O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Bom dia, flores do dia! (Soneto)



Bom dia, flores do dia! (Soneto)

Rodolfo Pamplona Filho

Como é bom celebrar
a chegada de um novo dia,
sem esconder a alegria
de os amigos reencontrar!

É maravilhoso ter o prazer
de, a cada manhã, saudar
aqueles que saem para trabalhar,
estudar ou simplesmente viver

Se houve tristeza no dia anterior,
pense apenas que já passou,
pois todo mal se esvazia

quando um sorriso ilumina a face
e a frase mais linda nasce:
"Bom dia, flores do dia!"


Guayaquil, 01 de outubro de 2013

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Liberar o Xaréu



Liberar o Xaréu

Rodolfo Pamplona Filho


É preciso
liberar o Xaréu,
para que a vida siga,
o mundo gire
e o sorriso brilhe...

É preciso
liberar o Xaréu,
para que a alegria reine,
a paz predomine
e o estômago se sacie...

É preciso
liberar o Xaréu,
para que todos aproveitem,
a democracia se estabeça
e os ânimos se acalmem.

É preciso
liberar o Xaréu!


Rio de Janeiro, madrugada de 21 de setembro de 2013, batendo altos papos com Nei Carvalho Bahia no Rock in Rio.

terça-feira, 29 de maio de 2018

O Ocaso


O Ocaso

Rodolfo Pamplona Filho
Dos dias
Do calor
Das vidas
Do amor
De nada
De tudo
Do nada
Do mundo


Bogotá, 05 de outubro de 2013, em conexão para o Brasil, olhando o entardecer...

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Mares do Brasil


Mares do Brasil

Viver é mais que minha toca
- tenha certeza! -
Quero encontrar uma nova rota
com mais beleza
e conhecer os horizontes
de cada praia do Brasil:

Praia do Forte, Floripa
ou Fortaleza
Porto de Galinhas, Trancoso,
ou Olivença
Jericoacara, Paraty,
Pipa, Espelho ou Francês.

Sentir o infinito
azul ou verde
beber água de côco
deitar na rede
Nadar e mergulhar
até ficar sem respirar...

O barco solto,
vento gostoso no rosto,
os cabelos ao vento
ver uma linda sereia
e superar a areia
e qualquer tormenta (que passar)

Sentir a profundidade
e a calmaria na Imensidão...
No mar da tranqüilidade,
nao existe solidão...

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Luciano Calazans 

Brasília, 12 de março de 2013.

domingo, 27 de maio de 2018

A Elegância Indiscreta das Meninas Paulistanas


A Elegância Indiscreta das Meninas Paulistanas

Rodolfo Pamplona Filho

Rua Augusta
Alta madrugada
Engarrafamento maior
do que na outra metade do dia
Todos procurando diversão
como se não houvesse opção...
E, no meio do turbilhão,
como um pegajoso refrão,
as meninas paulistanas são
o estribilho da canção...
Moças de formas voluptuosas,
com decotes generosos,
olhares encantadores
e ar sedutor, sem ser vulgar...
Sempre há tempo
para um salão 24 horas
para mais uma dose
para mais um programa...
E sentir o cheiro
de cigarro sem filtro,
de algo para ingerir
ou de um perfume forte
-  nem tão barato assim -
que custa um pedaço de mim...
Rostos jovens e lindos,
em corpos tidos como sarados,
com maquiagem demais
para parecer menos do que são...
Na elegância indiscreta
que Caetano não viu...
Na elegância indiscreta
que Caetano ainda não cantou...

São Paulo, preparando-se para o último dia do Lollapalloza, 31 de março de 2013.

sábado, 26 de maio de 2018

Melhor que Sexo


Melhor que Sexo

Rodolfo Pamplona Filho

Receber uma massagem,
em especial Shiatsu
ou Reflexologia Podal.
Fazer uma viagem,
conhecendo, passo a passo,
um lugar sensacional.
Levantar e dar a volta por cima.
Dormir sem hora para acordar.
Chupar uma gelada laranja lima,
depois de um gostoso banho de mar...
Ver os filhos sorrirem em alvoroço,
deitar na rede depois do almoço...
Ler um livro empolgante
Ver um filme emocionante. 
Tomar um banho super quente
Experimentar um sabor diferente
Terminar um assunto pendente
Te amar eternamente...

