O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Para quando a juventude se for...


Para quando a juventude se for...
Rodolfo Pamplona Filho

Aproveite a novidade
em cada simples momento,
pois os grãos da realidade
da ampulheta do tempo
não retornam jamais...

O tempo não para...
E não para de verdade,
pois a chance se torna rara,
quando se perde a oportunidade
que não se repete mais...

O viço vai passar...
As rugas vão surgir...
Sumirá o brilho no olhar...
Os efeitos inexoráveis vão surtir...
E não dá para ir para trás...

E a beleza que permanece
não é necessariamente no corpo,
mas, sim, na alma...
Ah, a alma...
Esta somente envelhece
se a cabeça padece
da falta de prece...
da falta de senso...
da falta de berço...
da falta de norte...
da falta de morte...
da falta de bondade...
da falta de boa vontade...
da falta de fé...

Salvador, 05 de setembro de 2010, um domingo de recordação de amigos e amores passados...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Olhos de Deus


Olhos de Deus

Eu queria olhar nos olhos de Deus
Para ver onde foram os sonhos meus!
Eu queria olhar nos olhos de Deus
e saber se Ele também já sofreu...
... como eu
... como eu

Minha adolescência é uma Coca no MacDonald’s
Minha inocência é uma gota de sangue num mar de esmalte
Minha adolescência é uma Coca no MacDonald’s
Minha inocência é uma rosa que explode num espinho de um cactos

Há uma noite sombria dentro de mim
E o sol-esperança está longe daqui
Há um imenso vazio dentro de mim
Gerado por tudo que eu não vivi...
... que eu não vivi...

(refrão)

Meus ideais eram fruto de uma utopia
Que se frustaram em sua mente vazia
As minhas drogas eram parte de uma torrente
Que desaguou em um mundo doente (em um mundo doente...)

Eu bem que tentei me encontrar... (em algum lugar...)
Mas o homem no espelho não era mais eu
Eu bem que tentei me encontrar... (em algum lugar...)
Mas já era tarde demais...
... tarde demais...

Letra e Música: Rodolfo Pamplona Filho (1990)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Saudades do Primeiro Amor


Saudades do Primeiro Amor
Rodolfo Pamplona Filho

O Deus de Hoje é o mesmo Deus de Ontem
e continuará a ser o Deus de Amanhã,
mas por que sinto tanta falta
de um tempo de memória anciã?

Talvez porque naquela época,
eu não tivesse vivido o suficiente
para saber que todo mundo peca e se decepciona
não com Deus, mas com sua gente...

Como se ser lavado e perdoado
afastasse de vez toda tentação,
quando o certo seria redobrar o cuidado
e prostrar o joelho em oração!

Eu não preciso voltar ao primeiro amor,
porque ele nunca me abandonou...
Eu preciso apenas ver à minha volta
pois o Senhor nunca saiu pela porta...

O sentimento da saudade é maravilhoso,
mas não deve nos imobilizar,
fazendo perder o galardão poderoso
de construir a benção em nosso lar.

Quem vive de passado é museu
pois o antigo só é válido para ensinar
o caminho de quem já viveu
e que quer, da dor, nos poupar...

O importante é aprender a lição de outrora
e lembrar o momento da conversão,
mas para viver a Graça agora
e manter pleno o coração!

Salvador, 25 de abril de 2010

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Química Bélica


Química Bélica

Pílulas de Césio
Gás mostarda, Bomba H
Divisão do átomo
Bomba de nêutrons, Reator Nuclear
Química nas armas
Legalmente não se pode usar
Mas por que proibiram
Se o certo mesmo seria não matar?

Chenobyl, Goiânia
Será que existe vida inteligente na Terra?
Hiroshima, Nagasaki
Será que existe vida inteligente na Terra?

A Geléia Napalm
Injeção de Cianeto: morte indolor
A chuva amarela
Gás cianídrico: morte por dor
Do veneno de Lucrécia Borja
Ao gás mostarda do Halabja
O gás da morte na Índia
Química e vida tornam-se nada!

