O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Jogo de Palavras


Jogo de Palavras

Rodolfo Pamplona Filho
Diamantes
de Amantes
Compile
com peeling
Carmenzita
cara me excita
Você toca piano?
Você tá copiando?
Jogo de palavras:
Joguete de palhas raras...
O moedor moe a dor?
E a filha, fia a ilha?
O que estou falando?
Ok, tô andando...
E poesia
é pó e cia...
Salvador, 30 de janeiro de 2012.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Morrendo de Prazer (soneto)




Morrendo de Prazer (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Eu quero matar você,
mas apenas se for de prazer...
Deixá-la exausta de amor
e preenchê-la com meu calor...

Eu morro de prazer
a cada gozo que nos faz gemer,
só para depois renascer
pronta para merecer....

ser plena de vida
como perfeita sina
e nunca esquecer

que o mais belo gesto
é repetir sempre o verso
de viver só para você...
Salvador, 30 de janeiro de 2012.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Onda


Onda

Rodolfo Pamplona Filho
"Nasci numa onda verde,
 na espuma me batizei,
vim trazido numa rede,
na areia me enterrarei.."

Caetano já cantou
tudo que queria te dizer,
mas ele não sabe o amor
que eu te dediquei...

Minha vontade é te abraçar,
como faz a água do mar,
sentindo teu corpo inteiro
fazer do meu peito teu travesseiro

Sobre ti, me deitarei,
como uma onda te cobrirei,
até te saciar inteiramente,
de um desejo que é para sempre...

Salvador, 24 de janeiro de 2012.

domingo, 28 de julho de 2013

Dubiedade


Dubiedade

Rodolfo Pamplona Filho
Gosto de parecer dúbio
e diferente do que sou,
só para ver a reação
daquele que não esperava
confrontar alguém diferente de si...

Adoro brincar publicamente
com minha própria sexualidade,
de forma a deixar intrigados
aqueles que não distinguem
as várias tonalidades de uma cor.

Divirto-me com aqueles
que professam uma Ideologia
como única e inquestionável barema
para decidir não só o futuro,
mas também como ver o passado.

Entrenho-me com manifestações
de uma Fé que não é a minha,
apenas para constatar
como diversas verdades
coexistem na incompatibilidade.

Amo jogar com as palavras,
evitando ser explicito,
pois a graça da dubiedade
está em ver a diversidade
de um universo infinito.

Salvador, 24 de janeiro de 2012.

sábado, 27 de julho de 2013

Vocação Hereditária


Vocação Hereditária

Rodolfo Pamplona Filho
Quem será
que receberá
o legado da minha vida?
A quem será
finalmente destinada
a herança da minha sina?
Será que o que fiz,
tenho visto, lutado
e conquistei
terá alguma valia
ou algum significado
para quem não sei?
Imaginar haver sentido
em uma vocação necessária
é dar um prestígio indevido
a uma mera linha hereditária.
Acreditar na Legitima
é não perceber que
se é inocente vítima
de uma fazer sem querer...
O melhor, sem dúvida,
é que tudo o que sou
fique apenas na memória
e no coração
de quem me amou
e tudo mais que conquistei,
se eu mesmo não destinei,
que seja distribuído a quem
não teve a sorte que eu dei...

Salvador, 18 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Cobranças


Cobranças

Rodolfo Pamplona Filho
Por que você me exige
mais do que eu consigo
em tudo o que eu vivo?
Em qualquer sentido,
seja mesmo jurídico,
econômico ou afetivo,
há pouca coisa de verdade
que irrite mais, na realidade,
do que cobrança de produtividade...
Como se a vida
fosse uma corrida
para uma meta perseguida...
Como satisfazer
a obrigação de dar
e receber afeto?
De que forma
o credor pode demandar,
executar e penhorar
algo subjetivo e abstrato,
como a entrega total,
o compromisso imortal
ou o amor espiritual?
Sabe qual é o resultado
deste jogo marcado
para nunca ser empatado?
A perda da vontade
e da própria necessidade
de viver o relacionamento...
E, aí, é só sofrimento,
não somente de quem quis cobrar,
mas também de quem ousou sonhar...