Praia do Forte, 13 de fevereiro de 2013.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Hipocrisia Útil






Rodolfo Pamplona Filho

Na porta do elevador,
ela me diz: - Bom dia!
Eu abaixo os olhos
e digo: - Bom dia!
E a vida continua...

Subimos silenciosos,
cada um para seu andar,
como se momentos embaraçosos
não interferissem no andar
E a vida continua...

E a vida continua...
E a vida...
E...
?

Salvador, 08 de março de 2013.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Sobre Ser







Rodolfo Pamplona Filho

Você não é
o que você acha que é
Você não é
o que as pessoas acham que você é.
Nem eu, nem você somos
o que a vida fez de nós dois
O que nós somos
não pode ser sabotado
por aquilo que nos tornamos



Salvador, domingo, 27 de novembro de 2016.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Equinócio





Equinócio

Rodolfo Pamplona Filho


Março ou setembro:

não importa se me lembro
qual é realmente
o semestre presente
ou a estação do ano!
O fundamental, sem engano,
é aproveitar o momento
em que cessa todo lamento
para apenas presenciar o Sol,
quando ele está mais iminente,
sentindo-se, de novo, gente
e nunca mais se sentir só...


Quito, 03 de outubro de 2013.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Meus Direitos...








Rodolfo Pamplona Filho


Desconfie!
Mas desconfie mesmo
de quem não liga
para o contexto
em que está inserido
e só alega o pretexto
de seus direitos
ou da sua peculiar situação...
Há poucas coisas
tão irritantes
quanto quem repete
e exibe
suas prerrogativas,
como se fosse
um passaporte
para o destaque,
que só a si pertencesse,
que só a si fosse importante...
Quando todos tiverem prioridade
- leia-se, privilégios! -
ninguém terá nada...

Salvador, na primeira semana de outubro de 2013, mas pensando no Equador, ou em outras experiências recentes da minha vida...

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Saudade de Casa







Rodolfo Pamplona Filho

Por vezes, tenho vontade de chorar...
Sei o motivo, mas não consigo controlar
Há um vácuo que preenche o que era completo
Uma carência de beijo, dengo e afeto

Não sei o que é pior: a distância ou a despedida;
O romper do contato no momento da partida
Um olhar para trás, um abraço apertado,
um aceno tristonho, um olhar desolado...

Como uma dor machuca tanto sem ferir?
Como dominar o que posso apenas sentir?
A paz é arrancada desde a raiz
Uma marca viva que não vira cicatriz...

Pense duas vezes antes de reclamar
Dos problemas da vida, da rotina do lar...
Há tristeza que ninguém sabe como se mede
Só se valoriza o que se tem quando se perde

A lágrima vem solta e quente
Quem negar isso apenas mente
mas faz bem, porque, como um rio
leva o fel para um outro lado vazio....

A cada alvorecer, há uma nova esperança...
que surge inocente, como sorriso de criança,
mudando planos e rumos, batendo asa,
tudo por causa da saudade de casa...

Ciudad Real, 09 de setembro de 2008

domingo, 20 de maio de 2018

Voando pela primeira vez...





Rodolfo Pamplona


As mãos gelam
As pernas pesam
Sinto um frio na barriga
que nunca senti antes

Embarque encerrado
A porta foi lacrada
Uma voz informa instruções...
...de emergência?

Quero uma mão para apertar,
um ombro para chorar,
um ouvido para gritar
tudo que tenho a relatar...

O motor é ligado...
Vejo a terra tremer...
Tudo começa a se deslocar
Meu Deus, onde fui parar?

Sinto que estamos subindo
Engulo em seco e abro os olhos
Respiro fundo e tomo coragem
de, finalmente, olhar a janela...

E tudo se acalma
com a beleza do mundo diminuindo,
com a certeza de que não estou caindo
com as nuvens do tapete de algodão
com um novo olhar longe do chão

E tudo se acalma
com um horizonte que é uma pintura
com a bonança depois da loucura
com a paz que se tem na altura
com um medo que fácil se cura

Voando pela primeira vez...

Para a menina que sentou ao meu lado, em pleno vôo da Azul, 26/10/2010

sábado, 19 de maio de 2018

Auto-destruição









Rodolfo Pamplona Filho


Chega uma hora em que
seu pai é um estranho
seu irmão, seu inimigo
e você quer ter coragem,
quer acreditar em Deus,
para poder se matar,
mas nem isso você consegue!

