O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Palmatória do Universo
Desde a Inquisição,
com sua caça às bruxas
à absoluta restrição
do acesso à cultura,
a humanidade,
de tempos em tempos,
vive certos momentos
em que a racionalidade
cede espaço
ao discurso do medo,
do ódio e da ignorância.
Seja pela violência
institucional na ditadura
ou em um rolo compressor
de manipulação midiática;
na mentira repetida
incessantemente por Goebbels
ao Comics Code, de Fredric Wertham,
não faltam exemplos
de tempos sombrios,
em que o poder se contenta
com o mistério da fé,
não enfrentando o que se é,
mas o que se pensa ser...
Quando o pensamento único
domina a palavra e a ação
e quando a sociedade clama
para que todos estendam a mão
à palmatória universal,
algo de podre e de mal
ronda o seu quintal...
No avião para a conexão no RJ, em 23 de junho de 2016.
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
O Arrependimento do Assassino
Rodolfo Pamplona Filho
O frio sociopata
foi posto de lado
por um forte senso
de pura empatia.
As emoções ruins
se avolumando
à medida em que
fluem as recordações...
Memórias do homem
que, um dia, eu fui...
e de tudo que fiz.
Lembranças de morte
e do prazer de
causar sofrimento.
Corpo se retorcendo
enquanto eu gargalhava...
enquanto eu tentava
sentir alguma coisa.
Se antes eu só queria
partilhar minha dor
com o mundo,
agora, tenho o desejo
de ajudar os outros
a se livrar definitivamente
de seus tormentos.
Pessoas podres
não sabem que
assim o são...
nunca se dão conta...
A mente humana
pode racionalizar
quase tudo.
No fundo, seres humanos
são centrados
em si mesmos.
É algo enraizado,
difícil mesmo de admitir.
É mais fácil elaborar
uma explicação fantasiosa,
em que nos vemos como heróis...
Uma narrativa pessoal
em que não importa
como se obtém
o que se quer...
contanto que
se obtenha...
Isso é vilania.
É a face horrenda,
que não para de emergir
de cada um de nós...
Por isso, eu me arrependo
e pretendo ser um exemplo
para enfrentar esses ímpetos,
inspirar quem observa
e realmente mudar o mundo,
mostrando que é possível
se superar e ser melhor,
sobrepujando o passado
e encontrando motivação
para contemplar além
dos olhos ensandecidos
da fera que fui...
No avião de Boston para Miami, em 01 de julho de 2016, refletindo sobre o final do Eixo...
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Terceiro Gênero
Rodolfo Pamplona Filho
Enquanto alguém crê que há
somente uma dualidade
é capaz de acreditar
que existe uma única verdade
a simplesmente adestrar
a inteira humanidade.
Na guerra, um terceiro eixo;
No teatro, um terceiro ato;
No jogo, um terceiro tempo;
Na alma, um terceiro olho.
Talvez a trindade
seja, na realidade,
a mais perfeita expressão
do poder da variação,
em que o pai é também o filho,
mas ainda um terceiro ser,
sem problema ou empecilho
de amar ou compreender.
Então, por que soa difícil
aceitar minha identidade,
como se não fosse possível
exercitar minha liberdade?
Será que sou uma terceira via
para a opressão que silencia?
Talvez um terceiro sinal
para o machismo cruel e mortal?
A singularidade precisa de autonomia
A complexidade requer isonomia
A beleza não reside na normalização
A vocação vai além da orientação.
Em um mundo que me olha como abjeto,
quero apenas meu espaço, respeito e afeto.
Salvador, 22 de setembro de 2016, no V Congresso Internacional do IBDFAM.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Para as Gerações Futuras
Rodolfo Pamplona Filho
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da escassez.
Vivemos em um tempo de incertezas
do que sai da urna ou se tem na mesa,
na luta diária pelo que comer
ou simplesmente por sobreviver.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da sensatez
do que seja golpe ou exercício democrático,
do clamor ético ou chamado carismático,
na profunda vontade de compreender
se ainda ha um caminho a percorrer.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos se há limite na estupidez.
Vivemos tempos de bipolaridade
no sobrepujar da mídia sobre a verdade,
no poder da Informação ou manipulação
para linchamento de qualquer reputação.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da embriaguez
de quem comeu melado e se lambuzou,
de quem todos os pudores ultrapassou,
propugnando por proteção ou flexibilização,
com a simples máscara da modernização.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o que o futuro nos fez.
