Rodolfo Pamplona Filho
O que normalmente se espera
é deixar para a posteridade
apenas o melhor de sua vida
ou de tudo aquilo que se produziu,
construiu, ganhou ou compôs!
Na prática, porém,
a vida não é assim...
Deixa-se o que se tem,
o que se é
e o que se fez...
E eu não quero esconder
aquilo que, um dia, resolvi escrever,
como se eu somente criasse
pérolas ou obras-primas,
e não, como de fato,
textos produzidos pelo impacto
de momentos de sofrimento,
alegria ou mera constatação.
Se, sobre tudo, eu poetizo,
por que restringir o acesso
ou o conhecimento
a quem demonstrou algum interesse
de conhecer um pouco
(ou boa parte do todo)
do que eu sou (ou imagino ser...).
Minha herança poética
não será lapidada,
como se fosse possível
controlar a imagem
que se faz de minha história,
mas, sim, será apenas transparente,
para que quem realmente
entenda o que eu quis dizer
possa efetivamente saber
tudo aquilo que, um dia,
eu pretendi simplesmente ser
(ou pensei poder ser...)
Rhodes/Grécia, 26 de setembro de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário