O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

domingo, 30 de junho de 2013

Trocando a Palavra pela Carne (soneto)


Trocando a Palavra pela Carne (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Aqui estou, enfrentando o presente,
refletindo sobre o querer,
mas desejando ardentemente
que eu não precisasse escrever,

mas, sim, que a palavra fosse o beijo
e a vírgula virasse um abraço,
não havendo ponto no desejo,
sendo as reticências o nosso laço...

De todas as palavras, eu abriria mão
pela possibilidade da penetração,
passando essa noite imensa em você

mergulhando em seu cheiro,
no seu gosto, nos seus pêlos,
para uma paixão na carne viver.

Salvador, 08 de dezembro de 2011.

sábado, 29 de junho de 2013

Um amor lindo...


Um amor lindo...

Rodolfo Pamplona Filho
O nosso amor é lindo:
lindo, lindo de viver!
O nosso amor é tão lindo,
que, como ele, outro não pode haver.

O nosso amor é o mais bonito,
pois, como ele não pode ter
as coisas tidas como grandes,
vai se construindo nas pequenas

e, nesse processo, ilumina tudo
que, para os outros, sem ter vivido,
talvez fosse insignificante
ou passasse despercebido,

mas, para quem ama de verdade,
é puro encantamento,
chave para felicidade
e do fim de todo lamento.

E, por isso, ele é
o amor das surpresas,
da doçura, da generosidade,
da imaginação e da criatividade.

Na necessidade de buscar jeitos
e estradas vicinais para poder seguir,
esse amor inventa caminhos insuspeitos,
descobre trilhas preciosas a investir

ainda que sem sinalização
ou qualquer outra perspectiva
de ser algo mais que uma canção
que tocará toda nossa vida.

É um amor que é,
simultaneamente,
razão e fé,
coração e mente,

luz e mistério,
agito e acalento.
calor e refrigério,
paz e vento.

Salvador, 07 de dezembro de 2011.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Soneto da Riqueza


Soneto da Riqueza

Rodolfo Pamplona Filho

É possivel empregar
a palavra riqueza
em dois sentidos sem par
e sem qualquer estranheza:

a primeira é a riqueza material,
concepção mundana e fria,
que é a do vil metal;
já a segunda poderia

ser a riqueza do sentimento,
que é, para o poeta, no momento,
encarnada no ser a se amar.

Trata-se de um jogo duplo bacana,
como diferentes formas na cama,
que o vocábulo pode encerrar...

Salvador, 27 de novembro de 2011.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Soneto da Convicção


Soneto da Convicção

Rodolfo Pamplona Filho

Acordo arrependido,
mas não durmo com vontade.
Faço tudo até escondido,
mas assumo a verdade.

É preciso ter coragem
para enfrentar cada desafio
de arriscar fazer bobagem
ou sentir um calafrio

por se permitir conhecer
o que muitos sequer sonham
ou nunca na vida ousam.

Esta é a razão de viver,
porque pior que errar
é a frustração de não tentar.

Na Ponte Aérea Recife-Salvador, 26 de novembro de 2011.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Ignorância é uma Benção


A Ignorância é uma Benção

Rodolfo Pamplona Filho

Quem disse que, estudando,
alguém se torna feliz?
Ilude-se quem anda pensando
que descobrirá a real diretriz...

Aprender abre horizontes,
perspectivas, oportunidades...
Permite superar velhos montes
ou adquirir econômica estabilidade!

Mas não deve ser encarada
como causa de felicidade,
pois compreender a verdade

acaba sendo uma grande furada
pra quem crê haver sempre solução:
a Ignorância é uma Benção 

Congonhas, na conexão de Cuiabá para Salvador, 30 de outubro de 2011.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Soneto do Querer


Soneto do Querer

Rodolfo Pamplona Filho

Eu quero ter seu amor todo tempo
e a cada simples momento,
como se um incontido vento
me tomasse cada argumento...

Eu quero gritar para o mundo
tudo que carrego no peito
como um vazio sem fundo
que só é repleto no leito

onde descobri o imenso prazer
de compartilhar com você
a cama, os sonhos e a vida,

pois não há sede maior
do que quando se está só
no instante da partida.

