter de pagar um alto preço:

O tempo, as agruras da vida
ou a maturidade dolorida
acabam ensinando a dura lição
de chamar canalha de excelência,


quando é inevitável a convivência,
imposta pela força do meio social
ou mesmo do ambiente profissional,

que trazem o carcará para perto...
Lembre: às vezes, estar em paz
é melhor do que estar certo...

Salvador, 14/02/2014, pensando em que não merece sequer ser destinatário do
meu pensamento...

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Desprezo Inevitável

Rodolfo Pamplona Filho







Há pessoas cuja amizade
em nada acrescenta...
Ao contrário, só diminui...
afeta o humor, desperta o rancor,
retira a alegria, tira a paz



Quando a demagogia,
prepotência, arrogância,
encontram guarida
na Boçalidade encarnada,
não há mais nada
a fazer,
senão aceitar
que, muitas vezes,
o desprezo é inevitável...


Salvador, 16/02/2014

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Rompendo o Silêncio

Rodolfo Pamplona Filho



E dou-lhe uma!
É preciso resistir!
E saber que,
por mais que as nuvens
cubram o horizonte,
as estrelas continuam lá!




E dou-lhe duas!
É preciso repetir!
E mostrar que
um raio pode acertar
o mesmo alvo
seguidamente!

E dou-lhe três!
É preciso insistir!
E romper qualquer barreira
que os amantes do atraso
tenham tentado impor
como uma maldição.

E dou-lhe uma...
duas... três...
E que o triunfo inspire
para que o vencedor respire
e retome o caminho de glória,
em que se construiu a sua história.

No aeroporto de Guarulhos, 14 de setembro de 2014, para K9 e Maxi.

domingo, 9 de agosto de 2015

A Voz

Rodolfo Pamplona Filho



Um som que ecoa,
balança e ressoa

Melodia que entoa,
ressoa e abençoa

Possante, avante,
verdadeiramente tonitroante...

Mais que um trovão...
Mais que um instrumento musical...
A humanidade da canção...
O começo, meio e final...

Só ela...

A Voz...

09/02/2014...

sábado, 8 de agosto de 2015

Sleeping at the city


Rodolfo Pamplona Filho




Everybody sleeps
at the Land of Lord...
Everybody lays
at Morpheo's arms...
Everybody tries
to be awake early...
Everybody tries
to be wakeful for more time...
Everybody tries
to be alive...
But there's nothing to do
when the Sandman comes...

13/02

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Deus Ex Machina

Rodolfo Pamplona Filho



Deus surgido da máquina
Um Deus que surge,
ao final de tudo,
para, literalmente,
consertar tudo
que havia de errado
ou terminar
o que estava inconcluso...

Salvador, 01/03/2014

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Relacionamento das Sociedades Tradicionais com as Plantas


Rodolfo Pamplona Filho

















Descendo pela Caixa d'água,
procuro o Povo de santo...
Lá, eu não encontro mais...
Lá, eu não entro mais...
Os terreiros foram extintos...
Os espaços estão restritos...
Vou ter de comprar plantas
na Feira de Sao Joaquim...

Se luto contra o progresso?
Se defendo o retrocesso?
Nada disso...
Quero apenas o respeito
não somente da área ecológica,
mas da própria história
do relacionamento
das plantas rituais e medicinais
com as sociedades tradicionais...

Salvador, 26 de janeiro de 2014, terminando brainstorm iniciado em 8 de
novembro de 2013, com Carol Liu.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Migalhas de Carinho



Rodolfo Pamplona Filho

Eu mendigo
migalhas de seu carinho
como um cachorrinho
junto de sua mesa,
na esperança de, um dia,
encher minha barriga vazia
e meu coração sedento...

Salvador, 16 de janeiro de 2014

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Karoshi



Rodolfo Pamplona Filho



Morte súbita
por excesso de trabalho
Consequência cruel
Ironia do destino
Quando o meio de vida
vira a via da fatalidade...

Porto de Galinhas, 08 de novembro de 2013.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Resenhas do Chile




Rodolfo Pamplona Filho

Love
Oreo
Eu tou brincando!
Manzanas
"Mãe, os Dourados estavam fazendo Bullying comigo!"
Minha mãe!
"Bate, amiga! De novo, amiga! Beijinho, amiga! Derrete!"
Para, mãe!
Maridjo!
Vinte!
Manhêê!
Fulano roubou pão na casa do João!
Eu, não! Então, quem?
Parará paratiparara
"Quero ficar com Lulu!"
Não que Nino vai brigar...
Defenestrar...
Tem wi-fi aqui?

No aeroporto de Santiago, 16 de janeiro de 2014...

domingo, 2 de agosto de 2015

Luto e Luta


Rodolfo Pamplona Filho

Luto ferozmente
contra a melancolia,
o vazio, o medo
de não ter você...



Luto diuturnamente
para não entristecer,
pra seguir vivendo
de cabeça erguida.

Luto tenazmente
para a maldita culpa
e a terrível solidão
não me consumirem.

Luto pela luta
Luto sem luto
Luto por tudo
Luto por você...

Salvador, 23 de janeiro de 2014

sábado, 1 de agosto de 2015