Salvador, 18 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Maioridade


Maioridade

Rodolfo Pamplona Filho
15, 18 ou 21?
Maior idade
Maioridade
Maturidade
Quando se sabe,
de verdade,
o que, na realidade,
não vem, em necessidade,
com o advento da idade?
O tempo não para,
mas é coisa rara
ter coragem na cara
para admitir
que pouco pode contribuir
sem realmente refletir.
Reconhecer
que nenhum critério
é suficientemente sério
para estabelecer
o momento da consciência,
da perda da inocência
e de estar pronto para viver.

Salvador, 18 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fome de Você


Fome de Você

Rodolfo Pamplona Filho
Eu estou morrendo de fome de você...
Eu quero comemorar a minha vida com você...
Eu vou amar comemorar com você...
Eu vou amar comer e morar com vc...
Eu vou amar comer você...
e nunca me saciar...

Salvador, 28 de janeiro de 2012.

terça-feira, 23 de julho de 2013

27 anos


27 anos

Rodolfo Pamplona Filho
Robert Johnson
Brian Jones
Jimmy Hendrix
Janis Joplin
Jim Morrison
Kurt Cobain
Amy Winehouse
e muita gente mais..
Talentos imensos
para vidas curtas demais...
27 anos não é tarde
para começar uma vida,
mas é muito cedo
para ir embora...

Salvador, 23 de julho de 2012.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Seu Corpo é meu Caderno


Seu Corpo é meu Caderno

Rodolfo Pamplona Filho

Quero fazer de seu corpo
o meu caderno de poesia...
Escrever beijos com sua boca,
sede com seus seios
e universo com seu umbigo...
Declamar poemas em suas pernas,
canções em suas costas 
e sonetos em seu sexo....
Serei Tom em sua testa,
Chico em suas coxas 
e Caetano em seus cabelos...
Quero navegar na sua nuca,
mergulhar em suas mãos
e caminhar em seu colo...
Vou rascunhar o mais lindo texto 
que o tempo jamais concebeu
e, depois, descansar tranquilo
no abraço que você me prometeu.

Praia do Forte, 20 de agosto de 2011.

domingo, 21 de julho de 2013

Pedindo um tempo



Pedindo um tempo

Rodolfo Pamplona Filho
Eu preciso de um tempo
para me acostumar
com a idéia singular
de ter certeza
e a nobreza
de que estou fazendo
a coisa certa.

Fico apavorado em
não acompanhar
e traumatizar
cada um dos
meus filhos,
sonhos e projetos.

Tenho medo, sim,
de um pouco de tudo
e também de um novo mundo,
com novas dores,
perspectivas e desafios.

Quero ter uma vida nova,
mas não quero abrir mão
das coisas boas
que encontrei
na minha vida antiga.

Receio também
que a vida nova
tenha outros tantos
ou talvez os mesmos defeitos
da vida de outrora,
mas nao dá mais para não arriscar...

Eu vou arriscar, sim!
Apenas clamo por amor e apoio,
mas, principalmente,
muita paciência
pois as coisas não serão rápidas...

E penso que tudo se ajeita
com o destino...
ou com o tempo...
tentar assim pensar
ajuda a não ficar mal.

Contar, sim, sempre
que o tempo vai ajeitar tudo,
calmamente, com menos dor,
é a postura que quero, por favor
pois, se mais pressionado for,
por certo, surtarei...

E, na busca, ficarei
pela tranqüilidade...
pois todos têm
os mesmos temores...
eu tenho certeza disso...