Na Ponte Aérea Recife-Salvador, 26 de novembro de 2011.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Auto-Estima Elevada


Auto-Estima Elevada

Rodolfo Pamplona Filho
Há gente que, se não fosse triste,
soaria muito engraçada...
É uma turma com o dedo em riste
e a Auto-Estima Elevada

Definitivamente não importa
o quão ridículo ou estranho
ou quanto sua mente seja torta,
para eles, o mundo é de seu tamanho

Têm necessidade de aparecer
e de imaginar que sua opinião
é a mais importante direção
que o mundo pode obter...

E não adianta discordar,
nem sequer ponderar,
pois a sua convicção
é de que terá sempre a solução!

Para sobreviver à convivência
de quem tem o ego inflado,
só exercitando muito a paciência
e a caridade ao quadrado,

já que eles não sabem calar
e não conseguem sequer desconfiar
que, em vez de interesse aceso,
apenas conquistam nosso desprezo.

São Paulo, 08 de abril de 2012.

domingo, 23 de junho de 2013

Vocação (F.I.M. 90)


Vocação (F.I.M. 90)
Rodolfo Pamplona Filho

Um dia, eu quis voar,
mas não tinha asas de vôo!
Um dia, eu quis amar,
mas não sabia o que era o amor!
Um dia, eu quis matar,
mas não sabia o que era a dor!

Fui forçado e sou forçado
a fazer algo que não sei
que não vi
que não há
Vocação que não existe, nem existirá

Quando encontrei minha vocação?
Achei no dia que tomei coragem
de encarar o espelho
de mergulhar na grande imensidão do nada
(no fundo do meu ser)

Então, qual é a minha vocação?

É ser... EU.

(1990)

sábado, 22 de junho de 2013

Soneto da Interpretação da Poesia


Soneto da Interpretação da Poesia

Rodolfo Pamplona Filho

O poema não pertence ao poeta,
mas, sim, ao mundo que o interpreta.
Por isso, qualquer explicação
é pura e simples reflexão

sobre qual era a proposta,
que, originalmente, havia sido posta
para fazer a construção
de uma nova manifestação.

Mas qualquer conjectura
nunca será realmente pura
para quem conseguiu se envolver

nas palavras lançadas ao vento,
buscando novo alento
na sensibilidade de cada ser.

Na Ponte Aérea Recife-Salvador, 26 de novembro de 2011.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Soneto do Sentimento não correspondido


Soneto do Sentimento não correspondido

Rodolfo Pamplona Filho

Eu prefiro a saudade pulsante
do que a presença apática.
Eu quero amor ou ódio cortante,
nunca a velha morna tática

de levar as coisas, sem resolver,
até ver como se acomodam,
na esperança de alguém perceber
ou que a ninguém incomodam...

Pior que a negativa grosseira
é o silêncio ensurdecedor
que agonia e dá canseira

em quem tem a vã ilusão
de que encontrar o amor
é a única solução.

Salvador, 26 de novembro de 2011.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Soneto do Auto-Reconhecimento


Soneto do Auto-Reconhecimento

Rodolfo Pamplona Filho

Não me importo com os rótulos
que a mediocridade insiste
em colocar na minha testa
como uma placa a me identificar

Pode dizer que eu sou gay
Pode dizer que eu sou homem;
Pode dizer que eu sou mulher;
Pode dizer que eu sou o que sou;

Desde que isso seja eu mesmo.
Desde que respeite o que penso
Desde que saiba o que eu sou...

"E esse negócio de se ser
exatamente o que se é
ainda vai nos levar além..."

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2011.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Soneto do Fim do Casamento


Soneto do Fim do Casamento

Rodolfo Pamplona Filho

O casamento é um contrato,
amor não, pois se converte, é fato
não deixando de ser para sempre,
mas falta algo que o complemente

e o faça se sentir vivo e gente.
A relação não deve ser uma prisão,
em que o carcereiro desalmado
é o sujeito outrora amado.

As promessas são feitas
em um momento em que
duas almas se encontram

e realizam um projeto de entrega,
vivendo e identificando-se,
mas fazendo o principal: amando-se

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2011.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Soneto do Encontro Casual


Soneto do Encontro Casual

Rodolfo Pamplona Filho

Inesquecível e fogoso, como você
Inevitável e ágil, como crescer
Delicioso e poético, como querer
Romântico e sincero, como deve ser

Impulsivo e charmoso, como um bebê
Sensual e atraente, como ter você
Inesperado, como se surpreender
Necessário, como não esquecer

Verdadeiro e encantador,
sem receio de enfrentar a dor,
como vale a pena viver...

