O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sonho Lúcido


Sonho Lúcido

Rodolfo Pamplona Filho
Hoje, tive uma idéia de pura magia
para construir uma poesia.
Dei um salto no escuro.
Tive um sonho lúcido, no duro!

Eu estava acordado
e sonhando, como quem tudo sente...
Eu me vi inebriado,
mas, ao mesmo tempo, consciente.

Pensei em versos colocar
toda essa (con)fusão
de viver o sonho no ar
e sonhar o real na sensação.

Bateu um desespero,
por não me sentir inteiro
para saber direito o que vi,
nem o que realmente senti...

mas é uma sensação única,
como o momento de concepção,
desfazendo-se da túnica
no ato de criação...

Praia do Forte, 08 de março de 2011.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Perdoe-me


Perdoe-me

Rodolfo Pamplona Filho

Perdoe-me por te querer,
mas não ter coragem
de te desejar...

Perdoe-me pelo prazer
de te seduzir com as palavras,
mas não com as ações...

Perdoe-me pelo silêncio
que sucede ao constrangimento
do recuo da investida...

Perdoe-me por sentirmos frustração
por não ser adequado
a completar seu coração...

Perdoe-me, finalmente,
por eu ser realmente
tudo aquilo que eu disse,


mas também uma alma triste,
que não sabe porque insiste
em viver uma relação,

que é um romance sem paixão,
sexo sem tesão
e vida sem calor...

Perdoe-me, sem apagar teu amor...
Perdoe-me, sem gerar qualquer rancor...
Perdoe-me, por favor...   

Salvador, madrugada de 13 de fevereiro de 2011.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Epopéia do Herói (meu tributo a Joseph Campbell)


A Epopéia do Herói (meu tributo a Joseph Campbell)

Rodolfo Pamplona Filho

Todo inicio da aventura se dá
na terra do perfeito alvorecer,
em que ninguém imaginará
o que ainda está para acontecer.

O chamado para a emoção
vem em repentina urgência
como uma irrecusável convocação
para a próxima fase da existência.

A recusa ao chamado da canção
não é um charme disfarçado,
mas a natural hesitação
de quem estava acomodado.

Mas uma ajuda sobrenatural,
vinda de uma protetora figura,
fornece o estímulo fundamental
para o início da aventura.

A superação do primeiro limiar
é apenas a abertura do caminhar,
vencendo o desafio inicial,
que dá coragem para o confronto real.

Cair na barriga da baleia
é ser engolido pelo desconhecido
e deixar que o mundo leia
que você foi morto e/ou vencido.

É preciso vencer terrores
e enfrentar a estrada de testes,
com desafios de terríveis horrores
de sangue, suor, lágrimas e pestes.

O encontro com a Deusa Verdade
ocorre quando a alma do controverso
se reúne à Mãe-Terra, na realidade,
a verdadeira alma do universo.

É necessário encontrar ainda o dia
da redenção da figura do pai cego
e superar a incrustrada fobia
da iniciação destruidora de ego.

Somente assim será possível
obter a desejada benção final,
em que alcançar o segredo indizível
será completar, dos deuses, o ritual.

Mas é preciso ter cuidado permanente,
pois a vitória gera a tentação
de querer gozar eternamente
o êxtase celestial da superação.

E, por isso, é uma necessidade
realizar o vôo mágico da volta à cidade
para apresentar à sociedade
o elixir descoberto da felicidade.

O mais difícil, porém, ainda virá
com o confronto dos limites de outrora,
pois o herói totalmente mudará
com o simples decurso da história...

as coisas jamais poderão voltar
a ser como eram antes da passagem,
pois, por sua própria porta, adentrar
é a mais difícil de todas as viagens.

A jornada do herói é a transformação
da consciência de cada indivíduo são,
que vai se descobrir finalmente vivo,
revelando-se Mitras, Buda e Cristo.

Praia do Forte, 08 de março de 2011.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Hora H


Hora H

Rodolfo Pamplona Filho
O que é realmente brochar?
Pouco importa, é falhar
justamente na hora H,
em que a bola foi levantada,
a oportunidade foi lançada
e a chance foi desperdiçada.

