O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

domingo, 31 de dezembro de 2017

Gratidão

Gratidão
Rodolfo Pamplona Filho

Gratidão não se exige,
não se pede, nem se espera...
É presente de um coração puro,
que não vê outra forma de agir,
na memória da marca do passado
e do alívio do auxílio no desespero...

Por isso, a ingratidão machuca
como punhaladas nas costas,
como um tapa no rosto,
como uma dor fatal no peito...

O ingrato merece mais do que repúdio:
é pena de morte no coração,
que se fecha em uma ferida purulenta,
cujos bálsamos somente são
o ostracismo ou a ressurreição do perdão...

Reconhecer-se grato é o exercício da verdadeira humildade,
que é saber que, sozinho, não se consegue nada,
pois conquistas isoladas são vitórias de Pirro,
em que obter o resultado não significa necessariamente desfrutá-lo...

Gratidão é a resposta sincera
que o afeto exige por coerência!
É a marca que renova a esperança,
que não é a última que morre, posto imortal,
mas, sim, a certeza de que
ainda se pode ter fé na humanidade

Maceió, 03 de setembro de 2010

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Para um amor secreto





Rodolfo Pamplona Filho

Querido
Você nem imagina como estou ligada em você...
Você nem imagina como estou ligada a você
Eu me emociono só de pensar
em como seria maravilhoso
ouvir nossas musicas com você...

Descobrir sua essência, além da casca,
fez despertar o amor e a ansiedade de estar perto.
Quero ficar com você em meu colo, vendo o por do sol até a lua iluminar sua face...
Quero fazer um cafuné, deslizando minha mão sobre seus cabelos, ate sentir sua pele...
Quero beijar seu rosto delicadamente, ate fazer você acreditar que não está sonhando...
Quero até mesmo brigar com você, só para ter o prazer da reconciliação...

Você tem um efeito perturbador em mim...
É um sentimento forte, que toma todo meu pensamento...
que me anestesia em alguns momentos
quando imagino nossas vontades reunidas...
E a única coisa que me faz melhorar é chorar...
mas é um choro de alívio e de esperança
de que, algum dia, poderemos
rir juntos e felizes...
...apenas por estar pertos um do outro.
...e você tentar me calar...
...e eu continuar falando que nem uma matraca...
...e você rir porque se diverte comigo...
...e porque não consigo disfarçar
meu nervosismo
de ter transformado
essa fantasia em realidade...

Você é parte de mim,
não como um agente externo,
mas como um complemento de mim mesmo.
Nosso amor não tem amarras, nem barreiras...
e é como um primeiro namoro...
no qual ficamos ávidos por um contato...
na palavra e no carinho...
Não consigo mais pensar na minha vida sem ter você.

Você está fora de todo tipo de definição.
Não posso dizer que é meu amigo,
nem amante, nem ficante,
nem pretendente, nem confidente...
não há rótulos....
Não somos nada disso e, dificilmente, alguém compreenderia esta relação.
Ela está fadada a permanecer apenas na publicidade de nossas almas e corações.

É como se você fosse eu...
como se meu pensamento estivesse em você.....
Por isso que me completa....
e ninguém me entende...
então ninguém entenderia você, dessa forma, na minha vida...

San Francisco, 25 de setembro de 2010.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ausência


Rodolfo Pamplona Filho

Saudade é o meu sangue,
meu ar, meu nome do meio.

Saudade é o som da música,
meu tempo livre, meu espelho.

Saudade é o chão que piso,
a água que bebo,
a cama que deito...

Saudade é o horizonte,
a memória perdida,
a esperança de vida...

Saudade é tudo aquilo
com que simplesmente convivo
e, no dia que deixar de sentir,
é porque não estarei mais vivo...





Abrantes, 25 de março de 2016.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Poema Maior




 Rodolfo Pamplona Filho
Onde encontrarei
o nosso Poema Maior?
Nosso Poema Maior reside no coração:
parceria, intimidade e cumplicidade!
Nosso Poema Maior
não precisa ser escrito para existir...
Ele não precisa de tinta e papel...
Nossas mãos tocam mais do que papel:
tocam corações, mentes e almas...
e esse desejo de estar junto
está fadado ao universo,
que conspira e inspira
toda nossa capacidade
de se entregar...
Nosso poema toca esperanças;
toca sonhos; toca lábios;
trocam-se sensações
que nunca antes foram sentidas...

