O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sábado, 30 de abril de 2016

Compatibilidade de Gênios




Rodolfo Pamplona Filho
 
 


Pense em criar
Pense mais que reprodução
Acredite que faz diferença
Acredite em um mundo diferente
Produza tudo que der
Produza como quem respira
Diga em peças o que é sensação
Diga em palavras a poesia da canção
Traduza o significado da dor
Traduza o conceito de amor
Faça o que ninguém entende possível
Faça o que dizem impossível
Torne- se Deus
Torne-se o início e o fim
Seja maior do que é
Seja você mesmo

São Paulo, 30 de março de 2013.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Todo mundo é vítima





Rodolfo Pamplona Filho
 
 




Todo mundo é vítima
e ninguém assume a culpa
Todo mundo é vítima
e se pode fugir da luta
Todo mundo é vítima
e se empurra a responsabilidade
Todo mundo é vítima
e não se muda nada de verdade
Todo mundo é vítima
e há argumento para tudo
Todo mundo é vítima
e punir é um absurdo
Todo mundo é vítima

No Trem de Madrid para Pamplona, 02 de outubro de 2012.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Soneto da Sintonia Infalível

Rodolfo Pamplona Filho
 


Ainda que divididos pelo Atlântico
e por fusos horários incompatíveis,
o que um sente de um lado,
o outro automaticamente responde.

Se um levanta assustado,
encontrará o outro conectado,
como se a energia gerada
fosse automaticamente repassada.

É realmente impressionante,
como tudo surge em um instante,
permitindo a imediata compreensão

pois o que, para muitos, é acaso,
para mim, é o mais evidente traço
de uma sintonia infalível de paixão.

Pamplona/Espanha, 03 de outubro de 2012.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Necessidade de Reclamar

Rodolfo Pamplona Filho 





Há indivíduos que
mal comem feijão com arroz
e querem questionar
a qualidade do champagne...
Pessoas que não sabem distinguir
um idioma de um dialeto,
um prato de um lanche
ou uma casa de um lar
e querem posar para a sociedade
como sacerdotes do culto,
vestais do templo
ou oráculos da verdade...
Pobres diabos,
eles não sabem
o que fazem, pois
sua vontade de viver
se confunde com
sua necessidade de reclamar...

Pamplona/Espanha, 03 de outubro de 2012.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Sagapo




Rodolfo Pamplona Filho
 
 



Kalimera,
agapi mou!
Giassou,
minha Athenea!
Deixe-me ser seu Colosso,
parakalo,
procurar suas curvas
e cavernas de Santorini...
Fugirei para Patmos,
pregarei em Éfeso
e sonharei em Mikonos.
Quero ser sua Acrópole,
matando o minotauro em Creta
seemera et avrio.
Seja a minha forma clássica:
dórica, jônica ou korinthia...
Sagapo, meu Parthenon!
Se me fascinam
as mulheres de Atenas,
da vida, eu quero
somente você apenas.

Atenas/Grécia, 29 de setembro de 2012.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Diretiva da Vergonha




 



Rodolfo Pamplona Filho


Fui detido
- não acredito! –
Em um Campo de Concentração,
Digo, um Centro de Detenção

Fui detido
Sem crime cometer
Sem matar, nem roubar
Ou a ninguém prejudicar

Fui detido
Sem direito de defesa
Como se estar sem documento
Fosse um bilhete direto para o inferno

Fui detido
Pelo crime de ter esperança
De buscar um novo horizonte
Para mim e minha família

Fui detido
Pelo pecado de sonhar
Por uma nova vida enfrentar
Com disposição para trabalhar

Diretiva
Diretriz
Direção
Que eu não quis...

Retorno
Resolvo
Revolto
Expulsão...