Não há desculpa que baste
ou manto que cubra a vergonha
e a vontade que se mate
aquele que jamais sonha
não conseguir realizar
o desejo de todo macho alpha.

E o unico consolo presente
é se este acidente
(ou falha constante)
ocorrer com alguém especial
para quem você seja mais que um pau,
mesmo sentindo falta do gozo real.

E a sua efetiva esperança
é que seja realmente um fato isolado,
fruto de grilos, coelhos ou elefantes
escondidos em seu armário mental,
em que ninguém consegue penetrar
sem descobrir qual seu verdadeiro mal.
Orlando, 28 de fevereiro de 2011

domingo, 27 de janeiro de 2013

Vergonha de ser Feliz


Vergonha de ser Feliz

Rodolfo Pamplona Filho

De repente,
finalmente,
você percebe
que já deve
ter conseguido
e produzido
tudo o que quis...

mas, estranhamente,
você só sente
um gosto estranho,
quase tacanho,
de quem não sonha
e tem vergonha
de ser feliz.

Olhando para o chão,
quando deveria estar alegre...
Vivendo em lamentação,
como se ardesse em febre...
Reclamando sem explicação,
sendo impossível ser alegre
quando seu humor está por um triz...

Algum dia, você aprenderá
que o mundo é maior
do que seu medo de brilhar
e que o destino é melhor
que o mau olhado a fulminar
tudo de bom, sem dó,
por não viver o que se diz...
São Paulo, 19 de fevereiro de 2011

sábado, 26 de janeiro de 2013

Sentindo Falta


Sentindo Falta

Rodolfo Pamplona Filho

A distância aterroriza.
Meu corpo se rende
à insuperável fadiga
do contato sem resposta
e pede, aos poucos,
que durma profundamente
sem pensar no tempo...

Ah, o tempo... este insiste em não parar...
Penso que, por um lado, é bom que corra,
pois haverá a esperança de cessar a sensação...
mas, por outro ângulo, imagino quanto estou a perder...
as prioridades mudam, os desejos também...
com o cair dos grãos da ampulheta
ou a badalada do velho relógio da sala...

A cabeça pára.
Logo, o corpo padece
do viço de viver, da mania de sonhar...
Determinadas coisas não se explicam.
A alma sente, o corpo reage
do jeito mais previsível
e a boca silencia.

Fico com dúvidas sem sentido.
Pairam como fantasmas
que, no fundo, não existem.
Tenho medo, muito medo
de tomar iniciativas
sem perspectiva de volta...

Cobro-me coragem,
mas, no fim, opto em decidir
apenas o estritamente necessário.
Meu amor e dores se misturam
e não sei mais viver sem os dois.
Espero que o destino me encontre.

Salvador, 05 de março de 2011.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sexualidade


Sexualidade

Rodolfo Pamplona Filho

A energia mais poderosa
de todo o universo
é a prática mais gostosa,
cantada em prosa e verso,

que toda a humanidade
exercita, em público ou escondido,
mas que, quase nunca, na verdade,
consegue ser bem resolvido,

pois comumente confundido
com o mero ato sexual,
transformando algo lindo
em um mero rito carnal.

Descobrir sua sexualidade
é entregar-se ao seu desejo,
sem receio da verdade
e sem apertar o freio...

Agarrar, com vontade,
o destinatário do querer
e aproveitar a oportunidade
de compartilhar o prazer.

E, se o gozo for rápido,
sexo é muito mais que isso,
pois mesmo um membro flácido
pode ser um compromisso

de que o tesão é emocional,
e não somente fisico...
que a sedução é intelectual
e não um mero risco

de aprender que o amor não é um mito
e que a vida é um labirinto,
cujos atalhos eu omito
para buscar o infinito

que é saber usar o meu corpo,
não apenas como um instinto animal,
mas para viver finalmente solto
de qualquer tortura ou prisão mental.


Salvador, 19 de fevereiro de 2011.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Coelhos


Coelhos

Rodolfo Pamplona Filho

Todo mundo tem seus coelhos:
alguns são pequenos como pulgas,
outros têm o tamanho de nossos medos
e causam nossas primeiras rugas.

