No tribunal da razão, ergue-se o verbo, Com toga de dúvidas,
silêncio acerbo. Ali onde a prova caminha no fio, Surge a Filosofia com seu
desafio.
Quem pode dizer o que é verdadeiro, Quando a verdade se
esconde, por inteiro? Eis o dilema que o Direito enfrenta, Na balança da lei
que nunca é isenta.
A prova, rainha do processo, é chama, Mas arde em incerteza,
jamais se inflama Sem que a razão lhe sirva de guia, Entre a dúvida e a fé,
nasce a filosofia.
O ônus, pesado, recai sobre quem alega, Mas que prova é
justa? Que prova se entrega Ao crivo do tempo, da lógica pura, Ou se dobra ao
poder, à estrutura?
É Platão quem sussurra nos corredores, Sobre sombras,
verdades e seus atores. E Kant nos adverte, com precisão: A justiça não vive
sem razão.
No processo penal, a vida se decide, E a Filosofia, em
silêncio, divide. A espada e a balança – com ponderação,
Para que a prova não seja ilusão.
Fortaleza, 24 de maio de 2025.

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