Ilegais são atos, não pessoas.
Indignos são preconceitos escondidos
Em um revival de tempos idos
Em que se separava as pessoas pela origem

Fui detido
- é certo! –
Não pelo que fiz ou faria
Mas pelo crime de SER HUMANO

Ciudad Real, 28 de setembro de 2009


domingo, 24 de abril de 2016

Pontualidade

 


Rodolfo Pamplona Filho








Achar natural
que outros esperem,
ainda que alguns segundos,
fazer algo que
só interessa a você
é o cúmulo da cara-de-pau
com a falta de noção...
E o pior de tudo
é quando se pede
que tenham consciência
para respeitar
o que só lhe interessa,
seja o embarque
(ou desembarque)
de alguém
ou mesmo
que algo ocorra
como se fosse
a mais importante
de todo o universo.
Como não se irritar
com as desculpas
ou justificativas
para seu atraso?
Ver rostos contritos,
olhos de gato de botas
ou um ar indignado
de quem foi vítima,
e não a causa
do irritante atraso
que prejudica todo mundo,
até mesmo a si...
E quem ousa reclamar,
deixando o silêncio conveniente,
para ser descrito
como um sujeito paranóico,
estressado ou simplesmente chato,
que fica inventando caso
ou querendo aparecer...
Pontualidade é respeito
ao tempo alheio!
E ponto!

Atenas, 29 de setembro de 2012.

sábado, 23 de abril de 2016

Escravas Sagradas de Korinthio

   Rodolfo Pamplona Filho




No encontro entre o Egeu e o Jônico
e de dois portos importantes,
encontra-se a cidade
que não conhecia o amor




No culto à Afrodite,
entregam-se mais do que primícias,
pois é o próprio corpo o objeto
do contato, do negócio e do prazer,

proporcionando conforto e alento
a quem vem de muito longe
e não sente há muito mais

o contato com a pele aveludada
em que o sentimento é nada,
mas a entrega e satisfação totais.

Na estrada de Korinthio para Atenas, 29 de setembro de 2012.



                                                                                                                

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Saudade


                                                                                                                         Rodolfo Pamplona Filho




Parece doença...
Parece tristeza...
Parece dor no peito...
Parece desespero...
Parece depressão,
mas é só saudade...

Gramado, 18 de outubro de 2012.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

As pequenas coisas irritantes da vida...




Rodolfo Pamplona Filho


Há coisas pequenas que estragam 
meu dia, meu humor, minha paz
Se soam como cães ladrando,
atingem-me como facada nas costas,
pois chegam quando menos se espera
e se originam de onde sequer
poderia eu imaginar...




Se a memória é um dom,
pode ser também uma maldição,
se gera o vício
na dependência difícil 
do gosto do fel...
Quando começo a remoer, 
preciso de algum tempo para assentar
e conseguir superar 
a frustração 
a decepção 
a desilusão 
e tudo mais que rima com ão...
pois condenado estou
a não ter mais salvação...




Salvador, 19 de dezembro de 2015, profundamente chateado com a pequenez de quem julga e condena sem responsabilidade...

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Igualdade



Rodolfo Pamplona Filho



A Igualdade é a utopia mais utópica, 
verdadeiramente irrealizável...
A Igualdade é horizonte: não se alcança!
A igualdade é matematicamente inviável
A Igualdade é ideológica manipulação 
Ou loucura...Ou simples ilusão...
A Igualdade é uma mentira deslavada
de quem não consegue mudar nada...
Com o discurso da igualdade, 
ganha-se o entusiasmo e o coração, 
mesmo somente ficando no palavrório...
Com o discurso da igualdade, 
prega-se uma mensagem do paraíso,
enquanto se padece no purgatório...


Salvador, 19 de dezembro de 2015, frustrado com a vida, às vésperas do Natal.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Debate?



Rodolfo Pamplona Filho


Todo afirmação peremptória, 
que não admite a possibilidade 
de eventualmente estar errada, 
é manifestação de intolerância.
Ou simplesmente de burrice...



Abrantes, 27 de março de 2016.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Vazio



Rodolfo Pamplona Filho


Todos precisam daquilo 
que não é possível.
Sonhar com 
o que não se tem 
é normal e gera uma sensação
de incompletude.
Pensando no que se quer.
Pesando o que se é.


Abrantes, 27 de março de 2016.



domingo, 17 de abril de 2016

O Amor é o Parâmetro de Nossas Vidas


Rodolfo Pamplona Filho


Quantas pessoas 

se afastaram de mim,
por querer impor padrões 
que hoje mesmo
nem mais sigo...

Quantas almas 

se perderam para a fé,
por ter a boca maior 
que o ouvido 
e o coração?




Se digo crer em um Deus

e odeio quem está ao lado,
há algo profundamente errado 
na suposta coerência 
entre a palavra e o exemplo.

