Sem inspiração
Sem respiração
Sem conexão Wi-Fi
Sem...
Capetown, 11 de setembro de 2015.
Às vezes, ás...
Às vezes, asno...
Saber que sabe mais
do que a média
não é garantia
de saber alguma coisa...
pois, por mais que se saiba,
todo conhecimento
será sempre limitado,
enquanto não há
limite para a ignorância...
Capetown, 08 de setembro de 2015.
In vino, veritas
In veritas... Vino!
Life's too short
to drink bad wine...
A vida é muito curta
para tomar um vinho qualquer...
Stellenbosch, 12 de setembro de 2015.
Quem quer realmente servir
não deve tentar justificar
por causa do que faz ou foi feito,
mas pelo que essencialmente é!
Quando a verdade vira slogan,
perde-se o sentido da mensagem,
pois dedicação não é palavra vã
e, sim, entregar-se totalmente
não para ídolos reverenciar,
nem mostrar gratidão ou retribuição,
mas, de forma convincente,
buscar modelo e exemplo,
encontrando no próprio espelho
Santidade, Zelo e Fidelidade
Salvador, 20 de setembro de 2015.
Ter, tem, mas acabou
Ter, tem, mas ainda não chegou
Ter, tem, mas ainda está com o fornecedor
Ter, tem, mas está em falta
Ter, tem,
São Paulo, 18 de setembro de 2015.
Se não tem espelho no banheiro,
reclama da ausência;
Se tem, do modelo, tamanho ou qualidade;
Se sorteiam brindes,
reclama que nunca é vencedor:
Se recebe, acha mixaria;
Se uma medida é tomada, para evitar danos,
reclama de ter de abrir mão;
Se a medida não é tomada e o dano ocorre,
reclama por qual motivo não fizeram nada...
Se o líder contrata, é perdulário;
Se não, é omisso;
Se alguém cumprimenta alegre, é gaiato;
Se alguém cumprimenta triste, é mal-amado;
Se não cumprimenta, é boçal.
Se alguma coisa está boa,
alguém tem de achar algum mal.
No vôo de Joanesburgo para São Paulo, 18 de setembro de 2015.
As ondas quebram,
espalhando-se abundantes
por todos os lados.
O barco balança
como um brinquedo
nas mãos de uma criança.
Em nada ajuda
saber que o mar é sepultura
de infindáveis criaturas.
Parece inevitável
sentir o gosto
da água salgada.
O enjôo vem
e se busca o controle
para não desabar.
O medo se mistura
com a maresia
em um sentimento único.
O tempo passa
e a esperança de pisar terra firme
é a bússola a orientar.
Até que vem a calmaria
e a paz volta a reinar
depois do desbravar do mar.
Gansbaai, 14 de setembro de 2015 (complementada em Joanesburgo, 17 de setembro de 2015, e finalizada em pleno vôo para São Paulo, 18 de setembro de 2015).
Ao enfrentar o mar bravio,
para encarar o desafio
de mergulhar com tubarões,
pergunto-me as razões
de fazer tudo isto!
Talvez seja um feitiço
ou mesmo uma loucura
buscar uma aventura
de pura adrenalina...
É que a vida ensina
que teoricamente bem faz
quem, em casa, fica em paz
e definitivamente não se arrisca,
nem tem a menor pista
do que é o medo superar.
É hora de prender o ar,
pois o barco parou
e, ato contínuo, vêm o temor
e a palpável tensão,
ao controlar a respiração,
para, nas águas, mergulhar
e ver o fundo do mar...
O momento chegou
e, com ele, o terror
de observar, sem zelo,
o seu pior pesadelo:
o grande tubarão branco!
Encosto-me no canto
da grade de proteção,
tentando controlar a emoção
e até mesmo uma dor no peito,
que não tem qualquer efeito
para frear o meu intento
de viver aquele momento!
O suspense é paralisante,
pois, a qualquer instante,
pode o monstro surgir de repente
e o faz, bem visível à sua frente,
chocando-se com o ferro,
em segundos que duram um século,
abocanhando a isca lançada,
como se toda força fosse nada,
para logo seguir adiante,
mas, para sempre, continuar pulsante
na memória de quem esqueceu o frio,
só para preencher o vazio
com a sensação de que é cativo:
a emoção de estar vivo!
