O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...
domingo, 30 de setembro de 2012
Benção do Casamento
Benção do Casamento
Afilhados, costumo dizer publicamente que, na modernidade, o casamento não é para qualquer um.
A ampla liberdade sexual e a relevância social do investimento pessoal na habilitação profissional pessoal tem nos tornado, cada dia mais, poços profundos de egocentrismo, em que as nossas necessidades pessoais são sempre vistas em primeiro lugar, como se nosso umbigo fosse o centro do universo.
O casamento, porém, é a quebra desta lógica egoísta, pois se trata do mais profundo aprendizado de algo que somente a maturidade emocional - que nos leva os cabelos e os anos, mas nos traz a sabedoria dos tempos vividos - é capaz de proporcionar.
Conviver é aprender a renunciar, a tolerar, a aceitar as diferenças...
Note como a palavra é construída: CON + VIVER, ou seja, VIVER COM, viver com alguém, nos bons e maus momentos, nas dúvidas e nas incertezas, na alegria e na tristeza.
É aprender a falar e aprender a ouvir! Ao mesmo tempo, é aprender a entender os sinais do corpo e dos olhos, em que um olhar ou um sorriso podem dizer muito mais do que milhares de palavras...
Meus amigos e colegas desta maravilhosa aventura que é aprendizado do viver a dois, saibam - como já sabem! - que a base de tudo é o AMOR! Não deixem que te convençam da maior mentira do inimigo de que isso é uma pieguice ou uma fraqueza!
Quando a paixão esfriar com o tempo, ou quando o tesão diminuir pelo natural envelhecimento físico, o que os sustentará é, mesmo, o AMOR!
E o Amor não é somente a atração física ou o sentimento romântico dos jantares a luz de velas ou dos passeios maravilhosos a dois...
É, na verdade, um conjunto de sentimentos e atribuições, no que se incluem, apenas exemplificativamente, a AMIZADE, a TOLERÂNCIA e o RESPEITO.
Como já estou me alongando demais, deixa eu falar um pouquinho rápido desses três sentimentos com vocês!
Minha mulher é minha melhor amiga! Se, como muitos homens, por vezes concentro-me demais no trabalho, pensando e esperando que tudo seja compreendido pelo resto da humanidade, é ela quem me traz de volta para a terra, mostrando-me o caminho certo para trilhar. Se pareço muitas vezes um foguete querendo subir cada vez mais, tenho sempre um porto seguro onde posso atracar o meu barco com a convicção de que posso sempre confiar... Há uma música de Renato Russo, que diz algo assim: quero alguém para confiar, alguém que depois não use o que disse contra mim...
Tolerar é aceitar o outro como ele é. Dizem, numa dessas piadas machistas (in)felizes, que um dos segredos de um casamento feliz é o homem saber que a mulher vai mudar e que a mulher saber que o homem não vai mudar... eheheheheheh. Falando sério, é preciso compreender e tolerar que há uma esfera personalíssima no indivíduo que, dificilmente, muda e é preciso respeitá-la profundamente. Por outro, gostos, preferências e hábitos podem ser alterados, mas devem partir de uma consciência íntima ou de uma evolução natural, para não soar forçada...
Nisso, se abrange o respeito. Pouco importa se a fidelidade é um dever jurídico ou não! Tentações sempre existirão, mas é preciso sempre pensar como o outro se sentiria no caso concreto e como NÓS nos sentíriamos se estivessmos no lugar do outro.
A opção de viver junto é de repartir sonhos e sentimentos, sendo preciso respeitá-los para conseguir conviver. O amor e a amizade geram intimidade, mas é preciso muito cuidado com a ironia e o sarcasmo, que entram, tal qual penetras em uma festa, para minar os nossos sonhos de uma vida comum.
SIRVAM-SE um ao outro. Sejam amigos, servos, parceiros, amantes, pais e filhos, um do outro!
Aprendendo a CONviver, vocês descobrirão, também no AMOR, o PERDÃO, que nada mais é do que a mais lídima manifestação de um sentimento divino na nossa imperfeita humanidade. Racional ou emocionalmente, quando no fogo da ferida aberta, o perdão nunca é compreendido ou compreensível. Todavia, ele está na base que nos autoriza, não a continuar pecando, mas sim a confessar a nossa imperfeição e mudar - aí, sim, mudar! - pelo AMOR, AMIZADE, TOLERÂNCIA e REPEITO que se tem ao outro...
