O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A Perda da Inocência


A Perda da Inocência
Rodolfo Pamplona Filho

Hoje, eu acordei...

... e percebi, finalmente, que estava dormindo!

Dormindo não o sono dos justos,

dos exauridos pelo esforço de se manter vivo

e sim o sono dos puros

que, em sua inocência, vivem o sonho

e sonham o real



Hoje, eu acordei...

... e olhei nos olhos do mundo com olhos de autista

(anjos barrocos em poemas simbolistas)

contando um todo e vendo uma parte,

cantando canções pela metade...



Hoje, eu acordei...

... e tenho medo como criança pequena

de se descobrir vivo num mundo de máscaras,

de ter acreditado que viver era bom...



Hoje, eu acordei...

E pena!!!

Acho que nunca mais vou dormir...



(Salvador, 02 de janeiro de 1992)

domingo, 22 de junho de 2014

Melhor que Sexo


Melhor que Sexo

Rodolfo Pamplona Filho
Receber uma massagem,
em especial Shiatsu
ou Reflexologia Podal.
Fazer uma viagem,
conhecendo, passo a passo,
um lugar sensacional.
Levantar e dar a volta por cima.
Dormir sem hora para acordar.
Chupar uma gelada laranja lima,
depois de um gostoso banho de mar...
Ver os filhos sorrirem em alvoroço,
deitar na rede depois do almoço...
Ler um livro empolgante
Ver um filme emocionante. 
Tomar um banho super quente
Experimentar um sabor diferente
Terminar um assunto pendente
Te amar eternamente...

Praia do Forte, 13 de fevereiro de 2013.

sábado, 21 de junho de 2014

Vivendo como Pais e Filhos


Vivendo como Pais e Filhos
Rodolfo Pamplona Filho
O pior gosto que existe
é o do arrependimento
e, por isso, não se deve
apenas ser parte
em uma relação...
É preciso viver a vida,
não só a própria,
mas a dos seus filhos...
Viver a vida deles
como eles viverão a sua
por algum tempo...
pois, daqui a alguns anos,
eles viverão para o mundo...
Na mais pura verdade,
eles já são do mundo...
Só que o mundo deles
agora somos nós...
Mais tarde, tudo se alarga...
Aproveite o hoje
em que o mundo deles
é ainda o seu...
Depois que o mundo se alargar,
seremos apenas mais um
personagem no palco da vida...

Salvador, 23 de fevereiro de 2013.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Graça


Graça
Rodolfo Pamplona Filho
Ela mora na Graça
De tudo, acha graça
Deus a fez cheia de graça
Tristeza para ela? Nem de graça!
A alegria nela sempre grassa!
Adivinhe seu nome?

Praia do Forte, 24 de fevereiro de 2013.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Turbilhão


Turbilhão
Rodolfo Pamplona Filho
O mesmo vento
que sopra em meu rosto
refresca ou resfria,
a depender do gosto...
A corrente que me impele
também pode oprimir
O caminho que se escolhe
vira atalho ou labirinto
A verdade está no furacão
ou na doce brisa?
A verdade está no ar
que se respira...
É preciso reservar tempo
para não ser oprimido por ele...
É vital aprender e saber
que se vive só uma vez
e tudo vai passar...

Salvador, 23 de fevereiro de 2013.


quarta-feira, 18 de junho de 2014

Hipocrisia Útil


Hipocrisia Útil
Rodolfo Pamplona Filho

Na porta do elevador,
ela me diz: - Bom dia!
Eu abaixo os olhos
e digo: - Bom dia!
E a vida continua...

Subimos silenciosos,
cada um para seu andar,
como se momentos embaraçosos
não interferissem no andar
E a vida continua...

E a vida continua...
E a vida...
E...
?

Salvador, 08 de março de 2013.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Rejeitando a Depressão


Rejeitando a Depressão

Rodolfo Pamplona Filho
Há quem acredite que,
através da morte,
pode-se atingir o ápice natural,
verdadeiramente considerando
a humanidade como um fracasso...
Mas nós somos mais...
Nós somos mais que a depressão...
Nós somos mais que a evolução...
Mais que máquinas
que se reproduzem
e/ou se atualizam...
pois há o amor...
O amor que transcende
todos esses processos frios...
como uma reação química
que inspira a procriação,
empurrando a vida para a frente,
rumo a seu destino determinado,
não por um plano inflexível,
previamente traçado,
mas por um caminho que se constrói
com cada passada,
com cada lufada,
com cada novo alvorecer...

Praia do Forte, 26 de março de 2013.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Paralaxe


Rodolfo Pamplona Filho
Enxergar tudo
sob o ponto de vista alheio.
Cada um vê algo
que os demais sequer percebem...
Usar os olhos não dói.
Sentir a dor do outro, sim.

