A distância aterroriza.
Meu corpo se rende
à insuperável fadiga
do contato sem resposta
e pede, aos poucos,
que durma profundamente
sem pensar no tempo...
Ah, o tempo... este insiste em não parar...
Penso que, por um lado, é bom que corra,
pois haverá a esperança de cessar a sensação...
mas, por outro ângulo, imagino quanto estou a perder...
as prioridades mudam, os desejos também...
com o cair dos grãos da ampulheta
ou a badalada do velho relógio da sala...
A cabeça pára.
Logo, o corpo padece
do viço de viver, da mania de sonhar...
Determinadas coisas não se explicam.
A alma sente, o corpo reage
do jeito mais previsível
e a boca silencia.
Fico com dúvidas sem sentido.
Pairam como fantasmas
que, no fundo, não existem.
Tenho medo, muito medo
de tomar iniciativas
sem perspectiva de volta...
Cobro-me coragem,
mas, no fim, opto em decidir
apenas o estritamente necessário.
Meu amor e dores se misturam
e não sei mais viver sem os dois.
Espero que o destino me encontre.
Salvador, 05 de março de 2011.
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