(Refrão)

“Decididamente não compreendo por que é mais glorioso bombardear uma cidade assediada do que assassinar alguém a machadadas!”
(Raskólnikof, em “Crime e Castigo”, de Dostoiévsky)

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Jorge Pigeard
1988

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Azul Profundo


Azul Profundo
Rodolfo Pamplona Filho

A conjunção das variáveis
solares, físicas e angulares
faz surgir o inacreditável

Entender que a luz altera
o tom e a cor que encanta
na transição do verde para o anil

Mergulhar no azul profundo
como a água do Caribe
ou o mar de Maceió

Planar no seu céu
como no vôo de Ícaro
ou Gagarin no espaço

Descobrir o seu eclipse
que não esconde os seus caminhos
nem nubla seu horizonte

Desvendar o seu mistério,
o destino do seu segredo
a força de todo o desejo

De onde vem este encanto
que entorpece ao encontrar
que inebria sem embebedar?

Qual é o sentido da existência
de viver toda uma vida
sem conhecer os olhos de... ?

Ciudad Real, 09 de setembro de 2008

sábado, 25 de agosto de 2012

Infortunística


Infortunística

Rodolfo Pamplona Filho
Trabalho porque preciso
Trabalho para sobreviver
Trabalho porque estou vivo
Trabalho para comer

Trabalho porque gosto...
E por que o meu rosto
não é mais o mesmo
depois de tanto tempo?

Não falo da velhice...
Não falo da tristeza...
Falo da perda do ânimo...
Falo da minha natureza

que se alquebrou
por sentir dor
em fazer aquilo que eu sei,
a única coisa que sei fazer..,

Lembro o dia do acidente
Lembro do choro e do pavor
de imaginar terminar minha vida
como um filme de terror

Não é mais sustento que está em jogo,
nem meu emprego, de verdade,
o que sinto perder pouco a pouco
é o que me resta de dignidade...
Praia do Forte, 17 de outubro de 2010.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A vista mais bela de Madrid


A vista mais bela de Madrid
Rodolfo Pamplona Filho

É preciso ter coragem
para buscar o próprio caminho...
É preciso ter paixão
para seguir este caminho...
É preciso serenidade
para não enlouquecer no caminho...

A falta do carinho paternal machuca,
mas ajuda a endurecer o pescoço;
a ausência de orgulho maternal entristece,
mas ajuda a aprender a engolir em seco...
A solidão provoca a dúvida onde outrora havia a certeza da escolha correta,
como se houvesse escolhas corretas a fazer...

Há muitas variáveis na estrada,
que, definitivamente, não é reta.
O caminho se faz caminhando
- já dizia outro poeta –
mas a sua construção maltrata
por não haver uma única via certa...

Não se colhem rosas
sem o risco dos espinhos;
não se vive livremente
sem o medo de errar,
mas cada queda é uma lição
de como aprender a levantar.

A rocha, com o vento, é polida.
A areia a torna menos áspera e mais lisa.
Mas não deixa de ser pedra...
A rocha somente se torna obra de arte...
... pela violência do escultor
... pela força do martelo e da plaina
E vira estátua, finalmente,
Mas não deixa de ser pedra...

Madrid, 07 de setembro de 2008

domingo, 19 de agosto de 2012

Agnaldo’s Lobotomy


Agnaldo’s Lobotomy

We have a fucking friend
Agnaldo is his name
He said that our songs are sweeter than sugar
So we decide smash his brains
To show him blood and violence
But when we opened him,
We found nothing in

Agnaldo’s Lobotomy
Agnaldo’s Lobotomy
Agnaldo’s Lobotomy
Agnaldo’s Lobotomy
We’re not talking about peace and love anymore

We have a fucking friend
Agnaldo is his name
He said that we have to sing about disgusting things
So we decide fire his brains
And make a barbecure
But when we opened him,
We found nothing in

Agnaldo’s Lobotomy
Agnaldo’s Lobotomy
Agnaldo’s Lobotomy
Agnaldo’s Lobotomy
We’re not talking about peace and love anymore
Agnaldo’s empty head
Agnaldo’s empty head
We’re not going to hill him ‘cause he’s a fucking guy

(1992)
Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Rodolfo Ramirez e Cedric Romano

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Musa


Musa
Rodolfo Pamplona Filho

Eu não preciso te ter para te amar
Eu não preciso te tocar para te sentir
Eu só preciso te ver...

Ver o teu sorriso, que me ilumina...
Sentir o teu perfume, que me inebria
Presenciar o teu molejo, que me excita

Começar o dia te vendo é começar bem o dia...
Encontrar-te casualmente de tarde é ter uma surpresa agradável
Sonhar contigo à noite é dormir em um misto de paz e emoção

Talvez o dia em que eu tiver coragem de te falar,
Toda a magia se perca, todo o encanto se esvaia
Toda sinfonia se cale, todo arco-íris se nuble...