Praia do Forte, 26 de março de 2013.

domingo, 15 de junho de 2014

A Elegância Indiscreta das Meninas Paulistanas


A Elegância Indiscreta das Meninas Paulistanas

Rodolfo Pamplona Filho
Rua Augusta
Alta madrugada
Engarrafamento maior
do que na outra metade do dia
Todos procurando diversão
como se não houvesse opção...
E, no meio do turbilhão,
como um pegajoso refrão,
as meninas paulistanas são
o estribilho da canção...
Moças de formas voluptuosas,
com decotes generosos,
olhares encantadores
e ar sedutor, sem ser vulgar...
Sempre há tempo
para um salão 24 horas
para mais uma dose
para mais um programa...
E sentir o cheiro
de cigarro sem filtro,
de algo para ingerir
ou de um perfume forte
-  nem tão barato assim -
que custa um pedaço de mim...
Rostos jovens e lindos,
em corpos tidos como sarados,
com maquiagem demais
para parecer menos do que são...
Na elegância indiscreta
que Caetano não viu...
Na elegância indiscreta
que Caetano ainda não cantou...

São Paulo, preparando-se para o último dia do Lollapalloza, 31 de março de 2013.

sábado, 14 de junho de 2014

Sentido das Palavras...


Sentido das Palavras...

Rodolfo Pamplona Filho
Só SOS, cego
Só Sossego
Se derrame
Se der, ame

São Paulo, Lollapalloza, 31 de março de 2013.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pensar Grande


Pensar Grande

Rodolfo Pamplona Filho
Não tenha receio de pensar...
Não tenha pudor de pensar grande...
Pensar grande é ótimo
O que é ruim 
é restringir 
a idéia ao pensamento
e se frustrar
por não realizar 
o que não deixa de sonhar...
Não tenha receio de pensar...
Não tenha pudor de pensar grande...
Mas não seja do tipo
que responde sempre:
"Vamos marcar!"
"Façamos uma reunião!"
"Criemos uma comissão!"
Não tenha receio de pensar...
Não tenha pudor de pensar grande...
Mas seja muito mais do que isso:
seja gente que pensa...
... e faz...

São Paulo, 30 de março de 2013.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Reconstruindo-se


Reconstruindo-se

Rodolfo Pamplona Filho
O fim de uma relação
não importa
para o final
de uma canção.
O fim de todo evento,
até mesmo um casamento,
é sempre um marco
que altera a ordem natural,
pelo menos a esperada,
de todas as coisas...
Mas o importante é
se sentir feliz...
E, se sou feliz,
purifica-se minha alma
a cada aurora
ou a cada lembrança
de outrora...
pois é com os tijolos quebrados
que se constrói uma nova casa...

São Paulo, 28 de março de 2013.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Filosofia dos Salmões


Filosofia dos Salmões

Rodolfo Pamplona Filho
Não existem obstáculos
que impeçam a jornada...
O altruísmo está presente
e é longa a temporada...
Exuberante e idílico,
o caminho é a própria vida..
Nadar contra a correnteza
para completar o ciclo
a todo e qualquer custo.
Enfrentar
Sofrimento
Intempéries
Predadores
Para acasalar
onde nasceu
e depois fenecer
sem um medo sequer...
Surgir em um afluente
Rumar ao oceano
e, depois, voltar
e cumprir seus ciclos
Somos círculos
Plotino
Hipátia
Ser salmão ou tartaruga
Não ligar se a luta é dura
e simplesmente só ser...

São Paulo, 28 de março de 2013.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Compatibilidade de Gênios


Compatibilidade de Gênios

Rodolfo Pamplona Filho
Pense em criar
Pense mais que reprodução
Acredite que faz diferença
Acredite em um mundo diferente
Produza tudo que der
Produza como quem respira
Diga em peças o que é sensação
Diga em palavras a poesia da canção
Traduza o significado da dor
Traduza o conceito de amor
Faça o que ninguém entende possível
Faça o que dizem impossível
Torne- se Deus
Torne-se o inicio e o fim
Seja maior do que é
Seja você mesmo 

São Paulo, 30 de março de 2013.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Canções da Natureza


Canções da Natureza

Rodolfo Pamplona Filho
Quero ouvir as canções
que aprendi com a natureza
e descobrir as emoções
despertadas pela beleza

de aprender a transitar
tanto pela natureza humana,
quanto pelo sagrado deslumbrar
da mãe natureza profana

Podemos ter o mesmo vinho
em diferentes garrafas
Podemos ver o mesmo riso
em diferentes faces

Ser geral, sem ser bucólico
Ser animal, sem ser erótico
Para  quem ouvir possa
decodificar com facilidade
Para quem sentir possa
viver cada necessidade
Nada empírico
Nada crítico
Apenas respirar
a mensagem das entrelinhas...
ou também nas entrelinhas?
Deixe o mundo descobrir...

São Paulo, 28 de março de 2013.

domingo, 8 de junho de 2014

Soneto da Jornada de Direito Civil


Soneto da Jornada de Direito Civil

Rodolfo Pamplona Filho
De todos os cantos do Brasil,
juristas da mais alta qualidade
vêm discutir o Direito Civil
com a maior profundidade.

