O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...
sábado, 28 de novembro de 2015
Morrer é Doce!
Morrer é Doce!
Rodolfo Pamplona Filho
Quando em meu peito, romper-se a corrente
Que a alma me prende à dor de viver
Não quero por mim, nem uma lágrima,
Nem um suspiro, nem um sofrer...
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu passamento.
Não quero que um sorriso
Se apague pelo fim do meu triste tormento!
Viver foi peregrinar no deserto,
Procurando achar o que não estava escondido,
viver foi submergir no tédio,
Tentando encontrar o que já estava perdido
Quando se esgotar o meu suspiro,
Não desfolhe por mim sequer uma flor!
Não tornai outro ente matéria inútil.
Sozinho, da morte, deixai-me o torpor!
No meu epitáfio, escrevas:
Foi homem e, pela vida, passou
Como nas horas de um pesadelo
Que só, com a bela senhora, acordou
Descansem meu leito solitário
À sombra de um triste cipreste,
Numa floresta há muito esquecida
Onde não usurpem o que ainda me reste.
Este parece ser meu desejo final
Neste esperado momento de verdade nua.
Eis-me pronto para beijar a bela senhora
E ver como a morte é doce e crua!
(1989)
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Que letra bonita, Rodolfo...
ResponderExcluirUm menino de dezessete anos escrever isso!
Os quatro primeiros e os quatro últimos versos, para mim, são os mais bonitos!(vc já tinha pendor para os começos e desfechos).
E é impressionante constatar como suas vocacações, efetivamente, se revelaram cedo: 17 anos d emagistratura, e tantos anos de poesia...
Beijos,
Nanda.
Oi, Nanda!
ExcluirQue coincidência impressionante e simbolicamente poderosa voce perceber e comentar este poema feito aos 17 anos no dia em que completo 17 anos de magistratura...
Este texto foi escrito inspirado pela poesia da segunda fase do romantismo brasileiro, notadamente em Álvares de Azevedo, que me tinha sido apresentado pela Professora Maria do Carmo! Inesquecível!
Beijos,
RPF