Separados pela vida
e reunidos pelo destino,
seremos um casal
casado em espírito,
mesmo que em casas separadas...
casados no coração,
ainda que dormindo com outros amores...
casados no amor real e puro,
no qual jamais haverá divórcio...

Nunca me entreguei a alguém
como me entrego a você:
meu macho alfa, meu oásis no deserto,
minha enzima, minha fonte de vida,
o alface da minha salada...
A quem mais eu poderia
chamar assim
com tamanho amor?

Nunca fui amada
como sou com você...
e repito mil vezes:
eu te amo como
ninguém jamais te amou,
em todos e vários sentidos,
em todos os versos,
em todas as metáforas
de nosso Poema Maior.

São Paulo, 07 de outubro de 2010.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

É Preciso Viver Mais Leve



Rodolfo Pamplona Filho


Todo mundo não quer enganar, sim,
Nem todo táxi cobrará mais caro!
Há comidas que não têm gosto ruim
E, na verdade, é a maioria do prato.

E as crianças não ficarão doentes,
pelo menos não necessariamente,
se não comerem toda a comida,
ainda que não imediatamente!

Um sorriso não é uma coisa bem
tão difícil assim de esboçar,
mesmo quando não se tem
tanta prática assim a contar...

Caminhar não é idéia a desprezar,
ainda mais se desperta o apetite,
O planeta é imperfeito para morar,
mas não é assim tão triste...

Sei que parece impossível tentar,
mas consiga um dia sem reclamar
do tempo, da vida, das dores,
que só se sente porque há amores...

Pense que para não enjoar,
basta, por exemplo, variar,
pois não fazer o mesmo sempre
é o inicio de um caminho diferente.

Sei que não é assim para você...
são os outros que vêem equivocado,
mas faça um esforço para perceber
não é lógico todos estarem errados

quando simplesmente têm esperança
que você ache o prazer na dança
de curtir o prazer desta vida breve
pois é preciso viver mais leve...


Buenos Aires, 21 de junho de 2011

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

O Tempo é o Senhor da Razão




Rodolfo Pamplona Filho

Quantas vezes eu gostaria
de alterar a ordem do dia
e poder fazer de forma diferente
o que encontro no tempo presente.

Vejo como eu poderia encontrar alegria
onde, hoje, só vejo melancolia
e descobrir uma felicidade
que perdi pouco a pouco com a idade...

Será que é possível mudar
opções que fiz no caminhar
por não saber o que me esperava
ou o que na minha vida faltava...

Como eu poderia saber ou prever
que o destino reservaria novo prazer,
encontrando novo sentido no viver
e uma forma alternativa de ser...

Ainda terei coragem para novo desafio?
Ainda enfrentarei tudo com brio?
Conseguirei ser outro alguém?
Encontrarei um mundo além?

Dúvidas são uma constante
em uma mudança tão fulminante
e o receio não é uma temeridade
no encontro da essência de verdade!

Conheço o que já tenho e não é perfeito!
Sei o que quero e o que não mais aceito!
A esperança é o gás da Transformação
e o Tempo é o Senhor da Razão...

São Paulo, 20 de novembro de 2010.

domingo, 24 de dezembro de 2017

O Dia


Rodolfo Pamplona Filho

É hoje o dia!
E o sangue dá nova pulsada
como um atleta de corrida...
Será que, antes da chegada,
já será despedida?

É hoje o dia!
E a ansiedade
toma todo o corpo,
como se a vontade
aproximasse o porto...

É hoje o dia!
Mas que desespero!
A cada minuto de espera,
tenho um pesadelo
de que serei esquecido na terra...

É hoje o dia!
Tenho a esperança
de que tudo vai dar certo
toda vez que vem a lembrança
de que o momento está perto!

É hoje o dia!
Recebi a confirmação
de que não houve desistência,
o que faz meu coração
renovar sua resistência!

É hoje o dia!
É agora a hora!
Por isso, sem demora,
farei o que sempre quis:
apenas ser feliz.

Salvador, 26 de agosto de 2011.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Quando o dia termina....






Rodolfo Pamplona Filho

E o dia termina
sem teu cheiro em minha roupa...
E a noite começa
sem promessas loucas...

Mas a manhã renovará a esperança...
de te amar a cada nova dança...
Sonhando com cada oportunidade
de renovar um amor de verdade...

E a saudade invade o vento,
toma todo meu pensamento,
arrebata a minha emoção
e fulmina meu coracao...

Nutrindo meu desejo constante
de estar com você a todo instante.
Por isso, esta é a minha sina,
quando o dia termina...