Por isso, contradigam o poeta: que o amor seja eterno E PONTO. Pois tudo mais se acaba, mas o amor, o verdadeiro amor, este viverá sempre, mesmo que escondido nas armadilhas da rotina e de um mundo cada dia mais tentador.
Espero que tenham a mesma felicidade que tive no casamento.
Jesus os abençoe, pois a nossa benção (minha, de Emilia e da pequena Marina), vocês já têm!
Beijos e abraços afetuosos,
Rodolfo Pamplona Filho
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ResponderExcluirGostei do inteligente comentário acima: o que faz a gente ser feliz é amar, amar, amar e querer bem amor, amor...".
ResponderExcluirMas tem coisas que são para sempre, embora algumas pessoas digam que "nada é para sempre": O amor verdadeiro é para sempre, Deus é para sempre, Amizade verdadeira é para sempre, a fé é para sempre. E "para sempre" é, no mínimo,enquanto vivermos.
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ExcluirAmigo,
ResponderExcluirAcho que o casamento de que vc nos fala, nessa bela benção, é o casamento que se tece na convivência diária, não? Do casamento que pode(ou não) submeter-se ao rituais da celebração legal e da festa. Nesse sentido, a união estável também seria um casamento.
É claro que o amor é a razão última, a base e o sentido de se partilhar a vida com outra pessoa. Não é o papel que cria esse amor, ele apenas empresta a ele um conjunto de características e efeitos decorrentes da sua formalização perante o Estado, como a nossa Constituição, hoje, não sem tempo, tornou claro. O desafio está em saber dividir, em nutrir, em compreender, em tolerar, em querer seguir juntos unindo duas estradas separadas.
Mas, sabe, eu acho que o ritual faz parte da vida. O homem ritualiza para melhor entender o que vive, para significar mais amplamente suas experiências, paera distinguir certas experiências de outras. A festa de aniversário é um ritual, o reveillon também, a defesa pública de uma tese ou dissertação, as celebrações religiosas....rituais, todos eles! E, nesse sentido, mesmo que o papel não constitua o amor, acho a comemoração do casamento uma coisa bonita, sempre me emociono. É a comemoração do encontro e da escolha com um parceiro amoroso com que se pretende comungar amplamente a vida! E, ao contrário de muita gente, não acho que o casamento que acabou deu necessariamente errado. Nesse ponto, fico com o poetinha: que seja eterno enquanto dure, enquanto os parceiros forem mais felizes juntos do que separados!
(desculpe o tratado, amigo:)!
Beijos,
Nanda.
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ResponderExcluirMuito interessante as observações de Layanna! A maior riqueza é mesmo esta, perceber como um único tema comporta tantos pontos de vista...Eu, por exemplo, acho que o ser humano é quase sempre incapaz de não conviver! Somos bichos sociais( não necessariamente sociáveis), nos construímos é na convivência com o outro, ainda que seja para divergir, para caminhar em sentido contrário. A liberdade plena(um ideal) se confunde, muitas vezes, com a plenitude do desejo, e nós somos seres desejantes. Mas o desejo que não se submete a freios passa por cima do outro, não respeita a esfera do outro. O respeito ao outro implica, em medida variável, em interditar o próprio desejo. Isso é convivência!
ResponderExcluirQuanto aos rituais, acho que são, em sua maioria, uma tentativa de dar algum sentido à sucessão aparantemente aleatória de dias e eventos de que se compõe a vida(segundo o poetinha, essa estrada que vai do nada ao nada...). Gosto de alguns, não suporto outros. Mas o amor, sem dúvida, é o sal dessa grande icógnita que é a nossa estrada. Enfim, adorei o debate! Quantos reflexões seu texto estimulou, meu amigo poeta. Massa! Beijos.
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ExcluirOi, Layanna!
ResponderExcluirDe onde vc é? Pela quantidade de alunos que já tive(e tenho), e pelo número de cursos de pós nos quais já ministrei aula, fica difícil identifica-lal só pelo nome(embora o seu não seja um nome comum).
