Rodolfo Pamplona Filho
Há algo de muito ruim
não no mundo, mas em mim!
Há algo que ataca os sentidos
e fulmina todos meus suspiros!
Algo que, do ódio, me faz refém
e, definitivamente, não me faz bem,
mas que não consigo me livrar,
como um vício a me matar.
Até minhas raras qualidades
descambam neste poço de maldades.
Minha gana vira concupiscência.
Minha disciplina, cega obediência
A memória estimula o rancor
O ciúme é filho bastardo do amor
A paciência arma a vingança
O assassino já foi uma criança.
Será que é apenas um mau lado
de um ser perdido em sua dança?
Ou sou somente um sepulcro caiado,
do qual não remanesce esperança?
São Paulo, 21 de novembro de 2010.
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