Transmitir sempre
esta serenidade...
Se há os mesmos pavores,
isso só reforça o elo,
já que eles são terríveis
e tiram qualquer paz...
Confiemos no tempo e no destino...
É ele que pedimos e esperamos...
Salvador, 26 de março de 2011.

sábado, 20 de julho de 2013

Dezoito ou Cinco Meses


Dezoito ou Cinco Meses

Rodolfo Pamplona Filho
Quando dezoito vezes
são cinco meses
Quando quatorze
pode ser uma seqüência
ou uma única oportunidade
pode tomar todo o tempo...
Quando a lógica
perde o foco
ou o tato
é melhor in loco.
Tudo pode ser (ou não)
um pouco surreal
ou colorido tropical
ou Chico-Caetano-legal...
Quando mesmo a gramática
supera a matemática
é a certeza de que a razão
foi vencida pela paixão.


Salvador, 12 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Soneto do Problema Sério


Soneto do Problema Sério
(inspirado em Wilson Simonal)

Rodolfo Pamplona Filho
Há um problema sério
quando há presunção de culpa
e todo e qualquer mistério
vira motivo ou desculpa

para colocar para fora
todos os complexos e traumas,
realizando, nos outros, a desforra
clamada por suas almas...

Assim, a suspeita vira indício,
o indício vira fato, de início,
o fato vira processo, então,

o processo vira julgamento,
o julgamento vira condenação
e a condenação vira linchamento.

Salvador, 09 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Soneto para a Princesa


Soneto para a Princesa

Rodolfo Pamplona Filho

Como explicar tal beleza,
que emana com tanta clareza,
do meu ideal de nobreza,
que é minha amada princesa?

É ela a minha mais perfeita lindeza,
a quem dedico, com certeza,
toda a minha inocente pureza
e meus sonhos de grandeza...

Se tenho um momento de tristeza,
que é minha forma de defesa,
é quando encontro a frieza

de um mundo que prestigia a riqueza,
em vez de conhecer a surpresa
de só amar você, minha alteza!

Salvador, 02 de novembro de 2011.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Soneto do Saco Cheio


Soneto do Saco Cheio

Rodolfo Pamplona Filho
Há dias em que
tudo o que se vê
é o mundo a ferver
e um pescoço a torcer...

Uma vontade de desaparecer,
aliada a uma sensação de vazio,
que dá desejo de morrer
só, com fome e com frio.

Estar de saco cheio
é o mais evidente meio
de revelar o sentimento interno

do desejo de mandar
todos para pastar
e o mundo para o inferno

Salvador, 22 de dezembro de 2011.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Resistência


Resistência

Rodolfo Pamplona Filho
Existe um limite
para alguém seguir
sem o seu veneno.
Existe um teto
do qual ninguém
se arrisca a ultrapassar.
É a negação do prazer
que leva ao câncer.
É a repressão do desejo
que leva ao crime.
É a opressão do ser
que leva à morte.
É preciso resistência
para ter a paciência
de realmente aproveitar
o que cada momento pode dar.
Nem sempre o arranjo agrada,
nem sempre a estrutura suporta,
por isso, não chore por nada,
nem rasgue sua aorta,
pois sobreviver não é
escapar da luta,
já que, ao final,
"A riqueza não é
de quem tem,
mas de quem desfruta"
(Benjamim Franklin)

Salvador, 20 de dezembro de 2011.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Papel na Peça da Vida


O Papel na Peça da Vida

Rodolfo Pamplona Filho

Shakespeare disse que
todo o mundo é um palco
e que todos os seres humanos
são atores desta peça...

Só que nem todos querem ser
e atuar como protagonista,
porque a cena exige coadjuvantes
e até mesmo alguns figurantes,

já que o hoje não cede espaço
para amadores e principiantes,
e o universo não conspira o bem, como se pensava antes.

Mas isso não deve reprimir
o que cada um carrega em si
como manifestação de sua arte,
a mostrar em todo parte

que o script não precisa ser assim
e é possível sempre dar uma mexida,
já que você é ator principal, sim,
pelo menos, da peça de sua vida!