Não sabemos o destino insondável
reservado para o nosso presente criança...
Ainda assim, o nosso único direito inalienável
sempre foi, é e será o de ter esperança.
Ilhéus, 23 de setembro de 2016.
Para as Gerações Futuras
Rodolfo Pamplona Filho
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da escassez.
Vivemos em um tempo de incertezas
do que sai da urna ou se tem na mesa,
na luta diária pelo que comer
ou simplesmente por sobreviver.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da sensatez
do que seja golpe ou exercício democrático,
do clamor ético ou chamado carismático,
na profunda vontade de compreender
se ainda ha um caminho a percorrer.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos se há limite na estupidez.
Vivemos tempos de bipolaridade
no sobrepujar da mídia sobre a verdade,
no poder da Informação ou manipulação
para linchamento de qualquer reputação.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da embriaguez
de quem comeu melado e se lambuzou,
de quem todos os pudores ultrapassou,
propugnando por proteção ou flexibilização,
com a simples máscara da modernização.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o que o futuro nos fez.
Não sabemos o destino insondável
reservado para o nosso presente criança...
Ainda assim, o nosso único direito inalienável
sempre foi, é e será o de ter esperança.
Ilhéus, 23 de setembro de 2016.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Os Limites da Compreensão e os Desejos de Coração
Desejo, de coração,
poder ser reconhecido
como um homem feminista,
que acredito ser,
mas que, também,
apenas tento ser,
mesmo que não consiga...
Desejo, de coração,
compreender cada demanda
feminina e feminista,
mas falho...
não por falta de esforço,
mas por não poder
ocupar o seu lugar de fala.
Desejo, de coração,
ir além do que já faço,
mas recuo...
não por apatia,
mas, pela consciência de dar espaço
para que ela se defenda
por ser igualmente capaz.
Desejo, de coração,
dividir as suas dores
e amparar nas suas tensões,
mas lamento por não poder,
simplesmente por não ser mulher
e não saber e sentir tudo
o que somente ela sabe e sente...
...sobre ser mulher.
Salvador, 17 de agosto de 2016, quarta-feira, no voo para Vitoria/ES.
domingo, 25 de setembro de 2016
Homem Feminino
Rodolfo Pamplona Filho
Ser um homem feminino
é buscar a sensibilidade
com a força da alma.
É querer ir além da empatia,
que o apoio explícito acarreta.
É ser sendo,
mesmo quando não se é.
É conseguir fazer
várias coisas ao mesmo tempo.
É irar-se quando não valorizam
suas qualidades e resultados,
desviando o olhar
de sua mente para seu corpo.
É dividir a emoção alheia,
sentindo-a como se fosse sua.
É ser tão ou mais capaz
que seus colegas,
mas precisar provar isso,
a cada novo desafio.
É não se identificar
com a maior parte
de símbolos fálicos
e não ligar para isso.
É estar mais focado
na essência do que na casca.
É ser ou não ser nada disso
e não ter qualquer problema com isso.
É querer ser simplesmente
um ser humano melhor...
Salvador, 17 de agosto de 2016, quarta-feira, no voo para Vitoria/ES.
sábado, 24 de setembro de 2016
Como alguém pode?
Como alguém pode
abrir mão
de seu coração?
Como alguém pode
renegar a essência
do fundo de sua alma?
Como alguém pode
substituir uma parte
da sua própria vida?
Eu acho que não pode...
Prometo, então, que
não vou te esquecer...
Serei sua hoje
por toda essa vida
e só sua nas próximas...
Salvador, 4 de setembro de 2016.
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Coração despedaçado
Rodolfo Pamplona Filho
Quando chega o momento
da inesperada despedida,
não há palavras a proferir,
nem herança a discutir...
Há apenas a saudade,
que chama o inevitável choro,
na esperança de que a lágrima
limpe a dor do coração...
Quando um cristal é quebrado,
não há mais como colar
os pedaços do que já se foi.
Na tristeza, a memória é consolo
Na agonia, um sussurro é um grito
No desespero, só nos resta o riso...
Salvador, 2 de setembro de 2016.
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Mitômano
Rodolfo Pamplona Filho
Ele mente
Mente
que nem sente
Mente
como se sua mente
realmente
acreditasse nisso.
Seu mundo é visto
por uma ótica diferente,
reclamando que o mundo
desconhece o que ele sente.
