Todo inicio da aventura se dá
na terra do perfeito alvorecer,
em que ninguém imaginará
o que ainda está para acontecer.
O chamado para a emoção
vem em repentina urgência
como uma irrecusável convocação
para a próxima fase da existência.
A recusa ao chamado da canção
não é um charme disfarçado,
mas a natural hesitação
de quem estava acomodado.
Mas uma ajuda sobrenatural,
vinda de uma protetora figura,
fornece o estímulo fundamental
para o início da aventura.
A superação do primeiro limiar
é apenas a abertura do caminhar,
vencendo o desafio inicial,
que dá coragem para o confronto real.
Cair na barriga da baleia
é ser engolido pelo desconhecido
e deixar que o mundo leia
que você foi morto e/ou vencido.
É preciso vencer terrores
e enfrentar a estrada de testes,
com desafios de terríveis horrores
de sangue, suor, lágrimas e pestes.
O encontro com a Deusa Verdade
ocorre quando a alma do controverso
se reúne à Mãe-Terra, na realidade,
a verdadeira alma do universo.
É necessário encontrar ainda o dia
da redenção da figura do pai cego
e superar a incrustrada fobia
da iniciação destruidora de ego.
Somente assim será possível
obter a desejada benção final,
em que alcançar o segredo indizível
será completar, dos deuses, o ritual.
Mas é preciso ter cuidado permanente,
pois a vitória gera a tentação
de querer gozar eternamente
o êxtase celestial da superação.
E, por isso, é uma necessidade
realizar o vôo mágico da volta à cidade
para apresentar à sociedade
o elixir descoberto da felicidade.
O mais difícil, porém, ainda virá
com o confronto dos limites de outrora,
pois o herói totalmente mudará
com o simples decurso da história...
as coisas jamais poderão voltar
a ser como eram antes da passagem,
pois, por sua própria porta, adentrar
é a mais difícil de todas as viagens.
A jornada do herói é a transformação
da consciência de cada indivíduo são,
que vai se descobrir finalmente vivo,
revelando-se Mitras, Buda e Cristo.
Praia do Forte, 08 de março de 2011.
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