Coelhos maiores que elefantes,
que não é possível esconder...
Coelhos que castram amantes
em momentos de constranger...

Tal qual o ditado com Mateus,
quem pariu o seu, que o balance
e não transfira para outros, os seus
receios de cair em transe...

por não conseguir ser mais leve...
por não perceber que a vida é breve...
por perder a oportunidade única
de trocar a velha túnica

que o limita ao mesmo papel,
não permitindo novas sensações,
na auto-condenação a uma Babel
de reviver velhas frustrações...

Salvador, madrugada de 13 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Desejar e Querer


Desejar e Querer

Rodolfo Pamplona Filho

Deseje o poeta só para si...
Mas deixe-o livre para a humanidade....
Apenas queira que ele seja só seu
no dia em que a obsessão deixar o plano da realidade...
Desejar e querer podem ser exclusivistas
e matar a inspiração que a beleza traz...
Desejar e querer podem ser frustrantes,
quando apenas se quer mais...

Desejar e querer soam terríveis,
no conflito entre o que se tem e o que satisfaz...
Desejar e querer podem brochar qualquer tesão,
quando não se aproveita o que se tem à disposição...

Salvador, 09 de fevereiro de 2011.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quem deu asas ao tempo?


Quem deu asas ao tempo?

Rodolfo Pamplona Filho
O tempo não é pássaro para flutuar.
Apenas voar é mais rápido que correr...
Se o tempo voa, por que o arrastar
quando se está a sofrer?
Ou se espera uma resposta de alguém?
Ou se quer algo para nosso bem?

O tempo não é físico para tocar,
muito menos para andar ou voar...
Então por que o tempo é cruel,
muda a perspectiva do céu,
machuca com gosto amargo de fel
e nem sempre cumpre o seu papel?

Se o tempo e o espaço são ligados,
ambos estão no vácuo sem fim...
Se assim são, o tempo não é parado,
nem voa, como dizem por aí...
O tempo flutua...
como minha mente ao ver você nua...
como uma bailarina em um solo...
como minha cabeça no seu colo...

Quem deu asas ao tempo?
Não fui eu... Não sei, nem quero saber...
Mas todo tempo será pouco,
enquanto eu não tiver você... 

Na Conexão Praia do Forte-Salvador, 06 de fevereiro de 2011.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Querer Ser


Querer Ser

Letra: Alexandre Machado e Rodolfo Pamplona Filho
Música: Alexandre Machado
Quando amanhecer, quero ser o sol...
Quando o céu escurecer, o luar...
Se o dia estiver triste, ser a chuva a molhar...
Ser quem você realmente amará...

Quando ficar tudo frio, quero ser o cobertor...
E, se, um dia, tiver chance, seu amor...
Quero ser a sua vida, quero ser esta canção...
Quero abrigo no seu coração

Quero subir pelas paredes...
Quero ser o que faltava...
Quero ser a cura
para a solidão que nos tomava

Quero ser seu desespero
Quero ser o seu alento
Quero roubar a cena
e eternizar este momento

De janeiro a janeiro, quero ser sua estação
e, num golpe, ocupar sua paixão...
Quero ser sua saída, sua fuga, seu prazer,
mas também que seja só eu e você

Dizem que me apaixonei
pela pessoa errada...
Queria muito - isso, eu sei! -
fosse uma só estrada...

Desejo queira ser
não mais de todos ou de ninguém,
alguém a me conhecer,
não mais tantos que vão e vêm...

Na conexão Salvador-Praia do Forte, 06 de fevereiro de 2011.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Empatados e Ferrados


Empatados e Ferrados

Rodolfo Pamplona Filho

Descobrir um novo sentido
para um caminho que parecia certo,
buscando conforto e abrigo
em quem passou a estar mais perto
do que, outrora, escondia do mundo,
enterrado na alma, bem lá no fundo.

Não se tem a menor estimativa
de tempo para ficar juntos.
Quer apenas a perspectiva
de, um dia, estar em sua companhia.

Não vê como fazer isso,
pois não deixa de amar seu arranjo,
mas quer um ao outro
como nunca quis outra pessoa...