Tanto o levita, 

quanto o sacerdote,
tinham suas funções 
quando se depararam 
com o irmão em apuros,
mas somente o samaritano

abriu mão da tarefa imediata
para fazer o que importa
para o cumprimento
da real incumbência.

Quando amo o irmão,

confirmo a salvação;
confirmo a missão;
confirmo a relação;
confirmo a benção.




Abrantes, 26 de março de 2016.


sábado, 16 de abril de 2016

Hemolatria





Rodolfo Pamplona Filho



Chuva Rubra
Tempestade Vermelha
Bruma Escarlate
Conjuntivite
Hemorragia
Ferida aberta
Fratura exposta 
Área irrigada 
Infarto fulminante 
Um tiro de escopeta 
Uma facada profunda 
Jatos jorrando
a não mais ver...
A sede de Sangue 
não tem fim...

Abrantes, 26 de março de 2016.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Identificação




Rodolfo Pamplona Filho


Representatividade 
Espelhar-se
Conhecer oportunidades 
Sentir-se parte
A pluralidade 
não se completa
com possibilidades,
nem é uma linha reta
de uma única diretriz:
é uma busca incessante 
de novos espaços adiante.
Ver-se representado (e feliz)
é refletir-se no outro, a tempo 
de ser tomado como exemplo.


Abrantes, 26 de março de 2016.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O que muda o mundo


Rodolfo Pamplona Filho


O mundo muda
na medida em que 
cada um fica insatisfeito
com a forma com que vive.

O mundo muda
a cada passo dado
no sentido contrário 
ao que todos esperavam.

O mundo muda
quando o incômodo do dia-a-dia
deixa de ser uma desculpa,
para se tornar uma motivação.

O mundo muda
com seu exemplo,
não definitivamente 
com sua opinião.


Abrantes, 26 de março de 2016.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ônus da Prova







O que se prova?
Tudo aquilo de que se quer
tirar uma efetiva consequência.
Quem tem de provar?
Todo aquele que pretende 
obter a resposta da providência
Para quem se prova?
Para aquele que pode decidir
o futuro da sua pretensão.
O que se prova?
O fato, o simples fato,
e não a sua convicção.
Como se prova?
Por todos os meios 
que a imaginação
e as regras do jogo
permitirem...
O que é a prova?
Pode ser a verdade
ou uma simples evidência,
desde que, por causa dela,
construa-se uma consciência.
Para o processo,
não existe diferença 
entre verdade e versão,
pressa e pressão,
surra ou sova.
Na loucura da decisão,
o que permite o juiz dormir 
não é a força do sonífero,
mas o desincumbir do ônus da prova.


Recife, 2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

União Estável



Rodolfo Pamplona Filho


Parceria
em que o Amor
vira sintonia.
Cumplicidade
de uma relação 
calcada na realidade,
em que se dança 
a valsa do dia a dia,
com o olhar não no papel,
mas no chão e no céu.
Na certeza plena
de que um mais um
só é mais que dois
quando o hoje importa
mais que o depois,
em que o ser 
é mais forte do que o ter,
em que o fato 
é mais relevante que o ato,
em que a lida
não se compara à 
Comunhão de vida
No final das contas,
é apenas saber o que se é,
na convivência desejável,
pois tudo que um relacionamento quer
é ser apenas uma união estável.


Abrantes, 26 de março de 2016.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Poder-Dever




Rodolfo Pamplona Filho


Se poder não é dever,
o que devo fazer
quando não me dizem 
o que devo fazer?

Se dever não é poder,
como saber 
o limite entre o que posso 
e o que devo fazer.

Se agir é ter atitude
e o dever cumprir
é responsabilidade,
onde está a força 
de quem somente 
faz o que esperam que façam?

O que é a ação,
quando se confunde 
com uma mera atribuição?

O que posso 
não necessariamente devo.

O que devo
Não é porque posso.

O que posso 
é dever fazer 
o que posso
para nunca deixar 
de fazer 
o que devo.