Gansbaai, 14 de setembro de 2015 (complementada em Joanesburgo, 17 de setembro de 2015).
Perdoe-me se eu nunca disse antes,
mas eu te amo muito, meu amigo:
nada na minha vida é relevante,
se eu não puder contar contigo.
Acordei assustado de madrugada,
pois sonhei que tinhas ido embora,
Por isso, corri para, em palavras,
registrar o que senti agora:
se, por acaso, eu me for
antes da tua partida,
guardas bem esta despedida
pois significa o fim do torpor,
que aprisionava meu sentimento
para fazer este testamento:
na vida, fui, de tudo, um pouco:
sucesso e fracasso, médico e louco,
gozo e cansaço, perda e laço,
lágrima e amasso, soco e abraço.
Mas nada valeu mais a pena
do que descobrir a pequena
jóia que dois homens de verdade
podem fazer para a eternidade
saber que não importa a distância,
nem o choro incontido de criança,
ou o inevitável decurso do tempo,
O mundo jamais verá algo mais puro
do que a amizade que rompe muros
e dura mais do que o sopro do vento.
Buenos Aires, 21 de junho de 2011, 4:30 am.
Respeito é bom!
E todo mundo gosta!
Por isto, o som
da devida resposta
a quem não acreditava
na força da garra
e dos brios da raça
de quem entrega a taça
a quem, por mérito, foi campeão...
mas que jamais terá a vibração
da maior torcida do mundo,
que não tem medo de ir fundo
na esperança de lutar sempre
e nunca desistir de ir em frente!
Assim, sem desejar mal,
na disputa da verdadeira final,
não há sangue ou suor,
nem nada que nos poupe
da missão de ser melhor
e colocar água no chopp!
Salvador, 01 de dezembro de 2013, pensando no Mineirão...
Ainda que divididos pelo Atlântico
e por fusos horários incompatíveis,
o que um sente de um lado,
o outro automaticamente responde.
Se um levanta assustado,
encontrará o outro conectado,
como se a energia gerada
fosse automaticamente repassada.
É realmente impressionante,
como tudo surge em um instante,
permitindo a imediata compreensão
pois o que, para muitos, é acaso,
para mim, é o mais evidente traço
de uma sintonia infalível de paixão.
Pamplona/Espanha, 03 de outubro de 2012.
A rotina é inevitável
para qualquer pessoa,
mas adorá-la e desejá-la
rígida, imutável, chata...
soa patológico...
O que mata uma paixão
não é o fim do amor,
mas a falta de vibração
e de ânimo de quem
se busca amar...
A falta de vontade
de dançar, de beijar,
de fazer, de tudo,
um pouco, vivendo
pequenas loucuras...
A falta de encantamento
com a música, a cor e a poesia...
Vira falta de tesão
e de calor na alma,
na cama e no drama...
Salvador, 09 de janeiro de 2013.
Nós somente podemos filosofar em alemão.
Quem disse que "sol" é masculino?
Quem disse que "lua" é feminino?
Por que nós identificamos a natureza?
Por que nós damos à natureza um determinado gênero?
O Sol, El Sol, Le Soleil, Il Sole ...
A Lua, La Luna, La Lune, La Luna ...
Se for para atribuir gênero, quem dá vida é sol e a lua é o guardião ...
Salvador, 09 de setembro de 2011.
Quando, um dia, terminar
a minha jornada terrena,
quero apenas encontrar
a paz em minha pequena
estrada de férteis encontros,
alguns triunfos e acertos,
mas também de desencontros,
reencontros, derrotas e apertos...
Não quero que os que deixo
disputem os poucos bens
que, com muita luta, conquistei,
mas, sim, que encontrem o eixo
da concórdia e harmonia,
não chorando de barriga vazia,
nem tendo a amarga sensação
de desamparo e solidão,
sabendo que eu tive o cuidado
de deixar tudo organizado,
na consciência de minha finitude,
fazendo tudo que eu pude
para, seguindo minha verdade,
distribuir segundo a necessidade
e justiça de uma partilha em vida
de um patrimônio que perece e rui
pois o que é realmente importante
é herdar o orgulho e a saudade doída
somente de quem, em essência, fui,
não do que eu tive na estante.
