O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

domingo, 27 de outubro de 2013

Medo


Medo

Rodolfo Pamplona Filho
O medo é como um canibal
que se alimenta de si mesmo.
Vive em cada sombra...
Espreita em cada esquina...
Esconde-se na penumbra,
mas sempre perto de você,
a ponto de sentir o seu hálito,
mesmo sem vê-lo ou tocá-lo...
Pode estar em dois
ou muito mais lugares
ao mesmo tempo:
mais à frente,
do seu lado,
em seu caminho
e, simultaneamente,
vindo atrás de você!
O medo se esconde
dentro de cada decisão,
questionando cada movimento seu.
E a culpa é sempre sua!
Você é quem dá vida a ele!
Você gera seus próprios medos...
Todos os instintos dizem
que não se pode fazer nada
diante do que aterroriza...
Mas é só isso que
o medo é... instinto.
Fugir é decorrência
da própria natureza,
afirmando ser melhor
correr e viver
para lutar outro dia...
Mas, fugindo,
o canibal se alimenta
e se torna mais forte...
O melhor é correr, sim,
mas em direção ao medo,
encará-lo, olhar em seus olhos,
fazê-lo piscar primeiro,
vê-lo diminuir...
Morrer de medo é
como cometer suicídio,
antecipando um resultado
possível de ocorrer,
mas não necessário agora,
fechando-se para o mundo lá fora,
até definhar
pela falta do ar
que decidir enfrentar
poderia proporcionar...

Puerto Varas-Chile, 30 de junho de 2012.

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