Rodolfo Pamplona Filho
Para sobreviver,
é preciso negar a inteligência,
já que tentar debater
é o primeiro passo
para ser odiado.
Para sobreviver,
é preciso rejeitar a sensibilidade,
pois exercitar a alteridade
é demonstrar fraqueza
para quem te vê como inimigo.
Para sobreviver,
é preciso limitar a solidariedade,
somente ao ato de estender a mão,
já que a empatia é o máximo a se fazer,
quando não se é convidado.
Para sobreviver,
é preciso evitar o carinho,
apenas por que ficar sozinho
talvez seja o natural caminho
de quem não aceita o diferente.
Para sobreviver,
é preciso rejeitar a beleza,
buscando somente o objetivo
de realizar cada ação,
já que o subjetivo causa estranheza.
Para sobreviver,
é preciso rejeitar o amor,
pois não se acredita mais em pureza,
não havendo sequer natureza,
onde o ódio é o único senhor.
Salvador, 22 de agosto de 2016.
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