Salvador, 08 de dezembro de 2013, tendo dobrar um soneto...
Vôos e Cascatas
Alegrias e decepções
Pássaros ariscos
Raízes de ilusões
Homem e natureza
Insofismável relação
Paralelas que se encontram
No infinito da razão
Crepúsculo, céu em chamas
São doces sonhos, fantasias
As mudanças de lágrimas para risos
Têm a complexidade de da noite para o dia
... da noite para o dia
Vida, margens duma porção,
Um todo preenchendo metade,
O ciclo da dualidade!
Natural e urbano
Distinguem-se na feição,
Mas são frágeis correntes entrelaçadas
numa mesma...
... canção!
Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Jorge Pigeard
(1989)
Vou morrer...
De saudade...
De desejo...
De vontade...
De desespero...
Dor que só um remédio cura:
o amor mais puro
e lindo do universo
Salvador, 16 de setembro de 2013.
Toques delicados e sorrisos leves,
sob a brisa do mar, ao anoitecer,
e os lábios sabem exatamente o que querem
quando o adeus tem que ocorrer
Preste atenção nos meus olhos:
eles brilham feito ouro
pois desejam, como poucos,
o teu amor sem decoro.
É difícil esquecer teu gosto
e ter que aceitar novos beijos
para manter nossos postos....
Meu coração está no abismo
e anuncia, a cada esquina, sem cinismo,
que a direção pode mudar..
Salvador, 29 de outubro de 2010.
They were born with no shelter,
Lived day by day!!!
They are the ones who know better
The real meaning of pain...
And when comes the night
And it’s dark the sky
They get ready to fight,
They get ready to die...
There’s no laughter in the city
When you find a child’s body
There’s no joke ‘n’ no pity
In the killer’s hours of glory
So, do you know what it means
To sleep out in the cold?
There’s no trouble that seems
Like your mind losing control.
There’s no smile in their faces
There’s no hope in their lifes
‘cause there’s no more places
Where they can live without lies...
As the sands of time grow old
And surviving turns to be a last chance
You’ll find: history has been already told
By the tears of children of the streets
(1991)
Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Flávio Maranhão
Como seria bom poder controlar
os rumos da vida depois do meu passar,
em uma extensão pós-morte do querer,
como se houvesse luz após o anoitecer.
Ensinaria tudo que não deu tempo de falar...
Protegeria todos aqueles que aprendi a amar...
Apagaria os rastros dos meus erros no caminho...
Confortaria todos que ficaram sem carinho...
Pediria perdão a quem eu magoei...
Explicaria o que sentia quando chorei...
Mostraria o que é o fracasso e a glória...
Tentaria dar um sentido à minha história...
O registro autêntico da minha vontade
A declaração antecipada (e inútil) da minha saudade
A eternização da vida em um único momento
A força simbólica de meu testamento.
Salvador, 23 de maio de 2010
Você não tem ideia de como me sinto...
Eu gostaria de ouvir você
descrevendo o que estou sentindo...
Vivendo o meu ritmo...
Exausto...
Sem ar...
Sufocado...
Impotente...
Incapaz
de dar conta de tudo...
Incompreendido...
Mas não é fácil...
Só o exercício
de se colocar
no lugar do outro
é que permite conhecer
a dor de ser
quem se é...
Salvador, 23 de setembro de 2015
A vida sem humor
não tem graça...
Literalmente...
É um critério perfeito
para escolher amigos:
Quem nao sabe rir de si
não merece rir de nós!
Brasília, 14 de março de 2013.
Você é, para mim, "a mulher que passa"...
Surge em minha vida como um perfume que inebria...
Desperta meu encanto como uma palavra lapidada
Encanta o meu desejo como um sonho que se realiza...
Deixe eu amar como se fosse a primeira vez,
mesmo que isso soe como um clichê,
pois quero deixá-la plena, da alma à tez,
descobrindo o prazer em você...
A musa é muito mais que inspiração...
