Eu sei que você não sente
tanta falta de sexo quanto eu...
Eu sei que você não exige
tanta atenção quanto eu...
Eu sei que você não precisa de
tanto cuidado quanto eu...
Mas a situação está difícil...
Fico grato pelo seu esforço
em tentar me agradar,
fazendo coisas que
poderiam te violentar,
mas que, por amor (ou carinho...),
você se submete sem reclamar...
Mas a situação está incontrolável...
Uma história comum
garante o respeito
e a admiração,
mas, se mantém o amor,
pode sufocar a paixão,
pela falta de perspectiva
de descobrir nova sensação...
Mas a situação tornou-se irreversível...
Eu continuo te amando
e, para sempre, te amarei,
mas a paixão virou respeito
e isto não me faz bem,
porque sinto falta do tesão,
da aventura, do frio na barriga,
da saudade irrefreável, da emoção
de reconciliar após uma briga,
de ser mais do que pai de família...
E a situação tornou-se insuportável...
Somente nos resta
chorar à vontade e clamar
A Deus...
Somente nos resta
criar coragem para falar
Adeus...
São Paulo, 06 de novembro de 2010.
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