Brasília, 14 de outubro de 2011.

domingo, 14 de julho de 2013

Soneto do Sacerdócio


Soneto do Sacerdócio

Rodolfo Pamplona Filho
Missão é real vocação,
não é fruto ou herança.
Aprender, de verdade, a lição
é realizar a esperança

não de fazer o que planejaram,
mas, sim, de realizar
o que suas aptidões mostraram
como única forma de enfrentar

não comodismo, diletantismo
ou entretenimento
no cumprir seu real intento,

mas, sim, compromisso, sacrifício
e dedicação extrema ao labor
para ser quem é, sem medo da dor.

Salvador, 18 de dezembro de 2011.

sábado, 13 de julho de 2013

Eu e Pini


Eu e Pini

Rodolfo Pamplona Filho
Eu te amo!
- Para, pai!
Eu quero atenção!
- Peraí, rapidão!
Fale a verdade para mim!
- É sério!
Você me ama?
- Pshiii!!!!
Um dia, você vai entender
e será importante para você
descobrir qual é a razão
de amar quem só lhe diz não,
como ser tão adorada,
mesmo quando só dá patada
em quem percebeu
que não vive sem o beijo seu..

New York, 29 de dezembro de 2011.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Esse muso, o dedinho


Esse muso, o dedinho

Rodolfo Pamplona Filho
Num saco de boxe pesado,
o papito, coitadinho,
deu um murro atravessado
e fraturou o dedinho

Morrendo de dor, o danado
foi correndo ao medicozinho
que não se fez de rogado
e tirou um retratinho

Vendo a fratura escondida,
sorrateira e bem malvada,
imobilizou sob medida
e solucionou a charada:

Para ficar bom, sem chorada,
e ganhar essa parada,
só consulta especializada
e uns beijinhos da filharada...

New York, 28 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Freio de Mão Puxado


Freio de Mão Puxado

Rodolfo Pamplona Filho
Quero ir além,
mas algo me segura.
Penso em ser alguém,
mas me diz que é frescura.

Piso no acelerador,
mas nada responde.
Procuro calor,
mas não sei onde.

Não saber aproveitar
o que a vida tem para dar
traz um estanho exclamar
de que não adianta comprar

vinhos maravilhosos
que não vão ser bebidos
ou ter sonhos eróticos
que nunca serão vividos...

Falta de ânimo, de paixão,
de graça, de tesão,
de prazer em sua lida
de verdadeiro pulso de vida.

Tudo isso vem à baila
quando se descobre, à navalha.
a sensação de viver amarrado
com o freio de mão puxado.

New York, 01 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Amor em NY


Amor em NY

Rodolfo Pamplona Filho
Amar é acordar de maduro
e não poder fazer nada puro
para não acordar as crianças,
nem mesmo alimentar esperanças...
É mudar de plano
com o carro andando...
É morrer de frio,
com o estômago vazio...
É se entregar inteiro.
sem poder ir ao banheiro...
É tolerar, suportar,
ir sempre em frente...
É aprender a ser resiliente...
É dar risada
da enrolação...
É não achar nada
por faltar a comemoração...
É não se estressar
com problemas imaginários
e saber enfrentar
os dilemas reais e diários...
É sentir que algo ainda pode fluir,
e, com todo o fervor,
nunca efetivamente desistir...
sempre por causa do amor...

New York, 03 de janeiro de 2012.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Descoberta da Paternidade (Soneto)


Descoberta da Paternidade (Soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Um dia, tem-se a oportunidade
de finalmente aprender
qual é, na realidade,
a sensação de nada poder.

Sobre o tema, todo chavão
ou o mais conhecido bordão
sempre soará verdadeiro
diante da sensação de desespero

Tudo isso se dá
pelo imenso prazer
que a nova vida pode trazer,

só de imaginar
a mais pura felicidade,
que é a descoberta da paternidade.

Salvador, 07 de janeiro de 2012,
um sábado de noite,
no cinema com filhos e sobrinhos,
pensando no amigo-irmão Pablo Stolze Gagliano.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Soneto das Cores


Soneto das Cores

Rodolfo Pamplona Filho
Ó, Deus, não me tire a luz
que me permite e seduz
ver a explosão de cores
ou um caledoscópio de amores!

