O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Abandonado


Rodolfo Pamplona Filho

Estou abandonado,
com a sensação de que
nunca mais vou viver
aquilo que me tornava pleno.

Estou abandonado,
sentindo profunda falta
de quem renovava minha alma
e incentivava eu ser eu mesmo.

Estou abandonado,
como um cão sem dono,
que morre pouco a pouco,
no avanço de cada desconforto.

Estou abandonado
e tenho medo
de nunca encontrar
o meu caminho novamente.

Miami, 29 de dezembro de 2018.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A Causa de Tudo



Rodolfo Pamplona Filho

A Causa de Tudo
é o que nos faz sofrer
A Causa de Tudo
é o que dá vontade de morrer
A Causa de Tudo
independe do que você faça
A Causa de Tudo
me deixa sem graça
A Causa de Tudo
doi fundo no peito
A Causa de Tudo
me diz respeito
A Causa de Tudo
não é o problema em que você se meteu
A Causa de Tudo
sou eu.

Salvador, 15 de janeiro de 2018.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O Dia

Rodolfo Pamplona Filho

É hoje o dia!
E o sangue dá nova pulsada
como um atleta de corrida...
Será que, antes da chegada,
já será despedida?

É hoje o dia!
E a ansiedade
toma todo o corpo,
como se a vontade
aproximasse o porto...

É hoje o dia!
Mas que desespero!
A cada minuto de espera,
tenho um pesadelo
de que serei esquecido na terra...

É hoje o dia!
Tenho a esperança
de que tudo vai dar certo
toda vez que vem a lembrança
de que o momento está perto!

É hoje o dia!
Recebi a confirmação
de que não houve desistência,
o que faz meu coração
renovar sua resistência!

É hoje o dia!
É agora a hora!
Por isso, sem demora,
farei o que sempre quis:
apenas ser feliz.

Salvador, 26 de agosto de 2011.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Meu Bem



Rodolfo Pamplona Filho

Meu Bem,
não me leve a mal
se eu sair por aí a dizer
que um outro alguém
passa agora a habitar em você,
como se a história
pudesse ter um novo porquê.

Errei
ao imaginar que tudo
poderia ser sempre igual
e que as pessoas não mudam
no caminho, afinal,
já que eu mesmo sei
que muito mudei...

Sinto
que o meu desejo
é maior do que o meu eu
que tudo que deu
certo por certo valeu
mas agora é hora
de cantar outra canção.

Sempre
vou guardar o que vivi
na mente e no peito,
mas o que se quebra
não tem mais jeito:
o mundo segue em frente
com um novo refrão.

Salvador-Recife, 16 de janeiro de 2018.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Maria da Penha



Rodolfo Pamplona Filho

“ Maria da Penha
   não é pedido de pena,
   mas guerra declarada
   a quem tira a paz”

Recife, 17 de janeiro de 2018.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A Dor que não pode mais calar



Rodolfo Pamplona filho

A mão que abraçava
era a que ameaçava,
como se fosse possível
aceitar o sacrifício
em nome do amor.

A boca que beijava
era a mesma que ofendia,
como se as palavras
não machucassem tanto
como a força de um soco.

As marcas no espelho
eram escondidas com maquiagem,
mas não apagavam a tatuagem
que ficou impressa
no fundo da alma.

Há uma dor
que não pode mais calar.
Há uma conduta
que não pode se repetir
Há uma vida
que tem de ser vivida
Há um mundo
que não pode ser mais invisível.

Salvador, 09 de janeiro de 2018.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Envelheci



Rodolfo Pamplona Filho

Cheguei no ponto
em que se lamentam as novidades,
em que se chora de saudades,
ao qual nunca se está pronto.

Percebo agora
que o tempo passou rápido,
que o corpo já está flácido,
que a vida está lá fora

Começo a falar
como eram as coisas em meu tempo,
que não é mais o momento
de poder aproveitar

Sinto falta
de um sonho encantado,
da energia do passado,
da alegria fora de pauta.

No mar de Miami, 30 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Que o mar leve embora...



Rodolfo Pamplona Filho

Que o mar leve embora...
todo mal
Toda tristeza
Toda frustração

Que o mar leve embora...
todo o sal
toda avareza
Toda má sensação

Que o mar leve embora...
Toda mágoa
Toda decepção
Toda dor do coração

Que o mar leve embora...
todo sentimento ruim
que o mas só não leve
você para longe de mim!

No mar de Miami, 31 de dezembro de 2017.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Proposta Decente



Rodolfo Pamplona Filho

Quem não conhece
a si próprio
não pode saber
quem é um outro ser...

Quem não sabe
o que quer
não pode querer
que o outro possa saber...

Quem não é dono de si
não pode oferecer
sua liberdade a ninguém.

Recife, 11 de novembro de 2017

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Conte comigo!


Rodolfo Pamplona Filho 

Estar ao lado
não é só
aproveitar as coisas boas!
É dividir o peso!
É compartilhar a dor!
É emprestar o ombro!
É chorar pelo mesmo temor!

Estar ao lado
não é só
postar-se fisicamente!
É torcer na mesma linha!
É pensar em alternativas!
É vibrar na mesma sintonia!
É buscar uma mudança de vida!

Estar ao lado
não é só
dar uma mensagem de ânimo!
É unir seu desejo à sua emoção!
É transformar a palavra em ação!
É poder dizer verdadeiramente:
Conte comigo para todo o sempre!



Praia do Forte, 12 de novembro

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Crise Existencial



Só quem tem atendidas
suas necessidades básicas
tem tempo para ter
crise existencial

Salvador, 09 de dezembro de 2017.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Vinho



Desperdiça-se o tempo
Desperdiça-se a vida,
mas não se desperdiça o vinho...

