Seu medo é diferente do meu.
Seu sexo pode ser
instrumento de terror.
Não me venha com
suas boas intenções,
pois, com elas,
pavimenta-se
a estrada para o inferno.
Sua posição soa mais
como indevida apropriação
do que compartilhamento.
Sua gentileza vira violência
Seu abraço não conforta,
mas, sim, agride.
O seu beijo machuca
e seu carinho quer me subjugar.
Não preciso de um defensor,
mas, sim, de um aliado,
quando chamado,
pois mesmo aliados
podem ser encarados
como inimigos infiltrados,
se não for delimitado
qual seja seu lugar de fala.
Suas brincadeiras não têm graça.
Sua cortesia me ofende.
Suas palavras,
em vez de inspirar,
apenas despertam minha ira.
Melhor permanecer calado...
E simplesmente ficar ao lado,
esperando a manifestação
de quem se ofendeu,
aguardando a reação,
em vez de tomar,
para si, a sua defesa,
pois, até para lutar,
é preciso legitimidade,
para não desvalorizar o movimento...
Salvador, 16 de agosto de 2016, compreendendo-se como parte do opressor na busca por não oprimir...
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ResponderExcluirPrecisamos educar homens e mulheres para entender que nós mulheres só precisamos ser... Não quero pertencer a. Não quero que venha me proteger... Quero ser... Eu... Mulher.
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