Empatados, pois impedidos,
mas, também, de situação igual,
sem sair do zero a zero...
sem deixar de viver mal
sem fazer, publicamente,
o que o coração manda afinal...

Ferrados, pois amarrados,
agrilhoados, acorrentados,
sem real perspectiva
de uma outra saída...

Sempre na esperança
De que a vida se redirecione
como um sopro
e mude a qualquer instante

Empatados e Ferrados...
Mas absolutamente apaixonados...

Salvador, 01 de fevereiro de 2011.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Aniversário de Casamento


Aniversário de Casamento

Rodolfo Pamplona Filho

O que é um ano
para quem quer viver juntos
todos os momentos do dia?

O que é uma data
para quem compartilha
o pão, a cama e a vida?

O que é o tempo
para quem não o viu passar,
entretido com a beleza de seu par?

É apenas um traço no calendário...
É mais um espaço no armário...
É uma nova festa de aniversário
para comemorar
a certeza de hoje amar
mais do que ontem de manhã
e muito menos do que amanhã...

Feliz Aniversário de Casamento!
Salvador, 19 de janeiro de 2011.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Desejo de Poetizar


Desejo de Poetizar

Rodolfo Pamplona Filho


Nem tudo sobre o que escrevo
foi obrigatoriamente vivido por mim,
mas tudo foi, sim,
pensado e ruminado,
como se tivesse passado,
verdadeiramente sentido
o trauma, o desejo ou a libido....

Preciso refletir
sobre fatos e sentimentos
que não compulsoriamente vivi,
mas que outros têm o lamento
e a vontade de discutir
para decidir o que fazer
ou sobreviver...

Assim, conjugo minha necessidade
com um exercício de solidariedade,
pensando em como seria
seguir uma outra via,
descobrir novo caminhar
ou simplesmente realizar
meu Desejo de Poetizar


Salvador, 04 de maio de 2011.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Não há novas mensagens


Não há novas mensagens

Rodolfo Pamplona Filho
Verificando email

Não há novas mensagens

Não sei o que é pior:
O silêncio ou a angústia da espera?
Não sei o que é melhor:
Uma palavra ou a sensação de entrega?

Sentir falta da presença
reforça a velha crença
de que ninguém consegue viver
sem interagir com outro ser...

Se um contato real
pode ser fundamental,
um romance virtual
pode virar inferno astral

quando se ultrapassam os limites
e se percebe sempre triste...
quando o mundo concreto
não desperta mais seu afeto...

quando não se sabe o que é seu...
quando, na mente, faltam imagens...
quando verificando seu email,
não há novas mensagens...
Salvador, 29 de janeiro de 2011.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ladainha


Ladainha

Rodolfo Pamplona Filho


Como é possível
ouvir exatamente
a mesma coisa,
a cada momento,
a cada encontro,
a cada lamento...

Será que Deus gosta
que fiquem buzinando
as mesmas palavras
recém proferidas
e já antes ditas
por tantas vezes
e tantas pessoas
quanto o querer
possa conceber...

Soa como uma goteira
interminável e inteira
não sobre nossas cabeças,
mas, sim, aos nossos ouvidos,
esperando que a repitamos
ou enlouqueçamos...

Um dia, o mundo se cansará
da mesma companhia,
com asco, perceberá
a trágica monotonia
e, finalmente, cessará
a irritante ladainha...


Salvador, 01 de fevereiro de 2011.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Surto


Surto

Rodolfo Pamplona Filho

Há momentos em que surto
por considerar um absurdo
não podermos ser publicamente
o que resolvido está em nossa mente.

Diriam que temos problemas
E que surtaremos freqüentemente
pois nenhum amor suporta tanta ausência
e nosso destino é quedarmos doentes...

mas pensamos diferente,
já que o que seria problema
para nós é realização plena
do amor não como tema
mas como sentimento latente

E teremos sempre presente
o mais gostoso antídoto e calmante,
que é com seu cheiro ficar,
depois de temporariamente nos separar,
quando o que queria era só te beijar...

