Infortunística
Rodolfo Pamplona Filho
Trabalho porque preciso
Trabalho para sobreviver
Trabalho porque estou vivo
Trabalho para comer
Trabalho porque gosto...
E por que o meu rosto
não é mais o mesmo
depois de tanto tempo?
Não falo da velhice...
Não falo da tristeza...
Falo da perda do ânimo...
Falo da minha natureza
que se alquebrou
por sentir dor
em fazer aquilo que eu sei,
a única coisa que sei fazer..,
Lembro o dia do acidente
Lembro do choro e do pavor
de imaginar terminar minha vida
como um filme de terror
Não é mais sustento que está em jogo,
nem meu emprego, de verdade,
o que sinto perder pouco a pouco
é o que me resta de dignidade...
Praia do Forte, 17 de outubro de 2010.
Poxa, gostei muito mesmo!!! Lindo poema!! :)
ResponderExcluirOi, dsa!
ExcluirQue bom que gostou!
Este é um poema bem interessante para refletir sobre nossa triste situação de campeão mundial de acidentes de trabalho, não?
Abraços,
RPF