Rodolfo Pamplona Filho
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da escassez.
Vivemos em um tempo de incertezas
do que sai da urna ou se tem na mesa,
na luta diária pelo que comer
ou simplesmente por sobreviver.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da sensatez
do que seja golpe ou exercício democrático,
do clamor ético ou chamado carismático,
na profunda vontade de compreender
se ainda ha um caminho a percorrer.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos se há limite na estupidez.
Vivemos tempos de bipolaridade
no sobrepujar da mídia sobre a verdade,
no poder da Informação ou manipulação
para linchamento de qualquer reputação.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o limite da embriaguez
de quem comeu melado e se lambuzou,
de quem todos os pudores ultrapassou,
propugnando por proteção ou flexibilização,
com a simples máscara da modernização.
Estamos em setembro de 2016
e não sabemos o que o futuro nos fez.
Não sabemos o destino insondável
reservado para o nosso presente criança...
Ainda assim, o nosso único direito inalienável
sempre foi, é e será o de ter esperança.
Ilhéus, 23 de setembro de 2016.
Oh poeta, que a inexpugnável força de Elohim continue sendo a sustentação do teu verso, mesmo que em oceano bravio estejas imerso...
ResponderExcluirSofre, poeta!
Por entre as grades da masmorra, que detém-te, sopra palavras ao vento, poesias em celeste vôo, aptas a pacificar corações...
Sofre, poeta!
Suporta as sombras do teu claustro, feito um beneditino, resignado à sina que lhe foi oferecida, ou, sem que ele saiba, imposta. Talvez a resignação do beneditino seja uma pena imposta, celeste, que ele mesmo julga ter sido dele a escolha, mas a imposição vem do alto: Faça-te em verso e prosa no teu claustro...
Sofre, poeta!
Lança o teu pão sobre as águas, e, depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete ou setecentos, a sua poesia, que será como o cesto de pães e de peixes, no milagre da multiplicação, sempre haverá pão ao alcance das tuas mãos, e peixe na altura do teu coração, então, pão e peixe far-se-ão poesia em ti. Não a deixe...
Sofre, poeta!
A poesia alada, produzida pela sua alma, parturiente, e que se faz elixir medicamentoso a todos os que te ouvem ou te lêem, esta mesma poesia, será o teu pão, o teu chão, regressando a ti, curando-te, então, fazendo-te são...
Sofre, poeta!
És o vaso de alabastro. O emplastro que sara dores, de um mundo, já, tão senil. Sê juvenil. Carrega o teu cântaro. O cântaro das suas inspirações. Suporta o peso. Jamais te verás ileso: de dor e nem de amor. És poeta. Reparte...
Sofre, poeta
Lindo, irmão Ricardo Albuquerque!
ExcluirAbraços, em Cristo,
RPF