O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

domingo, 24 de janeiro de 2016

Diálogo de um Amor Platônico


Rodolfo Pamplona Filho


Amada...

Desde que você apareceu,
meu mundo mudou
e hoje é fácil enxergar
como eu sou...

A riqueza do nosso beijo
vai além do desejo compreensível e quente
já que, mesmo aparente,
ele não é suficiente...

Não quero pressa
...nem medo e receio
não quero um desvario,
nem loucuras de adolescente

Eu quero que você me veja com sono,
cochilando em seus braços,
e sentir me levar para cama
e me cobrir de abraços

Amada...
renuncie ao que te ensinaram
como um único caminho
e ouça o que tenho a dizer...

Vivamos um amor único
herde o tempo de forma eterna
construa comigo fantasias etéreas
apenas com belezas e suspiros

Não me importo com sexo...
Não quero te pressionar a nada...
Quero apenas a certeza
de que você é meu porto seguro...

Cale-me com seu beijo,
sinta meu cheiro e pense no desejo,
olhe fundo nos meu olhos
e me deite em seu colo

Amado...

Encontrar você foi um presente
que a vida reservou de forma surpreendente
para trazer luz ao que estava apagado,
para trazer poesia ao que estava fechado

Um beijo é somente um marco
do início de uma história,
que não precisa ser um parto
de uma apressada vitória.

Eu também não quero pressa,
não quero quebrar o que é mágico...
Prefiro a delicadeza da promessa
do que forçar algo e ser trágico.

Quero ter sono ao seu lado
e, simplesmente, dormir,
para ter a beleza do cuidado
e não deixar o outro partir...

Amado...
Renuncio a tudo que aprendi
e não quero qualquer contato,
se isso importar em nos cindir.

Viverei, sim, este amor único,
sem necessidade de carnalizar,
herdando este tempo lúdico
de fantasiar e somente suspirar...

Também não me importo com sexo
e não me frustrarei em viver assim,
pois ser o seu porto é o meu nexo
de viver em um ritmo afim...

Prefiro sentir seu cheiro e ouvir sua voz
a calá-lo somente com um beijo.
Prefiro nunca mais viver só,
pois meu colo é seu travesseiro.

Salvador, 3 de outubro de 2010.

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