O futuro pertence a quem
encara o porvir e não tem
medo de o momento viver...

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2011.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Soneto da Sensação de Segurança


Soneto da Sensação de Segurança

Rodolfo Pamplona Filho

Sentir-se seguro, aprisionado,
como se pudesse controlar
o que é normalmente inesperado
e que ninguém pode evitar.

Pensar que detector de metais
ou fazer revista e vistoria
trarão a paz que não volta mais,
reaquecendo a alma fria,

que perdeu, há muito, a tranqüilidade
e, por isso, tem a necessidade
de buscar a sensação de segurança,

submetendo-se, de própria vontade,
e abrindo mão da sua individualidade,
mesmo que custe sua esperança.

No aeroporto de Brasília, junto do detector de metais,
vindo de Imperatriz-MA para Ilhéus, via Salvador,
10 de novembro de 2011.

domingo, 16 de junho de 2013

Soneto da Oração


Soneto da Oração

Rodolfo Pamplona Filho

Oração é o que se pode fazer,
quando não se pode fazer nada,
mas não é só o que se deve fazer,
quando não se sabe o que fazer

pois nem sempre somos quem faz
o que é preciso fazer na hora,
não sendo tolo quem clama por ajuda
a quem possa talvez trazer a cura

Não há problema em pedir socorro
ou não saber se mato ou morro
na hora que se perde o caminho.

Todo apoio que se tem é importante,
pois não existe um único instante
em que se queira estar sozinho.

No vôo de Salvador
para Imperatriz-MA (via Brasília),
09 de novembro de 2011.

sábado, 15 de junho de 2013

Soneto da Dor da Saudade


Soneto da Dor da Saudade

Rodolfo Pamplona Filho

Você sabe o quanto machuca
a sensação de ausência,
que espezinha e futuca
tanto quanto qualquer doença

A dor funda da saudade
dói mais que joelho ralado,
incomoda como maldade
e agonia que nem nariz constirpado.

Abusa mais que irmão mais novo,
que vírus no meio do povo
ou chuva forte sem guarida

Fere sem tirar pedaço,
Sufoca mais que o nó do laço,
Mata sem tirar a vida.

No vôo de Salvador
para Imperatriz-MA (via Brasília),
09 de novembro de 2011.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Soneto da Mão Boba


Soneto da Mão Boba

Rodolfo Pamplona Filho

Quero esquecer minha mão
no toque de seu corpo
e ter a gostosa sensação
de que não estou morto

Fazer de conta que não percebe
que o contato, mesmo breve,
permite viajar, ainda que sozinho,
que se está trocando carinho.

É uma travessura amena,
não havendo qualquer problema
que você cole em meu fundo.

Então, pare com papagaiada:
Que mão boba, que nada!
É a melhor coisa do mundo!

No vôo de Salvador
para Imperatriz-MA (via Brasília),
09 de novembro de 2011.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Soneto do Joelho


Soneto do Joelho

Rodolfo Pamplona Filho

Não importa qual seu estado,
seja novinho ou desgastado
bastante marcado ou machucado,
ou até totalmente esfolado!

O seu outro lado é uma obra-prima,
encontro perfeito em dobradiça,
e mesmo quando sente alguma dor
está sempre pronto para o que for

Não tenho receio de beijá-lo,
mostrando o quão puro e raro
é o carinho que demonstro, ao vê-lo!

pois ele é parte de quem me encanta
do fio do cabelo ao pé da planta...
Logo, eu amo o seu joelho 

Na madrugada, no vôo de São Paulo para Salvador,
depois de assistir o show do Pearl Jam,
em 05 de novembro de 2011.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Soneto da Descoberta do Amor Verdadeiro


Soneto da Descoberta do Amor Verdadeiro

Rodolfo Pamplona Filho

Eu quero descobrir o amor
e superar qualquer pudor
por essa liberdade de se buscar,
de se reconhecer e de sempre amar

tantos seres e tantas pessoas,
a quem me entregarei, numa boa,
pois foi assim que eu sei
que finalmente me apaixonei...

