O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Descarte

 



Rodolfo Pamplona Filho e Sebastião Marques Neto

 

Descarte o seu usado

no meu terreiro

de tudo fica um pouco

eu posso aproveitar

Águas pesadas

não movem moinhos

Desobedeça ao mestre

de noite, todos os gatos são pardos

Quem ama diz o que quer

quem se deixa prender

para sempre

no peito trará paixão

de grão em grão

é que se engasga feio.

 

Descarte o seu usado

no meu terreiro

de tudo fica um pouco

eu posso aproveitar

do pão fica o centeio

eu posso triturar

e da mágoa profunda

não quero me lembrar.

Quem tem boca

vai à Roma e ao dentista,

pois, de cavalo dado

não se olha os dentes na pista

Quem não chora não mama, nenen:

Mulher sem sorte com homens

não sabe a sorte que tem.

 

Descarte o seu usado

no meu terreiro

de tudo fica um pouco

eu posso aproveitar

A fé remove montanhas,

mas prefiro dinamite

Achado não é roubado,

quem perdeu foi relaxado.

A prática leva à perfeição,

menos na roleta russa, meu irmão!

Em terra de cego,

quem tem um olho é o rei da feira:

A esperança é a última que morre

e minha paciência é a primeira.

 

No vôo de Salvador para Natal, em 18 de maio de 2023.

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