“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.”
Minha terra tem palmeiras,
onde canta o Sabiá;
mas também há outras coisas
que valem a pena apreciar...
Minha terra tem coqueiros,
cujos côcos têm uma água doce;
tão feliz eu não seria,
se baiano eu não fosse
Há um mar verde-azulado
que parece não ter fim,
com uma brisa de beijo salgado
de uma mulher que só diz sim...
Há um clima maravilhoso,
em que imperam o sol e o calor
e onde um inverno rigoroso
se limita a chuva e a frescor.
E uma comida abençoada por Deus,
que é uma mistura democrática de heranças,
convivendo negros, índios e europeus,
ensinando o respeito ao outro desde crianças.
Minha terra tem musicalidade
e um artista em cada cidadão,
fazendo festa em cada canto da cidade,
pois ser feliz não custa um único tostão.
Minha terra tem um povo hospitaleiro,
que trata o visitante como um amigo,
recebendo-o em seu ambiente caseiro,
como se fosse um companheiro antigo.
“Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
Não permita Deus que eu morra
e perca toda esta alegria...
sem que lembre dos amores
que deixei na minha Bahia
Não permita Deus que eu morra,
sem que eu volte para lá;
sem que eu reveja meus amores
que não existem por cá;
sem que eu chore horrores,
até reencontrar o meu lugar.
Salvador, 10 de julho de 2010
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