Assim, só Deus e ele
sabem o que ele passou
e se ofende profundamente
se alguém não acreditou.
Desfila títulos que não obteve
Conta vantagens que nunca teve
Anuncia projetos que não realizará
Fala de uma vida que nunca viverá...
Salvador, 31 de agosto de 2016.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Fantasmas Insistentes
Rodolfo Pamplona Filho
Por que erros do passado
insistem em assombrar
quem já os reconheceu
ou simplesmente
se arrependeu?
Por que o mero fato
de ter pisado na bola
não sai da memória,
mesmo quando
não há possibilidade de volta?
Por que ser condenado
pelo equívoco consumado,
se não resiste qualquer desejo
de retomar o contato
com quem só lhe fez mal?
Talvez sejam os mistérios
da complexidade humana,
em que a vontade de mudança
daquilo que não tem esperança
seja a última motivação da vida...
14 de setembro de 2016, no vôo para São Paulo.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
O Dedo de Seu Brás
Rodolfo Pamplona Filho
Quero fazer parte
da sua arte,
nem que seja
de forma inesperada...
Quero ajudar
a te eternizar,
mesmo que seja
de maneira heterodoxa...
Quero ser lembrado,
como nunca antes no passado,
ainda que seja
de um jeito estabanado...
Posso ser o seu amor...
Posso ser o seu amigo...
Posso ser tudo para você,
até mesmo o dedo de Seu Brás...
Manaus, 26 de agosto de 2016.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Lidando com Desequilibrados
Rodolfo Pamplona Filho
Com Maluco, não se discorda,
não se concorda,
não se faz coisa alguma.
Com Maluco, não se encara,
não se para,
não se fala.
Com Maluco, não se compartilha,
não se divide,
não se entrega.
Com Maluco, não se abre,
não se chora,
não se desabafa
Com Maluco, apenas se acompanha,
apenas se preserva,
apenas se observa.
Salvador, 31 de agosto de 2016.
domingo, 18 de setembro de 2016
Sobre Limites
Rodolfo Pamplona Filho
Em épocas distantes,
quando alguém queria
por limites em algo,
não era raro falar
”est modus in rebus”
ou só “modus in rebus”.
Trata-se de um trecho
das Sátiras de Horácio,
que diz:
est modus in rebus,
sunt certi denique fines,
quos ultra citraque
nequit consistere rectum.
Isso quer dizer
que todas as coisas têm limites
e que, para além e aquém deles,
não se pode manter a virtude.
É um resumo da vida...
Sábado, 20 de agosto de 2016, literalmente no voo para São Paulo.
sábado, 17 de setembro de 2016
Primeiros sintomas do Alemão
De início, foi a mala
Depois, as passagens
Por fim, a porta de casa.
E, de choque em choque,
de topada a topada,
o que me orgulhava
torna-se objeto de preocupação
para depois virar esquecimento...
A memória
vira lembrança
para se converter em vazio...
O mundo adulto
retorna à fase de criança,
em não havia nostalgia,
por não haver passado...
O medo do futuro desaparece,
por viver em eterno presente,
em que não há mais arrependimento...
E o mundo gira
para nunca mais
voltar ao ponto de partida.
Salvador, 22 de agosto de 2016.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Ferida Narcísica
Rodolfo Pamplona Filho
Há quem eleja seus valores
como a pedra de toque do universo,
que não consegue respeitar
quem simplesmente
tenha outro prisma para olhar...
Há quem enalteça seu conhecimento
a um patamar tão elevado,
que qualquer questionamento
é encarado como uma ofensa
a ensejar total rompimento.
Há quem admire sua beleza
com tamanha intensidade,
que a imagem que não é espelho
não pode ser objeto de contemplação,
quanto mais de deslumbramento.
Há quem idolatre suas virtudes
de uma forma tão direcionada,
que a auto-estima vira vaidade,
que o saber converte-se em arrogância
e a experiência, fanatismo.
Quarta-feira, 17 de agosto de 2016, literalmente no voo para Vitoria/ES.
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Não te prometo nada
Rodolfo Pamplona Filho
Não te prometo nada
Rodolfo Pamplona Filho
Não te prometo onde morar...
nem tão pouco como não surtar
quando a vontade de estar junto
fortemente apertar...