Os raios que invadem a retina
permitem vislumbrar a sina
de quem não tem a felicidade
de conhecer a diversidade,

pois dominar a paleta do amor
é ser Senhor da mais bela arte
que transforma toda parte,

convertendo o cinza em cor,
para, no mundo, ser franco
e nunca mais ver em preto e branco.

Salvador, 07 de janeiro de 2012.

domingo, 7 de julho de 2013

Soneto da Confiança no Além (ou da Solidariedade na Necessidade)


Soneto da Confiança no Além (ou da Solidariedade na Necessidade)

Rodolfo Pamplona Filho
Não há nada gentil
em ser chamado de gentio...
Não há geografia
para quem tem ousadia

de ser sustentado
por quem nada tem,
totalmente confiado
em quem está no além.

Pedir com base (ou sem),
não com o que os olhos veêm,
mas com o que o coração sente

fará encontrar a generosidade
que suprirá toda necessidade,
trazendo a paz que nunca mente.

Salvador, 08 de janeiro de 2012.

sábado, 6 de julho de 2013

Quinze (soneto)


Quinze (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Debutar é a simbologia
de um rito de passagem,
em que uma vida, outrora vazia,
ganha nova mensagem

de uma linda esperança
de que a vida pode ser diferente
com a inocência de criança
e o desejo adolescente

Quinze vezes
Quinze anos
Quinze planos

Contam-se os meses
Trocam-se os panos
Descobre-se o que é ser sano.

Salvador, 14 de dezembro de 2011.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Espírito Livre


Espírito Livre

Rodolfo Pamplona Filho
Depois de muito tempo,
descobri o gosto da liberdade,
mesmo já tendo passado da idade
em que isso normalmente é vivido.

Aprendi que, em essência,
sou um espirito livre,
que só tem, de próprio,
o seu livre-pensar

Não tente me aprisionar,
nem em um laço amarrar,
pois isso somente me fará
sentir tristeza e chorar...

O amor vai me resgatar
da viagem que me propus
de nunca desistir
de viver e de ser feliz

Se você ama alguém,
deixe-o livre para ser quem é...
Se ele ficar, é porque quer;
se for embora, é porque nunca quis

Se amar é a liberdade
para se aprisionar a ninguém,
eu quero aprender, de verdade,
se, na realidade,
é possível amar
sem se tornar de alguém...

Por que é preciso ter alguém
para chamar de seu?
Por que se tem de ser
de alguém para ser feliz?

Será que se tem de ser
possuído ou possuir
para se sentir
verdadeiramente amado?

Eu não posso ser eu
e somente meu
deve ser o desejo
de viver com e para,
mas não só para isso...

Eu sou uma alma livre...
Livre como toda alma deve ser
para nunca se arrepender
de ter buscado viver
cada momento de prazer
que se renova a cada amanhecer.

Eu sou uma alma livre...

Salvador, 12 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Corpo e Coração


Corpo e Coração

Rodolfo Pamplona Filho
Eu nao rifo meu coração.
Dele, não faço leilão.
Meu coração não se rifa,
porque ele não é meu!
De quem mais ele seria,
se não seu?

Meu coração é
muito mais importante
que meu corpo,
que é apenas uma parte,
nem de longe a mais relevante
e que não se confunde com o todo.

O meu corpo não é rifado,
mas, sim, disponibilizado,
em um comodato necessário
exercendo quase uma função social,
ao satisfazer um instinto animal
e também de curiosidade cientifica.

E assim vou vivendo
e também aprendendo
a saber separar
o aproveitar e o amar,
o simples dar e o  entregar,
o curtir e o se permitir,
o prazer e o viver...

Salvador, 12 de dezembro de 2011.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

The Watch, The Clock, The Time



The Watch, The Clock, The Time

Rodolfo Pamplona Filho
The Watch...
The Clock...
The Time...
What if
I could never die,
would I have time
to feel that I'm alive?
I would like to stop the clock
to see if I can get more...
time...