Reunidos em comissões,
apresentam reflexões,
debatem proposições
e tomam decisões

de lançar enunciados
com idéias de inovação
a divulgar para todos os lados

para reconstruir a visão
do Direito aplicável à nação,
realizando a justiça do cidadão.

Brasília, 15 de março de 2013.

sábado, 7 de junho de 2014

Mares do Brasil


Mares do Brasil


Viver é mais que minha toca
- tenha certeza! -
Quero encontrar uma nova rota
com mais beleza
e conhecer os horizontes
de cada praia do Brasil:

Praia do Forte, Floripa
ou Fortaleza
Porto de Galinhas, Trancoso,
ou Olivença
Jericoacara, Paraty,
Pipa, Espelho ou Francês.

Sentir o infinito
azul ou verde
beber água de côco
deitar na rede
Nadar e mergulhar
até ficar sem respirar...

O barco solto,
vento gostoso no rosto,
os cabelos ao vento
ver uma linda sereia
e superar a areia
e qualquer tormenta (que passar)

Sentir a profundidade
e a calmaria na Imensidão...
No mar da tranqüilidade,
nao existe solidão...

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Luciano Calazans 

Brasília, 12 de março de 2013.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Diáfano


Diáfano

Rodolfo Pamplona Filho
O dia se faz noite
O dito fica pelo não
Ode
Ódio
Onde não sei se fico...
O Diáfano Espaço
O que, sendo compacto,
dá passagem à luz...
Transparente
como a diáfana fresta da porta...
A compleição diáfana
de quem, de frente,
parece estar de lado
e, de lado,
parece ter ido embora...
Diáfano
Dia foi
Dia fácil
Dia fogo
Dia fóssil
Dia faz ano
Dia faz plano
Diáfano ano...

Brasília, 13 de março de 2013.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Humor


Humor

Rodolfo Pamplona Filho
A vida sem humor
não tem graça...
Literalmente...
É um critério perfeito
para escolher amigos:
Quem nao sabe rir de si
não merece rir de nós!

Brasília, 14 de março de 2013.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Musicando a Tristeza


Musicando a Tristeza

Rodolfo Pamplona Filho
Musiquemos a sensação...
A tristeza é inspiração...
O que machuca também ensina
e o sofrimento não precisa
ser uma eterna sina...
Somos movidos  a amor
e - porque não dizer? - a dor...
Somos o Som e a Dor...

Brasília, 14 de março de 2013.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Soneto do Príncipe da Casa


Soneto do Príncipe da Casa

Rodolfo Pamplona Filho

Cada dia que passa,
renovo o intenso amor
que sinto, de graça,
pelo meu pequeno sedutor...

que veio para minha vida
de forma inesperada,
mas que refez minha cantiga
da maneira mais animada

que eu jamais poderia imaginar
que conseguiria alguém amar
tanto como você me mostrou!

Pois você é meu orgulho e herdeiro,
a quem me entrego por inteiro,
meu príncipe encantador!

No vôo de Salvador para São Paulo,
para assistir o show do Pearl Jam,
em 04 de novembro de 2011.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Som e a Dor (O Poema)


O Som e a Dor (O Poema)

Rodolfo Pamplona Filho
Ouço o mar...
E a melodia das ondas
quebrando na praia
renovam uma sensação...
... um sentimento...
de uma ferida que se fechou,
mas que a cicatriz
não se apaga...

Uma dor...
Uma dor de perda...
da mulher que espera
o marido ou o pescador
voltar do trabalho ou do mar,
mas ele não retorna...
do filho que anseia
pelo encontro do pai
que nunca conheceu
e que não o beijará...
da mãe que não dorme
na expectativa da chegada
do rebento que se foi
e que jamais voltará...

Ouço o mar...
E o ritmo do choque
das águas com as pedras
agita o meu coração...
... como um lamento...
de um choro que se calou,
mas cujo som
é impossível esquecer...

Uma dor...
Uma nota quase inaudível
e somente perceptível
pelo ouvido absoluto
de quem já sofreu
e nunca...
nunca deixará de recordar...
O Som
O Mar
A  Dor
O Tom
O Sonhador
O Som e a Dor

O Som e a Dor
descansam
no oceano...

O Som e a Dor...

Aeroporto de Brasília, 10 de março de 2013.

domingo, 1 de junho de 2014

Tempo ao Tempo

Tempo ao Tempo
(Rodolfo Pamplona Filho / André Pugas)
Na infância o tempo flui
No ritmo de lesma
Quando cresço o relógio diz
 Que a hora é sempre a mesma
O que muda é a  percepção
No pulsar de um coração
Cada tempo perdido, desperdiçado
É não ter a vida aproveitado.

O tempo não é cruel
Nem severo nem fatal
O que não volta é sempre
Chance perdida no final

Contar os dias, olhar pro céu
Esperando o sol chegar
É quando cessa a luz, a noite vem
Querendo te mostrar que..

Dê tempo ao tempo...
A cada momento...
Que o tempo reserva
A cada tormento
Dê tempo ao tempo
De seu sofrimento
Pois tudo coopera
Para um novo tempo!