Não te prometo como agir...
nem tão pouco como não sorrir
quando a vida nos cruzar
e nossos olhos entrelaçar
Não te prometo vida confortável
nem tão pouco rotina estável
quando os sonhos insistirem em minar
toda forma padrão de amar
Não te prometo um anel de brilhantes
nem tão pouco que não aja com rompantes
quando quiser materializar
o que este sentimento tem a falar
E, sabe por que eu não te prometo nada?
porque você sempre me deu
a certeza de todo seu amor
também....
Salvador, 25 de outubro de 2010.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
O Dia
Rodolfo Pamplona Filho
É hoje o dia!
E o sangue dá nova pulsada
como um atleta de corrida...
Será que, antes da chegada,
já será despedida?
É hoje o dia!
E a ansiedade
toma todo o corpo,
como se a vontade
aproximasse o porto...
É hoje o dia!
Mas que desespero!
A cada minuto de espera,
tenho um pesadelo
de que serei esquecido na terra...
É hoje o dia!
Tenho a esperança
de que tudo vai dar certo
toda vez que vem a lembrança
de que o momento está perto!
É hoje o dia!
Recebi a confirmação
de que não houve desistência,
o que faz meu coração
renovar sua resistência!
É hoje o dia!
É agora a hora!
Por isso, sem demora,
farei o que sempre quis:
apenas ser feliz.
Salvador, 26 de agosto de 2011.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Superando as Amarras Distorcidas da Religiosidade
Rodolfo Pamplona Filho
O que é falar com autoridade?
Não se trata de se comportar
de acordo com o padrão,
mas, sim, viver o que se prega
e ensinar o que se pratica.
O que é agir com benignidade?
Não se trata de achar
que existe um espaço santo,
mas, sim, saber que a maldade
está em todo e qualquer ser.
O que é viver com integridade?
Não se trata de falar
as mesmas palavras do passado,
mas, sim, realizar um presente
e esperar um futuro com ética.
O que é a verdadeira religiosidade?
Não se trata de seguir
cegamente o que homens dizem ser certo,
mas, sim, encontrar a liberdade
de servir a quem está perto,
de não temer o caminho reto,
de manter o coração aberto.
Salvador, 14 de agosto de 2016.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Sobrevivendo à Contemporaneidade
Rodolfo Pamplona Filho
Para sobreviver,
é preciso negar a inteligência,
já que tentar debater
é o primeiro passo
para ser odiado.
Para sobreviver,
é preciso rejeitar a sensibilidade,
pois exercitar a alteridade
é demonstrar fraqueza
para quem te vê como inimigo.
Para sobreviver,
é preciso limitar a solidariedade,
somente ao ato de estender a mão,
já que a empatia é o máximo a se fazer,
quando não se é convidado.
Para sobreviver,
é preciso evitar o carinho,
apenas por que ficar sozinho
talvez seja o natural caminho
de quem não aceita o diferente.
Para sobreviver,
é preciso rejeitar a beleza,
buscando somente o objetivo
de realizar cada ação,
já que o subjetivo causa estranheza.
Para sobreviver,
é preciso rejeitar o amor,
pois não se acredita mais em pureza,
não havendo sequer natureza,
onde o ódio é o único senhor.
Salvador, 22 de agosto de 2016.
domingo, 11 de setembro de 2016
O segredo
Rodolfo Pamplona Filho
não esperar nada da vida.
Salvador, 10 de outubro de 2013, entristecido com a própria vida...
sábado, 10 de setembro de 2016
Menarca
Rodolfo Pamplona Filho
Venha ver!
O que?
O lindo nascer
de um novo viver
do desabrochar
do botão em flor
que já pode gerar
o seu próprio amor...
E que ninguém nos ouça,
mas, agora, a menina é
um plena e linda moça
e, em breve, será mulher...
Salvador, 22 de janeiro de 2013.
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Teorias
Rodolfo Pamplona Filho
Teorias são,
na verdade,
uma simplificação
da realidade
Salvador, 15 de janeiro de 2013.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Soneto do Filho que ficou em casa...
Rodolfo Pamplona Filho
Olhe para seu próprio umbigo,sujeito que se acha o bom filho,
perdendo a capacidade de sentir
a empatia que permite e faz sorrir...
Ser o primeiro não é maturidade,
esquecendo o dom da generosidade,
sentindo-se um escravo ao fazer
aquilo que é apenas seu dever...
contabilizando-se os perdões
e os favores dos corações,
quando a mesquinhez não mais sai,
não se permitindo celebrar
o que só existe para comemorar,
que é o retorno à casa do pai.