The Watch...
The Clock...
The Time...
I wanna have a clone
or a lot of ones
to make everything
I wanna live once more...
Or simply
stay lay in bed
thinking about
what should I have
do
to
spend more time with you...

The Watch...
The Clock...
The Time...

Praia do Forte, 11 de dezembro de 2011.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Entre Amantes


Entre Amantes

Rodolfo Pamplona Filho
O que é ser
o outro
na vida de alguém?
É aprender
a se sentir solto
e viver além.

Definitivamente,
é se ver
mais como gente
que tem de aprender
a ficar contente
em receber

não aceitação,
mas muito carinho,
tolerância e compreensão;
não fidelidade,
mas muitos beijinhos,
respeito e verdade;

e - claro! - amor de sobra
dos dois lados da moeda,
devolvendo, com dobra,
tudo que se entrega,
sabendo que o futuro é agora
e que todo tempo é só um instante,
quando toda espera é demora
para ser, da vida, um amante.

Aracaju, 09 de dezembro de 2011.

Acuado, mas pensando...


Acuado, mas pensando...

Rodolfo Pamplona Filho
Preso, restrito, cercado
Verdadeiramente acuado
Sem noticias
Sem informação
Apenas a tensão
de não poder fazer nada,
mas, mesmo assim, permanecer
em um misto de apoio,
solidariedade e indignação,
não somente com os motivos,
mas com a própria manifestação...
em que o justo pleito
é verbalizado em um grito
há muito reprimido
e que não quer mais calar...
em que o pai quer ensinar
ao filho como reivindicar
e ser finalmente protagonista
de uma sociedade revista...
mas que se sente impotente
diante de quem só quer aproveitar
para vantagem tirar
ou somente barbarizar
e nos colocar a culpa...
A justa medida não é fácil,
pois a justa medida não existe
e o que é mais triste
é ver o combate não à causa,
mas às consequências
de mais de quinhentos anos
de um Estado sem Governo,
de um povo refém do medo,
de um desejo sem ação
de uma nação sem cidadão...

Aeroporto de Guarulhos, noite de 21 de junho de 2013,
tudo pensado,
literalmente parado,
em um quadrado

de espaço recuado...

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Proposta de Amor Possível


Proposta de Amor Possível

Rodolfo Pamplona Filho
Quando a tristeza, a solidão
e a angústia chegarem,
tente pensar na seguinte mensagem:
você não é só privação,
imobilidade, interdição,
frustração, impossibilidade.
Você é responsabilidade,
é amor pela família que formou,
mas é também coragem,
inspiração, amor,
desejo, explosão,
aventura e paixão.

E encontrou alguém
que ama seu ser
de um jeito tão forte também...
alguém que, como você,
quer pulsar, quer luzir,
quer vibrar, quer florir,
quer acariciar, quer beijar,
não quer machucar,
não quer ferir,
mesmo quando não sabe onde ir,
pois quer apenas viver,
de preferência, para você!

As contradições não me causam susto!
O que realmente me espantaria
é se você aceitasse, de forma fria,
tudo aquilo que repulso,
como a burrice, a preguiça,
a mediocridade da pura cobiça,
a pasteurização do não pensar,
do não duvidar, do achar
que o caminho do berço ao túmulo
pode ser reto, alvo, não acidentado,
de achar normal, e não um cúmulo,
andar sem uma marca ou pecado.

A gente é feito de dia e de noite,
luz e sombra, beijo e açoite,
de prazer e dor, sim e não,
de paz e de convulsão...
Eu admiro quem assume isso!
Por isso, deixa eu assumir o compromisso
de ser o seu amor possível, sua vontade,
a sua moça do sonho, a sua essência,
a sua parceira nas diversas realidades,
a musa do seu Poema da adolescência,
o seu fogo, o seu sexo, o seu tesâo,
seu porto seguro, sua loucura, a sua mansidão.

Salvador, 08 de dezembro de 2011.