O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Banalização da Morte


A Banalização da Morte
Rodolfo Pamplona Filho

A TV divulga, a rádio anuncia,
o jornal comunica
o saldo das mortes do final de semana...
o trânsito, o acidente doméstico
ou a costumeira e pontual queima de arquivo...

Normal...

Ouvimos impassíveis,
tomando o café nosso de cada dia,
no meio das notícias políticas
ou da alegria ou tristeza com
o resultado do jogo do nosso time...

Normal...

Não há espaço para indignação,
nem mesmo há tempo para isso...
A informação passa por
nossos olhos e ouvidos
como uma brisa imperceptível...

Normal...

O sangue escorre das imagens,
do som e dos papéis...
mas não se sente nada...
Anestesia coletiva, difusa e impessoal...
A apatia e a indiferença
não fazem acepção de pessoas...

Normal...
Normal?

Salvador, 16 de agosto de 2010, uma segunda-feira sangrenta...

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Achei que essa letra dialoga muito bem com Química Bélica, mesmo tendo sido escrita tantos anos depois...Bacana!
    Beijos,
    Nanda.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Nanda!
      É verdade!
      Mas o engraçado ou irônico é que escrevi este poema inspirado, em verdade, em meu motorista Joelson, que, nesre dia, chegou me contando como tinha sido o final de semana no bairro em que mora....
      A violência mora ao lado...
      Beijos,
      RPF

      Excluir