Praia do Forte, 23 de janeiro de 2011.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cheiro


Cheiro

Rodolfo Pamplona Filho

Seu cheiro em minha roupa
é a prova mais louca
de um amor real
mas, para muitos, imoral...

Guardo seu cheiro na memória
na esperança que o inesperado
possa mudar a nossa história
e nos dar a esperada vitória

....de um amor pleno,
que, sempre a contento,
cresce e se fortalece....

...de um sentimento sincero,
que, um dia, espero,
possa ser tão público quanto seu perfume.

Praia do Forte, 23 de janeiro de 2011.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Desmascarando o Canalha


Desmascarando o Canalha

Rodolfo Pamplona Filho
Você se diz infinito,
acreditando que
seu poder é ilimitado,
mas está errado!

Você não passa de
um acidente da natureza,
um câncer da criação,
um tumor com ilusões de grandeza...

É hora de extirpá-lo...
jogando-o no lixo, que é o seu lugar,
para que eu dance sobre seu caixão
e escarre em sua sepultura...

Apenas mais irritantes que
as trombetas da moralidade alheia
(pois a própria não vale nada...)
só os sepulcros caiados
que posam de vestais nas cerimônias,
sem pudor da sua podridão interior...

Praia do Forte, 09 de março de 2011.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Amor em Disney


Amor em Disney

Rodolfo Pamplona Filho
Eu não quero mais
a tranquilidade do carrossel
e, sim, a adrenalina
da montanha russa...

Eu quero experimentar
novos e diferentes sabores
e, não mais, o mesmo
feijão com arroz que sempre comi...

Eu quero tomar um caldo
e correr o risco do resfriado,
em vez de me recolher seco
em algum canto protegido...

Eu quero me jogar
do alto da torre,
e não ficar esperando
o horário do almoço...

Eu quero a surpresa e o suspense
do encontro na madrugada
e não a eterna rotina
da atividade programada...

Eu quero isso tudo...
e muito mais...
tanto na viagem,
quanto na vida,
que não merece ser vivida
com medo do que virá,
mas, sim, com o desejo intenso
de aproveitar tudo que ela nos deixar...

Orlando, 28 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Incompatibilidade de Vidas


Incompatibilidade de Vidas

Rodolfo Pamplona Filho
Ele ainda quer paixão
Ela só pensa em comprar o pão
Ele quer uma nova chance
Ela nem lembra mais o lance

Ele quer sexo selvagem
Ela quer voltar da viagem
Ele busca romance no olhar
Ela só sabe reclamar

Ele quer experimentar novos sabores
Ela fotografa as mesmas flores
Ele quer dançar no meio da rua
Ela reprime quem olha para mulher nua

Ele busca nova diretriz
Ela se preocupa com o café
Ele ainda sonha em ser feliz
Ela tem certeza que é...

Ele.já desistiu de insistir
Ela ainda não percebeu
Ele já decidiu desistir
Ela pergunta se o erro foi seu?

Ele ainda a ama
E ela o ama também
mas suas vidas mudaram na cama,
na rotina e no que mais têm

e deixaram de ser casais
para virar sócios materiais,
espirituais e emocionais
de um passado que não volta mais...

Orlando, 27 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Escuridão


Escuridão

Rodolfo Pamplona Filho

Há quem
tenha medo
da escuridão!
Eu, não!
A escuridão não me assusta,
pois você é meu farol
em toda bruma
que me encontro...
pois eu te amo...

nenhuma escuridao
vai minar
o meu amor por você,
pois, mesmo nela,
eu enxergo sua alma...
nem a escuridao que,
por vezes, maltrata
e assola nossos pensamentos
vai vencer o que sinto...
pois eu te amo muito...

Nenhuma escuridão
é forte o bastante
para sufocar
o grito da alma...
o clamor do amor...
a intensidade da canção
que vem do coração....
pois eu te amo para sempre....

Salvador, 08 de janeiro de 2011.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Pressão


Pressão

Rodolfo Pamplona Filho
A cabeça dói...
O ar diminui...
O tempo parece ser curto demais
para fazer qualquer coisa...

As tarefas se acumulam...
As pendências vão a cem...
Será que, no universo, alguém
sente o que sinto também?