E por descobrir alguém
que me entende de verdade,
que não tem problema de sinceridade

e sabe o que cada coisa significa,  
como não a querer, sem dica,
para o resto da vida?

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2011.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Soneto da Violência Contagiosa


Soneto da Violência Contagiosa

Rodolfo Pamplona Filho

A violência, como o suspiro
e o bocejo, são contagiosos,
pois, rápido como um espirro,
contagiam indivíduos numerosos

que, tal qual uma onda gigantesca,
reagem rapidamente à provocação,
agindo, de forma grotesca,
e causando dor e confusão.

É preciso cuidado com a massa,
pois, em um momento de desgraça,
tudo pode explodir

em um movimento infinito,
em que qualquer ato é motivo
para a agressividade fluir.

No vôo de Salvador para São Paulo,
para assistir o show do Pearl Jam,
em 04 de novembro de 2011.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Soneto da Dor Persistente


Soneto da Dor Persistente

Rodolfo Pamplona Filho

Sentir-se um inútil e quebrado,
completamente limitado.
Desesperar-se, ao menor toque,
parecer que está dando choque.

Acupuntura, Quiropraxia
Ultrassom, Anestesia,
Analgésico, Fisioterapia
Pilates, Massoterapia

Tudo que possível for
para superar a dor
que insiste e persiste,

mas, por mais que eu chore
e, em vão, clame e ore,
há sofrimento que resiste.

No vôo de Salvador para São Paulo,
para assistir o show do Pearl Jam,
em 04 de novembro de 2011.

domingo, 9 de junho de 2013

Soneto da Prole Dupla


Soneto da Prole Dupla

Rodolfo Pamplona Filho

É um privilégio ser agraciado
com a dádiva da paternidade,
mas, quando isso é multiplicado,
nem parece ser verdade...

Não é qualquer pessoa
que tem o enorme prestígio
de receber, na boa,
um dobrado beneficio.

Receber, de uma só vez,
uma presente de tal jaez
é para ser feliz, sim, sem culpa,

pois o sorriso se amplia,
alegrando a casa outrora vazia,
mais ainda quando a benção é dupla.
No vôo de Salvador para São Paulo,
para assistir o show do Pearl Jam,
em 04 de novembro de 2011.

sábado, 8 de junho de 2013

Fazer Amor


Fazer Amor

Rodolfo Pamplona Filho
Preciso fazer amor...
Preciso fazer amor com você
novamente
como nunca tivesse feito
anteriormente.

Eu quero isso sempre...
Sentir seu corpo sobre o meu,
sugar seus seios como quem
sorve um néctar indizível,
ver você gozar sem controle...
dizer que estar comigo é incrível...

Eu quero isso e muito mais...
Quero que você me sinta
inteiro dentro de si...
Penetrando seu coração,
muito mais do que aqui...

E, depois de tanto amor,
apenas sonho singelamente
em simplesmente  dormir
tranquilo, ao seu lado,
sem nunca mais estar longe...

Belo Horizonte, 06 de junho de 2011

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Soneto do Viver Intensamente


Soneto do Viver Intensamente

Rodolfo Pamplona Filho

O que se entende
por viver intensamente?
Seria sequer não parar
para simplesmente respirar?

Se for tudo isso,
loucura é o desperdício
de tempo e oportunidade
quando se pensa na realidade

de quanta coisa não se faz
apenas para manter a paz
de uma vida que não passa de cem

Na verdade, penso que não importa
viver muito, na via reta ou torta,
mas, sim, viver sempre bem.

Salvador, 03 de novembro de 2011.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Soneto da Musa Anônima


Soneto da Musa Anônima

Rodolfo Pamplona Filho

Tive musas que nunca souberam
que, de fato, elas eram
a fonte maior de inspiração
da poesia que fluía do meu coração

Já escrevi para professoras,
colegas, alunas, observadoras...
Já me inspirei como quem lavra
em quem nunca troquei uma palavra

Pessoas anônimas ou conhecidas
tornaram-se parte de minha vida
por um ato, expressão ou epifania,

que despertou em mim uma vontade,
uma idéia que virou necessidade:
converter a sensação em poesia.

