A mão que abraçava
era a que ameaçava,
como se fosse possível
aceitar o sacrifício
em nome do amor.
A boca que beijava
era a mesma que ofendia,
como se as palavras
não machucassem tanto
como a força de um soco.
As marcas no espelho
eram escondidas com maquiagem,
mas não apagavam a tatuagem
que ficou impressa
no fundo da alma.
Há uma dor
que não pode mais calar.
Há uma conduta
que não pode se repetir
Há uma vida
que tem de ser vivida
Há um mundo
que não pode ser mais invisível.
Salvador, 09 de janeiro de 2018.
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