Salvador, 22 de outubro de 2010, no meio do Caia Cultural.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Sorrisos



Rodolfo Pamplona Filho

Todo sorriso é um enigma
mais difícil que o da esfinge
pois não há saída: ele nos devora,
seja alegre ou seja triste!

Cada dente exposto,
cada expressão no rosto
contém uma mensagem
Cada olhar brilhante,
cada riso vibrante
transmite uma imagem

Ela sorri para mim?
Ou ela sorri de mim?
Compreender é tão difícil
quanto se espera um “sim”!
Não se sabe se um sorriso
é um beijo ou uma ironia!
Não se sabe se um sorriso
emana sarcasmo ou poesia!

Por isso mesmo,
repito sempre o lugar comum:
“Sorria sempre, mesmo
que seja um sorriso triste!
Pois antes um sorriso triste
do que a tristeza
de não saber sorrir!”

(1991)
Musicado por Iuri Lemos Vieira em 2006

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Cara de Pau



Rodolfo Pamplona Filho

O indivíduo fura a fila
e ainda reclama da bagunça;
reclama da falta de ética
e pede um cargo no serviço público;
protesta contra a corrupção
e trabalha sem nota fiscal;
fala que o serviço é ruim
e sai mais cedo da aula;
diz que ninguém presta
e esquece que faz parte do todo;
sonha com um mundo diferente
e faz tudo igual...
No final, esse tipo de gente
não passa de um cara de pau...

Salvador, 10 de agosto de 2016, assistindo a ida para a Fonte Nova...

domingo, 17 de dezembro de 2017

Sobre Ser


Rodolfo Pamplona Filho

Você não é
o que você acha que é
Você não é
o que as pessoas acham que você é.
Nem eu, nem você somos
o que a vida fez de nós dois
O que nós somos
não pode ser sabotado
por aquilo que nos tornamos



Salvador, domingo, 27 de novembro de 2016.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Combate à Acrasia


Rodolfo Pamplona

Disputa entre
Arrependimento 
e Recusa 

Tensão entre
autonomia e
consentimento.

Diálogo entre 
o "eu presente"
e o "eu futuro"

Será que todos nós 
não temos uma preferência 
por não preferir?

Sua preferência pela
não escolha
é perfeitamente honrável 

Já diria Proust:
"A atenção prende
e a rotina liberta"

Coerência é conseguir 
dar uma resposta precisa
aos casos que se enfrenta.

Nem sempre arrepender-se é
uma decisão ética,
mas, sim, animalesca.

No Contrato de Ulisses,
prevalece a decisão manifestada
sobre a liberdade de mudar o combinado.

Pode ser um ensaio clínico,
um testamento vital 
ou uma viagem à Marte,
em que a vontade de antes 
prevalece sobre a vontade do depois,
sem possibilidade de voltar atrás...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Fantasmas Insistentes



Rodolfo Pamplona Filho

Por que erros do passado
insistem em assombrar
quem já os reconheceu
ou simplesmente
se arrependeu?

Por que o mero fato
de ter pisado na bola
não sai da memória,
mesmo quando
não há possibilidade de volta?

Por que ser condenado
pelo equívoco consumado,
se não resiste qualquer desejo
de retomar o contato
com quem só lhe fez mal?

Talvez sejam os mistérios
da complexidade humana,
em que a vontade de mudança
daquilo que não tem esperança
seja a última motivação da vida...

14 de setembro de 2016, no vôo para São Paulo.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O Dia


Rodolfo Pamplona Filho

É hoje o dia!
E o sangue dá nova pulsada
como um atleta de corrida...
Será que, antes da chegada,
já será despedida?

É hoje o dia!
E a ansiedade
toma todo o corpo,
como se a vontade
aproximasse o porto...

É hoje o dia!
Mas que desespero!
A cada minuto de espera,
tenho um pesadelo
de que serei esquecido na terra...

É hoje o dia!
Tenho a esperança
de que tudo vai dar certo
toda vez que vem a lembrança
de que o momento está perto!

É hoje o dia!
Recebi a confirmação
de que não houve desistência,
o que faz meu coração
renovar sua resistência!

É hoje o dia!
É agora a hora!
Por isso, sem demora,
farei o que sempre quis:
apenas ser feliz.

Salvador, 26 de agosto de 2011.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Minha Marina


Rodolfo Pamplona Filho

Minha Marina
não é morena,
nem sequer se pintou...

Minha Marina
faz de tudo,
inclusive um favor...

Pode pintar o rosto
e o sete, com gosto,
como tudo que é seu..

Marina, você já é linda
e será sempre linda
com o que Deus deu...

Com você, nunca me aborreci,
nem me zanguei...
Isso, eu posso falar...

pois quando eu chamo Marina,
só sei me alegrar...

Eu já passei por tanta coisa...
Você nem sabe o que é chorar...
Desculpe, Marina minha,
mas nunca deixarei de amar...

Praia do Forte, 04 de julho de 2011.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Acuado, mas pensando...



Rodolfo Pamplona Filho

Preso, restrito, cercado
Verdadeiramente acuado
Sem noticias
Sem informação
Apenas a tensão
de não poder fazer nada,
mas, mesmo assim, permanecer
em um misto de apoio,
solidariedade e indignação,
não somente com os motivos,
mas com a própria manifestação...
em que o justo pleito
é verbalizado em um grito
há muito reprimido
e que não quer mais calar...
em que o pai quer ensinar
ao filho como reivindicar
e ser finalmente protagonista
de uma sociedade revista...
mas que se sente impotente
diante de quem só quer aproveitar
para vantagem tirar
ou somente barbarizar
e nos colocar a culpa...
A justa medida não é fácil,
pois a justa medida não existe
e o que é mais triste
é ver o combate não à causa,
mas às consequências
de mais de quinhentos anos
de um Estado sem Governo,
de um povo refém do medo,
de um desejo sem ação
de uma nação sem cidadão...

Aeroporto de Guarulhos, noite de 21 de junho de 2013,
tudo pensado,
literalmente parado,
em um quadrado

de espaço recuado...

domingo, 10 de dezembro de 2017

Sobre Sonhos


Rodolfo Pamplona Filho

Já dizia o filosofo:
os sonhos são os rebentos
e botões da imaginação!
Por isto, também têm o direito
de viver sua vida pura...
Sufocar ou deformar
os sonhos da juventude
é destruir a criação
e matar o criador...

Salvador, 13 de novembro de 2013, conversando com a amiga Ezilda Melo

sábado, 9 de dezembro de 2017

Tudo que preciso



Rodolfo Pamplona Filho

Eu não preciso de carros ou de cargos
Eu não preciso de cantos e encantos
Eu não preciso de casas e haras
Eu não preciso de hinos e sinos
Eu não preciso de dinheiro ou espelho
Eu não preciso de estilo ou status
Seu amor é
tudo que preciso
para ser feliz.


São Paulo, 23 de setembro de 2017.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Soneto do Overo



Rodolfo Pamplona Filho

Não importa a altura,
seja alto, médio ou baixo!
Não se trata de tamanho,
mas sim de como em encaixo!

Não se trata de beleza,
posta na cama ou na mesa!
Não se trata de formato,
mas da reação ao contato!

O definitivo segredo
do encanto do overo
é a sua interação,

pois nada nesse mundo
é tão gostoso e profundo
quanto o encaixe no tesão.


Salvador, 20 de agosto de 2017.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Sobre relações e submissões


Rodolfo Pamplona Filho

Não é senhora
Não é patroa
Não é dona

Não é senhor
Não é amor
Não é autor

Ser o bem
de alguém
está além
do que se tem
ou do que se quer...


Salvador, 23 de outubro de 2017.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Sobre Envelhecer


Rodolfo Pamplona Filho

Acho que a gente
tem que envelhecer
ao lado de alguém
que nos dê vontade de viver:
alguém que nos estimule em tudo;
alguém que seja bom estar do lado.
O bom é ter vontade
de sempre fazer mais,
de ser cada dia melhor
e ter alguém
que viaja junto.
Há gente que
nos deixa estacionado:
tanto faz mudar ou não;
vive-se um dia após outro.
Assim, tudo acaba
virando monotonia,
sem graça,
sem vida...
O bom é saber
como e com quem
envelhecer.


Salvador, 20 de agosto de 2017.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Entre Notas

Entre Notas

Rodolfo Pamplona Filho

Hã muito mais Lá
entre um Si e um Dó,
do que possam imaginar
nossas vãs filosofias!
Ou entre o Si e a Dó!
Ou entre o Lá e o Dó maior!
Ou entre o Lá distante do Sol!
Entre Si e Mi, de Ré,
sem Dó, no Sol-Fá!
Lá, distante do Sol,
existe em Mi,
um profundo Dó!
No Ré pensar
do que Fá zer,
penso em Si,
penso em Mi,
penso em nunca mais ser Sol.


Mainz, 02 de maio de 2013.