Abrantes, 25 de março de 2016.

domingo, 10 de abril de 2016

Pessoa com Deficiência





Rodolfo Pamplona Filho
Inclua-me em tudo 
que eu deseje viver,
mas não queira me dizer
o que eu posso fazer,
se eu mesmo consigo 
ou sinto igual a você.
Tenho mais capacidade 
do que alcança sua visão.
Não duvide de minha vontade,
nem de minha reinvenção.
O meu grito é mais forte
do que a acuidez da audição.
A minha dor é mais profunda
do que sua discriminação.
Meus sentidos podem 
buscar novas possibilidades
e um novo senso de proteção,
para meu corpo e mente,
com a efetiva igualdade,
que é a que parte do coração.
Eu só quero um novo olhar
de isonomia realizável 
para a justiça máter:
A única deficiência 
realmente insuperável 
é a falta de caráter...

Abrantes, 25 de março de 2016.

sábado, 9 de abril de 2016

Ausência




Rodolfo Pamplona Filho


Saudade é o meu sangue, 
meu ar, meu nome do meio.

Saudade é o som da música,
meu tempo livre, meu espelho.

Saudade é o chão que piso,
a água que bebo,
a cama que deito...

Saudade é o horizonte,
a memória perdida,
a esperança de vida...

Saudade é tudo aquilo
com que simplesmente convivo
e, no dia que deixar de sentir,
é porque não estarei mais vivo...


Abrantes, 25 de março de 2016.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Soneto da Guarda Compartilhada






Cuidado e Tensão
Presença e Atenção
É preciso vigiar,
sem esconder ou castrar.

Filhos fazem bem,
mas não são bens.
Pai é mais do que quem cria:
é quem sabe cultivar a parceria

para uma relação de civilidade,
que supera a rivalidade
e aprende a conviver.

Na evolução da sociedade,
o que se quer, de verdade,
é apenas, em paz, viver.


Abrantes, 25 de março de 2016

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Entre Nós






Nós Atados
Estado de Sitio
Sitiado
Status de litígio
Gravata e Forca
Gravada à Força
Desgoverno
Desmazelo
Desvario
Desatino
Sem destino.



Abrantes, 25 de março de 2016.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Nós na Estrutura





Nem todo resultado


é o objetivo esperado


Nem toda consequência


deriva da experiência



Nem todo experimento


é fruto de planejamento


Nem toda frustração


decorre da solidão



Há vezes que há mais...


Normalmente, há algo por trás...


Em agendas, imprevistos


Em controles, desvarios


Em escolhas, conveniências


Em decisões, aparentes urgências



Mas tudo que se faz,


tanto na guerra, quanto na paz,


cobrará o seu fatídico preço


no caminho que começa no berço


e desemboca na sepultura.



Quem se amarra à sua estrutura


e não supera suas ânsias


é eterno prisioneiro das circunstâncias.





Abrantes, 24 de março de 2016.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Vivendo Antônimos


Rodolfo Pamplona Filho





Realmente, o que aconteceu
parece um sonho (ou um pesadelo?)
Um sonho que jamais imaginaríamos
realizado em tão pouco tempo...

Talvez por isso,
esteja sendo,
ao mesmo tempo,
tão maravilhoso e angustiante.

Sinto que encontrei uma musa
que me deixa à vontade
para fazer tudo que quero,
o que, definitivamente, é algo raro...

Perto de você, sinto-me, simultaneamente,
mais homem e mais mulher,
o que, em si, já é uma contradição,
mas que você entende perfeitamente...

Estar com você me faz bem.
Na verdade,
estar com você
é viver antônimos...

Quero viver
da forma que der...
da forma que for...
pois é isso que sinto quando perto de você...

Anseio por oportunidades assim,
mas, ao mesmo tempo,
quero me doutrinar e disciplinar
para não ficar tão dependente...

Se fosse somente carnal,
seria muito fácil de controlar...
Mas quero me convencer
que posso controlar isso também...

Se é difícil ficarmos juntos o resto da vida?
De forma alguma!
É a coisa mais fácil do mundo,
só não sei como...

É uma sensação
que beira à estranheza,
pois ficamos anos sem nos conhecer
e nunca sentimos falta verdadeiramente disso!

De repente, porém, parece que
o ar falta se não tiver um contato...
Nunca senti tanta ansiedade
Nunca senti tanta necessidade

na espera de um OK,
de uma resposta,
de uma mensagem,
de um abraço...

Você é meu macho e minha fêmea,
minha razão e minha loucura,
meu amor angelical
e meu tesão próximo do incontrolável...