É o estupro pelo prazer de ver o medo nos olhos da mulher...
É o cavalo-de-pau em pleno quilômetro de arranque...
É a vontade de cortar os pulsos para ver o sangue escorrer...
É o real apetite por destruição!

É deixar crescer cabelo e barba pela vaidade
de se tornar mais feio ou menos higiênico
somente para ser diferente dos outros.
É um querer-não-querendo que os outros
sintam imensa pena de você
(a piedade é a soberba disfarçada!)
É o orgulho e a dor de ser íntima,
misturados com o desejo de matar alguém
só para sentir como é que é!

Ser doente e doentio,
podre e escorregadio,
escrevendo para não falar,
calando para não amar,
sofrendo para não viver.
É isto que sou: um chato (ou um louco?)

(16.01.92)

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Migalhas de Carinho








Rodolfo Pamplona Filho

Eu mendigo
migalhas de seu carinho
como um cachorrinho
junto de sua mesa,
na esperança de, um dia,
encher minha barriga vazia
e meu coração sedento...

Salvador, 16 de janeiro de 2014

quinta-feira, 17 de maio de 2018

A Mais Linda Noite de Amor







Rodolfo Pamplona Filho

Quero passar a noite com você,
sentindo o gosto bom de sua boca,
respirando o perfume do seu corpo
e acariciando o seu rosto...

Quero segurar firme seus cabelos,
olhando direto em seus olhos,
passando a língua em sua pele
e abraçando forte o seu tronco...

Quero beijar cada parte do seu ser,
até ficar completamente sem ar
de tanto amor, de tanto amar...

E quero terminar esta noite casta
sem me entregar ao desejo carnal,
dormindo em seu seio um sono angelical.

Aracaju, 08 de outubro de 2010.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Bênçãos e Maldições








Nem tudo permanece...
Na verdade, tudo muda
nem sempre para melhor!
Assim, o que é criado para libertar 
pode ser usado para escravizar.
Quando se esquece 
o sentido de cada ato,
todo importante ritual
apenas massifica 
o que devia ser individual...
Quando não se particulariza,
todos se tornam 
rostos sem nome 
e sem história,
invisibilizando 
em vez de simplesmente ver,
compactua-se
com a coadjuvância,
em vez de tornar protagonista...
Com isso, impessoaliza-se,
reiifica-se, coisifica-se,
mas nunca se envolve.
Sem saber, 
ver ou tocar,
o toque
não há como
não se degenerar...
pois até Bençãos 
podem se transformar
em Maldições

Salvador, 13 de maio de 2018.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Mãe






Rodolfo Pamplona

Mãe 

Sinto sua falta!
Sinto não mais poder 
-la para passear,
me fazer cafuné,
fugir para comer no Baitakão
ou simplesmente consolar 
o meu choro na solidão...
Sinto não ter mais alguém 
para chamar de baixinha,
carregar nos braços 
ou afogar de abraços...
Sinto não ouvir mais
dizendo que trabalho demais,
que Deus sabe o que faz 
e que tudo fica para trás...
Nem tudo, mãe...
Minha saudade 
e minha lembrança 
não passarão jamais...

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Encontro ao Acaso








Rodolfo Pamplona Filho

O contato segue escasso
meu amor segue ao passo
de um encontro ao acaso
ou um possível abraço

Eu te esperarei sempre
de dia, de noite, como outrora
pois sei que, de repente,
a vida pode sorrir a qualquer hora

E tudo em mim se tornará vida,
quando meu desejo encontrar a saída,
desejarei estar finalmente acolhida,
amada, segura e compreendida.

Salvador, 04 de novembro de 2010.

domingo, 13 de maio de 2018

Quando a paixão vira respeito








Rodolfo Pamplona Filho

Eu sei que você não sente
tanta falta de sexo quanto eu...
Eu sei que você não exige
tanta atenção quanto eu...
Eu sei que você não precisa de
tanto cuidado quanto eu...

Mas a situação está difícil...

Fico grato pelo seu esforço
em tentar me agradar,
fazendo coisas que
poderiam te violentar,
mas que, por amor (ou carinho...),
você se submete sem reclamar...

Mas a situação está incontrolável...

Uma história comum
garante o respeito
e a admiração,
mas, se mantém o amor,
pode sufocar a paixão,
pela falta de perspectiva
de descobrir nova sensação...

Mas a situação tornou-se irreversível...