Obrigada pelos elogios à aula, mas dispenso o "senhora", até porque sou bem mais nova que RPF:) Quanto à comparação com Mara, no problems, já que eu sou baiana, morena, e o cabelo é parecido rsrs...Até gostava dela quando era guria! Mas dando a César o que é dele, a música é de Roberto Carlos, ela só canta rsrs. Meus comentários não são cheios de intelectualidades não, menina, são só reflexões espontâneas provocadas pelo diálogo constante com Rodolfo, que me orienta academicamente e é um dos meus melhores amigos. Leio sempre o que ele escreve, porque é mais uma forma de ter acesso à essa cabeça eternamente em movimento, cabecinha fascinante! Fora o fato de que eu acho lindo ter um melhor amigo poeta=) Legal esse contato por aqui, e vou conferir suas postagem no youtube!
Beijo.
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ExcluirJesus Cristo, menina, você foi longe hehehe!
ResponderExcluirNão lembrava disso, mas cantei junto com Mara, só no bate-cabelo;)
Quando Rodolfo voltar, vai dar muita risada rs..
Beijos!
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ExcluirP.S Vc também foi aluna de Rodolfo?
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ExcluirQueridas Alexsandra, Fernanda e Layanna
ResponderExcluirEstou achando o máximo este diálogo entre vocês aqui no blog!
Fiquem à vontade, viu?
Beijos nas três,
RPF
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ExcluirEu concordo com Layanna, de uma certa forma: com papel ou sem papel, o importante é amar, amar, amar e querer bem amor, amor , amor... hahaha. A coisa do "que seja eterno enquanto dure" também é válida. Assim como os rituais são válidos para quem acha importante. Não há dúvida de que algumas formalidades foram criadas para conter, reprimir etc. Mas o importante é ser feliz, independentemente das formas e dos conceitos criados pela sociedade. Penso que só não vale mentira, pois acabamos descobrindo e ficando com raiva "para sempre" do outro. (o "para sempre" é brincadeira).
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ExcluirLayanna cada cabeça, um mundo. Eu, particularmente, não gosto de ser enganada. Mas acho que a mentira é válida para quem acha que ela é manifestação de amor. E, pensando melhor, não sei porque, acabo sempre concordando com vc, hahahaha. De certa forma é pacificação social mesmo, uma forma de manter relações com quem amamos em banho maria até decidirmos, até termos a certeza do que acontecerá no futuro, pois segundo alguns homens (e não estou dizendo que estejam errados): "o futuro a Deus pertence". Hoje, entendo que a mentira pode ser um gesto de Amor, em sentido "lato" como vc mesma diz. Uma forma de evitar o que acontece, muitas vezes, quando a verdade é dita: choro, raiva, separação.
ExcluirQuanto à mentira consciente..."coringa do baralho"? Acho que sou traumatizada, pois não entendi.
Vou ler O Pato Selvagem, o título é muito sugestivo...hahaha.
Quanto à raiva Layanna, não concordo totalmente, pois ela, às vezes e a depender da pessoa pode ser muito produtiva: pode nos fazer querer crescer pessoal, espiritual e profissionalmente. Pode nos fazer contratar um personal trainer para ficarmos lindas!!!!.
Quanto a nos perdoar, essa é a parte mais difícil mas é a mais emocionante. Quanto ao papel diagnosticando que vamos morrer para que começemos a viver, sei o que é isso.
Eu não mentia não, também. Tinha a "sutileza de um rinoceronte em uma loja de cristais" como dizem. Mas muitas pessoas estão acostumadas a ouvirem mentiras, a serem usadas e não gostam de ouvir a verdade. Sendo que ao falarmos a verdade não estamos obrigando ninguém a aceitar o que dizemos, mesmo porque podemos mudar de idéia. Hoje, prefiro calar a revelar meus mais íntimos pensamentos. A sinceridade já me custou muito.
Vamos amar e viver, sim, claro! Sem preconceitos. Mas, por favor, homens: sem mentiras. A verdade, principalmente no início de algo é prova de amor também. Pensem nisso. Mas cada qual, faz o que quer. Eu penso assim.
Um abraço Layanna, seus comentários são sempre muito divertidos e enriquecedores. E viva o AMOR!!!!!!!
Que legal este diálogo de vocês!
ExcluirFiquem à vontade aqui no blog, viu?
Voltarei ao Brasil na noite de 06/10, mas somente estarei de volta para Salvador, em definitivo, no dia 09/10.
Defendi ontem minha tesina na UCLM e estou muito feliz!
Beijos e abraços a todas,
RPF
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ExcluirValeu, amiga!
ExcluirAbraços,
RPF
Parabéns pela nota sebressaliente!
ResponderExcluirValeu, amiga!
ExcluirAbraços,
RPF