O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Como não se apaixonar?


Como não se apaixonar?

Rodolfo Pamplona Filho

Normalmente, o que escrevo
ninguém entende ou presta atenção:
você lê, interage e complementa.

Normalmente, o que faço
é considerado como uma loucura:
você gosta e incentiva.

Normalmente, o que poetizo
é visto como um arroubo ou piada:
você diz que eu sou a própria poesia.

Normalmente, o que sinto
é tido como insegurança ou carência:
você acha que sou forte e acolhedor.

Normalmente, o que protejo
é entendido como excesso de zelo:
você se sente calma e segura.

Normalmente, o que choro
é interpretado como frescura:
você adora minha sensibilidade.

Normalmente, o que desejo
é reprimido como concupiscência:
você goza e considera natural.

Normalmente, o que respeito
é afirmado como uma fraqueza masculina:
você vê como o cumprimento de uma promessa.

Normalmente, o que admiro
é rejeitado como um sonho pueril:
você toma como um projeto de vida.

Normalmente, o que amo
não é aceito pelo meio que vivo:
você é tudo que sempre quis...
Praia do Forte, 12 de outubro de 2010.

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