Salvador, 16 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Atitude ou Altitude



Rodolfo Pamplona Filho

Para mudar,
é preciso ser
poeta nas atitudes!
E não se limitar
às altitudes
das palavras.

Salvador, 06 de dezembro de 2017.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O dilema de Coltrane



Rodolfo Pamplona Filho

o dilema de Coltrane
a dúvida de Vinicius
a segurança ou a felicidade
a estabilidade ou a curiosidade
a lembrança ou a saudade
o céu ou a terra
a paz ou a aventura
o silêncio ou a vida.

Salvador, 03 de dezembro de 2017.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Vergonha de ser Feliz



Rodolfo Pamplona Filho

Há quem definitivamente
tem vergonha de ser feliz...

Pergunte como foi a viagem?
Cansativa

Pergunte se vai à festa?
Não tenho o que vestir

Pergunte como está o trabalho?
Terrível

Pergunte como vão as férias?
Não sei o que fazer

E assim vai-se crescendo
e não se vai percebendo
que simplesmente está perdendo
a oportunidade de viver
pela vergonha de ser feliz.

Salvador, 15 de novembro de 2017

domingo, 7 de janeiro de 2018

Entre a Prevenção e a Poesia



Rodolfo Pamplona Filho

Retiraram todas as plantas
e terra das nossas jardineiras.
Decisão do condomínio

Finho me ligou com a pergunta:
Por que acabaram
com o meu quintal?

Lá nasceram
vários passarinhos,
parecia uma maternidade

Lá as flores já estavam
entrando pela janela do banheiro
e ele olhava enquanto tomava banho

De lá tiramos folhas
para fazer pinturas e decalques
na prova de que a natureza se renova.

Lá ele aprendeu que
as plantas precisavam de água
e nós usávamos um pequeno regador

Lá se podia perceber
que, para fazer poesia,
basta olhar ao seu redor.

Salvador, 20 de setembro de 2017.

sábado, 6 de janeiro de 2018

O Medo Normal do Futuro



Rodolfo Pamplona Filho

Tenho medo
De nunca me libertar...
De nunca conseguir ser eu mesmo...
De nunca viver publicamente
o amor mais linda de todas as vidas...

O medo é normal...
Mas penso no amanhã...
No futuro que espera...
Não choro mais...
agradeço a Deus, ou ao mundo,
porque houve o encontro

Era uma probabilidade tão pequena,
com Mundos tão distantes,
mas o destino sorriu...
E o que era improvável
se tornou possível
e virou realidade.
E assim será...

Salvador, 28 de novembro de 2017.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Sabor Inusitado



Rodolfo Pamplona Filho

Qual é o seu sabor?
Talvez um corte de tannat
com pinot noir...
Inusitado

Qual é o seu sabor?
Talvez a emoção
do suor e do tesão...
Inusitado

Quando o universo conspira,
não vale a pena resistir...
o melhor é sentir
a energia da onda
que renova a sinergia entre
e o gosto de viver...

Inusitado.
E Surpreendente.

Recife, 14 de novembro de 2017

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Sobre o passado e o futuro


Rodolfo Pamplona Filho

Não importa o que
o passado fez de mim...
O que importa, sim,
é o que vou fazer
com o que
o passado fez de mim...

Recife, 11 de novembro de 2017.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Intenso



Rodolfo Pamplona Filho

Sou intenso
Como um trem...
Como um carro sem freios
Como fogo ladeira acima
Como água morro abaixo...

Sou intenso
Como o sabor do Tannat
Como quem quer respirar
Como um bom cubano
Como o passar dos anos...

Sempre fui intenso
e é meu jeito de ser!
Se eu deixar de ser,
deixarei de ser eu mesmo?
Vontades podem ficar,
passar ou se transformar
Mas a intensidade sempre continua...

Salvador-Recife, 15 de novembro de 2015.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Desbravando o mar




Rodolfo Pamplona Filho

As ondas quebram,
espalhando-se abundantes
por todos os lados.
O barco balança
como um brinquedo
nas mãos de uma criança.
Em nada ajuda
saber que o mar é sepultura
de infindáveis criaturas.
Parece inevitável
sentir o gosto
da água salgada.
O enjôo vem
e se busca o controle
para não desabar.
O medo se mistura
com a maresia
em um sentimento único.
O tempo passa
e a esperança de pisar terra firme
é a bússola a orientar.
Até que vem a calmaria
e a paz volta a reinar
depois do desbravar do mar.



Gansbaai, 14 de setembro de 2015 (complementada em Joanesburgo, 17 de setembro de 2015, e finalizada em pleno vôo para São Paulo, 18 de setembro de 2015).

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Esperança


Rodolfo Pamplona Filho

O futuro há de ser melhor do que o presente
e infinitamente superior ao passado recente,
pois guarda em sim um querer
que se renova a cada alvorecer

Não é o amor que difere o homem dos outros animais...
Não é a falta de guerra que garante a paz...
Não é a pesquisa lógica que impulsiona à solução...
Não é o remédio que traz calma ao coração...

É a força que move o doente à cura...
É o que faz a alma se manter pura...
É o que se sente no sorriso da criança...
É a mais clara forma de fé: a esperança!

Viver é o exercício da persistência
em um mundo que mina sua resistência
com armadilhas dolorosas nos pontos mais sensíveis,
criando obstáculos cada dia mais terríveis...

Mas nada disso realmente importa
quando a sensação que bate à nossa porta
é uma confiança inexplicável no amanhã
com um renascer da vontade a cada manhã...

Salvador, 23 de maio de 2010
Para Micael...