O objetivo deste blog é divulgar toda a minha produção poética, sem prejuízo de continuar a ser postada também no Portal de Poesia Rodolfo Pamplona Filho (www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com).
A diferença é que, lá, são publicados também textos alheios, em uma interação e comunhão poética, enquanto, aqui, serão divulgados somente textos poéticos (em prosa ou verso) de minha autoria, facilitando o conhecimento da minha reflexão...
Espero que gostem da iniciativa...

sábado, 1 de janeiro de 2022

Canção do Exílio (se Gonçalves Dias nascesse na Bahia)





“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.”


Minha terra tem palmeiras,

onde canta o Sabiá;

mas também há outras coisas

que valem a pena apreciar...


Minha terra tem coqueiros,

cujos côcos têm uma água doce;

tão feliz eu não seria,

se baiano eu não fosse


Há um mar verde-azulado

que parece não ter fim,

com uma brisa de beijo salgado

de uma mulher que só diz sim...


Há um clima maravilhoso,

em que imperam o sol e o calor

e onde um inverno rigoroso

se limita a chuva e a frescor.


E uma comida abençoada por Deus,

que é uma mistura democrática de heranças,

convivendo negros, índios e europeus,

ensinando o respeito ao outro desde crianças.


Minha terra tem musicalidade

e um artista em cada cidadão,

fazendo festa em cada canto da cidade,

pois ser feliz não custa um único tostão.


Minha terra tem um povo hospitaleiro,

que trata o visitante como um amigo,

recebendo-o em seu ambiente caseiro,

como se fosse um companheiro antigo.


“Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que disfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.”


Não permita Deus que eu morra

e perca toda esta alegria...

sem que lembre dos amores

que deixei na minha Bahia


Não permita Deus que eu morra,

sem que eu volte para lá;

sem que eu reveja meus amores

que não existem por cá;

sem que eu chore horrores,

até reencontrar o meu lugar.


Salvador, 10 de julho de 2010

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