Salvador, 03 de novembro de 2011.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Discurso Cruel


Discurso Cruel

Rodolfo Pamplona Filho

O discurso da imaturidade
é podre para a humanidade,
por não ter a experiência,
nem sequer a  vivência
de entender o texto,
em todo seu contexto,
buscando pretexto
para o exercício prático
somente pelo prazer sádico
de destruir, mostrando sua suposta
capacidade crítica de resposta.

Para um monstro bebê,
esta é a única forma de viver,
pois não encontram em seu ser
outro jeito de aparecer...
É impossível amadurecer,
sem efetivamente se arrepender
de não ter feito sincera reflexão,
nem buscado a compreensão
das consequências da destilação
de complexos em puro fel
no proferir seu discurso cruel.

Salvador, 17 de julho de 2011.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Soneto dos Sete Bilhões



Soneto dos Sete Bilhões

Rodolfo Pamplona Filho

Em dois mil e doze, deste mundo,
mais precisamente na data
de trinta e um de outubro,
surgiu mais um bebê no mapa...

Uma criança como outra qualquer,
mas que traz, em si, uma marca:
sete bilhões de seres de pé
é gente que não caberia na arca...

Seja muito bem-vindo, neném,
desejo que seja amado por quem
compartilha o espaço de seu ninho...

Embora com tanta gente no planeta
talvez o maior receio seja,
que, algum dia, você se sinta sozinho

Salvador, 31 de outubro de 2011.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Aprendendo a Andar de Bicicleta



Aprendendo a Andar de Bicicleta

Rodolfo Pamplona Filho

Eu quero estar do seu lado,
mesmo quando, para isso,
tenha de ficar escondido,
com você apenas ouvindo
a segurança de minha voz.

Eu sei que você tem medo,
mas isso é normal...
Eu quero que você seja
mais forte que o mal
e não o deixe tomar seu corpo...

Eu quero superar
o receio de cair e machucar
(e, nessa fase de concreto,
o chão é a coisa
mais dura do universo)

Eu quero, por um fio,
ver o seu sorriso,
ao constatar que conseguiu
vencer o desafio
que lhe dava, na barriga, frio...

Tudo isso só ocorre
uma única vez em cada viver,
em que o coração se inquieta,
enfrentando a missão de aprender
a finalmente andar de bicicleta...


Salvador, 25 de julho de 2011.

domingo, 2 de junho de 2013

Soneto da Virada


Soneto da Virada

Rodolfo Pamplona Filho

Há etapas na vida em que o temor
parece tomar conta de nosso humor
e que tudo que vemos no espelho
é um grande sinal vermelho.

Esta é o momento da convicção!
Esta é a hora da luta pela virada!
É a fase em que toda ação
deve mirar somente esta pegada!

A esperança supera a experiência
e a fé é maior que a ciência
quando se canta a mesma canção

de acreditar que ainda é possível
e que se é capaz do feito incrível
do entusiasmo dramático da reação
Salvador, 01 de novembro de 2011.

sábado, 1 de junho de 2013

Quebra-Cabeça da Vida


Quebra-Cabeça da Vida

Rodolfo Pamplona Filho

Sabe quando sua vida quer seguir
e parece continuar sempre igual,
mas você não para de sentir
que o ambiente está mal?

Você já se pegou pensando
que alguma coisa se quebrou,
que um pedaço está faltando
ou o ânimo o abandonou?

Sabe quando você tem
um grande quebra-cabeça
e, um dia, resolve montá-lo,
mas percebe que, infelizmente,
uma peça se perdeu?

Você fica triste,
mas, mesmo assim,
continua a guardá-lo,
na esperança de lembrar
onde está a peça ausente...

Até o dia em que,
depois de algum tempo,
você o pega novamente
para monta-lo inteiramente.

Só que sua visão,
quando reparar na parte omissa,
será completamente diferente,
nesta nova tentativa!

Por que não dá-lo a outra pessoa,
não para se livrar dele,
mas porque há quem
não se afete com a falta?

Sim, pois o desafio de montar
tudo aquilo que sobrou
(e sobrou muito mesmo...)
ainda vale a pena para alguém...
Salvador, 11 de outubro de 2011.