Salvador, 27 de janeiro de 2013.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Nós não sabíamos
Rodolfo Pamplona Filho
Nós não sabíamos
que, nas madrugadas,
a força imperava
sobre a liberdade.
Nós não sabíamos
que, à sorrelfa,
esperanças se despedaçavam
a cada anoitecer.
Nós não sabíamos
que, ao entardecer,
o sol se escondia
pelo que podia acontecer.
Nós não sabíamos
que, a cada amanhecer,
o medo se renovava
pelo medo do desconhecido.
Salvador, 22 de agosto de 2016.
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Homens Feministas?
Rodolfo Pamplona Filho
Seu sexo pode ser
instrumento de terror.
Não me venha com
suas boas intenções,
pois, com elas,
pavimenta-se
a estrada para o inferno.
Sua posição soa mais
como indevida apropriação
do que compartilhamento.
Sua gentileza vira violência
Seu abraço não conforta,
mas, sim, agride.
O seu beijo machuca
e seu carinho quer me subjugar.
Não preciso de um defensor,
mas, sim, de um aliado,
quando chamado,
pois mesmo aliados
podem ser encarados
como inimigos infiltrados,
se não for delimitado
qual seja seu lugar de fala.
Suas brincadeiras não têm graça.
Sua cortesia me ofende.
Suas palavras,
em vez de inspirar,
apenas despertam minha ira.
Melhor permanecer calado...
E simplesmente ficar ao lado,
esperando a manifestação
de quem se ofendeu,
aguardando a reação,
em vez de tomar,
para si, a sua defesa,
pois, até para lutar,
é preciso legitimidade,
para não desvalorizar o movimento...
Salvador, 16 de agosto de 2016, compreendendo-se como parte do opressor na busca por não oprimir...
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Fundamentalismo
É preciso ter clareza
de qual é a sua bandeira
e o perfil do mundo
que se quer.
Quem adota uma causa
como missão de vida
passa tanto tempo,
discutindo a si mesmo
e suas mazelas,
que passa a enxergar
problemas e defeitos
em tudo que não se enquadre
em seu critério de seleção.
Seja com religião,
ideologia, política
torcida esportiva
ou qualquer outro campo
de interesse humano,
o fundamentalismo surge
quando seu filtro
é o único critério
de fé e de prática
e somente são salvos
os que você assim considerar...
E, mesmo que aparentemente,
usando os mesmos baremas,
haja um resultado diferente,
o erro estará no outro,
nunca em seu próprio olhar...
Quarta-feira, 17 de agosto de 2016, literalmente no voo para Vitoria/ES.
domingo, 4 de setembro de 2016
Frustrações
Rodolfo Pamplona Filho
Nem sempreas coisas saem
como planejadas.
Nem sempre
o universo conspira
para sua felicidade.
Nem sempre
se consegue
o que se quer.
Nem sempre
o destino sorri
para seu prazer.
Nem sempre
o que se faz
é para melhorar.
Nem sempre
Deus há
de abençoar.
Nem sempre
as coisas tendem
a se resolver.
Nem sempre
o mundo gira
em torno de você.
Sábado, 20 de agosto de 2016, literalmente no voo para São Paulo.
sábado, 3 de setembro de 2016
Intervalo do Diabo
Rodolfo Pamplona Filho
As palavras têm poder..
e o som também...
Tal qual o ódio
pode ser inoculado
pela conjunção
em um discurso
que se pregue
o extermínio,
há quem acredite
que uma certa combinação
de notas em uma escala
pode invocar o mal
ou qualquer outro final...
Quarta aumentada ou
Quinta diminuta:
menos importante
é o intervalo
ou a intenção
do que a atitude
ou a iniquidade
de quem distorce
os atos, as palavras
ou a harmonia
com o filtro sujo
da perversidade
de seu coração.
Salvador, 12 de agosto de 2016
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Expect, Hope and Wait
Rodolfo Pamplona Filho
Formas diferentes de esperar...
Formas diferentes de, com o tempo, lidar...
Formas diferentes de, a vida, encarar...
Formas diferentes de viver...
Salvador, 22 de julho de 2012.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Liberdade
Rodolfo Pamplona Filho
Liberdade é
uma palavra
para dizer
que não há mais nada
a perder...
Salvador, 11 de agosto de 2012.
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