A cada dia que passe,
entendo menos o meio que vivo,
em que se precisa explicitar o óbvio,
como se fosse vital advertir do evidente.
Vejo placas que não compreendo:
Proibido pegar carona em ônibus...
Fale com o motorista só o necessário...
Não jogue lixo nas ruas...
Dê descarga após usar o sanitário...
Vejo expressões que não entendo:
Hora extra habitual...
Opção obrigatória...
Demais como coisa boa...
Monstro como alguém do bem...
Vejo tratamentos que não entendo:
Tio sem parentesco...
Mestre sem Mestrado...
Doutor sem Doutorado...
na verdade, sem um curso sequer...
Pedir desculpas por qualquer coisa...
Ultrapassar o velho sinal vermelho de Caetano...
Insistir quando já se repetiu o não...
É difícil pensar em alemão,
pois não há limites para a idiotice coletiva
que não cansa de manter viva
a esperança de, um dia, surpreender...
Salvador, 08 de setembro de 2010, pensando em alemão...
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