Rodolfo Pamplona Filho
Quando éramos pequenos,
nos ensinaram um ideal de felicidade
de uma vida estável e sem remendos
e de um amor sem insanidade...
Hoje, abrindo minha caixa dos sonhos,
vejo quão reais e bonitos eram,
pois de uma simplicidade e pureza,
que a todos agradava, com certeza!
A comodidade de uma vida perfeita
com família, casa e cozinheira
me transformou, porém, em um ser diferente,
hibernando neste novo presente
e, assim, meu pequeno coração,
dilacerado pelo mundo,
entrou em conflito profundo,
sem vislumbrar qualquer triunfo.
Algo surta dentro de mim
suplicando a por fim
a essa vida perfeita para os outros
e que tem me deixado no desgosto.
Lembro que, a cada dia, tem-se menos ar...
...do que podíamos realizar...
...do que podíamos sonhar...
...na ciranda da vida a caminhar...
O comodismo não pode tomar conta
de forma duradoura e plena
pois o futuro é aqui e agora
e não agüentará tamanha demora.
Salvador, 29 de novembro de 2010
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