Eu continuo te amando
e, para sempre, te amarei,
mas a paixão virou respeito
e isto não me faz bem,
porque sinto falta do tesão,
da aventura, do frio na barriga,
da saudade irrefreável, da emoção
de reconciliar após uma briga,
de ser mais do que pai de família...

E a situação tornou-se insuportável...

Somente nos resta
chorar à vontade e clamar
A Deus...
Somente nos resta
criar coragem para falar
Adeus...

São Paulo, 06 de novembro de 2010.

sábado, 12 de maio de 2018

Bombas de Hormônios




Rodolfo Pamplona Filho

Como alguém doce e amada
pode ficar rude e interesseira?
Como uma criatura delicada
pode se tornar tão grosseira?
A alternância de humor
é tão grande e irritante
quanto à falta de amor
que, de forma chocante,
demonstra aos que estão
ao seu redor e disposição...

Nada lhe agrada ou lhe traz ganho,
senão simplesmente se isolar
em seu mundo estranho,
secreto e particular,
que ninguém é tacanho
o suficiente para entrar,
pois inexiste humano bom bastante
para levar sua vontade adiante.

Nem a temperatura ambiente
é adequada ao seu prazer:
tudo é muito frio ou quente,
nada presta para seu ser...
já que tudo é ruim demais:
nada verdadeiramente a satisfaz...

É preciso muita paciência
para não perder o controle,
pois o nariz empinado e impertinência
beiram o total descontrole.
O quer dizer da sua auto-suficiência?
É incrível como sabe todas as respostas
para perguntas que a adolescência
há muito deu as costas...

Que mico! Que porre! Que saco!
Ouve-se isto de modo profundo!
Como se fosse normal tudo ser chato
e ser o único incompreendido do mundo!
Será que, um dia, isso vai passar?
Serão exorcizados seus demônios?
Meu Deus, como é difícil lidar
com estas bombas de hormônios!

Praia do Forte, 15 de novembro de 2010,
sobrevivendo a uma adolescente na TPM.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Soneto da Despedida do Apaixonado





Rodolfo Pamplona Filho

Toques delicados e sorrisos leves,
sob a brisa do mar, ao anoitecer,
e os lábios sabem exatamente o que querem
quando o adeus tem que ocorrer

Preste atenção nos meus olhos:
eles brilham feito ouro
pois desejam, como poucos,
o teu amor sem decoro.

É difícil esquecer teu gosto
e ter que aceitar novos beijos
para manter nossos postos....

Meu coração está no abismo
e anuncia, a cada esquina, sem cinismo,
que a direção pode mudar..




Salvador, 29 de outubro de 2010.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

O Fim do Infinito









Rodolfo Pamplona

A corda esticou
O copo encheu
De tanto forçar,
a fruta perdeu o gosto,
o vinho vinagrou
é o prato não tem mais sabor...
Cansei
Tomei abuso
Joguei a toalha
Desisti
De que adianta alimentar
se a comida é cuspida?
De que serve regar
se a água é jogada fora?
Tentei de tudo,
mas, se até o infinito se expande,
uma explosão estabelece
os limites do impensável...

Na estrada para João Pessoa, 24 de maio de 2016.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

O que fazer pelo resto da vida?








Rodolfo Pamplona

Enquanto o alemão não me pegar
ou a bomba muscular não parar,
não terei medo do passar dos anos
ou da decrepitude da pele.
Não quero morrer
antes de envelhecer:
ao contrário,
quero continuar rebolando
e sacudindo os cabelos que restarem...
Descansarei somente
no dia que realmente expirar,
pois, enquanto der,
estarei alive and kicking,
pois qualquer movimento
é melhor do que
nenhuma ação.

No avião de Miami para Boston, em 25 de junho de 2016.

terça-feira, 8 de maio de 2018

O Paradoxo da Onipotência



                                        
                                       


Rodolfo Pamplona 

Se Deus pode tudo,
como pode Ele
criar uma pedra tão pesada 
que nem Ele possa levantar?
Se pode, 
deixará de poder 
tudo em seguida...
Se não pode, 
nunca foi onipotente...
Melhor ficar com a misericórdia infinita...

Lisboa, 31 de maio de 2016.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Soneto da Formatura




Soneto da Formatura


Rodolfo Pamplona Filho

Formar-se é completar um ciclo
de uma missão por si assumida,
completando lentamente o rito
de passagem da nova etapa da vida.

Testemunhar este momento
é um privilégio para quem
acompanhou, desde o nascimento,
o desabrochar do seu bem.

Por isto, é uma doce sensação
perceber a evidente evolução
de quem, outrora, era um bebê..

...que cresceu como gente grande
e aprendeu que o importante
é lutar sempre para vencer.


Salvador, 02 de dezembro de 2013, na formatura de minha sobrinha Nathália...

domingo, 6 de maio de 2018

Sentido das Palavras...




Sentido das Palavras...

Rodolfo Pamplona Filho


Só SOS, cego
Só Sossego
Se derrame
Se der, ame

São Paulo, Lollapalloza, 31 de março de 2013.

sábado, 5 de maio de 2018

Filosofia dos Salmões


Filosofia dos Salmões

Rodolfo Pamplona Filho
Não existem obstáculos
que impeçam a jornada...
O altruísmo está presente
e é longa a temporada...
Exuberante e idílico,
o caminho é a própria vida..
Nadar contra a correnteza
para completar o ciclo
a todo e qualquer custo.
Enfrentar
Sofrimento
Intempéries
Predadores
Para acasalar
onde nasceu
e depois fenecer
sem um medo sequer...
Surgir em um afluente
Rumar ao oceano
e, depois, voltar
e cumprir seus ciclos
Somos círculos
Plotino
Hipátia
Ser salmão ou tartaruga
Não ligar se a luta é dura
e simplesmente só ser...

São Paulo, 28 de março de 2013.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Reconstruindo-se




Rodolfo Pamplona Filho

O fim de uma relação
não importa
para o final
de uma canção.
O fim de todo evento,
até mesmo um casamento,
é sempre um marco
que altera a ordem natural,
pelo menos a esperada,
de todas as coisas...
Mas o importante é
se sentir feliz...
E, se sou feliz,
purifica-se minha alma
a cada aurora
ou a cada lembrança
de outrora...
pois é com os tijolos quebrados
que se constrói uma nova casa...

São Paulo, 28 de março de 2013.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Sede de Viver




Rodolfo Pamplona Filho

Eu quero viver intensamente
como se fosse morrer de repente
sem nova chance, irremediavelmente...
Eu quero uma vida sem rotina
onde cada dia tenha a sina
de, do outro, ser diferente...

Eu quero nunca ficar sozinho,
mesmo que, alguns momentos,
eu precise estar só para pensar!
Eu quero dar atenção a todo elemento
que precisar de mim, para ajudarr,
acreditando que, alguém, posso mudar!

Eu quero que minha mulher
seja simultânea mãe, parceira,
amante e companheira!
Eu quero acompanhar diariamente
o crescimento de meus filhos
e ser seu melhor amigo eternamente!

Eu quero colocar para fora
todos os sentimentos que guardo
no peito que trazem um gosto amargo!
Eu quero produzir tudo que outrora
programei, um dia, escrever,
plantar, compor, construir ou ler!

Eu quero me sentir desejado,
como nunca antes no passado,
e minha energia não sublimar...
Eu quero aprender a me vestir,
saber onde chegar e de onde vir
o que, com quem e como falar...

Eu quero fazer amor outra vez
com o desejo de quem nunca fez
e o conhecimento da experiência!
Eu quero chorar de felicidade
e sorrir na adversidade,
lutando pela sobrevivência!

Eu quero tudo isto e muito mais...
mesmo que digam que é olhar para trás,
eu não vou me importar,
pois tudo que der, eu vou fazer,
sem medo de tentar ou errar,
sem receio de me machucar,
na busca, finalmente, de saciar
minha recém-descoberta sede de viver.


Recife, 14 de janeiro de 2011.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Luto e Luta




Rodolfo Pamplona Filho

Luto ferozmente
contra a melancolia,
o vazio, o medo


de não ter você...
Luto diuturnamente
para não entristecer,
pra seguir vivendo
de cabeça erguida.

Luto tenazmente
para a maldita culpa
e a terrível solidão
não me consumirem.

Luto pela luta
Luto sem luto
Luto por tudo
Luto por você...

Salvador, 23 de janeiro de 2014

terça-feira, 1 de maio de 2018

Tem, mas acabou






Rodolfo Pamplona Filho


Ter, tem, mas acabou
Ter, tem, mas ainda não chegou
Ter, tem, mas ainda está com o fornecedor
Ter, tem, mas está em falta
Ter, tem,

São Paulo, 18 de setembro de 2015.