Ladainha
Rodolfo Pamplona Filho
Como é possível
ouvir exatamente a mesma coisa, a cada momento, a cada encontro, a cada lamento... Será que Deus gosta que fiquem buzinando as mesmas palavras recém proferidas e já antes ditas por tantas vezes e tantas pessoas quanto o querer possa conceber... Soa como uma goteira interminável e inteira não sobre nossas cabeças, mas, sim, aos nossos ouvidos, esperando que a repitamos ou enlouqueçamos... Um dia, o mundo se cansará da mesma companhia, com asco, perceberá a trágica monotonia e, finalmente, cessará a irritante ladainha... |
Salvador, 01 de fevereiro de 2011.
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