É, da alma, a mais pura renovação,
que impulsiona o poeta a novos desafios
A musa é conforto e calor,
paixão incandescente e amor,
que preenche o que estava vazio.
Salvador, 09 de agosto de 2011.
Parece doença...
Parece tristeza...
Parece dor no peito...
Parece desespero...
Parece depressão,
mas é só saudade...
Gramado, 18 de outubro de 2012.
Hoje queria dormir no seu colo,
ouvindo o barulho do mar...
Mas a única coisa que me espera
é minha cama, uma aspirina e o protetor auricular......
San Francisco, 25 de setembro de 2010.
O que é uma mulher ideal?
Definitivamente, não é
alguém que não envelhece,
mas, sim, alguém para quem
o tempo não afeta o humor...
Não é alguém sem defeitos,
mas que aprende a sublimá-los
ou que acostumamos com eles...
E, ainda que brigue de vez em quando,
faça as pazes de forma tão gostosa,
que apague qualquer ressentimento...
Não precisa concordar com tudo,
mas tenha uma sintonia tal,
que saiba seu pensamento
antes de verbalizá-lo...
Esta é a minha mulher ideal!
Atenas, 29 de setembro de 2012.
Seu medo é diferente do meu.
Seu sexo pode ser
instrumento de terror.
Não me venha com
suas boas intenções,
pois, com elas,
pavimenta-se
a estrada para o inferno.
Sua posição soa mais
como indevida apropriação
do que compartilhamento.
Sua gentileza vira violência
Seu abraço não conforta,
mas, sim, agride.
O seu beijo machuca
e seu carinho quer me subjugar.
Não preciso de um defensor,
mas, sim, de um aliado,
quando chamado,
pois mesmo aliados
podem ser encarados
como inimigos infiltrados,
se não for delimitado
qual seja seu lugar de fala.
Suas brincadeiras não têm graça.
Sua cortesia me ofende.
Suas palavras,
em vez de inspirar,
apenas despertam minha ira.
Melhor permanecer calado...
E simplesmente ficar ao lado,
esperando a manifestação
de quem se ofendeu,
aguardando a reação,
em vez de tomar,
para si, a sua defesa,
pois, até para lutar,
é preciso legitimidade,
para não desvalorizar o movimento...
Salvador, 16 de agosto de 2016, compreendendo-se como parte do opressor na busca por não oprimir...
Sua doença é
saudade de mim..
Sou seu remédio,
seu bálsamo, seu elixir
Sua gripe é um lembrete
de que estarei presente
para cuidar de você
Sua dor
é falta de meu calor,
mas isso logo passará...
A cura de todo mal
virá somente ao final
com meu beijo como sinal.
Lima, 10 de abril de 2017.
Eu o perdoo
por ter medo
Eu não perdoo
por ser covarde
Eu não resisto
a me entregar ao prazer
do seu corpo
só para me divertir
e me perco
na armadilha do amor
Se eu fosse ele,
eu nunca me deixaria ir...
Mas não sou...
Eu deveria parar
de lembrar que
nunca serei ela
Odeio amar você
Não consigo colocar
mais ninguém
acima de você...
Completamente sozinha,
As vezes você me mata lentamente...
Talvez o erro seja meu
Eu só queria ser feliz...
Salvador, 17 de abril de 2017.
Eu perdoo você
por ser falso
Eu não perdoo
por ser covarde
Eu poderia aproveitar o seu corpo
só para me divertir,
mas me perdi
na armadilha do amor
E, se eu fosse você,
eu nunca me deixaria ir...
Eu nunca serei ela...
Eu deveria parar de lembrar...
Odeio amar você
Não consigo colocar
mais ninguém
acima de você...
Completamente sozinha,
As vezes você me mata lentamente...
Talvez o erro seja meu
Eu só queria ser feliz...
Salvador, 17 de abril de 2017
Mulher sem ciúme
Homem sem barriga
Criança sem sorriso
Festa sem bebida
Férias sem viagem
Casamento sem DR
Menstruação sem TPM
Emprego sem patrão
Trabalho sem produção
Poeta sem musa
Poesia sem inspiração
Alegria sem você
Cusco, 15 de abril de 2017