Por isso, nada mais quero de ti do que tua presença em minha vida
Uma lua ou uma estrela brilhante consola aquele que está perdido no meio da floresta
O poeta pode perder a voz e a palavra, mas não pode perder a musa...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Segundo Despacho em versos nos mesmos autos...


1ª. VARA DO TRABALHO DE SALVADOR

Processo nº 01046-2002-001-05-00-56-RT

DESPACHO

O reclamante, à fl.467, renova requerimento
Não caindo no esquecimento
Para que proceda à provisória execução
Em termos, que lhe assiste razão

Clamando por homologação
Dos cálculos, às fls.458/460, apresentados
Seguindo-se a citação
Do reclamado, para quitá-los

Ou, em assim não desejado
No mesmo prazo que lhe é assinalado
Dê garantia suficiente
Para embargar, oportunamente

Neste sentido, impendo a deferir
Para que o processo se deixe impelir
A homologação dos cálculos apresentados
Seguindo-se a execução em seus atos

Na oportunidade, fica o obrigado
Pelas boas vindas na mensagem do advogado
Firmando o compromisso de sempre bem servir
Enquanto a vida Deus me permitir

Em 16/02/2006


RODOLFO MÁRIO VEIGA PAMPLONA FILHO
JUIZ DO TRABALHO

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Wrong Way


Wrong Way

If you’re looking for something,
you’re in the wrong way
‘cause if you get in,
you won’t get away !!!

I can see: your mind is burning in pain
And how terrible is look for life in your veins

While the night is growing cold...
...And before death invites you to go,
I’ll say again:

(1992)
Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Rodolfo Ramirez e Cedric Romano

sábado, 11 de agosto de 2012

Despacho em versos


Despacho em versos

O exeqüente, em petição,
impugna, com razão,
o despacho que indeferiu
a provisória execução

Insurge-se contra o fato
de lhe ser exigido um novo ato:
formação de auto próprio
para aquilo que é provisório.

Se é certo que há dígito específico
para este tipo de procedimento,
mais certo, diria eu: pacífico
é a justiça em atender o seu lamento.

Tudo o que é necessário
sem ônus para a parte ou erário
já está na reclamação trabalhista
como se verifica à primeira vista

Ora, então, qual é o sentido
do despacho ora atingido,
querendo ser mais formal
do que exige a norma legal?

Ficam aqui as nossas desculpas
por estes versos meio sem culpa
Mas a ocasião faz o poeta
na vida, na arte na labuta

Só não erra quem não trabalha
ainda mais na primeira vara,
pois o erro é fruto escusável
de um trabalho inesgotável

Resolva-se, logo, esta pendência,
revogando a ordem da excelência,
executando com sucesso
nos próprios autos do processo.

27 de janeiro de 2006, em Salvador, terra do nosso Senhor,


Rodolfo Mário Veiga Pamplona Filho
Juiz Titular da 1ª Vara do Trabalho de Salvador

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Lost and lone in the Middle of Nowhere




Lost and lone in the Middle of Nowhere

When a light invades your mind,
You’ll know that you’re alone
completely lost
in the middle of nowhere...
And if someone tells you
That you’re wrong,
Don’t trust him, ‘cause people
Don’t live to be strong...
‘cause who’s beside you is your enemy
And despite calling you friend,
He can stab you on your back!

When something opens your eyes to the world,
You’ll see what kind of bad dream
Is being lost
In the middle of nowhere...
And if even Jesus was betrayed
with a kiss of a close friend,
Why with you
Will it be different?
‘cause who’s beside you is a mad man,
That don’t know the meaning of fear
and will hunt you ‘till the gate of hell!

chorus
I’m so lost...
I’m so ‘lone...
(I’m so scared...)
...In the middle of nowhere...

Letra: Rodolfo Pamplona
Música: Tito Baqueiro
(1990)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Coca na Coca (extended version)


Coca na Coca (extended version)

O que é certo?
O que é errado?
Eu sei que a vida não é feita de rosas,
Mas, então, por que perder tempo com drogas
Para que maconha?
Para que Loló?
Com que finalidade vocês cheiram o pó?
Com que finalidade vocês cheiram o pó?
O que é certo?
O que é errado?
O que é o Bem?
O que é o Mal?
Meu Deus, será que nos tornamos viciados?
Meu Deus, há quanto tempo somos drogados?
Se a alma é livre, nada pode prender!
Se o corpo é são, nada pode deter!
A vida e a morte são um tênue cordão,
Que parte facilmente como para um coração

O que é certo?
O que é errado?
Será legal usar folhas de coca na coca?
Será que é certo usar folhas de coca na coca?
O que é certo?
O que é errado?
O que é o Bem?
O que é o Mal?
Meu Deus, será que nos tornamos viciados?
Meu Deus, há quanto tempo somos drogados?
Será que a saúde do povo está por um fio?
Por que enganados somos de forma vil?
Talvez por não distinguirmos a cruz do fuzil,
Pois é mais fácil mandar tudo à puta que pariu!!!