Perto de você, sou forte e frágil,
sou lento e ágil,
proteção e dependência,
saciedade ou carência...

Vejo-me vivendo com você
(da forma que for),
brigando, sentindo sua falta,
amando, falando, chorando...

tudo com você é bom e bem..
é perfeito pra mim, paixão,
e, por isso, também
não pretendo abrir mão.

Sinto, hoje, que sempre quis
alguém forte e sensível;
que me deixasse acolhida e segura
(essa é a palavra que mais define você pra mim);

que quisesse dormir comigo
sem ter que pensar sempre em sexo;
que, mesmo não sendo,
ficasse frágil e dependente dele.

Sinto que você, no fundo,
queria uma mulher ao lado
que inspirasse a viver,
a escrever e a rir à toa...

sem métodos ou rotinas...
uma mulher que, ao mesmo tempo,
fosse forte e se tornasse frágil
com um abraço seu;

uma mulher que instigasse
suas fantasias mais abstratas,
suas vontades mais loucas
e não te julgasse pelos seus desejos;

O que é isso?
Sei que é amor...
Sei que é atração...
Sei que é paixão...

Mas é também algo
diferente de tudo que já senti...
Precisamos trabalhar isso...
Até para poder sobreviver a isso...

E manter este amor
pelo resto de nossas vidas,
sem machucar ninguém...
Vivamos. Também...

Salvador, 14 de outubro de 2010.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Soneto da Despedida do Apaixonado

Rodolfo Pamplona Filho



Toques delicados e sorrisos leves,
sob a brisa do mar, ao anoitecer,
e os lábios sabem exatamente o que querem
quando o adeus tem que ocorrer

Preste atenção nos meus olhos:
eles brilham feito ouro
pois desejam, como poucos,
o teu amor sem decoro.

É difícil esquecer teu gosto
e ter que aceitar novos beijos
para manter nossos postos....

Meu coração está no abismo
e anuncia, a cada esquina, sem cinismo,
que a direção pode mudar...

Salvador, 29 de outubro de 2010.

domingo, 3 de abril de 2016

Xenofobia


Rodolfo Pamplona Filho

A raiz da xenofobia
é o medo de se perder
no tipo de amor e simpatia
que o mundo não quer ver.
É um clichê através dos anos,
desde o inicio dos tempos:
que, quanto mais seres encontramos,
mais nos isolemos...

A história não se cansa
de ver o ódio aberto
a quem se arrisca na dança
de um papel outrora incerto.
O universo está repleto
de histórias de amantes
que não ficam por completo,
só por ser de lugares distantes...

Romeu e Julieta, como exemplo,
é a pior história do universo do homem,
pois, em vez de celebrar um tempo
de amor entre desiguais no nome,
consagra a sua derrota
como se fosse a forma de paz
para a única resposta
da busca por algo a mais...

Por que ter medo de olhar para o lado?
Por que ter ódio do diferente?
Somente pelo temor escancarado,
virtual ou evidente,
de ser "contaminado"
por uma forma influente
de pensar, de crer,
de amar ou de ser...

A melhor forma de combater
o preconceito a outra crença
é se misturar, a não poder,
até não perceber a diferença...
O meio perfeito de terminar,
por completo, a discriminação
é não ter medo de buscar
a pura e simples miscigenação.

Praia do Forte, 30 de dezembro de 2010.

sábado, 2 de abril de 2016

O que quero com você...



Quero sentir o gosto da sua boca, a doçura dos seus lábios, o perfume de seus cabelos....
Quero sentir a força de seus músculos, a profundidade de seu olhar, a firmeza de seus seios...
Quero tudo isso e muito mais...
Quero devorar a sua essência para que descobrir a felicidade.
Quero ouvir o seu gozo pleno e saber o que é o desejo que se torna realidade.


Salvador, 23 de março de 2016

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Dando e Retribuindo




Não penso em retribuir
tudo que você me destina.

Quero apenas ofertar 
o que é a minha sina:
viver o que acredito 
e testemunhar o que ensino.

Cada um entregará 
o que tem para dar!

Só é seu
aquilo que você dá!

Se você me oferece o mal,
eu te ofereço o bem,
afinal cada um oferece 
aquilo que tem.




Salvador, 24 de novembro de 2016