Saudade Persistente
Rodolfo Pamplona Filho
Hoje, meu dia amanheceu nublado
sem longos abraços,
sem afagos demorados
ou beijos apaixonados...
A reflexão tomou conta de mim
e o SE tornou-se algo tão presente
durante um dia que parece sem fim,
que, a todos, me fiz ausente...
não ouço me chamarem
não sinto me tocarem
pois meu pensamento está no ar
em algum lugar perto do mar
Tranco-me no banheiro
e, ao me olhar no espelho,
enxergo que a imagem refletida
não condiz com minha essência de vida
Tento, por essas oportunidades raras,
imaginar o soltar das amarras
e permitir que o sorriso
tome conta do meu viço
mas uma batidinha na porta,
pequenina e acelerada,
me traz de volta
à realidade planejada
É a saudade persistente,
- diria mais! -: viciante,
que me faz sobrevivente
por amá-lo a cada instante.
Salvador, 12 de outubro de 2010.
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