Parece que vou explodir...
Meu desejo sincero é sumir
e ir para algum lugar
onde possa voltar
a viver e respirar...

Mas este desejo é em vão,
pois, na sombra das horas,
novos compromissos virão,
mais demandas surgirão
e o universo continuará
em uma paranóica conspiração
de nunca diminuir a pressão...
... até ...
... até não resistir...
... até explodir...
Salvador, 07 de janeiro de 2011.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Meu amor será eternamente seu


Meu amor será eternamente seu

Rodolfo Pamplona Filho
Mesmo quando meu coração chorar
e partir em mil pedaços,
meu amor será seu.

Mesmo com mãos vazias,
esperando um toque dos seus lábios,
meu amor será seu.

Mesmo com os olhos longe
em um mar repleto de esperanças,
meu amor será seu.

Mesmo sem porquês...
Mesmo sem respostas...
meu amor será seu.

Mesmo que eu vá embora
para longe do que se conhece,
meu amor será eternamente seu.
Salvador, 05 de janeiro de 2011.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sofrendo por amor


Sofrendo por amor

Rodolfo Pamplona Filho
Essa noite, chorei até cansar,
entreguei-me ao desesperar,
no pensar que poderia estar
em teus braços a te amar...

Meu corpo logo fadigou
de tanta angústia e sofrimento
com a frustração do que sonhou
na viagem do meu pensamento

e, silenciosamente, adormeceu,
com a roupa que estava,
com a imagem do rosto teu,
com a dor que dilacerava...

E no meio da noite, despertei
e, em você, de logo, pensei
e meu olhar, antes tenso
foi tomado por brilho intenso

de ter certeza de seu amor
e saber que minha dor
é infinitamente menor
que o nosso calor

e o que eu desejo, na esperança?
Ser paciente, confidente, coerente
pois, nesse amor, a perseverança
moverá minha vida daqui para a frente...
Salvador, 04 de novembro de 2010.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Superando a Rejeição


Superando a Rejeição

Rodolfo Pamplona Filho

Não é fácil sobreviver,
não é fácil suportar
uma vida inteira para viver
e ninguém para contar

como ombro amigo na tristeza,
repouso certo no cansaço da idade,
fim da turbulência na natureza,
porto seguro na tempestade...

Só há um diário momento
na rotina de sofrimento,
em que a vida me dá um alento
amenizando meu tormento:

é quando leio frases com nova cor...
talvez, palavras com um tal calor
do verdadeiro e sincero amor,
que o destino não me rejeitou...
Salvador, 03 de janeiro de 2011.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Rejeitado


Rejeitado

Rodolfo Pamplona Filho

Sinto-me rejeitado quando
esquecem meus sentimentos,
devolvem meus presentes,
castram meus pensamentos...

Sinto-me rejeitado quando
desconheço meus pais,
não reconheço meus irmãos,
estranho a falta de paz...

Sinto-me rejeitado quando
meus poemas não são entendidos,
minhas canções não são cantadas,
e pedidos de socorro não são ouvidos...

Sinto-me rejeitado quando
não importam as palavras que diga,
não interessam as idéias que professe,
não se aceita minha forma de vida...

Sinto-me rejeitado quando
não vale a pena insistir,
pois todo esforço é inútil
e é melhor desistir...

Sinto-me rejeitado quando
a melhor companhia é a solidão,
o silêncio é preferível ao diálogo
e a indiferença supera o que era paixão.

Praia do Forte, 01 de janeiro de 2010.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Novo Cálculo de Rota


Novo Cálculo de Rota

Rodolfo Pamplona Filho

Mariazinha fala, de forma amiga:
"Novo Cálculo de Rota".
E tudo ganha nova vida,
mesmo o que se achava morta.

"Adorei isto aí..."
diz minha eterna princesa,
com um sorriso alí,
que afasta toda tristeza.

É uma forma diferente
de encarar o desafio
de enfrentar o vazio.

É um fugir de ambiente,
que fulmina a melancólica rotina
de achar a solidão uma sina.

Salvador, 01 de janeiro de 2011.