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Marcus Ikeda e Cedric Romano
(1988)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Lua como Testemunha


A Lua como Testemunha

Rodolfo Pamplona Filho

Voltando para casa hoje,
deparei-me com uma lua,
completamente linda,
completamente nua...
Meu pensamento cruzou os céus
até te ver pela frente...
Olha a lua aí à noite
e mantenha a saudade quente...

A lua é a testemunha
silenciosa, mas onipresente
de um amor tão puro,
que atravessa todo o mundo
e me traz tua imagem
como um presente
que aquece minha madrugada
e acalma a minha alma.

E essa madrugada
me fez ficar e pensar em ti
me mostrou que a minha metade
na beleza e na verdade
prolongará toda a minha vida
e trará a capacidade
de amar, como na arte
de forma lúdica e explícita.

...se nosso presente está perfeito,
nosso futuro será maravilhoso....

San Francisco, 28 de setembro de 2010.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Religion


Religion

What’s that:
Faith or Fear?!?
And what you said
Why should I hear?!?
A cross is between our minds
History was made with lies
People don’t care about lives
‘cause nothing changes when a god dies...

What’s that:
Dream or Real?!?
And What you said,
Why shoud I feel?!?
There are chains you can’t see
Fables that became to memory
Looking for a muddy sea
Rats that look for Majesty...

If there be a god,
He won’t live in churches...
If there be a god,
He won’t live by alms...
If there be a god,
He won’t sacrifice innocents...
If there be a god,
I will belive him!

chorus

Religion: A kind of trap
An human step;
A spot of past...

Religion: It’ll build your fate,
Turn your love to hate,
Turn your pride to shame...

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Flávio Maranhão
(1992)

domingo, 5 de agosto de 2012

Momentos...


Momentos...

Ela escreve... na multidão!
um trecho de crônica, uma canção,
um testamento, uma confissão.
Isso não importa,
e sim que
Ela escreve... na multidão!
um canto, um verso ou recado
talvez uma carta para o namorado
Isso não importa
e sim que
Ela escreve... na multidão!

É um momento mágico, com certeza,
pois no papel, em cima da mesa,
vejo uma frase aparecer...
E ela sozinha, cercada de gente,
com letras brilhando como o nascente
ilumina minha alma sem perceber...

Pois não ouso sequer perguntar o seu nome,
nem ao menos dirigir-lhe a palavra
Já que, em seus olhos, descubro de longe
os devaneios da pessoa amada...

Tomo cuidado para não perturbá-la
e, à distância, fico a amá-la,
mas...
Isso não importa,
e sim que
Ela escreve... na multidão!

(08.01.92)

sábado, 4 de agosto de 2012

Uma Canção Tola! (ou a canção pop mais ant-pop que o pop já fez!)


Uma Canção Tola! (ou a canção pop mais ant-pop que o pop já fez!)

Eu queria escrever uma canção que fosse tola
Que eu não precisasse pensar para escrever
E que rimasse “boca” com “louca”
Quem sabe “sol” com “farol” ou algo que tenha a ver

Não precisa nem ter letra
Não precisa nem ter solo
Pode ser que seja lenta
Pr’eu poder dormir no seu colo

Eu queria escrever uma canção que fosse tola
Que eu não precisasse complicar para agradar
Com 3 ou 4 acordes, fazia uma melodia
E cantava bem alto, sem medo de errar (ou desafinar!)

Não precisa nem ter métrica
Não precisa nem ter refrão
Bastam apenas poucas palavras
Que toquem fundo em seu coração

Eu queria escrever uma canção que fosse tola
Que eu não precisasse analisar para escrever
Que pudesse ser alegre sem medo de ser boba
E ser assobiada por quem bem entender

Não precisa ter paradas
Não precisa ter quebradas
Basta apenas sua razão de ser:
Conseguir conquistar você!

Letra e Música: Rodolfo Pamplona Filho
(1992)